Robert Fisk: Os falsos democratas, em polvorosa

Tempo de leitura: 3 min

Robert Fisk:

Uma nova verdade raia sobre o mundo árabe

26/1/2011, The Independent, UK

Os “documentos da Palestina” são tão demolidores quanto a Declaração de Balfour.

[Para saber que raio é isso, clique aqui]

A ‘Autoridade’ Palestina – e as aspas são indispensáveis – estava e está pronta a ceder o “direito de retorno” de talvez sete milhões de refugiados ao que hoje é Israel, em troca de um “estado” ao qual corresponderá apenas 10% (se tanto) do território do Mandato britânico na Palestina.

E, à medida que são revelados esses documentos terríveis, o povo egípcio começa a exigir o fim do regime do presidente Mubarak, e os libaneses indicam um primeiro-ministro que servirá ao Hezbollah. Poucas vezes o mundo árabe viu coisa semelhante.

Para começar pelos Documentos da Palestina, é evidente que os representantes do povo palestino estavam prontos para destruir qualquer esperança que os refugiados tivessem de algum dia voltar para casa.

Será – e é – ultraje para os palestinos saber que seus representantes lhes deram as costas. Não há modo pelo qual, à luz dos Documentos da Palestina, os palestinos ainda crerem que algum dia recuperarão direitos seus.

Já viram, em vídeo e por escrito, que jamais voltarão. Mas em todo o mundo árabe – o que não significa mundo muçulmano – há hoje uma compreensão da verdade que jamais por ali se viu antes.

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Já não é possível, para o povo do mundo árabe, mentir uns aos outros. Acabou-se o tempo das mentiras. As palavras daqueles líderes – que desgraçadamente são também nossas palavras – esgotaram-se. E nós as levamos até esse fracasso. Nós mentimos a eles todas essas mentiras. E nunca mais conseguiremos recriá-las.

No Egito, nós britânicos amamos a democracia. Incentivamos a democracia no Egito – até que os egípcios decidiram que queriam por fim à monarquia. Então os metemos na prisão. Queríamos mais democracia. Sempre a mesma velha história. Assim como quisemos que os palestinos gozassem de democracia, desde que votassem ‘certo’, nos candidatos ‘certos’, quisemos que os egípcios apreciassem nossa vida democrática. Agora, no Líbano, parece que nossa democracia será substituída pela democracia libanesa. E não gostamos dela.

Queremos que os libaneses, é claro, apóiem o pessoal que nós apoiamos, os muçulmanos sunitas que apoiavam Rafiq Hariri, cujo assassinato – cremos, com razão – foi orquestrado pelos sírios. E agora enfrentamos, nas ruas de Beirute, queima de carros e violência contra o governo.

Mas… Em que direção estamos andando? Será, talvez, na direção de deixar que o mundo árabe escolha seus próprios líderes? Veremos talvez um novo mundo árabe não controlado pelo ocidente? Quando a Tunísia fez saber ao mundo que estava livre, Mrs. Hillary Clinton não abriu a boca. Foi o presidente do Irã, o doido, o primeiro a dizer que muito o alegrava ver a Tunísia liberta. Por quê?

No Egito, o futuro de Hosni Mubarak parece ainda mais perturbador. Bem pode acontecer de seu filho ser escolhido para sucedê-lo. Mas só há um califado no mundo muçulmano, e é a Síria. Os egípcios não querem o filho de Hosni. Não passa de empresário peso leve, que nada garante que consiga (sequer que tente), resgatar o Egito de sua própria corrupção.

O chefe da segurança de Hosni Mubarak, um certo Suleiman – hoje, muito doente – dificilmente poderá substituí-lo.

Por toda parte, em todo o Oriente Médio, estamos à espera de assistir à queda dos amigos dos EUA. No Egito, Mubarak deve estar decidindo para onde fugirá. No Líbano, os amigos dos EUA estão em colapso. É o fim do mundo dos Democratas no Oriente Médio árabe. Ninguém sabe o que acontecerá depois. Só a história, talvez, conheça as respostas.

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Comentários

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Pitagoras

Risível, no mínimo, o papel desempenhado pelas "potências ocidentais", capitaneadas por Tio Sam, "democracias" que apoiaram financeira, militarmente todos essas ditaduras amigas por tanto tempo. A mídia, sócia desses "scum bags", nunca imprimiu uma frase contextualizando a situação mantida à custa de muito ouro no oriente médio.
Agora que a coisa explodiu, parecem baratas tontas tentando capitalizar para manter tudo na mesma.

