As tragédias, a nova mídia e a incompetência governamental

Tempo de leitura: 3 min

por Luiz Carlos Azenha

Descobri na internet que houve, em 1967, uma tragédia tão grave quanto a que afeta a região serrana do Rio de Janeiro.

Na mídia, o G1 parece ter notado. O Diário do Vale também fez uma reportagem. Mas eu vi primeiro, mesmo, foi no blog do Paulinho.

Foi na serra das Araras, no Rio de Janeiro, mas atingiu também Caraguatatuba, no litoral paulista.

Os detalhes dependem das pessoas que testemunharam, já que aparentemente não há estatísticas confiáveis. Houve muita chuva e desmoronamentos. O número de mortos é estimado, já que muitos nem mesmo foram resgatados.

O fato é que quarenta anos se passaram. Os governos brasileiros pouco aprenderam sobre prevenção desde então.

Qual a grande diferença entre as duas tragédias?

De cara, o fato de que vivemos numa sociedade altamente midiatizada. Com as câmeras dos telefones celulares, todo desabrigado é um repórter em potencial. As imagens se disseminam com uma rapidez impressionante. As chances de um evento catastrófico — ou pelo menos de uma imagem simbólica dele — ser capturado em foto ou vídeo são altíssimas. No caso da tragédia do Rio, é a imagem da senhora sendo resgatada com o cãozinho.

Logo as pessoas passam a tratar os personagens da tragédia como se fossem parte de suas próprias famílias: em algumas horas sabe-se quase tudo a respeito deles.

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Ou seja, experimentamos as tragédias de hoje em dia como se estivéssemos lá, não apenas pela profusão de sons, imagens e depoimentos, mas pela expressão de sentimentos que nos aproximam das vítimas.

Hoje as pessoas trocam informações nas redes sociais em um ritmo alucinante. As demandas são feitas velozmente, mas a reação do aparato público é lenta.

É bobagem aquela história, que já li aqui ou ali, que diz que “se os repórteres conseguiram chegar rápido, como é que o estado demorou?” Tolice. O estado precisa chegar com máquinas, com comida, com vacinas, precisa desimpedir estradas, limpar ruas e procurar os soterrados. O repórter precisa de uma câmera, quando precisa.

O fato é que temos uma vaga lembrança da tragédia de 1967, mas vivemos a de 2011.

Nos Estados Unidos, George W. Bush foi “atropelado” politicamente pelo furacão Katrina, em Nova Orleans, justamente por não ter se dado conta dessa diferença de velocidade.

Os estadunidenses dispõem de um serviço meteorológico sofisticado. Os Estados Unidos tem defesa civil. Os Estados Unidos tem bombeiros treinados e equipados, especialmente depois do 11 de setembro. Os Estados Unidos tem uma infraestrutura muito melhor que a brasileira. Mas Washington demorou um ano-luz (24, 48 horas?) para se engajar de fato em Nova Orleans.

Além de revelar de forma dramática a miséria americana, o Katrina também revelou o descompasso entre a urgência dos que se afogavam e a lentidão governamental.

O despreparo demonstrado pelas autoridades brasileiras no Rio de Janeiro não é propriamente uma novidade. Os transbordamentos do rio Tietê, em São Paulo, já foram incorporados ao dia-a-dia dos cidadãos. É só perguntar a qualquer taxista de São Paulo: quando chove, eles correm para casa.

A velocidade na transmissão de informações apenas acentuou a percepção da incompetência. O que é bom, já que o custo político de não agir aumenta (você deve ter notado que não espero solidariedade genuína da parte de nossos eleitos).

A capa da VejinhaSão Paulo desta semana dá uma pista sobre o tipo de cobertura a que assistiremos: o primeiro “culpado” pelas enchentes (paulistas, presumivelmente), de acordo com a chamada de capa, é a pessoa que coloca o lixo na rua fora de hora. Ou seja, antes de colocar o lixo na rua combine com São Pedro! Ou, como escreveu um internauta, peça autorização ao patrão para voltar para casa e colocar o lixo na rua na hora em que o caminhão de coleta passa…

Sabemos que o PIG pretende afogar Lula e Dilma nas águas do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que faz-de-conta que não entende nada de gerenciamento das represas paulistas, por exemplo. Fica até parecendo que a Sabesp é uma grande patrocinadora!

De qualquer forma, soluções de fato — tanto nas encostas do Rio quanto nas ruas de São Paulo — custam competência técnica e dinheiro, muito dinheiro.

Não dá para cobrar dos governos com a mão esquerda e com a direita levantar um cartaz e pedir estado mínimo (ou apontar para o impostômetro).

Eu cobri os efeitos do trágico terremoto no Chile. O governo chileno levou dias para se organizar e levar ajuda aos atingidos. O governo chileno precisou emprestar telefones via satélite, levados pessoalmente pela secretária de Estado americana Hillary Clinton, para garantir a comunicação do alto escalão. O governo chileno foi alertado pelos Estados Unidos de que haveria maremoto, mas não agiu para alertar a população. Foi um gigantesco fiasco, que passou quase batido por causa do clima de união nacional atrás do qual a presidenta Bachelet se escondeu.

O estado “enxuto” do Chile se estatelou inapelavelmente nas ruas de Concepción.

