Sylvia Albuquerque: Explorando o vácuo deixado pelo PT com os jovens, anarquistas florescem e incluem vertente dos anarcoexpropriadores
Tempo de leitura: 5 minFoto Rodrigo Guima/Dar (à esquerda); de costas, Lucas Bruno, do Coletivo Dona Maria, foto da autora
por Sylvia Albuquerque
Morador do Grajaú, periferia da zona sul de São Paulo, o jovem Lucas Bruno integra o coletivo Dona Maria Antifascista.
Aos 22 anos, ele ajuda a compor a cena paulistana dos movimentos anarquistas – que já existiam antes das jornadas de protestos de junho de 2013 ou foram criados após os atos que levaram milhares às ruas do Brasil.
Muitos deles floresceram à sombra do desengajamento do PT com os jovens desde que o partido ascendeu ao poder em 2002 e tornou-se um partido do status quo.
Atualmente, esses grupos vivem o que alguns qualificam como “a revolução dentro da revolução”, em razão da oxigenação das propostas.
Os coletivos conciliam a defesa das tradicionais lutas dos trabalhadores — aumento salarial e melhores condições de trabalho — com as necessidades ligadas ao cotidiano da população, como transporte público, moradia, questões de gênero, homossexualidade e legalização das drogas.
Levantamentos não oficiais realizados por ONGs indicam a existência de cerca de 280 grupos com proposta anarquista em São Paulo e região metropolitana.
A militância, no entanto, é muito distinta entre si.
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A.V., de 19 anos, aceitou falar com a reportagem com a condição de não ser identificada.
Ela integra grupos anarquistas que utilizam a tática black block. Comparece a eventos organizados por outros coletivos, como o MPL (Movimento Passe Livre), para realizar ações de depredação de bancos, lojas com itens de luxo e contra a polícia.
Estudante de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo), ela afirma que só as ações de base não são suficientes como forma de manifestação contra o Estado.
“Temos por prática cometer alguns furtos, destruir agências bancárias e atacar tudo o que possa representar o capitalismo que gere nossas vidas com o apoio do Estado. Faço parte da vertente dos anarcoexpropriadores e estou presente em encontros organizados por outros movimentos. Nossas ações cresceram muito após as jornadas de 2013”, afirma.
A universitária nunca foi detida, mas afirma que alguns de seus colegas respondem a processos por destruição de patrimônio público. “A mídia só sabe dizer que somos vândalos, bandidos e criminosos. Mas o que fazemos é uma forma de repúdio, um protesto contra a violência policial praticada no estado de São Paulo, um protesto contra um o governo que tem permitido lucros cada vez mais altos aos bancos, enquanto o povo passa fome”.
Para quem mora na periferia, como Lucas Bruno, o anarquismo chega por meio de outros movimentos, fora das estruturas criadas nas universidades. Dessa maneira, o trabalho de construção de base é mais lento.
“O anarquismo sempre foi e continua sendo periférico. A nossa dificuldade, de quem mora nas favelas, é conhecê-lo, ter acesso a sua literatura, por isso eu sempre digo que o punk é a forma divertida de entrar no anarquismo. Você é atraído pela música, pelo estilo e depois consegue avançar mais. Eu me tornei punk aos 16 anos, andava de skate aqui no Grajaú, e só anos mais tarde fui saber o que era anarquismo e entrar em uma biblioteca para pesquisar sobre ele ”, relata o jovem.
O coletivo Dona Maria foi criado há pouco mais de um ano por cinco jovens que fazem oficinas de circo e outras atividades no Grajaú.
O ator Rafael Presto integra o Dar – Desentorpecendo a Razão, organizador da marcha da maconha em São Paulo. Ele afirma que dez pessoas coordenam as atividades do grupo, mas que em dias de marcha conseguem reunir cerca de 20 mil, como ocorreu este ano.
“As redes sociais têm nos ajudado a difundir nossos propósitos, por isso investimos nessa forma de comunicação. Nos consideramos anarquistas e autônomos, mas nos unimos com outros movimentos e queremos criar uma rede em que um possa apoiar o outro, mesmo que as militâncias sejam diferentes. Somos jovens e temos o papel de dar a cara para bater”, diz.
