Falando em “pacto de sangue”, Palocci incrimina Lula; para a defesa, ex-ministro busca benefícios
Tempo de leitura: 4 min
“Obter benefícios é a minha vontade”, diz Palocci em depoimento que incrimina Lula
Condenado por Sergio Moro na Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci decidiu mudar seu depoimento e incriminar o ex-presidente Lula em uma das ações penais em que ambos são acusados de receber vantagens indevidas da Odebrecht.
Defendido por Adriano Bretas, Palocci tenta, há alguns meses, fechar um acordo de delação premiada, mas Moro e os procuradores têm esnobado as informações, principalmente após o ex-ministro sinalizar que poderia entregar nomes do mercado financeiro e grandes grupos de comunicação.
Nesta quarta (6), Palocci disse que a compra de um imóvel para o Instituto Lula ocorreu dentro de um “pacto de sangue” que envolvia a entrega de um “presente para Lula”, que é o sítio de Atibaia, entre outras vantagens ao ex-presidente, como uma “reserva de R$ 300 milhões.”
No depoimento, o advogado Cristiano Zanin, que defende Lula, perguntou se Palocci agora muda sua versão dos fatos de olho em uma delação.
“Não, não. Eu não tenho acordo de delação premiada. Eu tenho tratativas. Isso é um assunto a cargo dos meus advogados. Eu confio no trabalho deles, são advogados de alta qualificação, com experiência no setor. Confio que eles estejam fazendo o melhor dentro da lei, olhando a maneira de contribuir com a Justiça, que é minha vontade, e também de obter benefícios, que também é minha vontade. Estou falando claramente.”
“Por um tempo tentei ajudar que as investigações não andassem, hoje eu acho melhor que se esclareçam as coisas”, acrescentou Palocci.
Em nota, o Instituto Lula disse que “a história que Antonio Palocci conta é contraditória com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sérgio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz Moro um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula.”
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O advogado Cristiano Zanin informou que “como Léo Pinheiro e Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena.”
O advogado ainda destacou que Palocci, na condição de corréu, não tem obrigação de dizer a verdade.
Além disso, ele levou frases prontas anotadas em um papel e se forçava a falar palavras de efeito, como “propina”, como se tivesse ensaiado um depoimento para agradar a Lava Jato e “destravar o acordo”.
Leia, abaixo, as notas na íntegra
O depoimento de Palocci é contraditório com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e com as provas apresentadas.
Preso e sob pressão, Palocci negocia com o MP acordo de delação que exige que se justifiquem acusações falsas e sem provas contra Lula.
Como Léo Pinheiro e Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena.
Palocci compareceu ato pronto para emitir frases e expressões de efeito, como “pacto de sangue”, esta última anotada em papéis por ele usados na audiência.
Após cumprirem este papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas, inclusive pelo MP.
Cristiano Zanin Martins
NOTA DO INSTITUTO LULA
A história que Antonio Palocci conta é contraditória com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sérgio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz Moro um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula.
Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que no processo do tríplex foi de Léo Pinheiro.
A acusação do Ministério Público fala que o terreno teria sido comprado com recursos desviados de contratos da Petrobrás, e só por envolver Petrobrás o caso é julgado no Paraná por Sérgio Moro. Não há nada no processo ou no depoimento de Palocci que confirme isso. Sobre a tal “planilha”, mesmo Palocci diz que era um controle interno do Marcelo Odebrecht e que “acha” que se refere a ele. Ou seja, nem Palocci conhecia a tal planilha, quanto mais Lula.
Palocci falou de uma série de reuniões onde não estava e de outras onde não haveriam testemunhas de suas conversas. Todas falas sem provas.
Marcelo por sua vez diz ter pedido que seu pai contasse para Lula e Emílio negou ter contado isso para Lula.
O réu Glauco da Costa Marques reafirmou em depoimento ser o proprietário do imóvel vizinho ao da residência do ex-presidente e ter contrato de aluguel com a família do ex-presidente, e que está recebendo o aluguel. Uma relação de locador e locatário não se confunde com propriedade oculta.
Processos fora da devida jurisdição com juiz de notória parcialidade, sentenças que não apontam nem ato de corrupção nem benefício recebido, negociações secretas de delação com réus presos que mudam versões de depoimento em busca de acordos com o juízo explicitam cada vez mais que os processos contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato em Curitiba não obedecem o devido processo legal.
O Instituto Lula reafirma que jamais solicitou ou recebeu qualquer terreno da empresa Odebrecht e jamais teve qualquer outra sede que não o sobrado onde funciona no bairro do Ipiranga em residência adquirida em 1991.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma que jamais cometeu qualquer ilícito nem antes, nem durante, nem depois de exercer dois mandatos de presidente da República eleito pela população brasileira.
