Antônio de Souza: Injustiça! Secretários de Alckmin tiveram 17% de reajuste e os professores, nenhum centavo
Tempo de leitura: 2 minpor Antônio de Souza, especial para o Viomundo
Em 18 de dezembro de 2014, o jornal O Globo noticiou que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, havia recebido reajuste salarial de 4,7% e os seus secretários, de 17,8%.
Em 16 de abril deste ano, em visita ao município de Taguaí, durante a greve de mais de 90 dias dos professores paulistas, Alckmin disse que concederia reajuste à categoria em julho.
Agora, o governador diz que não sabe quando o reajuste virá. Ou seja, muda de posição, dependendo dos acontecimentos.
Em 2015, uma coisa é certa: não haverá reajuste salarial para os professores, segundo o seu secretário da Educação.
A gestão financeira temerária talvez seja a explicação.
Pela quarta vez consecutiva, o governo paulista incorreu em déficit orçamentário, ou seja, as receitas orçamentárias foram menores do que as despesas orçamentárias. Em 2012, o déficit orçamentário foi de R$ 240,5 milhões, enquanto em 2011 já havia sido de R$ 723,9 milhões. Em 2013, chegou a R$ 995 milhões. Em 2014, foi de R$ 355 milhões.
Salientamos que, de 1998 até 2011, o Estado de São Paulo só havia experimentado superávits orçamentários. Em compensação, nos quatros anos do governo Alckmin o déficit orçamentário atingiu a cifra de R$ 2,3 bilhões.
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E o pior é que, em 2015, o governo Alckmin já prevê um rombo orçamentário de R$ 1,7 bilhão até junho. E tudo isso, porque vem gastando mais do que arrecada.
Diante de um governo que negou a existência da greve dos professores, insiste na invisibilidade do reajuste da categoria, mas tem base parlamentar para dar quase 18% de reajuste para os secretários, fica claro a falta de justiça na ação do governador em sequer recompor os salários frente à inflação.
Fica evidente tal prática quando a CESP vai enviar R$ 800 milhões para o governo paulista, ou quando o governo vai arrecadar mais de R$ 700 milhões com recebíveis de ICMS atrasados. Dinheiro, o governador tem. O que Alckmin não tem é vontade política de ajudar os professores paulistas.
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Comentários
Urbano
Alguém já disse algo parecido com: enrique o staff e governe sem atropelos…
Julio Silveira
É que já está provado, São Paulo detesta educação, mas adora a politica, principalmente a tucana.
José Carlos Vieira Filho
Qual a serventia de professores no Tucanistão?
Issis
Nós da Fundação Instituto de Terras também não apesar da nossa greve
Andre
Enquanto isso nas Universidades Federais….
Os professores estão em greve a quatro meses e o ministro da educação não os recebeu para negociar a pauta, só o fará na segunda feira. Mas será uma reunião inútil pois o ministro já foi deposto.
O Ministério do planejamento propos ao funcionalismo público federal – que inclui os professores federais – um reajuste abaixo da previsão de inflação e que não repõe perdas com a inflação dos últimos anos. Isso na proposta inicial, porque no meio da caminho o governo federal adiou o reajuste até agosto – ou seja oito meses de congelamento de salários – suspendeu concursos públicos e encaminhou projeto para acabar com o abono permanência. Isso significa mais aposentadorias antecipadas no serviço público – o que inclui as instituições federais de ensino – sem reposição imediata das vagas, ou seja, aumento da carga de trabalho com salários congelados por oito meses e aumento ‘irreal'(abaixo da inflação) após o congelamento.
Por tudo isso pode se perceber que as diferenças entre os partidos do ‘extremo centro’ (PT e PSDB) não são tão grandes quanto parecem.
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