Noam Chomsky: A verdadeira preocupação dos EUA não é o islã, é a independência
Tempo de leitura: 5 min4/2/2010
por Noam Chomsky, no jornal britânico Guardian
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
“O mundo árabe em chamas”, a rede Al-Jazeera noticiou semana passada, enquanto em toda a região os aliados ocidentais “rapidamente perdem influência”. A onda de choque foi posta em movimento pelo levante dramático na Tunísia, que derrubou ditador apoiado pelo Ocidente, com reverberações sobretudo no Egito, onde manifestantes desafiam a polícia brutal de outro ditador.
Observadores já compararam ao fim do domínio soviético em 1989, mas há diferenças importantes. Diferença crucial, não há Mikhail Gorbachev entre as grandes potências que apoiam ditadores árabes. Em vez disso, Washington e seus aliados mantêm o bem fixado princípio segundo o qual a democracia só interessa quando atende a determinados objetivos estratégicos e econômicos: bem vinda em território inimigo (até certo ponto), mas nunca no quintal dos EUA, por favor, a menos que chegue devidamente domada.
Num ponto, a comparação com 1989 tem alguma validade: na Romenia, onde Washington manteve o apoio a Nicolae Ceausescu, o mais vicioso de todos os ditadores do leste europeu, até que aquele apoio tornou-se insustentável. Então Washington passou a pregar a derrubada daquela ditadura, e o passado foi apagado. Esse é o padrão: Ferdinand Marcos, Jean-Claude Duvalier, Chun Doo-hwan, Suharto e muitos outros gângsteres úteis. Pode estar em andamento, no caso de Hosni Mubarak, além dos esforços de rotina para assegurar que o regime sucessor não tente qualquer passo muito afastado da trilha demarcada e aprovada. A esperança de hoje parece ser o general Suleiman, homem de Mubarak, que acaba de ser nomeado vice-presidente. Suleiman foi chefe dos serviços de segurança por muito tempo; é odiado pelos manifestantes, quase tanto quanto o próprio ditador.
Jornais e programas de comentários (e futricas) não se cansam de repetir que o medo que os radicais islâmicos inspiram justifica (alguma, relutante) oposição à democracia, explicável por motivos de puro pragmatismo. Embora não seja completamente falsa, é formulação que mais desencaminha do que esclarece. A verdadeira ameaça, do ponto de vista dos EUA, sempre foi a independência. EUA e aliados têm apoiado vários radicais islâmicos, às vezes, para evitar a ameaça do nacionalismo secular.
Exemplo conhecido é a Arábia Saudita, centro ideológico e lar natal do Islã radical (e do terrorismo islâmico). Outro exemplo, numa lista longa, é Zia ul-Haq, o mais brutal dos ditadores, paquistanês, e favorito do presidente Reagan, que conduziu programa de islamização radical (com financiamento dos sauditas).
“O argumento tradicional apresentado a todo o mundo árabe é que nada há de errado, tudo perfeitamente sob controle”, diz Marwan Muasher, ex-funcionário do governo da Jordânia e atualmente diretor do Middle East Research for the Carnegie Endowment. “Por essa linha de pensamento, grupos dos dois lados argumentam sempre que os respectivos opositores que exigem reformas exageram os problemas das reais condições em campo”.
Assim sendo, basta deixar de fora a opinião pública. A doutrina é muito ampla e aplica-se a praticamente todo o mundo, assim como ao território nacional dos EUA. Serve para todos. Caso haja agitação social, pode acontecer de ser preciso introduzir alterações táticas, mas sempre com vistas a continuar mantendo pleno controle.
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O vibrante movimento democrático na Tunísia visou diretamente ao “estado policial, de cidadãos sem liberdade de expressão ou de associação, com graves problemas de atentados a direitos humanos”, chefiado por um ditador cuja família era odiada, considerada corrupta e venal. Foi o que disse o embaixador dos EUA Robert Godec, em julho de 2009 – como se lê em telegrama publicado por WikiLeaks.
