Repórteres da Agência Brasil são detidos no Egito: “Achei que seríamos fuzilados”
Tempo de leitura: 2 minpor Renata Giraldi, da Agência Brasil
Em Brasília
Enviados para o Egito para a cobertura da crise política no país, o repórter Corban Costa, da Rádio Nacional, e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram detidos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos. Desde ontem (2) à noite até esta manhã, Corban e Gilvan ficaram sem água, presos em uma sala sem janelas e com apenas duas cadeiras e uma mesa, em uma delegacia do Cairo.
“É uma sensação horrível. Não se sabe o que vai acontecer. Em um primeiro momento, achei que seríamos fuzilados porque nos colocaram de frente para um paredão, mas, graças a Deus, isso não aconteceu”, afirmou Corban, que volta amanhã (4) com Gilvan para o Brasil.
Para serem liberados, os repórteres foram obrigados a assinar um depoimento em árabe, no qual, segundo a tradução do policial, ambos confirmavam a disposição de deixar imediatamente o Egito rumo ao Brasil. “Tivemos que confiar no que ele [o policial] dizia e assinar o documento”, contou Corban.
No caminho da delegacia para o aeroporto do Cairo, Corban disse ter observado a tensão nas ruas e a movimentação intensa de manifestantes e veículos militares nos principais locais da cidade. Segundo ele, todos os automóveis são parados em fiscalizações policiais e os documentos dos passageiros, revistados. Os estrangeiros são obrigados a prestar esclarecimentos. De acordo com o repórter, o taxista sugeriu que ele omitisse a informação de que era jornalista.
Há dez dias, o Egito vive momentos de tensão em decorrência de onda de protestos contra a permanência de Hosni Mubarak na presidência do país. A situação se agravou ontem, depois que manifestantes pró e contra o governo se enfrentaram nas ruas das principais cidades egípcias.
De acordo com as Nações Unidas, até agora, mais de 300 pessoas morreram nos confrontos e cerca de 3 mil ficaram feridas.
Comentários
FrancoAtirador
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Brasil vai fazer protesto formal contra governo de Mubarak
O governo brasileiro prepara, via Embaixada do Brasil no Egito, uma nota de protesto contra o governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Na diplomacia internacional, o documento tem o valor de uma queixa formal. Nele, o embaixador do Brasil no Cairo, Cesário Melantonio Neto, vai reclamar do impedimento de um diplomata de dar assistência a brasileiros, em um hotel, e de agressões sofridas por jornalistas brasileiros no país.
O secretário-geral para Comunidades de Brasileiros no Exterior no Itamaraty, embaixador Eduardo Gradilone, disse que a nota de protesto vai mencionar que as ações, cometidas por autoridades policiais no Egito, contrariam os acordos internacionais de assistência e apoio a estrangeiros fora de seus países.
Agência Brasil
04/02/2011
FrancoAtirador
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Eu fico refletindo:
SE ISSO TUDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO EGITO
ESTIVESSE ACONTECENDO NO IRÃ,
QUAL SERIA A REAÇÃO DA "COMUNIDADE INTERNACIONAL?"
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Em relação aos jornalistas brasileiros o Itamaraty publicou uma notinha de canto de página.
Creio que está na hora do Brasil se posicionar oficialmente e veementemente pelo AFASTAMENTO IMEDIATO do "DITADOR" EGÍPCIO (que a generosa mídia ocidental trata como "presidente").
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IV Avatar
O dromedário MuBarak está imitando o goriletti Micheletti
Inclusive diz que convocará "eleições livres"
Como eleições livres sem liberdade nenhuma
Ah sim, para eleger o fantoche egipicio, tal como ocorreu em Honduras
Luiz Fortaleza
os USA apoiam ditaduras árabes né… esta eu vou guardar qdo falarem da Venezuels
edv
É o que ia comentar. Cadê a "indignação" da mírdia ?!
Jairo_Beraldo
Embaixada da República Árabe do Egito
Av. das Nações lote 12
Brasília – DF
Telefone – (61) 3323-8800
FAX – (61) 3323-1039
e-mail: [email protected]
Vera Silva
Este e-mail é furado. A TBA não existe como provedor há muito. As embaixadas costumam não atualizar os dados.
Jairo_Beraldo
Então em vez de criticar, busque o atualizado.
Bonifa
Há quem diga que Mubarak está lendo o que lhe dão para ler e fazendo o que lhe mandam fazer. Continua lá apenas simbolicamente, já que sua queda seria a queda simbólica de todo o regime. Talvez, pelo visto, tenha razão os que acham que Israel esteja diretamente no comando da nação egípcia. Isto não parece longe da verdade, desde que a figura que foi investida às pressas de autoridade semi-presidencial e que agora está na chefia é um homem de Israel, como foi sobejamente esclarecido pela imprensa. Se for verdade que Israel está no comando, embalde todos corram a Israel para chama-lo à razão, o mundo pode se preparar para a possibilidade de que, antes de transformar-se em democracia, o Egito venha a naufragar em terrível auto-destruição.
ratusnatus
Resumindo, perderam a revolução porque não tiveram jogo de cintura. rsrsrs
edu marcondes
Sinto falta da grita das associações de jornais em protesto com o ocorrido com estes e outros jornalistas (inclusive do Estadão – "sob censura há —- dias"), no Egito.
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