Gilmar cita artigo de Serra e diz que Brasil está “sem governo”

Tempo de leitura: 4 min

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Da Redação

O ministro Gilmar Mendes disse esta tarde, em sessão do Supremo Tribunal Federal, que o Brasil está “sem governo” e que qualquer interferência do tribunal nas regras da Câmara em relação ao rito do impeachment favorece a “oligarquia” partidária.

A sessão do STF define o rito de impeachment a ser seguido pelo Congresso, respondendo a ação movida pelo Partido Comunista do Brasil.

Gilmar votou em linha com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. que decidiu por escolher a comissão do impeachment e através do voto secreto com disputa entre chapas.

Em seu discurso, nervoso, Gilmar disse que o governo Dilma não pode contar com o STF para superar a falta de apoio parlamentar no Congresso. Chegou a citar a agência de classificação Fitch, que retirou o grau de investimento do país.

Em sua fala, o ministro citou o seguinte artigo do senador tucano José Serra:

José Serra: Uma escolha e duas tragédias

“Há duas tragédias na vida. A primeira é não obter o que seu coração mais deseja. A segunda é obter”

G. Bernard Shaw

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Não há como deixar de abordar os dois temas que desassossegam a opinião pública: a crise econômica e o impeachment. A atual crise econômica é a pior que já tivemos no Brasil contemporâneo.

A previsão de queda do PIB acumulado em 2015-16 é de pelo menos 6,5%; no período serão destruídos cerca de 3 milhões de empregos com carteira assinada. A contração dos investimentos no triênio 2014-16, prevê-se, será de 30%!

A queda da produção industrial, de cerca de 18%. Some-se ainda nessa equação uma inflação superior a 10% ao ano.

Entre parênteses, a participação da indústria no PIB voltou ao nível de meados dos anos 1940. A marcha de desindustrialização segue em frente, promovida pelos governos petistas. Não me parece injusto repetir o que já disse no Senado: o PT é a vanguarda do atraso.

Em relação às finanças públicas, a situação é desesperadora: em 2015 o déficit nominal saltou para 10,5% do PIB, vindo de 6,2% em 2014. Em dinheiro: de R$ 344 bilhões para R$ 630 bilhões! A despesa com juros aumentou R$ 200 bilhões.

A responsabilidade original por esse desastre cabe ao ex-presidente Lula, que em seu segundo mandato jogou fora os frutos da bonança externa.

Entre 2002 e 2008 o País ganhou U$ 100 bilhões por conta da melhora de preços do nosso comércio exterior, mas isso literalmente foi torrado em bens de consumo importados, turismo externo e expansão alucinada dos gastos correntes do governo.

Foi Lula, nesse período, que consagrou a filosofia macunaímica que plasma a alma petista: “Investimento? Produtividade? Ai, que preguiça!”. A economia seria como uma clara de ovo, que basta chacoalhar para crescer.

“Emagreça comendo, exercite-se deitado, aprenda inglês dormindo.” Resultado: no final do segundo governo Lula o Brasil tinha uma taxa de câmbio supervalorizada, a maior carga tributária entre os emergentes, déficit em conta corrente em rápida ascensão e era um dos cinco países entre os emergentes que menos investiam em infraestrutura (em proporção do PIB).

Sob a Presidência de Dilma, a farra foi perdendo fôlego: fim da bonança externa, piora da situação fiscal e incapacidade do petismo – e do governo, em particular – de lidar com a economia em declínio.

Um erro antológico foi a desoneração previdenciária das folhas de salário, empinando o déficit fiscal sem aumentar os investimentos desses setores. Sua inépcia e sua má ideologia tornaram inviável o aumento da presença do setor privado nos investimentos de infraestrutura.

Mais ainda, o governo capitaneou os investimentos megalomaníacos e mal feitos da Petrobrás e promoveu contenção eleitoreira dos preços administrados de energia elétrica e combustíveis, criando desequilíbrios que depois da eleição de 2014 levariam ao estouro da inflação e à contração da economia/emprego.

Dilma começou seu segundo mandato sem aquele mínimo crédito de confiança necessário a um novo governo num contexto de crise. Tudo só piorou ao longo do ano: produção, emprego, contas fiscais e sustentação no Congresso – esta altamente correlacionada com a perda de popularidade da presidente.