Por isso, alguns observaram que os documentos publicados por WikiLeaks “criam entre os norte-americanos o sentimento reconfortador de que seus diplomatas não dormem no ponto” –, e fato é que os telegramas vazados servem de apoio tão perfeito para as políticas dos EUA, que parece que o próprio Obama ordenou, em pessoa, os vazamentos (como escreveu Jacob Heilbrunn em The National Interest).
“Os EUA deveriam condecorar Assange”, diz manchete do Financial Times, e Gideon Rachman escreve: “A política exterior dos EUA aparece ali como organismo construído de princípios, inteligente e pragmática (…) a posição pública que os EUA assumiram em cada determinada questão é também, quase sempre, a posição privada”.
Desse ponto de vista, os vazamentos de WikiLeaks poriam abaixo os “teóricos da conspiração” que questionam os nobres motivos que movem as ações e declarações de Washington.
O telegrama assinado por Godec realmente permite essas conclusões – desde que não se leia mais nada, além do próprio telegrama. Se se lê, como diz Stephen Zunes, analista de política exterior de Foreign Policy in Focus, logo se vê que, com a informação que Godec lhe forneceu, Washington logo enviou $12 milhões de dólares em ajuda militar para a Tunísia. De fato, a Tunísia foi uma, dentre cinco beneficiários estrangeiros dessa ajuda militar: Israel (rotina); dois ditadores no Oriente Médio, no Egito e na Jordânia; e a Colômbia (país que ocupa o último lugar no ranking do respeito aos direitos humanos e beneficiário da maior ajuda militar, pelos EUA, no hemisfério).
A prova A de Heilbrunn é o apoio que os árabes dão às políticas dos EUA contra o Irã, revelado nos telegramas publicados por WikiLeaks. Rachman também usa esse exemplo, e praticamente toda a mídia, saudando essas estimulantes descobertas. As reações ilustram o quanto a cultura letrada nos EUA despreza a democracia.
Não se considera, até aí, a opinião das populações, naquelas ditaduras – opinião que, agora, brada nas ruas e todos ouvem. Segundo pesquisas divulgadas pela Brookings Institution em agosto, alguns árabes concordam com Washington e muitos jornalistas e jornais ocidentais, e entendem que o Irã seja ameaça: 10%. Outros consideram os EUA e Israel como ameaça mais grave: 77%, EUA; 88%, Israel.
A opinião dos árabes é tão hostil às políticas de Washington, que uma maioria (57%) entende que a segurança regional estaria mais bem atendida se o Irã tivesse armas atômicas. Mas… “nada de errado, tudo sob controle” (como Muasher apresenta a fantasia-delírio dominante). Os ditadores nos apoiam. As populações sobre as quais se impuseram podem ser ignoradas – a menos que rompam suas cadeias, caso no qual, então, é preciso promover alguns ajustes na política.
Outros vazamentos também parecem confirmar avaliações entusiásticas sobre a nobreza das intenções e atitudes de Washington. Em julho de 2009, Hugo Llorens, embaixador dos EUA em Honduras, informou Washington sobre pesquisa técnica conduzida pela própria embaixada sobre “questões legais e constitucionais que cercaram o afastamento, dia 28 de junho, do presidente Manuel ‘Mel’ Zelaya”.
A embaixada concluiu que “De qualquer modo, sejam quais forem os argumentos que haja contra Zelaya, a remoção do presidente pelos militares foi claramente ilegal e a posse de Micheletti como “presidente interino” foi totalmente ilegítima” [1]. Admirável! Exceto pelo detalhe de o presidente Obama, na contramão de toda a América Latina e Europa, ter apoiado o governo golpista e acobertado todas as atrocidades subsequentes.
O vazamento talvez mais notável, de quantos se leram em WikiLeaks, tem a ver com o Paquistão [2], analisado por Fred Branfman, analista de política externa em Truthdig [3].