Assessoria de Imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (IL)
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Comentários
Simões
Mas cadê as provas do que o Palocci disse ?
Ele pode provar ?
Provas, onde estão as provas ?
Antonio
COM A PONTA DE PEIXEIRA NO GOGÓ, LITERALMENTE
Sobre a delação do Palocci, uma história emblemática de como as pessoas se comportam diante de certas situações estressantes.
O adolescente da história era meu amigo de peladas.
E ele contava de maneira muito engraçada o que lhe acontecera em um dia de outrubro de 1962. Não sei se ele ainda está vivo, perdemos o contato quando eu me mudei do bairro onde morávamos. Se ele estiver morto, melhor ainda: eu posso delata-lo e mentir à vontade sem que ele possa se defender. Foi isso que aprendi com a república de Curitiba.
Mas vamos à história:
De sexta a domingo da semana, e ao nascer do sol, este meu “amigo” levava o café da manhã para o pai que tinha uma uma barraca de secos e molhados no único mercado público do bairro. A distância entre a residência e o mercado era de uns 400 metros.
Entre a residência dos pais e o mercado público, havia um matadouro, também público.
Naquele fatídico dia de outubro um assaltante fodido, que dormira no matadouro, saíu logo cedo à procura de algo para comer ou de algum dinheiro para comprar comida.
E deu de cara com esse meu amigo. Tomou-lhe a garrafa térmica com café e a marmita com cuscuz e berrou “passa o dinheiro, senão eu enfio essa peixeira no teu gogó”.
O adolescente enfiou a mão no bolso de onde retirou uma quantia equivalente hoje a 2 reais. O assaltante ficou enfurecido com tão insignificante quantia e a partir dai ocorreu o seguinte diálogo (se é que dialogar é possível com a ponta de uma peixeira no pescoço) entre os dois:
Assaltante: seu fodido de merda, como é que você anda com 2 reais no bolso, uma_ porra de dinheiro que não dá pra comprar nem um bombom.
Adolescente: eu não sabia que o Sr. estava aqui me esperando.
Assaltante: você é um um filho da puta, sua mãe é uma rapariga de zona e o seu pai é corno.
Adolescente: é… eu sempre achei, sinceramente, que minha mãe não merecia muita comfiança e que ela corneava o meu pai. Mas eles se merecem.
Assaltante: na próxima semana eu vou estar aqui lhe esperando de novo. Não me apareça com menos de cinquenta reais no bolso. Ouviu, seu filho de uma puta?
Adolescente: Ouvi, sim, senhor; pode espera porque eu já sei de quem vou tomar emprestado.
Imaginem como se comportaria esse adolescente sob a ameaça de dezenas de anos de prisão.
Nelson
Como Delcídio e outros, Palocci não passa de um tucano enrustido. Portanto, eu não me surpreenderia nem um pouco se ele agora estivesse “cantando” para se livrar da pena que o “divino” Moro, o grande ídolo de muitos que se pretendem conscientes e ficam a chamar outros de alienados. O Moro, aquele da compra de delações premiadas e do caso Banestado, Sr Lulipe.
lulipe
É tanto alienado que mesmo que o agora corrupto lula confessasse que se corrompeu, ainda não acreditariam…Ô dó…
abelardo
O depO depoimento de Palocci escancara de vez a repugnante, vergonhosa e orquestrada coligação Lava Jato/Judiciário/mídia/PF/golpistas. A poderosa e estratégica união de abastados parasitas e sugadores do erário público com traidores e capachos dos interesses estrangeiros deixaram mais flagrantes ainda, a total incapacidade para derrotar Lula pelos caminhos justos e pelos caminhos da lei. Essa deprimente peça teatral montada para explodir em horário nobre, as vésperas do dia da independência, se fosse encenada nos tempos em que se exercia e se respirava o digno e pleno exercício do estado de direito, certamente levaria a processos criminais e administrativos algumas das autoridades envolvidas nessa encenação hipócrita e delinqüente. O visível desespero dos ineptos traidores e parasitas não os fez perceber as falhas no script do reciclado e remendado capítulo acusações sem provas, sem compromisso com a verdade e sem a competência necessária para encobrir a mentira encenada.