Outro fator negativo foi a deterioração das políticas sociais, com destaque para o atendimento à saúde, hoje a segunda maior aflição das pessoas, depois da corrupção. O setor já vinha sofrendo danos na era petista: má gestão, falta de prioridades, surtos de corrupção.

O desabamento da arrecadação da União, assim como dos Estados e municípios, que têm participação dominante no SUS, representou um golpe fatal para o setor ao longo de 2015.

Na economia, a contrapartida da rejeição popular foram as expectativas pessimistas dos agentes econômicos, que se retroalimentam numa espiral negativa.

De um lado, não se investe por causa dessas expectativas. Do outro, a contração dos investimentos e do gasto privado piora a situação econômica. Hoje ninguém acredita que Dilma tenha ou venha a ter capacidade para enfrentar a crise.

O quadro econômico, social e político é o pano de fundo do juízo político que a Câmara fará ao admitir ou não as acusações de crime de responsabilidade contra a presidente, bem como do julgamento do Senado, caso a Câmara admita as acusações.

Ou seja, a matéria irá além da simples qualificação jurídica. Diz respeito, também, a uma crise política de sérios contornos.

O Congresso deve trabalhar para que o processo do impeachment ande sem delongas, de maneira séria, e seja concluído o quanto antes.

O lulopetismo já naufragou. Estamos na transição para outro ciclo político e vivemos, por isso, o pior dos mundos: o velho se foi e o novo ainda não surgiu. Uma fase especialmente mórbida da História brasileira.

Se o impeachment ocorrer, o day after está esboçado: assume o vice-presidente Michel Temer, que se empenhará em formar um governo de união nacional para restabelecer a estabilidade política e enfrentar a crise.

Se não houver o impeachment, realiza-se o que o coração da presidente Dilma mais deseja: sua continuidade no cargo, mesmo que seja por um número pequeno de votos. O mínimo é de 171 deputados, mas digamos que obtenha 200…

O governo Dilma permanecerá sem crédito de confiança e sem sustentação política, sem levar em conta sua carência crônica de aptidão administrativa e sua alienação sobre o que deve ser feito. O day after será a reiteração enjoativa do pesadelo que experimentamos em vigília.

A tragédia 1, que terá sido evitada para Dilma, dará lugar à tragédia 2: o prolongamento do retrocesso mórbido e desestabilizador, com Dilma no centro de tudo.

É hora de a presidente encarar as duas tragédias que a espreitam: salvar-se, mantendo o País acorrentado na desesperança; ou deixar o mandato, criando a possibilidade de que o Brasil, com alguma sorte e juízo de suas lideranças, consiga retomar os caminhos do desenvolvimento.

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Comentários

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RONALD

Sem governo legítimo está realmente. E sem STF também !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Gersier

Olhem a “pôse” desse mequetrepe facistóide e cria do fgagac e sua turma. Tá pensando que o STF é como a republiqueta dele e do mano lá pelas bandas de Diamantino, Mato Grosso, onde os jagunços atuam impunemente. Vá se “daná” boçal togado, vc e sua turma de salafrários, incluso aqueles que vc “concedeu” hc’s.

Maurici Aazevedo

Ficou mais claro que a sede do golpe fica em São Paulo e então lembrei-me de uma música da década de 70, que têm como refrão;
—mas têm um tal de “capim gordura” oi lá
que é danado de ruim, praga prá crescer eu nunca vi assim
e nesse tal de capim gordura oi lá
têm preá (roedores) prá mil réis
e cada toceirão têm prá mais de 10…

Não é só uma coincidência.

José

A canalhice não tem limites e atinge tanto pretensos juízes quanto pseudos políticos.

roberto

Vamos imitá-lo também,e fazer uma citação ao grande Bocage, e dizer que esse sujeito poderia ser um Arcabouço de Sabedoria, mas é na verdade um Calabouço de Ignorância.