Os telegramas revelam que a embaixada dos EUA sabia perfeitamente que a guerra de Washington no Afeganistão e Paquistão não só intensifica um sempre crescente antiamericanismo na região, mas, também “cria o risco de desestabilizar o estado no Paquistão”, o que faz aumentar a ameaça do pesadelo de todos os pesadelos: que armas atômicas caiam em mãos de terroristas islâmicos.
Mais uma vez, são revelações que “criam entre os norte-americanos o sentimento reconfortador de que seus diplomatas não dormem no ponto” (palavras de Heilbrunn [4])… enquanto Washington marcha em passo acelerado rumo ao desastre.
NOTAS
[1] Íntegra do telegrama, em português, em http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/11/29/wikileaks-leia-o-telegrama-do-embaixador-dos-eua-sobre-golpe-em-honduras/.
[2] O telegrama, em inglês, está em http://www.guardian.co.uk/world/us-embassy-cables-documents/226531
[3] O artigo, em inglês, está em http://www.guardian.co.uk/world/us-embassy-cables-documents/226531
[4] Em http://nationalinterest.org/node/4487 (em inglês).
Comentários
Vejam como funciona o regime que Washington sustentou por 30 anos « Arengueiro Natal/RN/Brasil
[…] […]
Lucas Cardoso
Agora Clinton diz que os EUA apoiarão um "governo de transição" comandador por Omar Suleyman, torturador de Mubarak. Dá pra ver que, como sempre, os EUA promovem a democracia pelo mundo a seu modo. Acredito que Washington terá uma surpresa quando o povo egípcio não aceitar essa farsa.
hcoelho
Faltou o curso básico: Como praticar a "indignação seletiva". Case atual: Os ditadores nossos amiguinhos sâo "Presidentes" garantidores de estabilidade contínua de 30 ou 40 anos, os não amigos são ditadores, ainda que eleitos por maioria democrática.
Jorge Leite Pinto
É sempre esclarecedor ler os textos do grande Chomsky.
Obrigado Azenha.
Bonifa
O governo da Velha Ilha diz que a racionalidade no problema multicultural da Grã Bretanha falhou. Agora a irracionalidade está autorizada a atear fogo aos árabes e africanos que vivem na Inglaterra. Grupos de nazistas já invadem as ruas de Londres com cartazes que dizem: "Bombardeiem o Islã". Alguns anti-fascistas arriscam suas vidas a procurar detê-los. E nós que pensávamos que os líderes europeus nunca mais agiriam como Hitler agiu. Adeus, Europa.
ZePovinho
Pegaram um espião israelense no Cairo,no mesmo dia em que explodiram um gasoduto que leva gás para Israel.Por isso,estão dizendo que essa ação visa a justificar uma intervenção dos EUA para garantir a segurança do Estado sionista:
Israeli Spy Arrest in Egypt Points to High Stakes for Washington and Tel Aviv
by Finian Cunningham
An amateur video showing the arrest in Egypt of an alleged spy belonging to the Israeli General Staff Reconnaissance Unit, the Sayeret Matkal, indicates how worried Tel Aviv is by the turmoil engulfing the Mubarak regime and suggests that attempts are underway by outside forces to destabilise the popular revolution.
Meanwhile, sabotage of a major Egyptian-Israeli gas pipeline early this morning (Saturday) by unknown bombers in the Northern Sinai town of El Arish could be the beginning of a campaign to destabilise Egypt and legitimate further foreign intervention in that country – intervention that would advantage US/Israeli attempts to salvage the regime that has so loyally served their interests, but which is now slipping from its control……………………………
[youtube X6lGTj5yYKE http://www.youtube.com/watch?v=X6lGTj5yYKE youtube]
Marco Túlio
kkkkkkkk
Foi por óleo abaixo o embargo ao Irã:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI…
Bene
"Mundo vasto mundo…"
É a política de hollywood, da fantasia e da mentira aplicada…É a cultura dominante…Valie nos Deus em meio a tanta maldade e ignorância…
ZePovinho
E a Colômbia,hein???Bem que podia aproveitar e detonar a oligarcada do poder:
http://resistir.info/colombia/bananas_sangrentas….