A ação horizontal, ou seja, sem hierarquia definida entre “líderes” e “comandados”, é uma das características do anarquismo. Esse jeito de se organizar atrai os jovens, pelo caráter democrático, por desafiar as instituições vistas como fossilizadas e conservadores e por replicar algo com o qual eles estão acostumados, ao experimentar a vida na internet: ação em rede.
De onde vem e para onde vai o anarquismo
O anarquismo surgiu como uma corrente libertária do movimento socialista internacional de trabalhadores.
Essa ideia teve seu auge no Brasil nas primeiras décadas do século XX com grandes greves gerais com participação dos recém-chegados imigrantes europeus, que trouxeram suas ideias principalmente da Itália.
Foi o momento de maior força do anarquismo no país, com a promoção de um sindicalismo revolucionário que marcou sua atividade no período.
Poucos brasileiros sabem: o movimento sindical deve muito aos anarquistas, que combateram corajosamente a exploração da mão-de-obra que acompanhou a industrialização do Brasil.
Depois dos anos 30, mesmo existente, o movimento ficou enfraquecido. O governo de Getúlio Vargas, com suas concessões aos trabalhadores, promoveu um sindicalismo atrelado ao Estado e anti-revolucionário.
Implantada em 1964, a ditadura militar abalou ainda mais o movimento, que só voltou a ganhar fôlego nos anos 80.
Essa retomada foi iniciada pelo jornal baiano Inimigo do Rei, e culminou com a reabertura do Centro de Cultura Social (fechado pelos militares após o decreto do AI-5, em 1968) em São Paulo e a fundação do Círculo de Estudos Libertários, no Rio de Janeiro.
Militante anarquista e membro do Instituto de Teoria e História Anarquista, Felipe Corrêa diz que essa “retomada” nos anos 80 caracterizou uma fase de crescimento que, entre os fins dos anos 90 e início dos 2000, contou com a formação de distintas correntes no país. Esses grupos, ao mesmo tempo que resgataram o anarquismo “clássico”, incorporaram outras vertentes, de acordo com os novos tempos.
Ao falar da CAB (Coordenação Anarquista Brasileira), Corrêa aponta: “Essa coordenação nacional foi fundada em 2012, fruto de praticamente 10 anos de articulação. São nove organizações estaduais e outras em processo de coordenação com trabalho de base em sindicatos, movimentos de bairro, rurais, estudantis e outros. Há também trabalhos de propaganda, publicações e educação popular. Hoje, o anarquismo em geral, tem aproximado muitos jovens, que chegam com novas demandas, muitos deles sem conhecer a história. São contribuições legítimas que vão se organizando na medida do possível.”
Anarquista há 40 anos, o historiador e professor Eduardo Valadares, diz que as agrupações anarquistas conseguiram recuperar a proposta de liberdade e autonomia em um momento de conservadorismo da política brasileira, dominada pelo discurso da direita.
“Vivemos uma época em que estão confundindo ser de esquerda com dar apoio ao PT. Logo, apoiam a direita para ser antigoverno. Os anarquistas têm tentado lutar contra esse discurso conservador e golpista, atuando como proposta de uma verdadeira esquerda anticapitalista. Por mais que os grupos apresentem propostas plurais, estão conseguindo avançar, mesmo de maneira lenta. E isso é fundamental”, diz o historiador.
Para Valadares, as pessoas se identificam cada vez menos com a estrutura partidária. “Os partidos chegaram a uma exaustão em suas atuações verticais [hierárquicas] e o anarquismo é uma resposta quase que óbvia para esse momento. Ele propõe a quebra dessa lógica [se se organizar a partir] de partido e de governo”.
Leia também:
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Comentários
FrancoAtirador
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Em 27/09/15 as 1:32 pm
Blog do Randolfe
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Nota sobre desfiliação de Randolfe Rodrigues do PSol
Caros militantes do PSOL,
A partir de hoje deixo de ser um filiado e passo a ser um amigo do partido. Tenho orgulho de ter feito parte da construção do PSOL. Um partido de lutas justas e de resistência contra os ataques aos direitos individuais e coletivos. Um partido irrepreensível do ponto de vista ético, de prática parlamentar irretocável e onde guardo uma multidão de companheiros.