Urbano

Para um governo descente, em 2018 vilmal para presidente…

maria do carmo

Gilmar Mendes e uma tragedia no Supremo, faz corar os verdadeiros Ministros, o responsavel por esse ulltage ao Supremo foi FHC, nao posso esquecer quando GIlmar e Barbosa no julgamanto do mensalao se acomodaram e dormiram, enquanto os advogados faziam a defesa dos reus, o mundo inteiro viu e se escandalizou e comentarios fora dos autos, fora os Hs Cs ao banqueiro e ao medico milionario condenado a mais de 200 anos; Gilmar agora sita artigo do Serra, num momento historico, e mostra descaradamente que e cabo eleitoral do PSDB, a justica que era para os brasileiros o mais admirado dos poderes deixa a desejar , mas felizmente temos juizes que nos orgulham pela imparcilidade nao vou sitar nomes mas exercem a verdadeira JUSTICA!

Julio Silveira

Estranho seria de repente virar Ministro apolítico do Supremo. Se entrou no cargo justamente por ser alinhado politicamente ao governo de oposição, para defender a manutenção das orientações que emprestou a seu governo. Fala sério, o que não há nele é uma gota de isenção. Se tivesse o FHC não iria instalá-lo no posto com tantas coisas que se passaram em seu governo merecedoras de investigação.

Ozzy Gasosa

Como sempre o ministro do PDSB(MT) se superou.

Adilson

Citar o “estraga festa” como fundamento jurídico, moral ou ético é querer impor aos outros que a nota de 3 reais existe. Nunca é demais lembrar que o Tofolli presume que pertence aCasa Grande.

Celso Carvalho

O Gilmar já conhecemos e sabemos que é capaz de tudo. Mas o Facchin!!!! Eu tenho uma fonte absolutamente insegura que revelou que após o voto/relatório do ministro, Dilma disse o seguinte: “quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”.

Mauricio Gomes

Não sei qual dos dois é mais repugnante e asqueroso, se o Gilmau Mente$ ou se o Zé Chevron $erra. São duas lástimas para o país.

Marat

Porque será que os arrogantes nunca percebem que estão fazendo papel ridículo???

Marat

Citou Serra, mas se esqueceu de citar Merval e Paulo Coelho… quanta insensatez!

Sônia Bulhões

Ai, ai, ai, ai , ai …. Esse G Dantas é tudo menos juiz. É politiqueiro safado. Que discurso mais estapafúrdio. Nada a ver com nada. Como dizia meu avô. O que tem a ver o c… com os fundilhos ?

italo

Depois que o Serra e o tal do Preciado foram citados na lava jato, que pela segunda vez na historia desse País apontou facilidades em Instâncias superiores, tem Ministro que ficou mais incisivo, até aumentou o numero de aparições na Imprensa.Sinistro.

FrancoAtirador

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A PM comprovou hoje que é uma Organização Criminosa do PSDB de São Paulo.
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Inventou um Número Irrisório para divulgar em Conluio a Mídia Jabáculê Tucana.
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(http://jornalggn.com.br/noticia/pm-agora-diz-que-ato-contra-impeachment-foi-17-vezes-maior)
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Luis

Me questiono, será que tudo isso que o Serra diz não pode ser uma bolinha de fita crepe? enho 47 anos e nunca vi o povo brasileiro (os mais pobres, ok) podendo viajar e se sentir bacana e feliz. Para esses oligarcas da casa grande, só os brancos oriundos das famílias europeias portuguese, italianos, alemães, franceses, ingleses, espanhóis, etc podem ter algum luxo na vida, para os demais o lixo. Serra o povo se cansou de ser carne de canhão, quer agora é comer filé, e se alguém pode proporcionar isso ao povão são os governos de esquerda. Isto posto, peço as pessoas de bem; Na Próxima Eleição Votem em Algum Candidato de Esquerda, tanto faz se do PT, PCdoB, PSOL, PDT (ala boa), PMDB (ala boa – Requião). Tanto faz, pois ganhando um candidato de esquerda as pessoas do Brasil irão prosperar. Oxalá.

Bacellar

Careca de um; focinho de outro…

Carlos Henrique Pereira

Um Safado com TOGA!!

FrancoAtirador

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Governabilidade não é Matéria Objeto de Exame em Processo de Impíxi.
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    FrancoAtirador

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    A Severidade do Impedimento d@ Presidente da República
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    não reside no Afastamento de tal enquanto Chefe de Governo
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    mas na Cassação do Mandato Eletivo como Chefe de Estado,
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