"………………….As bananas sangrentas da Banacol
A companhia colombiana de frutos tropicais Banacol comprou todas as plantações de banana da Chiquita Brands Inc. em 2004, enquanto subiam acusações de que a Chiquita estava a financiar o grupo paramilitar AUC (Autodefensas Unidas de Colômbia). Esta compra tornou a Banacol a maior produtora de banana da Colômbia. A Chiquita confessou-se culpada do crime em 2007, "Envolver-se em transacções com um especificamente designado terrorista global", admitindo ter canalizado fundos para a AUC através da sua subsidiária Banadex Inc. (agora Banacol), desde 1997 até 2004, num total de US$1,7 milhão.
Isto tudo teve lugar na mesma região de Urabá, onde se localiza Curvaradó.
Segundo reportagem feita por El Espectador, um jornal colombiano, o gabinete do promotor colombiano descobriu que a Chiquita Brands Inc. adquiriu duas companhias de cobertura para continuar o seu relacionamento com a AUC: a Invesmar, por intermédio da Banacol Inc. e da Olinsa Inc. O Ministério Público tem mesmo o testemunho de um antigo membro da AUC, alegando que a Banacol Inc. pagou ao seu grupo três milhões de pessoas. O Gabinete do Promotor Geral investigou a afirmação através da revisão de registos contabilísticos da Banacol Inc. e descobriu fundos dados a grupos terroristas.
Natalia Springer, de El Tiempo, o mais importante jornal da Colômbia, informou que a Banacol pagou tributos a um esquadrão da morte local para proteger as suas plantações e os seus lucros, colhendo portanto os lucros sangrentos da sua violência paramilitar comprada.
Através de entrevistas com ex-paramilitares e negociantes de bananas, Springer descobriu que no fim de 1997, com alta violência paramilitar por toda a Colômbia, corporações da banana que operavam no país reuniram-se para traçar uma estratégia colectiva para interagir com os poderosos e crescentes esquadrões da morte militares no país. Segundo entrevistas de Springer com o antigo líder da AUC Salvatore Mancuso, "a Chiquita Brands Inc., a Dole, Banacol, Uniban, Proban e Del Monte entraram todas neste acordo. Eles pagavam-nos um centavo por cada caixa de bananas que deixasse o país".
A Banacol e seus aliados paramilitares estão a ser assistidos pelo governo colombiano apoiado pelos EUA para ocupar o território soberano afro-colombiano, arrasar o habitat natural e deslocar pequenos agricultores a fim de produzir e exportar bananas.
Quanto mais a comunidade internacional permitir que corporações multinacionais explorem nossos irmãos e irmãs, e deste modo o nosso ambiente, mais permitiremos que elas explorem todos nós.
Precisamos aplicar uma tremenda pressão internacional sobre a Banacol Inc. através de denúncias públicas e boicote, e sobre o governo colombiano por representantes dos EUA para manter as corporações responsáveis perante a lei colombiana, de modo que estas comunidades ancestrais afro-colombianas não sejam deslocadas e dizimadas outra vez para o lucro da multinacional Banacol Inc."
02/Fevereiro/2011
[*] Trabalhadora católica em Des Moines, Iowa, e activista internacional de direitos humanos. Viajou recentemente à Colômbia, onde já esteve três vez no seu trabalho em prol dos direitos humanos e de investigação antropológica.
ZePovinho
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011…
iFHC dá calote pela 4ª vez no Ministério da Cultura. Valor envolve R$ 5,7 milhões.
Clique nas imagens para ampliar
O Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) está inadimplente, ou seja, em situação de calote, junto ao Ministério da Cultura, novamente.
A ONG do ex-presidente tucano tinha a obrigação assumida de acabar o projeto de digitalização do acervo do ex-presidente, com dinheiro público (PRONAC n. 045808) que se arrasta há 6 anos, e entregar a prestação de contas até 31/01/2011.
Mas não cumpriu o prazo pela quarta vez, apesar de ter captado a verba necessária, de R$ 5,7 milhões, através do abatimento no imposto de renda das empresas (Lei Rouanet), inclusive da SABESP do governo demo-tucano de São Paulo, e da Cutrale Citrosuco, envolvida com disputa de terras públicas com a União e com o MST.
