Vanessa Grazziotin: Para sair da crise, é preciso derrubar Temer

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Superação da crise só acontecerá com saída de Temer

Por Vanessa Grazziotin*, na Folha

Os acontecimentos atuais mostram a gravidade da crise que o país atravessa. E tendem a se agravar, tanto pelo fracasso da economia quanto pelas novas delações, sempre com a ressalva de não se misturar doações legais com eventuais práticas de corrupção.

As primeiras delações priorizaram o PT e agora, como era previsível, chegam às figuras centrais dos principais partidos de sustentação do “governo” (PMDB, PSDB, DEM, PP, PSD), trazendo para o centro do escândalo o próprio presidente Michel Temer.

Se a situação política é crítica, a econômica é ainda pior. Os números são extremamente negativos, tudo desanda. São mais de 12 milhões de desempregados e a produção industrial é a pior dos últimos três anos.

A inflação cede levemente, mas não tem sido suficiente para convencer Ilan Goldfajn — o sócio de bancos privados convertido em presidente do Banco Central — a baixar mais significativamente os juros, o que retarda ainda mais a retomada da atividade econômica.

O governo tem um único projeto: aprovar medidas contra o povo que, aliás, foram a real motivação do golpe contra a presidenta Dilma.

A reforma da Previdência impõe o absurdo de 49 anos de contribuição e 65 de idade para que homens e mulheres possam se aposentar. A desvinculação dos benefícios sociais do salário-mínimo já tem início com a desindexação dos benefícios previdenciários e a PEC do congelamento avança de forma absurda no Senado Federal.

Para recuperar o tempo perdido com a crise que lhe ameaçou o cargo e tentar votar a PEC do congelamento nesta terça-feira (13), o presidente do Senado realizou três sessões de discussão da PEC, numa única sessão de sete horas do dia 8, em absoluta desconformidade com o regimento da Casa.

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Os efeitos deletérios dessa política assombram o Brasil e o mundo, como revela Philip Alson (ONU), que repudiou a proposta por considerar que “o efeito principal e inevitável será o prejuízo aos mais pobres nas próximas décadas”.

Segundo o representante da ONU, “os planos do governo de congelar os gastos sociais por 20 anos são inteiramente incompatíveis com as obrigações de direitos humanos do Brasil”, e é “completamente inapropriado congelar somente o gasto social e atar as mãos de todos os próximos governos por outras duas décadas. Se essa emenda for adotada, colocará o Brasil em uma categoria única em matéria de retrocesso social”.

Não podemos aceitar que o Brasil abandone o projeto de reafirmação de nossa soberania, de desenvolvimento e inclusão social que vinha sendo desenvolvido e abrace essa política neoliberal de regressão, por essa pinguela que eles chamam de governo.

A superação da crise, portanto, passa pela saída de Temer e por diretas já!

*É senadora (PCdoB-AM)

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Fátima Bezerra: A hemorragia de um desgoverno terminal

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Comentários

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TAMOAI

Privatizar é algo bom, preços tendem a cair e qualidade aumentar;

Eliminar a CLT é algo bom, pois, diminui os preços do produtos e serviços, dando mais acesso ao consumo;

Fim do SUS ainda não é hora, mas diminuiria os impostos, e pode ter certeza o setor privado criaria seguros saúdes para todos os bolsos;

O nosso maior direito é a de liberdade, conquanto, somos cerceados.

Tal arranjo seria um progresso, porém muitos gostam de dar as rédeas de sua vida a terceiros, e se parasitar em algo ou alguém. A liberdade só premia os esforçados e incansáveis obstinados em causas individuais. O que causa revolta.

Mas na realidade, quanto menos governo melhor.

djalma

Do jornalista Helio Fernandes, Tribuna da Imprensa:
O Brasil não agüenta mais tempo de Temer. Mas pensar em FHC, que foi o presidente do retrocesso de “80 anos em 8”. Voltar com suas ligações tenebrosas com os piores grupos estrangeiros, nenhum país merece Principalmente o Brasil.

Juliano bianchi

Admiro o trabalho aqui.
Conforme ja era previsivel, a velha midia teve força para tirar a presidente, mas nao tem força para dar governabilidade ao usurpador Temer. Se em 64 tinha censura e rede globo, agora ha internet.
Gracas a isso, o brasil se tornou um trem desgovernado.
Temos ainda 17 dias para uma eleicao direta. Caso contrario serao dois anos de paralisia, com grande probabilidade de uma constrangedora eleicao indireta pelo corrupto congresso.
Entao gostaria de sugerior o seguinte: os veiculos alternativos da internet (viomundo, tijolaco, dcm, cartacapital, o cafezinho, pragmatismopoliticp, etc… ) poderiam fazer campanhas juntos por diretas ja. Essa é a hora de se unirem para lutarem contra um poder altamente concentrado.
Uma chamada destaque para uma eapecie de editorial em conjunto propondo as eleiçoes diretas.
A questao aqui é de mobilizaçao popular e a internet e as redes sociais dao poderes ineditos.
É um momento propicio para isso e mais: demonstaria pras velhas oligarquias da midia que a internet esta mudando o jogo do poder.
Varios blogs que recebem milhoes de visitas publicando em conjunto uma campanha assim e as possiveis compartilhamentos nas redes sociais seria algo que a velha midia nao poderia ignorar.
Pensem com carinho na proposta, é plenamente viável e pode representar a mudança nos eixos do poder. Além de ser dempnstracao inequivoca dos novos tempos que estao vindos. Há no momento uma tempestade perfeita e com ela uma oportunidade que nao deveria ser desperdicada. Grato!

FrancoAtirador

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A União Federal Sendo Saqueada Em Plena Luz do Dia Por um Bando de Salteadores

e a Nação Brasileira Prostrada de Joelhos Ante o Chicote do Livre Mercado da Globo.
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Bovino

Hoje ou em 2018, o favorito para vencer é Roberto Justus, a Esquerda tem que focar em desmontar o discurso privateiro dele, além de lançar a candidatura de Wagner Moura pelo PSOL.

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