Henrique Fontana: O realismo fantástico de Michel Temer

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O Brasil que Temer esconde

por Henrique Fontana, via assessoria

O presidente ilegítimo Michel Temer fala de um Brasil que não existe e procura iludir a sociedade com afirmações do tipo “nosso país está de volta ao caminho do crescimento” ou “o Brasil em viés de alta”.

Demonstra com isso porque é o presidente mais rejeitado e o governo com a pior avaliação na história republicana brasileira.

Dissimulando a crise brasileira em uma cena de realismo fantástico, Temer ignora as duas denúncias aceitas pelo STF contra ele e seus ministros por corrupção, formação de quadrilha e obstrução da justiça; desconhece a meta fiscal com déficit de R$ 159 bilhões para 2017; a taxa de desemprego em 13%; a maior greve geral da história; o corte de investimentos em saúde, educação, assistência, ciência e tecnologia por vinte anos; o corte de 1,2 milhão de famílias do Bolsa Família e de 71% do orçamento do Minha Casa Minha Vida; o fim da política de conteúdo local e a desindustrialização do país; a liberação das operações do Pré-Sal e das bacias de petróleo para empresas estrangeiras; a tentativa de acabar com reservas ambientais e indígenas por decretos; a flexibilização da fiscalização do trabalho escravo e a liquidação do patrimônio público através de um decreto-crime assinado em novembro que permite a venda de empresas sem licitação e sem autorização do Congresso.

Temer, em nome dos interesses do mercado financeiro e do rentismo sem trabalho e sem produção, retira direitos dos trabalhadores com uma mão, com a reforma trabalhista e a terceirização, e com a outra “cumprimenta com chapéu alheio”, ao liberar recursos do FGTS e do PIS.

Ora, dinheiro que pertence aos próprios trabalhadores.

Agora, anuncia como prioridade aprovar a antirreforma da Previdência, penalizando novamente o trabalhador, sem cobrar das empresas privadas mais de R$ 400 bilhões em dívidas com o INSS.

E mesmo com o lucro das principais estatais crescendo 35% no primeiro semestre, quer privatizar 57 empresas públicas, entre elas a Eletrobras e a Casa da Moeda.

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A quebra do pacto democrático com a encenação de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade jogou o país na mais profunda crise institucional, incentivou a intolerância política, desorganizou os sistemas de proteção social, gerou insegurança jurídica e medidas de exceção, comprometeu a reforma política, paralisou os investimentos e estagnou a economia brasileira.

Este, infelizmente, é o Brasil real que queremos mudar.

*Deputado federal (PT-RS)

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