Sob Temer, tucanos buscam “solução de mercado” para a Educação; Tarpon está pronta para substituir a escola pública
Tempo de leitura: 4 minpor AS*, com Redação
Maria Helena Guimarães de Castro, a secretária-executiva do Ministério da Educação, tem boas recordações do tempo em que terminava o ensino médio: “No clássico, meus professores de história, sociologia e filosofia influenciaram de modo decisivo meu interesse pela área de ciências humanas”.
Pois é justamente isso que o governo do qual ela faz parte agora é acusado de negar aos estudantes de escolas públicas se a reforma do ensino proposta através de Medida Provisória vingar: uma ampla base de conhecimento que permita a todos almejar o ensino superior.
Em recente entrevista à TV Globo, Maria Helena esclareceu alguns pontos polêmicos da reforma.
Artes e educação física, segundo ela, só serão obrigatórias na primeira metade do Ensino Médio: “Nós temos a área das Linguagens que inclui arte e educação física. Elas continuam sendo componentes da área de Linguagens e estarão dentro da Base Nacional que deverá ser obrigatória na primeira metade do ensino médio. A segunda metade vai depender das opções que o aluno fizer”.
Sobre o conteúdo da base curricular, afirmou: “Essa é uma decisão (conteúdo da Base) que vai passar por uma série de debates, uma série de seminários agora com os secretários estaduais de educação, com especialistas, com as universidades. Esse debate é que vai definir aquilo que é comum, geral e obrigatório para todos”.
Notem que a proposta de debate é feita depois de editada a MP e Maria Helena não mencionou alunos e professores como participantes. Secundaristas começaram por São Paulo uma campanha contra o caráter antidemocrático da reforma.
O PSOL foi ao Supremo Tribunal Federal tentar barrar as mudanças através de MP, argumentando que “dispor por medida provisória sobre tema tão complexo, que claramente não reclama urgência, é temerário e pouco democrático, por impor prazo extremamente exíguo para debate que já está ocorrendo nos meios educacionais e, sobretudo, no Congresso Nacional”.
O apoio mais entusiasmado às novas medidas do MEC foi da revista Veja, que dedicou capa ao assunto: “Reviravolta na escola”.
Apoie o VIOMUNDO
Não é por acaso. Maria Helena Guimarães de Castro já integrou o conselho de administração da Abril Educação.
Como o Viomundo denunciou aqui, Veja dirigiu a educação brasileira nos governos tucanos. A presença dela em cargo-chave no MEC representa a retomada do modelo Paulo Renato Souza, de enfraquecimento da escola pública com objetivos de mercado.
Recompensa da Abril? Entre 2004 e 2010 os governos tucanos de São Paulo deram à mídia corporativa cerca de R$ 250 milhões, quase tudo sem licitação. À Abril couberam cerca de R$ 52 milhões, entre assinaturas de revistas e compras de guias, todos supostamente didáticos (ver quadro aqui).
A influência dos Civita sobre a educação sempre se deu através de colunistas, “especialistas” e pedagogos que a família tratou de promover em suas publicações. É o caso de Maria Helena.
Esta cronologia da carreira de Maria Helena ajuda a entender:
2003 a 2006 — Secretaria de Educação do Distrito Federal (gestão Arruda). No caso Caixa de Pandora, havia uma ponta do esquema (nunca investigada) envolvendo superfaturamento em contratos com empresas prestadoras de serviços na educação. Quando ela foi para São Paulo, as mesmas empresas assinaram contratos com o governo Serra.
2007 a 2009 — Assume a Secretaria de Educação de São Paulo na gestão Serra. Turbina a compra de apostilas, material da Abril Educação, assinaturas da Veja. Há diversas denúncias da época de desvios no FDE, o Fundção para o Desenvolvimento da Educação (nenhuma investigada). Caiu por causa do próprio veneno das apostilas ruins que fez o Estado comprar: o escândalo da apostila com mapa errado, com dois Paraguais.
2012 — Toma posse como diretora-executiva da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, a Seade.
2013 — (19/12/2013) Toma posse no Conselho de Administração da Abril Educação com mandato até dezembro de 2015, com Giancarlo Civita na presidência.
2014 — Em junho, deixa a Abril Educação e vai para a coordenação da campanha de Aécio Neves, responsável pelo programa de educação.
2015 — Continua como diretora do Seade, de onde nunca se afastou. Em fevereiro, o controle acionário da Abril Educação é vendido para o Fundo de Investimentos Tarpon e passa a se chamar Somos Educação.