O primeiro calote foi em 2006, demandando a prorrogação do prazo de 2006 para 2007.
O segundo calote foi em 2007, com a segunda prorrogação para 31/12/2009.
O terceiro calote foi em 2009, com a terceira prorrogação para 31/01/2011.
E nada do serviço ficar pronto, passados 6 anos.
O caso já desperta preocupação com o possível sumiço do dinheiro. A persistir o calote, é imprescindível uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) e o acompanhamento do Ministério Público Federal, afinal são R$ 5,7 milhões subtraídos do Tesouro Nacional.
Acervo oculta vídeo do vexame de FHC em Florença, quando tomou um sermão de Bill Clinton.
O acervo do iFHC não disponibilizou na internet o vídeo do vexame de FHC em Florença, ao levar um sermão de Bill Clinton, apesar do vídeo cobrir um evento oficial da Presidência da República em 1999.
Nosso blog precisou requisitar em arquivos internacionais, para disponibilizar ao público o resgate histórico, para que vexames como este não se repitam.
Ministério da Cultura não deveria ter aprovado segundo projeto do iFHC
Nossos protestos contra a aprovação de um segundo projeto (PRONAC 091546): "Tratamento técnico e difusão dos acervos Presidente Fernando Henrique Cardoso e Antropóloga Ruth Cardoso", no valor de R$ 6,58 milhões.
O segundo projeto é para fazer coisa muito semelhante ao primeiro (a diferença aparente é que incluiu o acervo de Ruth Cardoso no meio).
Se nem o primeiro projeto foi concluído, se arrastando por 6 anos, e ainda apresenta calotes na prestação de contas, pela quarta vez, não deveriam ter aprovado um novo, e ainda de valor mais alto.
ZePovinho
Tem 473 páginas."CURSO BÁSICO DE JORNALISMO MANIPULATIVO,TERCEIRA EDIÇÃO ATUALIZADA":
http://cbjm.files.wordpress.com/2010/11/curso-bas…
http://cbjm.files.wordpress.com/2010/11/curso-bc3…
ZePovinho
O blog Curso Básico de Jornalismo Manipulativo psicanalisa o PIG,que sofre de esquizofrenia ideológica neoliberal.Segundo o ZePovinho,nem com amplictil resolve.
http://cbjm.wordpress.com/2011/01/20/o-pig-e-uma-…
http://cbjm.wordpress.com/2011/02/05/o-pig-e-uma-…
ZePovinho
O Curso Básico de Jornalismo Manipulativo,blog muito bom,informa seus cursos para 2011:
http://cbjm.wordpress.com/
CURSOS EXTRAS DE 2001
. “A Técnica da Coluna Histérica”, com sua criadora, Eliane Catanhêde. Bônus: protetores de ouvido.
. “Como Defender Golpes de Estado”, com Arnaldo Jabor e Alexandre Garcia. Inscrições somente por convite pessoal.
. “Como Criar CPIs do Fim do Mundo”, com Ali Kamel. Inscrições restritas a editores.
. “Como Fazer Oposição com as Redes Sociais”, com Marcelo Tas. Inscrições restritas à Juventude do DEM.
. “Como Editar Imagens Comprometedoras – O Case Dilma e as Enchentes”, na sede do Projac.
. “A Técnica do Jornalismozinho”, com Josias de Souza, seu criador. Muitas ironiazinhas e piadinhas nas aulas.
. “Como Editorializar as Manchetes”, na sede de “O Globo”. Exemplos de 5 décadas de atuação.
. “A Técnica das Previsões Catastróficas”, com Miriam Leitão. Bônus: caixa de antidepressivo.
. “Como Criar um Mar de Lama Nas Ondas da Web”, com Soninha Francine. Inscrições anônimas.
. “Como Fabricar Especialistas Midiáticos”, com a turma da CBN. Patrocínio: Instituto Millenium.
