Paulo Fonteles Filho: Uma vida dedicada à luta do povo

Tempo de leitura: 3 min

Paulinho Fonteles morre aos 45 anos: Vida dedicada à luta do povo

Paulo Fonteles Filho não resistiu a um infarto fulminante ocorrido na manhã desta quinta-feira (26) em Belém (PA). Aos 45 anos de idade, o poeta, militante do Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça, membro da Comissão Estadual da Verdade, ex-vereador e dirigente do Partido Comunista do Brasil, se foi deixando um legado de coragem e ativismo na luta pela democracia e, especialmente, contra o golpe que se instalou no Brasil.

Por Railídia Carvalho, no Vermelho

A família informa que o velório acontecerá na Assembleia Legislativa e o enterro nesta sexta-feira (27) no Cemitério Santa Izabel. Paulo estava internado há 15 em Unidade de Terapia Intensiva tratando de insuficiência e edema pulmonar.

Paulinho, como é conhecido, é filho do advogado comunista Paulo Fonteles, assassinado em 1987 a mando do latifúndio. À frente do instituto que leva o nome do pai, Paulinho prosseguia no combate às violações contra os direitos humanos. A partida prematura causou profunda tristeza na militância comunista, movimentos de direitos humanos, familiares e amigos.

A direção do PCdoB da capital paraense está em luto e suspendeu todas as atividades na cidade. Em nota definiram essa data como “um dia de muita tristeza”.

“Paulinho era um dos melhores entre nós, amigo, companheiro, solidário, altaneiro, abnegado, dedicado a luta do povo, pondo a sua vida constantemente em risco na defesa dos direitos humanos num estado dominado pelo latifúndio e pela pistolagem. Sua trajetória nos deixa um legado de sonhos, esperança e luta.”

Em junho deste ano, Paulinho visitou a redação do Portal Vermelho denunciando ameaças que vinha sofrendo no Pará por conta da atuação em defesa das vítimas do latifúndio, a denúncia das milícias urbanas, a luta pela memória dos perseguidos políticos pela ditadura. Tinha trabalho incessante pela preservação da memória das lutas populares, em especial a trajetória do pai.

Paulinho nasceu sob o signo da luta em 1972, nos porões da ditadura, que prendeu e torturou os pais dele. Ainda menino se interessou pela militância do pai junto aos trabalhadores rurais do Pará. Com o assassinato de Paulo Fonteles, Paulinho ingressou no Partido Comunista do Brasil. Ao participar de um debate em Marabá organizado pela juventude comunista, com a presença da veterana comunista Elza Monerat, ele fortaleceu o ativismo.

Apoie o VIOMUNDO

Em junho, declarou ao Portal Vermelho: “Em certa medida eu faço a luta pela sobrevivência desde o ventre então sou calejado nisso então a gente tem que tratar isso [as ameaças] com firmeza, não pode se recolher, não pode se acovardar. A capacidade de sobreviver é um milagre”.

Paulinho Fonteles, Sempre Presente!

Confira na íntegra a nota divulgada pela Comissão Política do PCdoB de Belém (PA):

Nota de falecimento

Nesta manhã, um infarto fulminante levou de nós a presença física do poeta, intelectual e quadro comunista Paulinho Fonteles.

Hoje é um dia de muita tristeza. O PCdoB está de luto e todas as nossas atividades suspensas. Paulinho era um dos melhores entre nós, amigo, companheiro, solidário, altaneiro, abnegado, dedicado a luta do povo, pondo a sua vida constantemente em risco na defesa dos direitos humanos num estado dominado pelo latifúndio e pela pistolagem. Sua trajetória nos deixa um legado de sonhos, esperança e luta.

A toda sua família, um abraço fraterno e amoroso do PCdoB.

Paulinho se foi. É destas notícias que é difícil de se dar, mas em nós permanece a certeza de que ideias e sonhos são à prova de infartos.

Paulo Fonteles Vive!

Comissão Política Municipal de Belém

Michel Sodré – presidente Municipal do PCdoB

Altair Brandão – vice-presidente

Leia também:

Para Dilma, entrega do pré-sal é crime “que um dia será julgado”

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nelson

Vaya com Dios, Paulinho.

Deixe seu comentário

Leia também