Tem mesmo é que virar tudo estado islâmico, pois os muçulmanos são os únicos que levam a sua Bíblia, o Alcorão, à sério. O resto é tudo hipócrita, faturando na desgraça alheia.

Parece que os árabes acordaram, um pouco tardiamente.

Marco Túlio

Egito: internet é interrompida após ameaça de novos protestos:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI…

A coisa tá pegando por lá.

lima

Aos governantes desses países, espero que o povo dê o mesmo destino que os reis de França tiveram quando a Revolução estourou.

    Pitagoras

    Eu também. Mas o vai realmente ocorrer, lá como cá, é que vão curtir as fortunas surrupiadas do povo em alguma "villa" na Europa.

ZePovinho

Digite o texto aqui![youtube 8UuZCdxRo2E http://www.youtube.com/watch?v=8UuZCdxRo2E youtube]

ZePovinho

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

………At the Arab economic summit shortly following the ousting of Ben Ali in Tunisia, who was for the first time absent from the meetings, the Tunisian uprising hung heavy in the air. Arab League leader Amr Moussa said in his opening remarks at the summit, “The Tunisian revolution is not far from us,” and that, “the Arab citizen entered an unprecedented state of anger and frustration,” noting that "the Arab soul is broken by poverty, unemployment and general recession.” The significance of this ‘threat’ to the Arab leaders cannot be understated. Out of roughly 352 million Arabs, 190 million are under the age of 24, with nearly three-quarters of them unemployed. Often, “the education these young people receive doesn't do them any good because there are no jobs in the fields they trained for.”[18]

ZePovinho

O líder da Liga Árabe disse que(dos 352 milhões de árabes nessa liga) 190 milhões de árabes estão abaixo da idade de 24 anos.São esses que sofrem com o desemprego,devido à políticas que privilegiam as empresas e não às pessoas(a Tunísia tem 1200 empresas francesas).
O governo do Brasil pode extrair uma lição dessas revoluções.Olhar para a minoria que se apropria de 200 bilhões, por ano, de juros e usar uma parte desse dinheiro para gerar empregos com salários melhores.
NADA DE CONTINGENCIAR VERBAS DO PAC.É ISSO AÍ,DILMA!!!!!!!!!!!!!

ZePovinho

E o aspecto da internet nessas mobilizações?????????

Are We Witnessing the Start of a Global Revolution?
North Africa and the Global Political Awakening, Part 1

by Andrew Gavin Marshall
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

"……………..Social media and the Internet did play a large part in mobilizing people within Tunisia for the uprising, but it was ultimately the result of direct protests and action which led to the resignation of Ben Ali. Thus, referring to Tunisia as a “Twitter Revolution” is disingenuous.

Twitter, WikiLeaks, Facebook, Youtube, forums and blogs did have a part to play. They reflect the ability “to collectively transform the Arab information environment and shatter the ability of authoritarian regimes to control the flow of information, images, ideas and opinions.”[5] It should be noted in this regard, that the US based foundation Freedom House was involved in promoting and training some Middle East North Africa Facebook and Twitter bloggers (See also Freedom House). Of course, Freedom House training roughly a dozen bloggers does not imply that therefore the United States was directing the use of social media, but presents evidence for the interest of the United States in attempting to influence the social media in the region and training Middle East bloggers.

We must also keep in mind that social media has not only become an important source of mobilization of activism and information at the grassroots level, but it has also become an effective means for governments and various power structures to seek to manipulate the flow of information. This was evident in the 2009 protests in Iran, where social media became an important avenue through which the Western nations were able to advance their strategy of supporting the so-called 'Green Revolution' in destabilizing the Iranian government. Thus, social media has presented a new form of power, neither black nor white, in which it can be used to either advance the process of the 'Awakening' or control its direction".

Lucas Cardoso

Mas nem tudo é tristeza. Primeiro a Tunísia, e agora parece que está se espalhando pro Egito e pro Iêmen. Uma onda de democracia está invadindo o Oriente Médio (alguém duvida que o Wikileaks contribuiu pra isso?). E como toda verdadeira democracia, essa onda partiu das massas, não como a farsa da Autoridade Palestina.