. “A Política do Seu Mestre Mandou”, com as ex-Meninas do Jô. Bônus: decodificador de falas simultâneas.
. “Como Captar Dinheiro do Meio Ambiente”, com o CEO da Fundação Roberto Marinho.
. “O Marketing Social nas Calamidades”, com Luciano Huck. Patrocínio: Peixe Urbano.
. “Tornando-se um Especialista em 7 Dias”, com Eliane Catanhêde. Análise de caso: Os Caças da FAB.
. “Como Criar Capas Caluniosas”, com a equipe da “Veja”. Bônus: 150% de desconto na assinatura anual da revista.
. “Por que Fracassamos no Governo Lula”, com a turma do Instituto Millenium. Preço: 1.000 reais.
. “Defendendo-se dos Ataques da Blogosfera”, com a ombudsman da “Folha”. Vale certificado de isenção jornalística.
* * *
PALESTRAS
. Aula magna no auditório Roberto Marinho: “Como Escrever Artigos Rancorosos”, com FHC.
. “O PIG é uma fantasia”, com o humorista Lúcio Flávio Pinto. Inúmeros exemplos de nossa não-existência.
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LEIS DO CBJM
. Lei Maria Rita Kehl: Ou você é um dos nossos, ou não é. Infiltrado, só no “outro lado”.
. Lei Luiz Carlos Prates: Puxe o saco do patrão, mas não tanto a ponto de arrancá-lo. Há consequências.
. Lei Diogo Mainardi: Você só chegou ao topo porque nós quisemos; vale o mesmo para a sua queda.
. Lei Ali Kamel: Fazer jornalismo é testar hipóteses. Final oculto:… contra o nosso inimigo.
. Lei da Veja: Contra um inimigo, vale tudo e mais um pouquinho. Tire a moral da reta.
. Lei Boris Casoy: Perdoamos a maior barbaridade na medida da utilidade de quem a enunciou.
. Lei Soninha Francine: Sua imagem pode ir a 0, mas sua conta bancária irá a 1000.
. Lei Lucia Hippolito: Se o telefone está piscando, não fale: o “outro lado” não perdoa nossos erros.
. Lei Reinaldo Azevedo: No post, você é um só; na caixa de comentários, pode ser muitos.
. Lei da Satiagraha: O limite de seus valores é o interesse financeiro dos seus patrões.
. Lei Guilherme Fiuza: Ser um nada no PIG também é sexy (uma socialite que o diga).
. Lei Demétrio Magnoli: Ex-esquerdistas desestimulam defecções, por sua imagem de bajuladores da direita.
. Lei Miriam Leitão: A notícia mais positiva esconde a semente de sua própria destruição.
. Lei Ricardo Noblat: Entrar para o PIG pode ser um programa lucrativo.
. Lei José Nêumanne: O PIG deixa cantar de galo, mesmo que você seja um pinto.
. Lei William Bonner: Trate nosso consumidor como um Homer, e ele lhe dará uma surra homérica.
. Lei Cristiana Lôbo: Fiel é aquele que revela seu verdadeiro lado até em atos falhos (ou falas falhas).
. Lei Marina Silva: Vale fingir que você é contra nós, desde que seja inimigo do nosso inimigo.
. Lei Ali Kamel: Uma bolinha de papel pode gerar uma avalanche de críticas.
. Lei do Crucifixo da Dilma: Nosso inimigo merece apanhar pelo que fez e pelo que não fez.
* * *
LEMBRETE
. Lembrete aos alunos do CBJM: Já fizeram sua manipulaçãozinha hoje?
Roberto Locatelli
As ditaduras amigas dos EUA aplicam em seus países a receitinha do FMI: privataria, desregulamentação do capital financeiro, redução de impostos para os muito ricos e estímulo ao desemprego, para forçar o achatamento salarial.
Deu no que deu: levante popular. O Oriente Médio nunca mais será o mesmo.