No entanto, o ambiente político exige uma maior capacidade de articulação política. Exige amplitude, exige multiplicidade de relações, para que se construam organizações políticas capazes de atrair jovens, intelectuais, artistas, membros do movimento social, ativistas, militantes das redes sociais e todos aqueles que possam abraçar uma agenda comum em defesa do desenvolvimento soberano e sustentável e da superação das desigualdades econômicas e sociais.
Este é um movimento que ocorre em todo o planeta e sinto que tenho um papel a cumprir neste novo cenário. Faço isso pensando no Brasil, no meu querido Estado do Amapá e em última instância na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.
Tenho certeza que honrei minha presença no PSOL, como militante, como construtor do partido e como senador. Saio para fortalecer minhas convicções e não para abandoná-las.
Estou convicto que se a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, também só pode ser vivida, olhando-se para frente.
Um forte abraço a todos.
Randolfe Rodrigues
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(http://blogdorandolfe.com.br/nota-sobre-desfiliacao-randolfe-rodrigues-dpsol)
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PRENÚNCIO DE QUE A REDE SERÁ ALTERNATIVA
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À ESQUERDA PARTIDÁRIA NÃO DOGMÁTICA
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Molon e Randolfe Não Estão Abandonando o Barco.
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Procuram Construir Algo Dentro de Outros Barcos.
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Por Tarso Genro, na Carta Maior
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(http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Os-julgamentos-do-presente-sobre-as-escolhas-de-Molon-e-Randolfe-/4/34602)
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Tiamat
“Anarquismo” de semiletrados e autoritários enrustidos, além de bem nascidos, quem diverge já de cara é tachado de reacionário, fascista e o escambau.
O Brasil é um país que se apropria atrasado dos modismos, sem a menor reflexão, e copia os piores e mais caricatos exemplares…
Maria de Fátima Rocha
A pergunta que não quer cala – como é que esse movimento galopante sobrevive; se para o Estado, eles não trabalham? O limbo é o limite?
“Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma.”
Mikhail Bakunin
Julio Silveira
A juventude é geralmente idealista. Mas isso, até pela imaturidade, os fazem também bastante suscetiveis a apelos e promessas de mudanças rapidas naquilo que a consciencia critica da sociedade já determinou ser daninho. E é aí que podem ser tornar uma ferramenta produtiva para mudanças positivas, mas também pode ser o inverso, negativas, sempre com ilusões bem intencionadas. Para estarem num lado ou outro basta que a liderança que os conduzam tenha as caracteristicas necessarias a condução que possam levá-los para um ou outro lado.
O PT tem se tornado no transcorrer do tempo um exemplo negativo, não inspira mais a juventude idealista como motivou no passado, quando deu a impressão de que poderia ser uma força agregadora diferenciada para fazer o país dar um passo a frente nas diversas questões dependentes da politica.
Infelizmente para os jovens, que comungam dos ideais de uma politica diferente, ética, o partido aderiu a politica velha, foi envelhecendo os lideres petistas na exata medida em que o tempo trabalhava a favor dessa mesma velha politica enquanto era assimilada. Calou a parte idealista da outrora jovem formação de ideias e vontades. Se tornou um velho de forma prematura, e um velho hipócrita, com todas as justificativas colocadas nas costas da vida para explicar a abdicação da sinceridade e dos sonhos, como a maioria dos velhos.
FrancoAtirador
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(https://www.youtube.com/playlist?list=PLrCkOoLHk-Q3tDd8MfKvQKJELRbwEaa7f)
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Edgar Rocha
A comentarista ANA OLIVEIRA teve uma sacada epifânica (meu Deus! como a gente é desmemoriado! Valeu por lembrar, Ana!)
SOROS! SOROS! SOROS!
E o Mário S.F. Alves também sentiu o cheirinho.
jose carlos lima
Marina Silva aceitaria a CPI dos Bancos ou auditoria da divida?