Parece que estamos presenciando o começo do fim das autocracias pró-Ocidente no mundo árabe. Eles estão finalmente se libertando do neocolonialismo.

Alexandre

Impressionado com o ótimo nível dos comentários. Aprendi muito com eles. Parabéns!

Uma nova verdade raia sobre o mundo árabe | ESTADO ANARQUISTA

[…] Robert Fisk, do The Independent, pelo Viomundo […]

augusto

Depois que o Egito de Sadat fez uma paz separada com o estado de Israel, o principal potencial adversario na area estava neutralizado. Talvez para neutralizar ainda mais… era noticia ate no mundo mineral (com licença,mino!) que os netos do faraó recebiam algo como USD 5 bi anuais a fundo perdido das mãos do império , mas enfim.
Mubarak está ai firme e forte. E consta que no Sinai recuperado o glorioso papel dele ha alguns anos tem sido fechar a PORTA sul do mega campo de concentraçao chamado faixa de Gaza. De forma que os presos nao fujam para o cairo. nem pra lugar nenhum. Funçao que o faraó vem cumprindo com louvor.

augusto

Paredes, tu estas trabalhando em excesso com hipoteses que valeriam em10 anos: os dois vao se alinhar ou vao conflitar na arena mundial? Isso depende de muita variavel por ai… Podem muito bem guerrear um contra o outro. NO momento o chines nao quer isso e quer uma especie de divisao de poder. Mas tem limite para eles nesse jogo.__ Por isso as conclusoes que dás para a conduta brasileira são prematuras e a perigo de erro de calculo.__

NELSON NISENBAUM

O cálculo do território feito no primeiro parágrafo deve ser revisto, pois o mandato britânico incluía o Sinai, hoje pertencente ao Egito. O Sinai é quase o dobro ou mais da "palestina" atual. Outro problema relacionado ao retorno, é que os refugiados de 48 multiplicaram-se 4 ou 6 vezes, algo próximo disso. Os descendentes tem direito ao "retorno" a um lugar onde nunca estiveram? E os judeus expulsos e expropriados (centenas de milhares) do Egito, Yemen, Omã, Jordânia, entre outros, em 1948? A questão é complexa. Os palestinos refugiaram-se por questão de guerra. Os judeus dos outros países não estavam em guerra (como não estavam na Europa na 2a GG). Há muitas "assimetrias" nessa história.

Marcos

Incrível também é que Israel tenha recusado mesmo essa proposta humilhante.

ed.lima

O mundo Oriental,é um grande LARANJAL AMERICANO.Chegou a hora da PODA.

Joaquim Aragão

Estariamos re-assistindo a vitória de Saladim? Por décadas, os cristãos se impuserem na Palestina por meio de grandes atrocidades. Enquanto isso, os árabes, como todo povo beduíno que ainda são, brigavam entre si, alguns até fazendo negociatas com o inimigo cristão. Mas depois dessas décadas, o castigo veio, e os cristãos foram expulsos.
Terá sido o sionismo um novo episódio de cruzadas, e Herzl, seu Papa Urbano VI? A seguir, cenas do próximo capitulo…. (Só para complementar: eu sou grande admirador dos judeus, só que até mesmo o povo mais maravilhoso pode se meter algum dia em uma fria…)

Substantivo Plural » Blog Archive » Uma nova verdade raia sobre o mundo árabe

[…] aqui […]

Marat

O ditador egípcio é amado pelo Ocidente e pelo PIG. O ditador travestido de Rei na Arábia Saudita, idem… Os termos "ditador", "terrorista" etc., são empregados apenas para os árabes que não seguem a cartilha estadunidense… Lamentável vivermos no século XXI com uma mentalidade do século XIX…

João

O que o ocidente ainda não entendeu é que a democracia é um valor do ocidente!
Deixemos os árabes resolverem seus conflitos, e chegarão a um acordo interno (cada país) sobre qual é a melhor forma de governo que podem ter.
O Iraque, por exemplo, que já foi a Mesopotâmia, tem uma tradição religiosa e tribal. Os religiosos, e os chefes de cada tribo é que tem que ser ouvidos. Depois de um acordo entre eles, pode até ser que se tenham eleições livres. Antes não!
O melhor que temos (nós do ocidente) é não querer romper a soberania interna que cada país/nação tem.