É muito esclarecedor ver o efeito da Revolução nos governos da Ásia, Oriente Médio e África. A China, por exemplo, bloqueou no twitter local a busca pela palavra "Egito". O rei do Marrocos foi embora do país para passar uma temporada em seu castelo na França (Trèz chic!!). A Árabia Saudita trocou seus ministros repentinamente. Ai que meda do povo…
Já estou sonhando como uma forte aliança entre os governos progressistas da América Latina e os novos governos do Oriente Médio que emergirão dessa revolta.
Marat
Tem que derrubar logo todos os fantoches que são pagos pelos EEUU para govrernar com mão de ferro aqueles países. Também o povo árabe poderia boicotar produtos dos EEUU e Inglaterra!
Luisk
A especialista em caças franceses (e. cantanhede) deve ter falado, na última semana, umas cem vezes sobre o Mubarak, seja como beletrista ou comentarista na "Grobo". Se algum(a) estudante de comunicação que uma dica para o seu TCC, que faça uma pesquisa sobre a pronúncia ou escrita do nome Mubarak, por ela, no ano de 2010. Não confundam. Se fosse o Chaves, o Fidel ou outro inimigo dos EUA, aí não vale.
Amereno
Viomundo está cada dia melhor, é o meu site de cabeceira.
Parabéns
Paulo Marcel
No mundo árabe, quem não está sob as asas dos Estados Unidos é terrorista ou ditador fundamentalista.
Os EUA estão prestes a perder um de seus maiores aliados no oriente médio, justamente, para adquirir independência, se libertar da ditadura de 30 anos. Mas isto não interessa à Washington. O que eles temem é a perda do porto segura. http://todeolhomalandragem.blogspot.com
Pepe Escobar e Noam Chomsky: os interesses dos EUA no Egito « Opinião Divergente
[…] Noam Chomsky: A verdadeira preocupação dos EUA não é o islã, é a independência | Viomundo …. […]
SILOÉ
A máscara do imperialismo americano, caiu também no Oriente médio. Fica cada vez mais difícil exercer o domínio ou influência sobre os povos Árabes e Egípcios, à favor de Israel. Só eles ainda não viram que o rei está nú, e que as negociações não poderão mais ser de conchavos, senão, afundaram cada vez mais, neste mar de desmoralização.
Ligeovanio
Chomsky.. sempre lúcido em um país de lunáticos.
Marcelo Fraga
E o castelo de cartas vai ao chão, lenta e seguramente. Sem mais.
JoséIvanAquino
Azenha,
Quando as férias do Metalúrgico da Esperança acabarem, logo depois da visita ao Senegal onde será figura de destaque nas soluções para a África Subsaariana, virá um tempo do exercício de governo paralelo mundial – uma ONU em trânsito. Um EUA do bem. Nosso ex-presidente – se nomeado para a função do diálogo da paz – na mesma proporção de Jimi Carter, poderá exercer – com extrema propriedade e aceitação entre os povos árabe e muçulmano – a busca da paz com progresso e afirmação do Brasil no mundo.
José Ivan Mayer de Aquino
Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida
Revolução Árabe: estadunidenses e europeus temem é a ideia que vendem | ESTADO ANARQUISTA
[…] por Noam Chomsky, no jornal britânico Guardian, traduzido pelo Coletivo Vila Vudu para o Viomundo […]
Andrea Masseratti
Essa onda de rebeliões, devidamente orquestrada, tem como objetivo inspirar e legitimar movimentos étnico-religiosos capazes de minar a aparente, embora secularmente artificial, unidade CHINESA, único real perigo ao domínio yankee e ao seu padrão monetário global.
Mundo árabe pode ser um problema para o estado de Israel, mas para os USA é pouco mais que nada. Petróleo tem no mundo inteiro, da Noruega oa México, do Brasil à Rússia. O Iraque só foi invadido porque Saddam começou vender petróleo cotado no Euro.
No mais, papo de polianas de visão curta, que se posicionam asininamente como inocentes úteis.
Dos romanos, não copiaram apenas a arquitetura os gringos.
Chao, bambini.