E se fizéssemos diferente e todos nós, povo brasileiro, nos uníssemos em torno de três questões básicas:
1- A divida pública que nos escraviza há décadas
2- A democratização da mídia
3- A reforma o Judiciário, o poder mais corrupto dentre os corruptos
Juntando poder financeiro da banca, mídia e aparato midiático-judicial, é o que temos constituído nisso que chamamos de poder dominante ou verdadeiro poder corrupto: é disso que se trata, é este o nosso inimigo comum a ser enfrentado e submetido
Continue lendo
http://lexometro.blogspot.com.br/2014/10/o-mensalao-nao-existiu.html
FrancoAtirador
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25 SETEMBRO, 2015 00:29h
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EM CARTA, MOLON EXPLICA SAÍDA DO PT
E FILIAÇÃO À REDE SUSTENTABILIDADE
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“Caros amigos e eleitores,
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Hoje foi, sem dúvida alguma, um dos dias mais difíceis da minha vida.
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Depois de 18 anos filiado ao Partido dos Trabalhadores, pedi a minha desfiliação.
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A decisão foi amadurecida por muita reflexão e sofrimento.
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Afinal, foram anos de luta por mudanças de rumos no partido.
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No V Congresso do PT, realizado em junho passado, fiz,
ao lado de mais 34 deputados federais da bancada, minha última tentativa.
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Propusemos uma série de mudanças ao PT. Nenhuma foi aceita.
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No Rio de Janeiro, minha posição contrária aos caminhos escolhidos pelo partido
é velha conhecida de todos. E tudo indica que os rumos continuarão os mesmos.
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Ao longo dos últimos 12 anos, procurei ser o melhor parlamentar que podia
para servir dignamente ao Rio de Janeiro e ao Brasil,
honrando os ideais que levaram à fundação do Partido dos Trabalhadores
e que animaram sua militância.
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Espero ter dado orgulho a cada eleitor que me honrou com seu voto,
e a cada militante, a quem peço que compreenda e respeite minha decisão,
como respeito todos aqueles que escolhem ficar por entender
que sua missão continua sendo essa.
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Agradeço, de todo o coração, por tudo o que aprendi e por todos esses anos de luta conjunta,
ombro a ombro, pelo Brasil com que sonhamos.
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Continuaremos juntos nas lutas pelo povo brasileiro.
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Hoje, optei por continuar minha caminhada na Rede Sustentabilidade, partido ao qual me filiei
cheio de energia para colaborar em sua construção e manter vivos os sonhos
que me trouxeram à política.
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As bandeiras que sempre defendi – a luta pelo fortalecimento da democracia,
pela justiça social e pelo desenvolvimento sustentável –
são as mesmas que continuarei carregando.
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A começar pelo fortalecimento de nossa democracia e pelo respeito à Constituição,
ambas tão atacadas ultimamente.
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Aos que votaram em mim, não tenham nenhuma dúvida disso.
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Agradeço a acolhida calorosa que recebi na Rede!
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Uma nova caminhada se inicia, tomada pelo entusiasmo,
pelo otimismo e pela aposta no Brasil!!!
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Um forte abraço,
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Alessandro Molon.
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(http://molon.com.br/em-carta-molon-explica-saida-do-pt-e-filiacao-a-redesustentabilidade)
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FrancoAtirador
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(https://twitter.com/tarsogenro)
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Jair Fonseca
Pena para o PT. Perdeu um ótimo político.
FrancoAtirador
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Prezado Jair Fonseca.
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Assim também considero.
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Bacellar
Socialistas e anarquistas (e verdadeiros social-democratas, pq não?) deveriam se unir nesse momento, focar nos pontos em comum e não nas diferenças. Não podemos nos dar ao luxo do sectarismo nesse momento, se uma parte dessa molecada tem idéias ainda pouco desenvolvidas cabe o debate e não a ridicularização. Tirando os ancaps, evidentemente, que são uns malucos…Hehehe.
Bacellar
Sempre bom espalhar essa entrevista do afiadíssimo F.Hinkellammert, compartilhada por aqui mesmo tem um tempo pelo “Indio Tupy”, relativamente longo mas vale a pena ler:
“O esquema liberal-conservador de interpretação da sociedade é tripolar e tem por conta a “realidade precária” de um sistema institucional constantemente ameaçado. A realidade material do homem – seu trabalho para satisfazer suas necessidades – não aparece no conceito conservador da realidade.