    Eduardo Alencar

    A Índia, a Indonésia, a Malásia, as Filipinas, a Coréia do Sul, o Japão são todos países democráticos. Pelo que eu saiba, eles não ficam no Ocidente…

    Quatro exemplos de democracias de maioria muçulmana: Turquia, Bangladesh, Malásia e Indonésia.

    João

    Eduardo, caso você preste atenção no que escrevi verá que não disse que a democracia só pode existir no ocidente.
    Disse, sim, que cada país tem a sua soberania para decidir o que querem. Citei o exemplo do Iraque (o Vietnã seco dos EUA) onde a tradição tribal/étnica/religiosa é muito grande. Disse que, no caso do Iraque, tem que serem escutados os líderes dessas facções étnicas (curdos, por exemplo) e religiosas (sunitas e xiitas, por exemplo), e que após um acordo (leia-se cessar a guerra interna) pode até haver eleições livres por la.
    Em resumo: o que quis dizer é que o ocidente não pode "enfiar goela abaixo" de países com uma cultura milenar um valor que é do ocidente.
    Somente para ilustrar: Tocqueville, em a Democracia na América, considerou a democracia americana como a melhor forma de governo.
    Já Aristóteles e Platão consideravam a democracia como uma forma degenerada de governo (teoria das seis formas de governo, três boas e as três degenaradas, oriundas destas três boas).
    Enfim, caro Eduardo, sugiro que você leia mais sobre o oriente. Recomendo, particularmente, o intelectual Edward Said (Palestino, já falecido), que fala da "invenção do oriente" como algo "ruim", "negativo", "pior que o ocidente". Said demonstra como o conceito de oriente "negativo" foi construído.
    Fico por aqui.
    João

    Eduardo Alencar

    Pois eu acho que dizer que "a democracia é um valor ocidental" contribui para perpetuar essa construção ideológica do "oriente como algo ruim". A democracia não é um valor ocidental. O nazismo surgiu foi no Ocidente, não no Oriente. E se voltarmos 40 anos no tempo, para 1971, naquele ano a "democrática" Europa Ocidental tinha 3 ditaduras: Portugal, Espanha e Grécia. Enquanto isso, no Oriente, no mesmo ano, havia democracia na Índia e no Japão.

    João

    Eduardo, a democracia, pelos estudos que realizei, foi iniciada em Atenas, na Grécia Antiga. Logicamente que era uma democracia das elites (só votava quem era homem, nascido em Atenas, e proprietário – mulheres, estrangeiros e escravos não votavam).
    Quanto ao Japão, caso você não saiba, até a segunda guerra mundial o Imperador Japonês era considerado um "Deus vivo" (assista ao filme "O último samurai), e a maior punição que os EUA impuseram ao Imperador após a derrota do Japão, foi pedir desculpas ao povo em rede de rádio. Logo, meu caro, o Japão tem uma democracia digamos implantada pelos EUA, mas ainda carrega traços culturais do tempo dos samurais.
    Quanto à Coréia do Sul….sugiro ler um pouco sobre a Guerra das Coréias, depois da Segunda Guerra Mundial, e o "racha" que houve entre EUA e URSS (Coréia do Norte comunista, e do Sul capitalista).
    Logo, quando digo que a democracia é um valor ocidental, baseio-me em estudos como os de Norberto Bobbio (sugiro ler "A teoria das formas de governo" desse autor), e não em "eu acho".
    Quanto às ditaduras européias (Francisco Franco, por ex.) existiram sim. Ninguém nega isto. Mas, ressalto, a democracia surgiu no ocidente, e é sim, um valor ocidental.
    Fico por aqui mais uma vez.
    joão

    altamir

    A democracia surgiu na Grécia, todo mundo sabedisto e, por conta disso, podemos conordar que é um valor "ocidental". A questão é mais delicada quando nos fazemos uma pergunta bem simples: afinal, o que é democracia? Podemos voltar aos gregos; certamente o faremos, reconheceremos a limitação daquela democracia (elitista!), leremos Tocqueville (infelizmente ainda não fiz isto!), passaremos pela crítica marxista (formal), muitos com o dedo no nariz para evitar o cheiro e, finalmente, chegaremos… Onde? É a forma de governo na qual a soberania é exercida pelo povo (o que é mesmo povo?) ou é exercida em seu nome, por seus representantes (hummm… isto não me cheira muito bem!), é a forma de governo (seja lá de modo se apresente) exercida pelos amigos dos EUA, é um projeto ainda não alcançado de modo de vida civilizado sem submissão ou exploração do homem pelo homem? Acho que ainda estamos longe da resposta, embora reconheç que meu inventário delas possa ser limitado, lmitado..

