Sardenberg articula o pensamento da Globo em tempos de Eike e Odebrecht
Tempo de leitura: 2 min“Provas” recolhidas no twitter
Da Redação
Em comentário na rádio CBN, Carlos Alberto Sardenberg colocou o milionário Eike Batista no colo de Lula e Dilma.
Referiu-se a fotos publicadas nos jornais “provando” a proximidade entre o trio e disse que Eike é o exemplo descarado do capitalismo “de favor”.
Tomado por súbita amnésia, esqueceu que trabalha num império construído de braços dados com a ditadura militar.
Primeiro, a ditadura destruiu o empresário Mario Wallace Simonsen, dono da TV Excelsior, “suspeito” de proximidade com o deposto João Goulart — em seu telejornal, a extinta emissora chamou o golpe de 1964 de golpe, não de “Revolução”.
Depois, a ditadura ajudou a construir a Globo.
Deu a Roberto Marinho as concessões pretendidas e desenvolveu com dinheiro público a rede de telecomunicações que alcançou todo o território nacional, a Embratel, na qual a Globo ficou pendurada feito um parasita.
Ah, sim, para espalhar suas antenas a Globo ganhou terrenos de prefeituras e organizou as oligarquias locais em rede — hoje, na política o nome dessa rede é PMDB.
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Podemos dizer sem medo de errar que a voz de Sardenberg só chega ao extremo da Amazônia graças às sementes plantadas por Roberto Marinho durante a ditadura, irrigadas com favores governamentais.
Mas, o mais espantoso no comentário de Sardenberg veio em seguida.
Não só Eike, argumentou ele, mas também as empreiteiras envolvidas na Lava Jato só se deram bem por causa de Lula.
Aqui, a amnésia é mais grave, já que é do conhecimento do mundo mineral que as grandes empresas de construção civil brasileiras foram financiadas pelas obras da ditadura militar e abasteceram fartamente os cofres de todos os partidos políticos, ou quase todos, desde então.
Para comprovar isso, basta consultar a lista da contabilidade da Odebrecht dos anos 80 (ver abaixo)!
Nela aparecem, dentre outros, o campeão da campanha das Diretas Já, Dante de Oliveira, que foi prefeito de Cuiabá, e o deputado federal e estadual Erasmo Dias, situados à época em extremos da política. Na lista, eles são respectivamente o Ceguinho e o Liquidificador, cujos nomes aparecem associados a obras da empreiteira feitas com dinheiro federal na capital de Mato Grosso e na Bahia.
A mistificação do comentário de Sardenberg seria apenas mais uma das muitas bobagens ditas por ele em rede de rádio ou TV, não estivesse o discurso a serviço de uma causa: Eike e a empreiteiras corruptas foram invenção do Lula, o Brasil está no estado atual por causa do Lula e, portanto, o PMDB, Temer e os tucanos não têm absolutamente nada a ver com isso.
Comentários
EDSON PLAZZA
Se todo problema fosse esse pateta, até o Willian Waack as vezes, sem paciência, com o script mal decorado pelo pateta atropela-o e conclui logo o recado do patrão.
josé sales
Talvez fosse o caso de mencionar/reportar/publicar sobre a importância do senhor Romeu Tuma “autorizando” as importações de tecnologia estrangeira para os equipamentos da Globo.
Lukas
Ok, o correto seria dizer que as empreiteiras e Eike continuaram se dando bem com com Lula.
Tem amnésia dos dois lados, né pessoal?
Luiz Carlos P. Oliveira
Como podemos definir o caráter desse Sardenberg? Difícil. Não estudei psiquiatria nem psicologia. As fotos aí em cima mostram quem é amigo de quem, apesar do “ilustre” jornalista tentar nos convencer o contrário. Típico comentário para enganar trouxinhas, o que, convenhamos, é muito fácil.
Nelson
Sardenberg é apenas mais um dos sabujos que recebem seus salários para mentirem para nós. Pior. Grande parte desses salários somos nós mesmos, povo brasileiro, que os pagamos, haja vista as gordíssimas verbas publicitárias que os governos empenham na, dizem, livre imprensa.
–
Ética jornalística? Lérias. Primeiro, o meu pirão [lucros], depois vamos se sobrará algum espaço para ela. Assim pensa Sardenberg, assim pensam muitos outros iguais a ele. Essa é a rotina – guardadas as exceções – de toda a imprensa chamada de livre.
Gersier
Não esqueçamos que a TV Tupi, a lider de audiência na época, NÃO teve sua concessão renovada a pedido do sr. serviçal da ditadura roberto marinho. Para NÃO haver a possibilidade de retorno ao ar da mesma, até o cristal-(que é responsável pela frequencia do canal)- foi retirado pelos de verde que eram na época, com ainda hoje acontece, CAPACHOS dos interesses norte americanos. Como se vê, o tempo passa e nós brasileiros NÃO ficamos livres dessas pragas entreguistas e corruptas que pregam uma ética que NUNCA tiveram, Hipócritas e cretinos.
Vagueiro
O sonho insano que liquidou Eike. Por Paulo Nogueira
Postado em 30 Jan 2017 no Diário do Centro do Mundo
por : Paulo Nogueira
Obsessão por dinheiro
A mim jamais surpreendeu o declínio espetacular de Eike.
Não tanto por tolices como só tomar decisões segundo recomendações dos astros e de astrólogos, embora isso, por si só, fosse motivo suficiente.
Não também pela frivolidade doentia manifesta num topete fajuto implantado para lhe dar ares de popstar adolescente na meia idade.
O que realmente me pegou em Eike foi uma declaração nos dias fugazes em que ele aparecia nas listas de bilionários.
Qual era seu sonho? Alguém lhe perguntou. “Ser o homem mais rico do mundo”, ele respondeu.
Acabou.
Para mim, Eike acabou ali. Raras vezes tinha visto tamanha demonstração de pobreza de espírito, de estupidez, de ambição torta, de miséria mental.
Tantos sonhos possíveis num mundo tão caótico, e ele vinha falar de moedas, e mais moedas, e mais moedas?
Ele poderia dizer que sonhava ver um mundo sem guerras. Sem crianças passando fome. Sem tanta desigualdade. Sem câncer, sem febre amarela, sem Alzheimer.
Mas não.
O que Eike queria era ser o homem mais rico do mundo.
Quis tudo aquilo com que a ganância desenfreada pode aprisionar a mente de um homem vazio, e terminou na prisão.
Talvez ele saia dela com uma alma menos mesquinha.
Talvez não.
Leo
Fica tranquilo. Vai “rodar” todo mundo: PT, PSDB, etc.
.
Odebrecht e Eike vão passar o Brasil a limpo.
Gersier
Eu já ouvi essa frase antes, anos atrás. Aí um tal de fhc que veio depois do Itamar Franco, esculhambou tudo de novo…novamente. O ex auxiliar de aébrio até escreveu um livro, que seria pra ser um dossiê, (o acm, aquele que incendiou alguns cartórios lá pelas bandas da Bahia, gostava dessa palavra) sobre o assunto.
Apês em Paris e Nova York, fazendinha em Buritis com direito a aeroporto com pista asfaltada, são alguns legados daquela época não tão distante assim.
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