O sistema institucional – que inclui o sistema de propriedade – é considerado como o árbitro inapelável de organização desse mundo material; este não pode ser enfrentado na vigência do sistema institucional. Para o pensamento conservador, o mundo material não é inexistente, mas secundário e irrelevante.
Vinculada à precariedade da ordem aparece, em termos de uma empiria idealizada, o caos; e vinculada à realidade institucional, que se opõe à precariedade, aparece o sistema institucional em sua perfeição. No caso do pensamento neoliberal, essa perfeição é o modelo do equilíbrio e da competição perfeitos.
Já o pensamento anarquista é bipolar, no qual o centro da realidade empírica é a realidade material de trabalho para a satisfação das necessidades, subjugadas pelo sistema institucional, em particular o sistema de propriedade e o Estado. Assim, a realidade do pensamento anarquista é uma realidade subjugada; o sistema institucional somente serve para explorar o trabalhador e condená-lo à miséria.
No que no pensamento conservador é o “nomos” que se legitima e sacraliza, no pensamento anarquista é o meio de subjugação da vida real e material. Dado que a vida material não é livre, não há nenhuma liberdade; a realidade subjugada do pensamento anarquista é uma realidade de miséria e sem liberdade.
O problema já não é o do caos que ameace a realidade a partir de fora, como crê o conservador, mas da realidade mesma, que é catastrófica, miserável e escravizante. Para o anarquista, o mal não é uma ameaça que se apresente contra a precariedade da ordem legítima, senão que está na raiz dessa ordem e, portanto, ela é ilegítima.
Por isso o enfoque anarquista é bipolar: a realidade presente é a de uma ordem de escravidão, enquanto que a ordem da liberdade é algo por se fazer. Realidade atual depravada e realidade futura libertada são os dois pólos. A realidade presente é catastrófica e depravada porque não há trabalho permanente, os salários são baixos, a jornada de trabalho é esgotante, o desprezo dos capitalistas pelos trabalhadores é irritante, e chocante o luxo, a abundância e o desperdício de que desfrutam, sem agregarem nada de socialmente útil, a não ser às custas dos trabalhadores.
Toda a realidade está dominada por esse novo senhor, o capital, que está por trás de todos os fenômenos da exploração. Trata-se de uma personagem anônima que corresponde ao que a teoria neoclássica chama “o mercado”, e que agora é vista como senhor opressor. O que oprime é uma estrutura social denominada capitalismo que forma os homens, divide-os em dominadores e dominados e os leva à confrontação.
O senhorio do capital nasce do direito da propriedade privada, onde se encontra a origem do conflito de todos contra todos e que permite aos proprietários concentrarem os frutos da força de trabalho explorada. Por trás do capital está, portanto, a origem do problema: a propriedade privada. Enquanto instituição, ela permite a subjugação do homem e sua escravidão assalariada.
A origem da propriedade privada remonta à pilhagem das terras comunitárias, seja como resultado de conflitos tribais, da acumulação de riquezas pelo capital mercantil que despojou de suas terras camponeses e senhores feudais, e das riquezas pilhadas pelas conquistas coloniais da Ásia, da África e da América Latina, com o que os conquistadores legitimaram sua propriedade e impulsionaram o capitalismo nascente, sob o amparo da força, motivo pelo qual essa instituição não tem legitimidade.
Para o anarquismo, a propriedade privada está na origem do Estado, pois o direito de propriedade cria também a necessidade do Estado pelo fato de que dá origem às desigualdades sociais, terreno fértil para todos os tipos de crimes. Os governantes são necessários unicamente sob um sistema de desigualdade econômica. Da desigualdade social derivam a autoridade e o Estado.
Entregue toda a sociedade ao capital e à sua acumulação, aparecem a lei e a moral burguesa para defender o proprietário do que ele considera crime, e que não é mais do que o resultado da desigualdade social criada pela propriedade privada. O Estado se faz, então, necessário para defender essas leis e moral burguesas. O homem é integralmente um escravo: escravo do capital e do Estado.