Destaque para o objeto social da empresa: a editoração e edição de livros e material de ensino em geral em qualquer mídia ou tecnologia; a edição, publicação, divulgação, distribuição, pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização, no atacado e no varejo, e em todo território nacional e no exterior, de livros, apostilas, sistemas de ensino (módulos didáticos) e publicações educacionais em geral, produtos didáticos e paradidáticos, todos fixados sob qualquer natureza e forma; a prestação de serviços de apoio às instituições de ensino, educadores e estudantes, utilizando os canais de distribuição mais adequados às suas necessidades; a prestação de serviços de ensino, especialmente ministrando cursos de pré-escola, ensino fundamental e ensino médio, cursos livres de ensino, incluindo curso pré-vestibular ao ensino superior, cursos profissionalizantes em geral, desenvolvendo e exercendo, ainda, toda e qualquer atividade ligada ao ramo de ensino.
2016 — Assume a Secretaria Executiva do Ministério da Educação. A pedagoga Maria Inês Fini é indicada para presidir o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Maria Inês era consultora da Somos Educação (antiga Abril Educação) e da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Maria Helena contou em entrevista à Abril que estudou no Sacré Coeur de Marie, colégio da elite paulistana e declara: “No clássico, meus professores de história, sociologia e filosofia influenciaram de modo decisivo meu interesse pela área de ciências humanas”.
A depender do resultado final da reforma que ela promove, os estudantes não terão a mesma oportunidade garantida nas escolas públicas.
*Repórter contratado pelo Viomundo através de crowdfunding, no qual leitores bancaram a continuidade de nosso jornalismo investigativo.
Leia também:
Discurso privatista de Dória bancado com R$ 10,6 mi em dinheiro público
Comentários
FrancoAtirador
.
.
https://t.co/2GeU6azsl4
https://twitter.com/millylacombe/status/781940877723897856
https://www.facebook.com/victor.gouvea.3/posts/10210339713226825
.
.
FrancoAtirador
.
.
Secretaria Estadual de Educa$$ão de São Paulo
Amanheceu com #ForaTemer Lilás Chocante!
https://pbs.twimg.com/media/CtmXSmfWIAAV3Bl.jpg
.
.
FrancoAtirador
.
.
Borb@ Gat@ & @s Bandeirantes Chiquérrim@s!
https://pbs.twimg.com/media/Ctl-kx_WIAACD6L.jpg
https://pbs.twimg.com/media/CtmIm5vXgAAJLjq.jpg
https://pbs.twimg.com/media/CtmKFfqWcAA1a04.jpg
.
.
FrancoAtirador
.
.
Uma Chuva de Arco-Íris na Terra da Garoa
https://pbs.twimg.com/media/CtmJNVpWgAEn-wm.jpg
https://pbs.twimg.com/media/CtmD6pCWgAE0RCq.jpg
.
.
FrancoAtirador
.
.
Concurso Miss Bandeirante 2016
https://www.instagram.com/explore/locations/537332
.
.
FrancoAtirador
.
.
PSoL Ajuíza Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF
questionando Medida Provisória do Golpe no Ensino Médio.
O Relator é o Ministro Fachin que mandou MiShell se explicar.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=326333
http://www.stf.jus.br/portal/diarioJustica/listarDiarioJustica.asp?tipoPesquisaDJ=AP&numero=5599&classe=ADI
.
EXCERTO FINAL DA DECISÃO PRELIMINAR DO MINISTRO EDSON FACHIN
[…]
Tendo em vista a relevância da matéria debatida nos presentes autos e sua importância para a ordem social e segurança jurídica, adoto o rito positivado no artigo 12 da Lei nº 9.868/1999, a fim de possibilitar ao Supremo Tribunal Federal a análise definitiva da questão.
Anoto, desde logo e por oportuno, que a justificativa para a análise célere e definitiva do caso por esta Suprema Corte, decorre do fato de que aqui se está diante de ato normativo primário (medida provisória) que toca o âmago de nossa Constituição e da Democracia Constitucional por ela pressuposta.
Trata-se, a rigor, de questão umbilicalmente ligada ao direito fundamental à educação (art. 6º; art. 205 e seguintes, CRFB).
Nessa toada, não se pode, desde já, despir-se de um olhar que esteja atento para o futuro que se pretende construir a partir de um robusto debate a ser travado no presente.
Esse debate aflora na pluralismo político, na separação dos Poderes que informa a independência e a harmonia respectiva, bem como no higidez do processo legislativo.
É necessário, assim, ver a educação em uma perspectiva mais ampla, na condição de verdadeiro projeto de sociedade, pois para além de constituir capítulo essencial de nossa ordem social como direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, colaboração democrática que não se pode jamais silenciar.