    Eduardo Alencar

    A democracia surgiu na Grécia, mas há apenas 400 anos atrás, no ano de 1610, não havia nenhuma nação democrática no Ocidente. Nem sequer a Inglaterra era uma democracia em 1610. Durante mais de mil anos, não existiu nenhum país democrático no Ocidente. Então, vamos encurtar esse período de análise, porque recuar até a Antiguidade clássica não faz nenhum sentido. Analisemos apenas a história da segunda metade do século XX, e poderemos ver como nesse período encontramos a democracia enraizada em diveros países orientais, a começar pela Índia, a verdadeira "maior democracia do mundo", ao mesmo tempo em que, nesse mesmo período, muitos países ocidentais experimentaram regimes ditatoriais, incluindo aí quase toda a América Latina, além dos já citados casos de Portugal, Espanha e, ironicamente, a própria Grécia onde a democracia antiga surgiu. Irônico, não? Em 1970, a Grécia, "berço da democracia", vivia a ditadura dos "coronéis", enquanto a Índia tinha eleições livres e democráticas, bem como o Japão. Hoje em dia, o número de países democráticos (com eleições livres) na Ásia é grande (Índia, Bangladesh, Malásia, Indonésia, Filipinas, Coréia do Sul, Japão). O islamismo também não é nenhum entrave à democracia, como bem o demonstra o fato do país de maior população muçulmana do mundo, a Indonésia, ser uma democracia, além de outros exemplos como Malásia, Bangladesh e Turquia. Portanto, não há nada que impeça os países árabes de se tornarem democracias plenas. Basta cair o apoio dos Estados Unidos e da CIA a ditadores como Mubarak e ao rei saudita.

Carlos Cruz

"A história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferento todo aquele que a negue…" Estamos em vias de entrar (se já não entramos…) em um momento importante: o desmonte das ultimas colonias européias no mundo. O Oriente Médio luta por sua libertação e seus ditadores por suas vidas. O mundo "civilizado" ocidental está quebrado, financeiramente esgotado. Não tem mais como impedir que o mundo árabe liberte-se de suas ditaduras teleguiadas e corruptas. A perda do controle dos poços de petróleo será o último golpe. Que venha o futuro mutável. Que os irmãos árabes não reproduzam o que seus ditadores fizeram. Liberdade ao povo árabe. Salam.

    Azov

    Oxalá!

mariazinha

Eu já havia dito que, um dia, os árabes ainda se revoltariam e se juntariam, em suas diversas correntes, para acertar as contas; aí está o começo. Não ficará pedra, sobre pedra. Acho muito bom, desde que não se tornem tão cruéis como seus opressores. Ponham todos para correr mas não cometam o mesmo erro dos demoníacos.
Salam, salam…. http://www.kboing.com.br/alabina/1-1045924/ http://www.kboing.com.br/musica-e-letra/alabina/1

aurélio

A unica força politica mobilizada no Egito, provoca calafrios na atual ditadura Mubarak e nos governos ocidentais, é a Irmandade Islamica, que mesmo nestes 30 anos de perseguição sanguinária, torturas, invasões da Universidade Islamica do Cairo, não foi abatida. A outra força politica egipcia, que o ocidente acredita que pode suster uma revolta em grande escala, são os militares, os de média a alta patente, mas os subalternos, caso o "pau" coma, ninguem garante para onde vão, e nem são plenamente confiaveis todos os comandantes egipcios. Cheira a intervenção do ocidente, a perda do controle do Egito pelas potencias ocidentais (USA,UE,NATO) é inconcebivel.

    Leider_Lincoln

    Mas eles, os egípcios, são 80 milhões. E os árabes, muitos mais. Se ganharem o apoio dos muçulmanos, joguem mais um bilhão na lista. Uma hora, como os chineses, os muçulmanos perceberão que são muitos, e que isso faz diferença.

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