A alternativa anarquista é pela liberdade absoluta, negando toda autoridade e a condição de ser escravo de alguém. É uma alternativa tão polarizada e tão maniqueísta como no caso da teoria conservadora ou neoliberal, mas adquire uma forma inversa.
Para a teoria conservadora ou neoliberal, a liberdade é a afirmação da autoridade; para o anarquista, a autoridade é o conjunto da propriedade privada e do Estado, motivo pelo qual considera a liberdade liberal a escravidão. Daí porque, a liberdade é a superação de toda autoridade e da propriedade privada, o que, visto da teoria conservadora-neoliberal é precisamente a escravidão, o caos e a ameaça: o socialismo.
O aspecto central do projeto anarquista é o comunitarismo das terras e de todos os instrumentos de trabalho e, por paradoxal que seja, “a liberdade econômica” — mantra também, em outro sentido, da crença conservadora-neoliberal –, da qual derivaria a felicidade e a liberdade. A liberdade econômica não é senão deixar de ser escravos dos ricos e, por conseguinte, da autoridade. Assim, a liberdade do anarquista é, em última instância, a liberdade de cada um.
Temos assim a análise bipolar anarquista em termos de uma realidade subjugada presente e uma realidade liberada no futuro. É uma relação bipolar entre a realidade miserável de hoje e aqui, e uma realidade de vida plena no futuro, perfeitamente empírica. A partir da revolução, esta nova sociedade, esta vida plena, esta liberdade e felicidade se realizarão na terra. É uma bipolaridade entre morte e vida, morte presente e vida futura.
O anarquismo também tem sua bipolaridade de virtudes e vícios que se expressa em termos de orgulho e humildade. Os ricos não tem humildade. Quanto ao orgulho, a aceitação da igualdade de todos transforma a humanidade no orgulho e glória da terra. O orgulho dos de cima – que recusam a humilhação da igualdade – desonra a terra da mesma maneira que a humildade dos de baixo em relação ao orgulho dos ricos.
Nos conceitos éticos chaves de humildade e orgulho podemos ver a inversão que o pensamento conservador realiza com o pensamento anarquista. O que o anarquista considera como humildade virtuosa, o conservador vê como orgulho: a igualdade entre os homens. O que o conservador chama como humildade, para o anarquista é orgulho dos de cima em cumplicidade com a falsa humildade dos de baixo que se inclinam frente a esse orgulho. Para o anarquista, o orgulho e a glória da terra é a aceitação da igualdade e a construção da fraternidade, enquanto que para o conservador é exatamente o inverso: a aceitação da desigualdade.
A problemática do pensamento anarquista se torna patente quando se analisa a conceituação do trânsito desde a sociedade subjugada do presente ao futuro da liberdade. Como esse futuro é um futuro de relações sociais sem nenhuma institucionalização e sem autoridade, o anarquista não pode pensar o trânsito ao futuro em termos mediatizados; entre o presente e o futuro há um abismo sem nenhuma ponte institucional, sejam partidos políticos, organização ou o Estado.
A polarização absoluta entre dominadores e dominados se reproduz nessa polarização absoluta entre presente e futuro. Disso resulta que não há nenhum conceito de construção do futuro. O pensamento anarquista não tem nenhum conceito de práxis. Supõe que há uma força espontânea facilmente mobilizável nas pessoas, forças que estão trancafiadas pelas instituições da propriedade e do Estado, do capital e da autoridade.
O ato de destruição dessas cadeias do capital e do Estado liberará essa espontaneidade e fará florescer a nova sociedade de liberdade. Liberadas as pessoas, elas se levantarão e desenvolverão a espontaneidade que as fará encontrar, pelas relações diretas entre elas, uma ordem para sua espontaneidade. Desta colocação se segue que não haverá que se fazer concessões na luta revolucionária, eis que as cadeias têm que ser rompidas. Surge então o lema anarquista da ação direta que destrói para que o novo possa nascer.
