Sim, a culpa é sua

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Por Marco Aurélio Mello

por Marco Aurélio Mello

A pessoa repentinamente passa a duvidar de si mesma.

Sabe que algo vai mal na sua vida, mas não sabe ao certo o quê.

Tem dificuldade para expressar seus sentimentos.

Tem dificuldade em tomar decisões fáceis, como ir ou não ir a um compromisso social, por exemplo.

Está sempre pedindo desculpas, sente-se culpado.

Parece que não faz nada direito.

Distrai-se, machuca-se, quebra objetos acidentalmente e sente raiva por tanta desatenção.

Começa a se perguntar se é bom o suficente para a família e para o(a) parceiro(a).

Sente desânimo e perde a esperança.

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Não entende porque não é feliz, se tem tanta coisa boa na vida.

Vive a perguntar se não é sensível demais.

No meio desta confusão pensa: será que estou enlouquecendo?

Sem segurança emocional, se afasta dos amigos e da família.

Cria desculpas, mente para se proteger e proteger o(a) parceiro(a).

Passa a lembrar de como era diferente no passado, uma pessoa mais confiante e mais divertida.

Sim, você tem culpa.

E precisa de ajuda.

Você é vítima de um tipo de abuso dos mais difíceis de ser identificado: o abuso psicológico conhecido por gaslighting.

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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Comentários

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Marcelo Ribeiro

Descobri uma nova doença que tomou conta deste país. Parabéns pelo texto.

Edgar Rocha

Meu Deus! Nunca tinha ouvido falar neste termo. Dei uma pesquisada básica e fiquei chocado. Por favor, Marco Aurélio, não deixe de tratar novamente deste assunto. Sei que teu espaço não é pra isto, mas não posso deixar de externar meu interesse sobre este tema. É especialmente de meu interesse, mas acho que seja de muitos também.
Só não entendi sua afirmação “Sim, você tem culpa”. Talvez, esta culpa dependa das circunstância e do contexto em que você é vítima. Li que o gaslighting pode ocorrer na relação entre pais e filhos. É o meu caso. E, embora não queira me abrir mais neste momento, posso afirmar que foi grave, muito grave. Teria eu culpa pelos traumas deixados por este tipo de abuso, tendo eu à época em que começaram, não mais que 8 anos?
Pode ser mera resistência em aceitar minha parcela de culpa (dói). Mesmo assim, seria justo comigo assumir tal peso?

    Marco Aurélio

    Quando digo culpados, somos culpados sempre, até quando nos omitimos. Admitir culpa é passo importante para reparação. Não culpa no sentido religioso do termo, no sentido de responsabilidade. Bom, pelo menos é assim que entendo. Um abraço Edgar.

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