O NEGRO NA PROPAGANDA
Por Lelê Teles, via e-mail
sim, os negros já apareciam na publicidade — nos cadernos de classificados — no século XIX.
veja que curioso.
só que…
os negros não usavam suas imagens, sorridentes, para vender mercadorias.
eles eram a própria mercadoria.
reificados, coisificados e tratados como uma mera mercadoria; quase humanos, mas incivilizados e incivilizáveis.
eram vendidos, comprados, alugados ou emprestados.
veja que cordial.
Apoie o VIOMUNDO
e tinha sempre uma família cristã e parasita – e ainda tem – querendo uma garotinha jovem e virgem para fazer o trabalho de casa.
cozinhar, lavar, passar, dobrar, guardar, esfregar, polir, encerar…
e depois, trancafiar a pequena numa jaulinha perto da cozinha; sem livros, sem cadernos, sem lápis…
até que surjam novas tarefas.
e a pequena cresça, analfabeta e dependente de seus senhores, como um animal doméstico: por ter onde comer e dormir, perdoa seus donos por lhe dar umas pancadas de vez em quando.
os quartos de empregada, em Brasília, são os únicos cômodos da casa grande que não têm janela.
o Brasil é um lugar onde todos os negros são chamados de descendentes de escravos, mas nenhum branco é chamado de descendente de escravizador.
por isso, ainda hoje as coisas são como são.
podiam ter sido bem diferentes.
se todos aplicassem a máxima do brilhante Luis Gama, o rábula. o negro que advogou pelos negros:
“o escravo que mata o seu senhor pratica um legítimo ato de autodefesa.”
palavras sapienciais.
Leia também:
Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!
Deixe seu comentário