Disso resulta a idéia de que não deve subsistir nenhuma ponte institucional para que se destruam realmente as cadeias e se possa despertar a espontaneidade livre dentro da nova ordem, ordem que não se institucionaliza senão que nasce com essa liberdade espontaneamente. “Já que forçosamente correrá sangue, que as conquistas que se obtenham beneficiem a todos e não a determinada casta social.”, dizia Flores Magón, célebre anarquista mexicano. Ou, no dizer de Bakunin: “A paixão da destruição é uma paixão criadora”.
No entanto, a esperança do nascimento de uma nova ordem não se realiza jamais. Há revoluções anarquistas – como a espanhola e a mexicana — mas não há sociedades anarquistas. Uma revolução anarquista pode vencer como ato vitorioso, mas não pode construir uma sociedade precisamente porque sua crença na espontaneidade a impede de entrar em um processo de construção da sociedade. Se bem toda criação traz consigo alguma destruição, nem por isso o inverso é verdadeiro, ou seja, uma destruição não acarreta, por si mesma, uma criação. E, quanto mais se destrói, mais difícil é a construção.
Por conseguinte, o anarquismo desenvolve uma grandiosa imagem da liberdade, mas não tem um modo eficaz de responder ao movimento conservador que o enfrenta. Frente ao movimento popular de clamor por justiça, o movimento conservador afirma as estruturas centrais da sociedade, o que Berger chama de “nomos” e Hayek “as regras gerais de conduta”. Isso porque o capitalismo não tem e em nem busca a capacidade de assumir tais anseios, daí que o conservador, em seu enfrentamento com os movimentos populares, convoca a ação repressora contra eles.
Se o enfrentamento se agudiza, tal ação conservadora não tem outra perspectiva senão que a aplicação da força, desembocando, ao final, no terror. O conservador realmente muda a sociedade em tais processos de enfrentamento, mas a transforma derivando sempre uma repressão maior. Sua perspectiva de aceleração é então a perspectiva fascista ou o Estado policial em qualquer de suas formas. Quanto mais fixamente interpreta o princípio central de sua sociedade, mas maniqueísta é sua posição e mais forte essa lógica, até a aplicação de medidas violentas e de força.
A seqüência anti-utópica sob a qual o conservador interpreta os movimentos populares de protesto social não é mais que uma criação fantasmagórica – uma projeção – à sombra da qual prepara sua própria aceleração de sua luta de classes desde cima e os passos seguintes ao terror conservador e à transformação de sua sociedade, cada vez mais estreitamente interpretada como uma fortaleza.
Disse Popper, o papa do liberalismo: “As instituições são como fortalezas. Têm que estar bem construídas e, ademais, propriamente guarnecidas de pessoas.” Hayek, o bispo neoliberal, acrescentou: “Quanto um governo está quebrado e não há regras conhecidas, é necessário criá-las para dizer o que se pode fazer e o que não se pode. E, nessas circunstâncias, é praticamente inevitável que alguém tenha poderes absolutos.”
A seqüência conservadora inversamente correspondente à seqüência anti-utópica que Hayek projeta nos movimentos populares, é, agora, sua própria polarização do poder. Tem três etapas: um sistema social fixo, invariável no tempo (o “nomos” de Berger, as “regras gerais de conduta” de Hayek, por exemplo), o questionamento popular do sistema capitalista, e a aceleração da agressividade antipopular até a reivindicação do poder absoluto.
O fato de o liberal reclamar esse poder absoluto como forma de que nunca mais haja poder absoluto é apenas um modo de legitimar esse poder em termos os mais estritos. Com efeito, para que nunca mais haja poder absoluto leva precisamente a este poder absoluto, que é um meio para tal fim, esta legitimidade irrestrita. O poder conservador se sacraliza – ainda que em termos secularizados – absolutamente. É valor absoluto, agora, porque a sociedade que ele defende é um absoluto histórico. Em termos desta dialética maldita, evita-se o poder absoluto legitimando-o hoje em nome de sua eliminação e desaparecimento futuros.