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Comentários

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Mariah/ES

Azenha, acho que poderiamos incluir aqui como "Tragédia…", sua excelente reportagem sobre o caos nos metrôs. Disse bem, "parece uma boiada" no "salve-se quem conseguir". Com onibus, não é diferente. Valeria a pena outra materia sobre "desrespeito com os idosos" , como no caso daquela sexagenária da matéria. Bom dia!

augusto ferreira

Como iria dormir o morador da serra fluminense na véspera da tragédia, ao ouvir da mocinha do tempo no JN dessa noite que "não se descartava a possibilidade de temporais em São Paulo e Espírito Santo. "NO RIO CHOVE, MAS NÃO É TÃO FORTE."? http://www.youtube.com/watch?v=taZ-pJYGzvw

Daniel Faria

Moro em Petrópolis, e pelo menos fico feliz em ver que a população está se mobilizando, tá todo mundo ajudando de alguma forma.

Mas essas iniciativas para ajudar os deasbrigados estõa vindo da população, nada do governo.

José Roberto

Olá Azenha,
Discordo de você.
Se a simples cobrança de impostos fosse a solução, a CPMF teria sido a salvação da saúde no Brasil, pelo tanto que arrecadou.
A carga de impostos no Brasil é alta sim, ao contrário do que diz, mas o problema não é esse e sim o que o Estado faz com o que arrecada.
O problema é que no Brasil o Estado não prioriza o que realmente é importante. Na minha opinão o Estado gasta bilhões do dinheiro público em supérfluos, enquanto continuamos com uma educação lamentável, saúde idem, falta de saneamento básico, segurança….
Ah claro, mas já alugamos um foguete russo para mandar brasileiro para o espaço, a ainda teremos Olimpíadas e Copa do Mundo, tudo com dinheiro público ou com dinheiro "baratinho" do BNDS, a juros subsidiados.
Lamentável
Grande abraço

Marat

Brilhante análise.
Com relação aos culpados pelas tragédias, é isso mesmo. O PIG continuará chafurdando aquilo que seus patrões ordenarem: Se a tragédia estiver localizada num território controlado PSDB/PFL, a culpa será creditada ao povo pobre, ou à natureza. Se o território for do PT/PC do B/PSB, a culpa será creditada a esses governantes. A ladainha piguesca já está manjada. Só eles fingem não perceber sua sórdida nudez!

Pedro Luiz Paredes

Extra! Extra!
Operários destroem anel inferior do Maracanã!

Jorge

Ver link para um trabalho acadêmico datado de 2008, aa Artur Rosa Filho e Ana Tereza Caceres Cortez, que mostra na Tabela 2 as fatalidades ocorridas por Deslizamento de Encostas, Brasil período 1928~2005.
http://www.rc.unesp.br/igce/simpgeo/578-595artur….

Janes Rodriguez

Tem um personagem esquecido, edscondido nas reportagens das tragédias de Rio e São Paulo. Chjama-se "ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA". Esse pessoal, grandes empresários, estão devastando as cidades. A temperatura média de Belém do Pará, por exemplo, só tem aumentado. Por que? Porque a especulação imobiliária insiste em construir arranha-céus na Amazônia! O ar não circula! E assim vão ganhando dinheiro: compram licenças ambientais, prefeitos – que estão quase todos à venda . Se não mudarmos a qualidade dos prefeitos no Brasil, pouco se poderá fazer para melhorar a vida das pessoas. Em geral sãom contra qualquer avanço. Desde a educação até a preservação ambiental. São ervas-daninhas da polítca nacional. Os que trabalham sério, são poucos. A maioria só quer o poder. Prestem atenção, pessoal.

SILOÉ

A Globo está dando uma cobertura inigualável as inundações do Rio, como você disse: Será que é para afogar Lula e Dilma juntos, ou será consciência pesada pelo dinheiro desviado para a fundação Roberto Marinho???

Bonifa

Desde que o Brasil é Brasil, acontecem estas tempestades na serra dos Órgãos. Com quedas de barreiras, etc. e tal, e com enxurradas terríveis. Não tem muito ou nada a ver com mudanças climáticas, isso pode ser atestado pela História. agora, prometem melhorar o sistema de avisos de enxurradas, para evacuação. Mas isso deve ser para evacuação de algum grupo de aventureiros, que irá fazer trilha ou se aventurar além do perímetro definido como área de risco. Nunca para milhares de moradores saírem com os móveis na cabeça três, quatro vezes por ano, atendendo a alertas de evacuação. Se toquem, camaradinhas. Definidos os perímetros de risco, ninguém deverá construir alí e morar, nem que seja para exercer o sagrado direito individual de cheirar gasolina e atear fogo ao próprio corpo.

Avelino

Os prefeitos sabem onde estão as areas de risco de seus municipios, o mesmo ocorre com os governadores, e presidente, independente de quem sejam eles, é só arregaçar as mangas e trabalhar.
Se cada um não sabe, tem equipe que sabe.Em 2012 teremos "novos" torós e "novas" enchentes, o que estão esperando?!
Onde estão os veredores, deputados, senadores?????!!!Eles também não sabem de nada disso????!!!!

