Artur Scavone: É preciso relembrar, sempre. Assista aos vídeos. De arrepiar!

Tempo de leitura: < 1 min

Vlado morto e cartaz 40 anos

 Vlado: 40 anos!

por Artur Scavone, especial para o Viomundo

Há exatos 40 anos — 25 de outubro de 1975 — o jornalista Vladimir Herzog era assassinado pela ditadura nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo.

Para quem viveu a resistência à ditadura, a homenagem a Vlado neste domingo, na Catedral da Sé, em ato ecumênico, foi um evento radical porque se misturaram intensas emoções.

Ouvir a Catedral inteira entoando O Bêbado e a Equilibrista fez o sol brilhar e Elis aparecer.

Ouvir de Gracias a La Vida o verso “Y el canto de todos que es mi propio canto” fez o coração arrepiar e a lembrança de todos os companheiros e companheiras que tombaram saltar à memória, entre tristezas e alegrias. E nos fez a todos lembrar quantas coisas conquistamos.

Mas também emocionou saber que um evento de tanta importância teve tão pouca repercussão. Justamente em um momento grave do ressurgimento de um ódio de classe exacerbado e fascistoide, que se espalha em restaurantes, ruas, teatros, aviões e nas periferias das cidades do Brasil.

Um pensamento se impõe: não é possível sequer imaginar o retorno de um regime de tanto ódio e tanta violência, que tirou tantas vidas de todos nós e oprimiu tanto nosso povo. É preciso relembrar. Sempre.

Flagrantes da homenagem a Vlado, na Catedral da Sé; vídeos de Artur Scavone 

Apoie o VIOMUNDO

Leia também:

CPI do Lula: Dez mentiras que a direita disseminou sobre o BNDES e a mídia faz de conta que não sabe 

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Urbano

A ‘grande obra desenvolvimentista’… A outra foi a institucionalização da corrupção. Nos dias de hoje ainda há vários laureados da época fazendo miséria; e pior, tranquilos, lépidos e fagueiros. A coisa foi de tal maneira, que os bandidos, posando de contracorrente, pegaram o know-how, os laureados e o pig, vindo a fundar a facção bandida de oposição ao Brasil. Isso obviamente com relação à logomarca, claro. E de posse do pig, nem a blindagem faltou.

FrancoAtirador

.
.
(https://youtu.be/Lbi08Ls7c00)
.
CALABOUÇO
(Sérgio Ricardo)
.
– Olho aberto ouvido atento e a cabeça no lugar.
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– Do canto da boca escorre metade do meu cantar.
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– Eis o lixo do meu canto que é permitido escutar.
– Cala a boca moço! Fala!
.
Olha o vazio nas almas,
Olha um violeiro de alma vazia.
.
– Cerradas portas do mundo.
– Cala a boca moço!
– E decepada a canção.
– Cala a boca moço!
– Metade com sete chaves.
– Cala a boca moço!
– Nas grades do meu porão.
– Cala a boca moço!
– A outra se gangrenando.
– Cala a boca moço!
– Na chaga do meu refrão.
– Cala a boca moço!
– Cala o peito, cala o beiço!
Calabouço, calabouço!
.
Olha o vazio nas almas,
Olha um violeiro de alma vazia.
.
– Mulata, mula, mulambo, Milícia, Morte e Mourão.
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– Onde amarro a meia espera cercada de assombração
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– Seu meio corpo apoiado na muleta da canção
– Cala a boca moço! Fala!
.
Olha o vazio nas almas,
Olha um violeiro de alma vazia.
.
– Meia dor, meia alegria
– Cala a boca moço!
– Nem rosa nem flor, botão
– Cala a boca moço!
– Meio pavor, meia euforia
– Cala a boca moço!
– Meia cama, meio caixão
– Cala a boca moço!
– Da cana caiana eu canto
– Cala a boca moço!
– Só o bagaço da canção
– Cala a boca moço!
– Cala o peito, cala o beiço!
Calabouço, calabouço!
.
Olha o vazio nas almas
Olha um violeiro de alma vazia
.
– As paredes de um inseto me vestem como a um cabide.
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– E na lama de seu corpo vou por onde ele decide.
– Cala a boca moço! Cala a boca moço!
– Metade se esverdeando no limbo do meu revide.
– Cala a boca moço! Fala!
.
Olha o vazio nas almas,
Olha um violeiro de alma vazia.
.
– Quem canta traz um motivo.
– Cala a boca moço!
– Que se explica no cantar.
– Cala a boca moço!
– Meu canto é filho de Aquiles.
– Cala a boca moço!
– Também tem seu calcanhar.
– Cala a boca moço!
– Por isso o verso é a bílis.
– Cala a boca moço!
– Do que eu queria explicar.
– Cala a boca moço!
– Cala o peito, cala o beiço!
Calabouço, calabouço!
.
Olha o vazio nas almas,
Olha um BraSileiro de alma vazia.
.
(http://letras.mus.br/sergio-ricardo/481467)
.
.

Deixe seu comentário

Leia também