Nesse sentido, nos estritos limites cognitivos ora postos, emerge correto e salutar
tratar de forma estrutural e perene do Direito Fundamental à Educação
à luz de prévio e Robusto Debate Democrático anterior que lhe seja subjacente.
A Democracia tem o seu Motor no Dissenso.
Não se Coaduna com a Constituição da República
Emudecer o Debate que a Partir Dela se Instaura.
Da Democracia se parte para que à Democracia se retorne e a Democracia se Viva.
Desse modo, e tendo a Dimensão Democrática Acima Delineada,
a partir de Fundamentos Constitucionais, requisitem-se informações,
no prazo comum de 10 (dez) dias, à Presidência da República, ao Congresso Nacional,
por meio de suas duas Casas, bem como à Comissão Mista de Deputados e Senadores
prevista no art. 62, § 9º , CRFB, para examinar a medida provisória objeto da presente ação direta.
Após, colham-se as manifestações do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de 05 (cinco) dias.
Fica a Secretaria da Corte autorizada a proceder às requisições pelos meios mais expeditos, inclusive via fax.
Publique-se.
Brasília, 29 de setembro de 2016.
Ministro Edson Fachin
Relator
Documento assinado digitalmente
Íntegra em:
http://www.stf.jus.br/portal/diarioJustica/verDiarioProcesso.asp?numDj=210&dataPublicacaoDj=&incidente=5061013&codCapitulo=6&numMateria=167&codMateria=2
.
.
FrancoAtirador
.
.
Facebook vai Recorrer de Decisão
sobre Dados do WhatsApp,
na Alemanha Bolivariana
Órgão Regulador Alemão proibiu app de chat [UátizÁpi]
de enviar Dados de Usuários à Rede Social [Feicibuquistão]:
“O fato de que isto esteja acontecendo agora não é apenas um Sinal
de que eles [Facebook e WhatsApp] Enganaram os Usuários e o Público,
como também constitui Infração à Lei de Proteção de Dados Nacional”
http://jupiter.com.br/jupiter/portal/noticia/id/54139
.
O Facebook afirmou nesta terça-feira (28) que vai apelar contra uma Decisão
de Órgão Regulador da Alemanha que determinou que a Empresa [Facebook]
tem que parar de Coletar e Armazenar Dados de Usuários do Aplicativo WhatsApp,
no País, e apagar todas as informações já recebidas.
O Comissariado de Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo
afirmou que o Facebook está infringindo lei de proteção de dados
e que Não Obteve Aprovação Efetiva dos 35 Milhões de Usuários do WhatsApp na Alemanha.
“Depois da compra do WhatsApp pelo Facebook há dois anos, ambos os lados,
publicamente, asseguraram que os dados não seriam compartilhados entre eles”,
disse o Comissário Johannes Caspar, em Comunicado.
O Facebook comprou o WhatsApp por US$ 22 Bilhões em Dinheiro e Ações.
“O fato de que isto esteja acontecendo agora não é apenas um sinal
de que eles enganaram os usuários e o público,
como também constitui infração à lei de proteção de dados nacional”,
disse Caspar.
O Facebook, que tem escritórios em Hamburgo
e por isso está sujeito à jurisdição de Caspar,
afirmou em comunicado que “cumpre
com a legislação de proteção de dados da União Europeia.
Vamos recorrer da decisão e trabalhar
com a autoridade de proteção de dados de Hamburgo
em um esforço para endereçar suas questões
e resolver qualquer preocupação”.
O órgão alemão afirmou que o Facebook e o WhatsApp
são companhias independentes que deveriam processar
os dados dos usuários com base em seus próprios termos
e condições e políticas de privacidade.
A decisão do comissariado de Hamburgo acontece depois de a União Européia
e autoridades dos Estados Unidos afirmarem que vão avaliar as mudanças
nas definições de privacidade divulgadas pelo WhatsApp em agosto.
.
.
Mauricio
Quem sabe o mendoncinha ladrão não chama o porno-ator e o kim Becil para dar alguns conselhos sobre educação? Brasil indo ladeira abaixo….
Isabela
É mesmo um absurdo!!
Estou indignada: continue desnudando esse governo usurpador, Viomundo!!!
RONALD
O iconoclasta Temer, o Breve só sabe destruir tudo: A educação, a previdência, a CLT, a Petrobrás, e o que mais estiver em seu caminho…
Como seu golpe é de curta duração, será um inferno nossa vida enquanto durar. FORA TEMER !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Deixe seu comentário