Evaristo

Quero dar parabéns aos trabalhadores da Defesa Civil de Carapicuíba, pois como citado acima, o córrego destruiu uma casa que não tinha ninguém dentro nem móvel. Isso porque, apesar da velha imprensa não ter dito, houve prevenção. Se o prefeito local fosse do PSDB ou do DEM e não do PT, a imprensa teria dado os créditos à Defesa Civil de Carapicuíba?

Rafael

"Não dá para cobrar dos governos com a mão esquerda e com a direita levantar um cartaz e pedir estado mínimo (ou apontar para o impostômetro)." perfeito.
Considero que pagar imposto não é problema. Não é buscando redução de imposto que o país vai melhorar. Temos é que cobrar aplicação do dinheiro.
Estado mínimo é bom para os ricos que nunca vão precisar do estado, o pobre precisa do estado atuante.

Mônica Santos

Concordo. E quanto à Sabesp "patrocinadora", só uma dica. Por exemplo, escute um jogo de futebol na Jovem Pan-SP e conte quantas vezes o narrador fala o nome "Sabesp"… só pra começar com essa pequena amostra… e depois conte quantas notícias/comentários críticos ao Governo do Estado de SP são veiculados pela rádio. Compare e tire suas conclusões…

As tragédias, a nova mídia e a incompetência governamental – por Azenha « Blog da Naiara

[…] As tragédias, a nova mídia e a incompetência governamental […]

Ivonete

Enquanto isso, a RBS aproveita o seu programa de "jornalismo" para culpar a presidenta Dilma pela tragédia das chuvas no Rio e em SC. No jornal de hoje, tanto na versão para SC como na versão para o Rio Grande a tônica do jornal foi essa. Sobre os governos Estaduais e municipais: nada a declarar. O descaramento da afiliada global não encontra nenhum limite ou parâmetro que tenha lógica no campo jornalistico.

Rodrigo Santos

A propósito, segundo Meis e Silva (1967) e o USGeologycalSurvey (1968) a Serra das Araras em 1966 foi vitima de outro evento catastrófico semelhante onde houve cerca de 1000 mortes. pode-se acessar as referencias em artigo publicado por Lopes em 2003 no Boletim Paranaense de Geociências. Quanto as conclusões sobre os porques, eles não concordam entre si. Meis e Silva consideraram que os efeitos destes eventos foram enormemente ampliados por desmatamento e obras de engenharia equivocadas.

Maria

Tamanha tragédia mas, o carnaval da grobo tá aí. Mulher nua já anunciando a chegada do carnaval. Cadê o sentimento por tantas vidas que se foram! Só pensam no lucro da festa. Vamos orar mais e pedir a Deus que nos perdoe por tantos erros cometidos, por tanto descaso.,por deixarmos crianças nas ruas, sem moradia, sem família. Mais solidariedade por parte de toda a sociedade!

Luci

Azenha se os governantes cuidassem de unir o povo, e divulgar as Metas do Milênio como objetivo do Brasil, estaríamos inaugurando um fase de diálogo. Sem diálogo com o povo que lege seus representantes a questão social do Brasil que detém o tituo de um dos dez paises mais desiguais do mundo e um dos tres mais desiguais da América Latina, abaixo do Haiti e da Bolívia. Governar só para ricos é violação de Direitos.
Humanos. Ser um dos tres mais desiguais da América Latina é para repensar toda a política que se praticou até hoje.

dukrai

A ação dos governos no caso dos deslizamentos na região serrana do Rio foi imediata e a mídia teve que engolir em seco as críticas porque tinha um batalhão pra desmentir os factóides, mas não impediu que a gLobo armasse das suas.
No Contas Abertas (dos outros, as suas ninguém conhece) do Augusto Carvalho, do PPS/DF, relata que dos 80 milhões destinados à tragédia de Angra 50 milhões já tinham sido transferidos através de 25 projetos estadual/municipais. Para o Rio estão disponíveis 780 milhões, incluidos os recursos emergenciais.
Quando um músico do Kid Abelhas alugou um helicóptero pra resgatar os filhos e amigos que estavam ilhados já tinha 30 helicópteros das FA atuando na região.
A falta de previsão recupera um diagnóstico estarrecedor da situação e a conclusão de que a ocupação da Serra do Mar, do Rio à Santa Catarina é um convite para a tragédia. Áreas intocadas da serra despencaram simplesmente pelo acúmulo de chuvas, mas a ocupação humana, urbana e rural, é um fator de potencialização da desgraça. A solução é transformar em parque nacional ou é possível ocupar respeitando a natureza?
Comparar a situação do Rio com a do Chile é covardia, hos hermanos não tem corpo de bombeiros e defesa civil, são todos voluntários e sustentado por doações. Na ocasião do terremoto em qualquer compra no comércio vc era convidado a contribuir, todo mundo apoiava, mas a eficiência foi de fazer inveja ao Vampiro Brazileiro e suas enchentes na capital e interior.

    P A U L O

    É este o estado mínimo, que os tucanos querem, para escancararem a sua corrupçao máxima.

Paulo Cavalcanti

Prezado Azenha,

Que tal, nós blogueiros, elaborarmos um abaixo assinado pedido ao Presidente da OAB, Dr. Ophir Cavalcante, convocar São Pedro para explicar as tragédias do Rio e SP?