Não foi apenas o pacto de sangue e a suspeita confissão de Palocci, onde disse que queria obter benefícios da Lava Jato, que concede vantagens e prêmios pelo ato de incriminar alvos de interesse da operação, ainda que sem provas, eu entendo que o maior crédito que Palocci mereceu das autoridades coligadas foi o de criar a vinculação das supostas vantagens recebidas por Lula com recursos oriundos da Petrobras. Assim, eu penso, eliminariam de vez a possibilidade do processo de Lula sair de Curitiba.
Maria Rita
A frase parece criada pela equipe do Goebells (será que houve uma sessão mediúnica em Curitiba?). A pós-verdade apareceu nas principais manchetes dos velhos e desbotados jornais do país. O que nos faz pensar. A mídia fez pacto de sangue com o diabo, o PSDB fez pacto de sangue com o diabo, todos os golpistas, o congresso e o STF idem, idem, idem. Ou, para ficar no contexto, o diabo a quatro. Mas quem é diabólico é o PT, o Lula e o povo brasileiro. Vamos desenhar? Nem precisa, né? Uma imagem vale por mil palavras, imagens geneticamente modificadas (na realidade digitalmente) valem quanto pesam. Quanto essa mídia vale?
lulipe
Mensagem do Twitter do agora corrupto lula em 28/04/17:
“Não tenho preocupação com nenhuma delação. Palocci é meu companheiro há 30 anos, é um dos homens mais inteligentes desse país.”
Assim Falou Golbery
o fato é que Palocci nunca foi petista o suficiente para que, se fosse o caso, a alta cúpula confiar a esse missão tão de alto nível. esse só foi ministros de governos petistas, acho, por indicação da banda podre do outro lado
Sabryna
Verdade, parece que Lula nem conhece bem o Palocci, só se viram uma ou duas vezes na vida. Conhece de vista.
lulipe
Já passou óleo de peroba nessa cara de pau??? Arranja outra desculpa e aceita que o agora corrupto vai pra cadeia, alienado!!
Pedro Neiva
“para a defesa (de Lula), ex-ministro busca benefícios”
Juuuuuuraaaaaa?
Q eu saiba, todo acordo de delação premiada tem como base um benefício para o delator!
Isso não significa absolutamente q a delação seja mentirosa…
PS: certeza q esse advogado ainda ganha dinheiro pra falar essas bobagens?
claudinei
Só que o delator tem que mostrar provas. No caso do Vacari, foi condenado sem provas.
João Bosco Coelho Costa
Mas o oposto também é verdadeiro: que a delação possa ser induzida pela premiação. Para que a delação seja insuspeita servirá APENAS a palavra do delator? Se for só isso, a avaliação do advogado do Lula é pertinente. Daí porque ele, Palocci, ou qualquer delator, terão que apresentar provas materiais que corroborem suas denúncias.
Para concluir: a própria legislação que trata do assunto(Lei 12850) prevê que nenhum réu será condenado com base apenas na delação premiada.
Antes de chamar um profissional de bobo primeiro pesquise e raciocine.
Batista
Nem tampouco que seja verdadeira.
Basta lembrar do caso do caseiro, antes e depois de ser flagrado na mentira, e ouvir todo o depoimento (acima disponível) e verificar os dois Palocci no mesmo, o antes do Zanin e o depois do Zanin (na terceira parte).
Resumindo, conta de ouvido, para não dizer mente, no varejo e no atacado confirma o óbvio ululante, a pratica de sempre de todos os partidos do Brasil e sempre suportada pelo TSE fazendo vistas grossas, em relação a recursos de campanha.
Palocci, se sabia e sempre soube-se, venderia a mãe para não continuar sendo torturado pelo moro com pena de 12 anos de prisão.
O resto é política, haja visto o Geddel 51 ter saído da mídia, e é combatendo-os na política e não no judiciário e na “moral” burguesa, pois nesses campos eles dominam todos.
Pedro Neiva
Claudinei
Mas isso é óbvio!
Por isso as delações precisam ser homologadas pela justiça… A delação premiada não é e nem nunca foi apenas “disse-me-disse”!
Pedro Neiva
João Bosco Coelho Costa
Idem resposta pro Claudinei
Delação sem provas não vale nada, concordo!
O problema é q os petistas acham q nada q se apresenta contra Lula é prova…
Já a justiça pensa de modo diferente!
O exemplo do Vaccari, citado pelo Claudinei, é prova q as coisas estão funcionando:
Moro condenou mas a 2ª Instância revisou e absolveu!
Tudo normal…
Quando Lula for condenado em 2ª Instância, tudo normal tb!
Pedro Neiva
Batista
Na boa, não entendi nada!
Mas…
Sobre o Geddel51 ter saído da mídia, informe-se!
Ele foi preso novamente e está na capa de todos os jornais.
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