Rafael
O petróleo não deve ter importância nenhuma. Mas então como manter controle sobre o mundo sem dominar a produção da principal fonte de energia? Como fazer guerra sem ter o controle do petróleo?
Então os eua invadiram o Iraque somente por que Saddam vendia petróleo a euro? Todo o gasto da guerra só por isso? Então não é por que o Iraque tem uma reserva de 80 bilhões de barris de petróleo e que após invasão as leis que regem a exploração de petróleo no Iraque foram todas favoráveis às empresas países envolvidos diretamente na guerra como BP, Halliburton, Exxonmobil
Mas não adianta dizer que tem petróleo do Brasil a Noruega porque isso qualquer um sabe. Agora você acha que é a mesma coisa explorar petróleo no Iraque e Arábia Saudita do que no Brasil ou Noruega?
A questão é muito mais complexa do que você imagina e não é com uma visão curta que se entende a questão.
Bonifa
Os gringos não são uma repetição de Roma, mas de Cartago. Uma superpotência fenícia. A tese do Andrea não tem fundamento. Petróleo não tem em toda parte. O problema fundamental americano, espante-se quer quiser, não é essencialmente pragmático, mas de pragmatismo devotado ao fundamentalismo religioso. E os EUA não estão com esta bola toda para brincarem de marionetes com nações como Israel e Egito, visando destruir a China.
Leider_Lincoln
Aonde você viu "orquestração" cidadão? Qual o seu problema? Árabes não podem pensar e agir não? Só se forem "orquestrados"? Faça-nos o favor! Não houve nada orquestrado, houve foi uma gota d'água a partir da qual os árabes resolveram "ir para o pau" contra as autocracias financiadas pelos Estados Unidos e seus capachos europeus, não pelos chineses.
E acredite, "pouco mais que nada" é de uma ingenuidade gritante. Que4m vai vender petróleo para os EUA? A Rússia? O Irã? A Venezuela? Qual deles é mais amigo dos EUA, cidadão? E quanto petróleo você acha que a Noruega e o México têm? Fazia tempo que eu não via tanta besteira reunida num único texto.
E esse seu "italiano" na despedida só veio demonstrar o que seu texto deixa patente: é muita pretensão para pouquíssimo conhecimento.
Ricardo_Alves
orquestrada, voce teve ter entrado no blog errado, este tipo de conversa e la no pig e cia, a turma de ca ja esta vacinada com este tipo de negocio, conseguimos ver alem da ponta do nariz,
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O_Brasileiro
Isso parece um relato de "como agir errado, mesmo tendo a informação correta".
A História mostra que apoiar corruptos não é a melhor estratégia a médio e longo prazos.
E os países ocidentais que patrocinaram os ditadores deviam estar preparados o futuro!
monge scéptico
NOAM, DESCOBRISTES A PÓLVORA!. MEU TÁ TÁ TÁ TÁ TÁRAVÔ, JÁ SABIA DISSO.
daniel
Nunca li um artigo do seu tá tá tá tá táravô. Onde eu acho?
erivaldoferreira
Os Estados Unidos sempre fizeram vista grossa para violações de direitos humanos no mundo árabe. Hoje, porem novos ares da democracia, no mundo árabe colocam em cheque essa política que sempre encontrou apoio nos editoriais dos jornaloes brasileiro. Uma prova disso é que a nossa imprensa tupiniquim nunca se mostrou contraria a regimes antidemocráticos do governo ditatorial de Hosni Mubarak. Enfim, mais uma vez Noam Chomsky da uma aula de democracia.
francisco p. neto
Washington não conseguirá eternamente tentar controlar o mundo.
E muito menos agora que começa a vazar água pelo ladrão.
Tem que ir com calma com o Paquistão para que armas nucleares não caia nas mãos de terroristas.
E quanto ao Irã é somente uma questão de tempo para este desenvolver a sua bomba atômica.
O que será muito bom para um mundo mais justo.
É um mal necessário.
E o Brasil não ficará atrás também.
Curiosamente a primeira visita internacional da presidenta Dilma foi para a Argentina.
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