Ele já convocou o Itamaraty para explocar os passa-portes, e o exército para explicar as férias do Lula no forte do Guarujá.

Aline

Azenha
Lembrar a tragédia de 1967 na Serra das Araras, como vc fez , foi muitíssimo oportuno.
E batendo a internet achei um artigo ligando a questão do Código Florestal em votação no Congresso a atual catástrofe que merece ser divulgado, pois refuta o gracioso relatório do deputado Aldo Rebelo, o mais novo ruralista da praça. Eis o endereço: http://transnet.ning.com/forum/topic/show?id=2018

As tragédias, a nova mídia e a incompetência governamental « Blog do EASON

[…] Blog Vi O Mundo – Luiz Carlos Azenha […]

Luci

A questão do Meio Ambiente não está merecendo por partes de nossos governantes a atenção necessária.
Desmatamento, aquecimento global, consumismo, http://www.pnud.org.br/milenio/
Falta diálogo com a sociedade. Tem autoridade pública que não se conscientizou sobre a gravidade da tragédia da Serra das Araras (como voce bem relembra) , de Barreiros no Recife) , de Angra dos Reis porque consideram-se de outro planeta que é coberto de riqueza e poder. Falta conscîência de que sem planejamento e vontade política, a situação continuará caótica, e todos serão cobrados pela natureza. Recentemente vi a foto de um Prefeito que simplesmenfte foi assistir um show de grupo musical em meio a toda esta dor, tristeza e tormento. É o fim do fim.

Luci

Azenha os governantes estão precisando fazer mestrado em Solidariedade. Nossos homens públicos preocupam-se tanto com mega eventos, mega projetos, em aumentar os intercâmbios comerciais com países do exterior para ajudá-los que se esquecem dos cidadãos brasileiros que precisam sair da linha de pobreza absoluta para não mais habitarem áreas de risco. O ser humano é o maior capital do mundo, quem não cuidar deste capital continuará como país subdsenvolvido ou em desenvolvimento. Para ser país de primeiro mundo tem que garantir que além de dominar a economia sendo grande potência, seus cidadãos precisam ter proteção do Estado que lhes garante acesso a serviços sociais e condições de desenvolvimento humano pleno.

O Provocador

De acordo com isto: http://en.wikipedia.org/wiki/Hurricane_Katrina, 1836 pessoas morreram….

Os números do Rio de Janeiro são bem baixos…

edv

Azenha, vou usar seu título para fazer umas trocas:
No novo governo, a incompetência da míRdia: uma tragédia!

Rodrigo Santos

Azenha, na minha opinião seria bom rever a ideia de que a catastrofe da Serra das Araras em 1967 também afetou Caraguatatuba. Tratam-se de duas catastrofes gigantescas com caracteristicas semelhantes e que ocorreram no mesmo verão. Mas estão longe de ser a mesma coisa, separadas por meses e mais de 150km. A triste certeza é de que ambas foram (mesmo analisadas separadamente) maiores em numeros estimados de mortos do que até agora se discute sobre a catastrofe recente na serra dos orgãos. Sobre a de Caraguatatuba produziu-se um classico estudo de autoria da Dra. Olga Cruz, defendido em 1972 e publicado em 1974, e sobre a da Serra das Araras existe uma referencia em inglês publicada em 1973 por Jones, F.O. .

augustodafonseca13

*

Por falar em manipulação da informação…

Maior parte da imprensa brasileira trata o “Luther King’s Day” como nada importante!
http://migre.me/3H08L

*

Rafael Oliveira

Sempre leio seu blog, suas críticas são sempre muito boas, e concordo nesse caso que essa de "estado mínimo" é um fiasco. Agora, defender a alta carga tributária brasileira é imperdoável. É necessário, sim, reduzir a montanha colossal de dinheiro que o Estado retira da sociedade para não retribuir com serviços de qualidade. Reduzir a carga tributária brasileira não é o mesmo que compactuar com a filosofia neoliberal.

    Jorge Leite Pinto

    Discordo. Nossa carga tributária ainda é insuficiente para cobrir nossas carências de séculos de descaso (por nossas classes dominantes, claro). O que é preciso e (espero) um dia será feito, é uma reforma tributária na qual os RICOS paguem imposto. Aí é que mora o problema…

    Alvaro Tadeu Silva

    Rafael, se for discutir nossa carga tributária, ela não é alta. Houve grita contra a CPFM, mas o que de fato era? Alguém com rendimento mensal liquido de dez mil reais pagava apenas R$ 38,00. Mas bancos e grandes empresas pagavam muito. O pior: a CPMF era um dedo duro feroz: ninguém podia declarar rendimentos de cinco mil por mês e pagar R$ 100,00 de CPMF no mesmo período. Mas o pior são os impostos estaduais, que não são fiscalizados. ICMS de 25% para telefone, TV a cabo, gás e eletricidade. Você consegue explicar isso? E o dinheiro do IPVA? Poderia ser distribuído em 60% para o município cuidar da pavimentação e sinalização de trânsito, 30% para o estado aplicar em estradas estaduais (e os pedágios que são bitributação?), e 10% para a União, pois todos os estados brasileiros são cortados estradas federais. Mais uma coisa: as empreiteiras teriam de fornecer garantia de dez anos para obras de pavimentação. Aí sim, a coisa funcionaria decentemente.

