Por Marco Aurélio Mello
O sujeito era daquele tipo que bolinava todo mundo na turma.
Apesar da pouca estatura e do peso um pouco acima do padrão, ele se comportava como um galã.
Desafiava os mais novos, chamava-os para a briga, era cruel no humor e sarcástico nas brincadeiras.
Mas a molecada da rua o adorava.
Ele foi o primeiro a ter carro, um fusca rebaixado, e levava a turma toda para passear à tarde.
Era do tipo cara de pau, que sabia como se aproximar de todas as meninas.
Não tinha critérios e por isso estava sempre acompanhado de uma.
Depois todos perceberam que, além da falta de critérios, faltavam-lhe também escrúpulos.
Durante um tempo ele passou a se envolver com mulheres ricas e mais velhas, em geral aquelas que não tinham tido muitos relacionamentos na vida, que estavam separadas, ou viúvas.
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Ele era capaz de identificar suas fraquezas emocionais e ir direto ao ponto.
Aí se regozijava de ter dado “o golpe do baú”.
Passou a andar em carros de luxo e a se envolver em confusões quando era flagrado em traição.
Ou seja, sem critérios, sem escrúpulos e também sem caráter.
Ao que se sabe ele nunca se deu mal.
Outro dia ele reapareceu.
Parece que vive em Miami, tem mulher e duas filhas.
Sua distração é entrar no perfis de esquerda para comprar brigas virtuais.
Esconde-se atrás do argumento de que como amigo de infância pode tudo.
Provoca, atrai os mais esquentadinhos e fica trocando insultos na timeline que não é dele.
O melhor que se tem a fazer é ignorar.
Não alimente trolls, dizem por aí.
Mas como amor fraternal tem limites, o melhor ainda é depois de um tempo bloquear.
Afinal, nada como amor próprio, porque não existe pior algoz para nós do que nós mesmos.
E amigo assim ninguém merece, não é mesmo?
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Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
Comentários
Luiz Carlos P. Oliveira
Quem será esse FDP? Acho que até podemos usar o plural.
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