    Sr. Indignado

    Discordo, afinal como vamos pagar o aumento de nossos queridos deputados e senadores.
    E é claro nossos amados vereadores a partir de 2012, quando terão o mesmo aumento, conforme uma LEI.

    Emilio Matos

    Rafael,

    Defender a carga tributária brasileira, longe de ser imperdoável, parece ser a posição mais adequada.

    Primeiramente, é um mito muito divulgado pela imprensa de que ela é alta. É uma carga média comparada ao resto do mundo. Há cargas tributárias variando de 10 a 50%, e a maioria dos países se encontra na faixa dos 30%, como o Brasil. É uma carga média, não alta.

    Quanto à qualidade dos serviços, isso está vinculado ao PIB per capita do país, não à carga tributária propriamente dita. O PIB por habitante é da ordem de 12 mil dólares. Com a carga tributária da ordem de 35% do PIB, temos então que o governo tem algo da ordem de 0,35 * 12 mil = 4 mil dólares para gastar por habitante por ano. No caso da Inglaterra, que tem carga tributária de cerca dos mesmos 35%, e PIB per capita pertp de 40 mil dólares, o governo tem 0.35 * 40 mil = 14 mil dólares para gastar com cada habitante por ano. Com a mesma carga tributária, a Inglaterra tem 3 vezes mais dinheiro para gastar por habitante que o Brasil.

    Emilio Matos

    Reduzir a carga tributária brasileira só teria uma única consequência: piorar ainda mais a qualidade dos serviços, já que diminuiria ainda mais a quantia irrisória de 4 mil dólares por habitante por ano.

ricardo silveira

Parabéns, Azenha!, Muito bom! Com a internet a manipulação fica mais difícil. O buraco é mais em baixo e, com isso, não há monopólio que resista.

Silvio

Azenha:
Em o ano 1967 a cidade de Cruzeiro foi soterrada. Os cadáveres ficarão enterrados, igual que toda a cidade. Colocou-se uma grade cruz, no lugar onde existia a cidade de Cruzeiro. A cidade atual de Cruzeiro, e outra e não e no mesmo local, se levantou outra cidade. Eu tenho a impressão de que o problema das enchentes produzidas por as barragens da SABESP partem da privatização de elas. Quem está com elas quer faturar, e para isso manter um nível alto de água na represa, para poder fornecer uma quantidade grande de m3 por segundo. Si ele baixar o nível, ele não pode fornecer essa mesma quantidade. Si as represas fosse, como eram antes de pro piedade do estado, a SABESP podia tenras com nível baixo, para poder receber as águas das chuvas.Ali não existiria o fator faturamento de uma quantidade de dinheiro.Quem tem as barragens interessa o lucro, que pode obter com elas.Agora nos informam que tem que abrir as comportas, porque si não a represa estoura, e o mal vai seria muito pior. Isso e lógico, e deve ser feito, porque o mal e menor. Mais isso não ocorreria si a represa estivera estado, com pouca água.

edv

Embora um declarado golpista de direira, Carlos Lacerda não pode ser criticado por sua administração física da então cidade-estado do Rio, talvez a melhor da sua história sob o aspecto de obras.
Com uma topografia extremamente perigosa de florestas e montanhas dentro da cidade, o trabalho de contenção foi tão competente que até hoje perdura (atual GeoRio), protegendo razoavelmente a população da até então inexorável queda de pedras e desmoronamento de encostas que havia ano a ano.
Isso apesar da ocupação de encostas (e várzeas/baixadas ) desde então ter crescido geometricamente (Rocinha, Vidigal, Rio das Pedras, etc.).
Por que menciono isso? Para evidenciar que um bom trabalho de prevenção é perfeitamente viável.
Sem esquecer do monitoramento constante, o de alerta, é mais fácil anda.
O duro é a míRdia do golpe permanente, que "valoriza o espetáculo".

    mello

    Carlos Lacerda governou o Estado da Guanabara ( atual município do Rio de Janeiro ) de 1962 a 1965. Um 1966 e 1967 a cidade -estado submergiu sob fortes temporais, com muitas vítimas. O que Lacerda fez com muito dinheiro, a maioria de ag~encia americana, que disponibilizou mais dinheiro para a cidade do que para o País. Apoiou o golpe militar, como queriam os americanos, por isso recebeu muitos recursos.Não fez o sucessor: seu candidato , Flexa Ribeiro, levou umma surra.

allan mahet

Mais um Ano de Lama e Morte

Depois de um ano, no Morro do Bumba, 3.200 famílias que foram desabrigadas por conta do desabamento então ocorrido, encontram-se hoje morando em casas com o aluguel pago pela Prefeitura de Niterói. Outras 800 ainda esperam receber o benefício.

Há um ano, as chuvas também fizeram vítimas em outras regiões do Rio de Janeiro. Desabamentos no Morro do Carioca e na Ilha Grande, ambos em Angra dos Reis e no Sul Fluminense que juntamente com o desastre no Morro do Bumba somaram 220 mortes. Mais de duas centenas de pessoas que não contarão com remédio oferecido pela Prefeitura. Para estas, o descaso custou a vida.

Um ano e tudo se repete. Novamente a chuva, os deslizamentos, as mortes, os desabrigados, as autoridades procurando bodes expiatórios e as reportagens especiais. Tudo se repete e nada é feito. E desta vez, dentre as mais de 600 mortes até agora, não temos apenas ‘favelados’ que construíram seus barracos em área de risco. Temos ricos empresários, donos de grandes fazendas e sítios e proprietários de aras em meio aos mortos, feridos e desabrigados. Será que, assim como nos demais anos, as autoridades vão culpar os moradores que insistem em construir em encostas? Será que a culpa vai mais uma vez recair sobre quem está soterrado?
http://amahet.blogspot.com/2011/01/mais-um-ano-de

Fernando F. Mello

Bela análise, como sempre, caro Azenha. Uma correção deste assíduo leitor "mala". Ano-luz é medida de distância e não de tempo! Na Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano-luz . Tirando isso, mais uma vez, brilhante análise. Grande abraço, Fernando.

    Luiz Carlos Azenha

    Vivendo e aprendendo. abs e obrigado pela correção.

    Silvio

    Fernando F Mello:
    Você também pode considerar como tempo. Esse tempo e um ano,que recorre uma distancia de mais o menos nove trilhões e meio de km.

@Doradu

cara, tuas matérias são sempre lúcidas,

incomodamente lúcidas

Jose Carlos Dias

Fico triste pois a maioria dos jornalistas são amestrados por seus patrões. Cara fico chocado com tanta sacanegem que fazem com o Lula e agora com a Dilma. Não estou querendo dizer que o governo Lula foi um mar de rosas, mas foi um governo muito prospero. Espero que Dilma continue e melhores muito mais. Temos realmente que ter sistemas de alerta moderno. Temos que ter equipes de salvamentos com competencia e organização. Mas principalmente temos que ter governos e prefeitos que que olhem tudo de errado que esta acontecendo em seus estados e municipios. Pelo amor de Deus vamos colocar pessoas competentes para fazer projetos para que o governo possa fazer a transferencias de verbas para resolver de vez toda essa situação de pessoas morando em area de risco.

    Silvio

    José Carlos Dias:
    Em este caso de Rio temos regias residências que foram barridas. Quere disser que aqui não foi sô o pobre que construiu na encosta. O Governo deve determinar onde se pode construir.Não permitir construir em determinados lugares da Serra do Mar.Isso se chama estudo e projetos de zoneamento.

Laet

Onde está o verdadeiro jornalismo, com código deontológico, de busca de informação imparcial e plural? Não está mais nos jornais impressos, que viraram panfletos para pegar incautos como se fosse o "papel pega-moscas". Estes panfletos impressos, depois de cada gafe, deveriam pedir desculpas ou satirizar em letras garrafais: "PEGADINHA DO MALANDRO", pois além de sem graça deixa o leitor sentindo-se lesado. Hoje o verdadeiro jornalismo plural está na internet, onde uma notícia falsa pode ser desmentida imediatamente, dando espaço sempre ao contraditório e aos fatos.

Antônio C arlos

O problema é, as catástrofes, se repetem e o Estado nunca quer gastar muito dinheiro nestes casos. Como São Paulo e Rio de Janeiro concentram muita gente as conseqüências são e serão cada vez maiores e piores possíveis!!!

Luisk

Essa é interessante: ninguem, ou pelo menos se falou não teve audiência, tinha lembrado que o "estado mínimo", ágil, eficiente, "orientado para resultados", oxigenado por um "choque de gestão", por regras gerenciais privadas no Chile, não demonstrou muitos atributos no terremoto que devastou o país.
Fora de pauta: aproveito para lembrar à "estatizada" Maitê Proença que seus fâs (inclusive eu) esperam que ela abra mão da pensão fraudulenta que recebe por ser filha de general. Para mim, durmiu mais que 90 dias com um mesmo homem, mesmo em noites alternadas, é casamento. Que coisa feia dona Maitê!

Mauro A. Silva

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Enchentes, tragédias, falta de moradias dignas e a imprensa hipócrita…
Publicado em 17 17UTC janeiro 17UTC 2011 por Mauro A. Silva

Sabe qual é a cidade que tem o maior projeto habitacional do Brasil?
A cidade de São Paulo.
Estimada em valores superiores a R$ 1 bilhão, a Operação Urbana Consorciada Água Espraiada (OUCAE), aprovada em 2001 (lei municipal 13260), determina “Implantação de unidades de Habitação de Interesse Social – HIS, melhoramentos e reurbanização, assegurando-se o reassentamento definitivo das famílias atingidas pelas obras” (artigo 3º, inciso 3 da lei municipal 13260/2001).
Para quem não sabe, a Operação Urbana Consorciada Água Espraiada veio para completar a malfadada gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, que gastou mais de R$ 800 milhões, e só construiu metade da avenida Água Espraiada, e não fez o reassentamento das famílias que moravam (e moram) ao longo do córrego Água Espraiada. Existem vários processos judiciais com denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público para o exterior…

Rodrigo Santos

O desastre de Caraguatatuba motivou um estudo clássico de Geomorfologia defendido em 1972 pela Profa. Dra. Olga Cruz e publicado em 74. Orientada por Aziz Ab'Saber, o seu trabalho foi intitulado "A Serra do Mar e o litoral da região de Caraguatatuba – contribuição à geomorfologia litorânea tropical".
Um amigo da minha familia testemunhou o evento. Sua familia reunia-se para jantar quando ao ouvir/pressentir algo o patriarca abriu a porta, olhou para fora e disse: "O mundo acabou". Logo em seguida ouve a perda da consciencia ou da razão após o que cada sobrevivente da familia amanheceu a quilometros dos outros num mundo realmente arrasado e novo.
Apesar das semelhanças, a catastrofe da Serra das Araras é algo separado da de Caraguatatuba.

Ze Duarte

Comparação sem sentido… efeitos de um terremoso são muito mais devsastadores do que enchentes. Além de serem muito mais imiprevisíveis. Lembrando ainda que o Chile é um país muito menor, então é natural que sinta os efeitos de maneira muito mais grave. O importante é que o Chile é um país muito mais bem administrado que o brasil, mesmo não tendo metade das riquezas… isso sim que é exemplo.

    Silvio

    Ze Duarte:
    Quem diz isso para você.Lembra das propagandas.

antonio aguiar

Azenha , se a foto que vi ,do desastre de 1967 for verdadeira, com certeza terá sido o maior acontecimento dessa natureza até então.

antonio rodrigues

Espera ai, Azenha.
Nossos politicos de A a Z são tão incrivelmente alucinados que ainda querem nos dias atuais "flexibilizar" o Codigo Ambiental.
O resultado sera uma infinidade de novas tragedias. Mas a culpa naturalmente é tambem de quem joga lixo na rua e não se organizar para impedir mais essa insanidade politica.

Gabriel

Ano Luz é medida de distância e não tempo, não tem sentido falar em "demora um ano-luz".

    Fabio SP

    O que pesa mais? Um kg de ferro ou um kg de algodão?

    Emilio Matos

    Ah, vai dizer que nunca disse que "tal cidade está a 2 horas de distância"…

Carlos

Amigo meu comprou um burro. Animal dócil, tranquilo. Era sábado, 8 de janeiro, começo da tarde, dia lindo, ensolarado. O burro que até aquela hora pastava tranquilo próximo à baixada da várzea, deu de correr para um lado e outro, pulava, escoiceava o nada. Desembestou para a cerca que separava o pasto da área da casa do sítio, situado na parte mais elevada do terreno. bateu-se com a cerca, tentou desesperadamente arrancá-la. Meu amigo meio sem saber o que passava – seria cobra? foi atacado por abelhas? – foi até ele, passou-lhe a mão no focinho, abriu a porteira e o bicho correu para a proximidade do estábulo.

Duas horas depois começaram a cair pingos grossos, mais pingos e daí para a frente, durante três ou quatro horas, despencou uma chuva torrencial.

O riachinho da baixada onde estava o burro virou um rio, caudaloso, que arrastou o que viu pela frente, deixando as marcas da violência presas nos arames farpados. As estradas de acesso ficaram intransitáveis, açudes foram arrebentados pela força da correnteza.

O burro sabia disso, duas horas antes.

guilherme freitas

Sempre torci pra Dilma ser diferente da Bachelet.

Gerson Carneiro

Dizem que a sorte acompanha os competentes.
E quando se tem competência para tirar proveito da desgraça alheia, é um sucesso.
Não é a toa que estão há 16 anos anos no Governo de São Paulo.

JOSE DANTAS

É verdade que às vidas das pessoas poderiam ter sido poupadas caso tivessem abandonado a área afetada, que, diga-se de passagem, ocupa boa parte de vários municípios e não um córrego como aquele inundado lá em Carapicuíba (SP), onde a mídia mostrou uma casa desmoronando durante dois dias inteiros e não chegou a citar os responsáveis pela evacuação da população daquele local, medida plenamente possível.

Não se convence milhares e milhares de pessoas a abandonarem suas casas onde residem há décadas, não existe aparato policial para tirá-las de lá na marra em tempo hábil e nem tecnologia disponível, pelo menos no momento, que indique por antecipação e de maneira precisa, os limites de destruição de um fenômeno climático que jamais aconteceu naquele local.

    Silvio

    José Dantas:
    E muito difícil o impossível predisser um deslizamento de terra. Água leve vai sendo absorvida pela terra e chega ate um lugar que o terreno e impermeável começa a correr por ele e vai socavando a base, esse terreno já não tem consistência e desliza. Todos sabem que a Serra do Mar toda ela e perigosa. Já tivemos deslizamentos em muitos locais, em diferentes estados.

    Mariano S. Silva

    José, a física do material terra molhada, ainda mais com vegetação em cima, é uma parada. Nem sei se existem modelos grosseiros computacionais para simular tais situações. Se tiver alguém que saiba, é bom ouvir a opinião para podermos fazer críticas justas ao poder constituído.
    Quem vive na serra corre riscos, quem vive à beira do mar também. Quem vive em grandes cidades corre o risco de doenças respiratórias, ou de morte por estresse no trânsito, quem está nos campos nevados pode morrer de frio ou nebrasca. Na floresta a morte pode vir por inundação ou picada de cobra. Na savana : se correr o leão pega, se ficar o leão come…
    Viver é realmente um grande risco, então vamos viver o mais prazeirosamente possível.

    Ass: Morador de Nova Friburgo

JOSE DANTAS

Azenha,

Só para se ter uma idéia da diferença de tratamento dada pelo PIG a respeito dos problemas em São Paulo e no Rio de Janeiro, no caso paulista eles divulgavam de minuto em minuto o quanto caiu de água, fazendo comparações tipo (choveu em um dia o que era para chover em um mês ou até em um ano). Na tragédia carioca, eles não fazem essa comparação, não divulgam os índices pluviométricos, porém, no intuito de culpar os governantes em todos os níveis, repetem exaustivamente as imagens da tragédia e não se dão conta que, ao fazerem isso, automaticamente eles expõem para o mundo inteiro as dimensões de uma catástrofe de enormes proporções que se abateu sobre a região, desfazendo aquela impressão que tentam passar, de que a questão estaria ligada apenas a incompetência dos responsáveis.

    Mariano S. Silva

    Foram 2 bilhões de litros em Nova Friburgo, apenas. Isto seria suficiente para encher uma piscina de 2 km X 1 km com 1m de água.

Ulianov

Magistral, Azenha!

Lucio Dias

Parabéns, Azenha. Belo artigo.

Há tempos atrás, ao chegar em casa do trabalho, cansado, tomava um banho, pegava o rango e ligava a TV. Hoje, só um procedimento mudou na minha rotina: Vou direto pra blogosfera ao invés da TV. Mas só visito os blogueiros sérios(ou sujos). Até elaborei um e-mail enaltecendo os blogueiros "progressistas", durante a campanha eleitoral , e levei os seus endereços na tentativa de disseminar a nova mídia que faz contraponto com a "velha mídia" manipuladora, mentirosa, fabricante de mentes.
Em tempo: também levei seus endereços a muita gente pelo orkut. Digo-lhe, foi um sucesso. As pessoas me ligavam felizes e me diziam que não sabiam q existia a blogosfera. Muita gente mudou o voto. Digo isso com orgulho.

ZePovinho

E o Estado "enxuto" do Chile jamais privatizou a CODELCO-a empresa de cobre estatal que gera receitas que alimentam a oligarcada chilena;protegida pelo governo enquanto desce a lenha no lombo do povão receitando o tal mercado para a escumalha.

Maria Lucia

Azenha
Essa matéria que está no blog do Paulinho é de grande importância para trazer o debate sobre as ocorrências na Região Serrana no RJ da semana passada para o rumo certo.
Foram 500 anos de desmatamento, que levaram a Mata Atlântica ao quase desaparecimento. Houve a progressiva ocupação urbana e rural do espaço geográfico, o que inevitavelmente traz problemas ao equilíbrio natural. E por outro lado, as leis de uso de solo necessitam ser obedecidas e aperfeiçoadas bem como a legislação ambiental.
No entanto, há realidades outras também. O nosso planeta sofre um contínuo processo de erosão e transformação geológica e topográfica, independentemente de qualquer ação humana.
Analisar o que ocorreu na Serra das Araras em 1967 é fundamental para o planejamento do desenvolvmento econômico e social do Estado do RJ. No portal Terra, anteontem havia um vídeo tomado de um prédio alto em Terezópolis em frente a uma montanha onde os deslizamentos se sucediam. Os deslizamentos partiam do topo do morro e se projetavam em avalanche numa longa faixa em diferentes pontos, de forma subsequente,com intervalos mínimos, de cerca de um minuto. Ou seja, era algo como se a montanha estivesse se desmanchando a partir de sua cumieira. Esse fenômeno claramente não tem nada a ver com construções irregulares, pois não haviam construções naquelas encostas, exatamente como na foto da Serra das Araras que se vê nessas fotos da matéria do blog do Paulinho que vc indica e linka.
O cumprimento das leis de uso de solo e das leis de proteção ambiental, o aperfeiçoamento das mesmas, é importantíssimo. Mas no caso desses acontecimentos de grandes deslizamentos de encostas, que se processam desde o cimo, como um desmanche, estamos diante de um problema de outra ordem e natureza, cujo enfrentamento possível terá que ser definido com o concurso de vários especialistas e consultadas as experiências de outros países que sofrem fenômenos similares.
Penso que foi extremamente oportuno que o Viomundo trouxesse essas informações sobre o ocorrido em 1967, na Serra das Araras, nesse exato momento. Espero que esse post tenha a maior divulgação possível, para que possa haver uma maior compreensão da verdadeira natureza e dimensões do problema.

Bel Malta

Eu estava em Caraguatatuba na época, tinha só 6 anos, mas lembro-me bem da inundacão… Prá nós, crianças, uma diversão, água pela cintura (sujaaaaa), tudo brincadeira. Não tinhamos idéia dos horrores que as pessoas passaram, perda de familiares, suas casas e pertences…
Quanto ao problema do lixo posto na rua, seria uma boa idéia se todo mundo tivesse aqueles postes fincados ao chão com uma cesta em cima prá colocar o lixo, dessa maneira a chuva não levaria os sacos pelas bocas de lobo.
As prefeituras deveriam providenciar a colocação dessas lixeiras, menos uma desculpa para os governantes…

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