Podemos complementar a seqüência liberal-conservadora incluindo nela, agora, a própria seqüência anti-utópica:
a) a fixação do capitalismo liberal, invariável no tempo e concentrado nas regras de conduta do mercado, como as formula Hayek. O caminho da perfeição é elaborado em termos funcionais pelo modelo do equilíbrio e competição perfeitos;
B) o questionamento do protesto popular contra o sistema capitalista, por considerar utópico o questionamento do mercado, o que, em seu entender, resultaria impossível; seria o caminho para o caos e a servidão. À competição perfeita se contrapõe o caos; e
c) Há uma valorização absoluta do sistema determinado por regras de conduta do mercado como aproximação ao equilíbrio e competição perfeitos. Vida e morte se enfrentam: as regras gerais são a vida e o protesto social é a morte. E, para defender-se da morte tudo é lícito, não havendo limitações para tal ação. Reivindica-se o poder absoluto legítimo, sob a condição de que seja o poder que afirme para sempre as regras gerais de conduta. Enquanto as afirma, é o poder absoluto quem assegura que, no futuro, não haja mais poder absoluto.
Deste modo, o modelo do equilíbrio e da competição perfeitos se transforma em valor absoluto de toda a vida social. Aparece, assim, o totalitarismo do “mercado total”, com a perspectiva de sua “guerra total” enquanto guerra antisubversiva, seja nacional ou em nível mundial. É a ante-sala ao fascismo de hoje, ou melhor, a forma democrático-liberal que o fascismo assume.
Sem embargo, com sua recusa de uma mediação institucional do trânsito até uma sociedade libertada e com a insistência na ação direta, o anarquismo só consegue inverter a polarização e o maniqueísmo da sociedade burguesa contra a qual se insurge. Deste modo, aparece a violência anarquista contraposta à violência do sistema capitalista existente contra o qual o anarquista se rebela.
Não obstante, as duas posições são insustentáveis. À medida que o sistema capitalista se fecha e se transforma em uma fortaleza que substitui sua incapacidade de atender às necessidades básicas da população pela repressão policial, perde sua legitimidade ainda que tenha força militar e policial. Por outro lado, à medida que se espera da ação direta o trânsito a uma nova liberdade, se reforça a reação policial e repressiva do sistema.
Sem dúvida, qualquer rebelião anarquista – ainda que vença – já tem, em si, os germens da derrota, mas o mesmo vale para o sistema capitalista transformado em fortaleza. Este carrega em si o germe de uma profunda violência sempre exposta, finalmente, à tentação de uma violência fascista do “Viva a morte!”. É a ação direta das classes dominantes para recuperar das cinzas a sociedade passada.
A contraproposta do anarquismo, em última instância, não é somente contrária à propriedade privada: é igualmente contrária à propriedade socialista. Realmente, ela não nega apenas o Estado burguês, mas também o Estado socialista. Quando fala de propriedade comum, não fala de propriedade socialista, mas propriedade de todos, de acesso de todos.
O que o anarquista nega na propriedade privada não é apenas seu caráter privado, mas, em geral, seu caráter privativo. E, embora a propriedade socialista não seja privada, segue sendo propriedade privatista, cujo acesso e desfrute é regulado por regras de formas mercantil. O anarquista se rebela contra essa repressão à espontaneidade ao acesso aos bens.
A liberdade anarquista é uma imaginação, mas nem por isso é arbitrária. É uma imaginação de perfeição, não a partir de alguma institucionalização, mas a partir da vida concreta do homem que, através de seu trabalho, satisfaz suas necessidades. O modo de efetuar esse trabalho, de sentir as necessidades e de chegar a satisfazê-las é refletido pelo anarquista em termos de um progresso infinito.
Pensa o processo de intercambio com a natureza com cada vez menos dificuldades até chegar, pelo progresso infinito da abstração, à espontaneidade perfeita. Que tudo seja liberdade e que as necessidades mesmas sejam atendidas em forma de livre espontaneidade: isso é sua imaginação definitiva da liberdade.
Desde logo, frente a um processo infinito desse tipo, toda institucionalidade – sejam partidos políticos, relações mercantis, leis, Estado, planificação ou propriedade privativa de qualquer tipo – aparece como limitação e repressão da livre espontaneidade. A liberdade plena, para o anarquista, é criar uma ordem que não necessita de nenhuma institucionalidade: a ordem espontânea do pensamento anarquista.
A realidade é imaginada de uma forma que cada um, seguindo sua livre espontaneidade, realiza espontaneamente uma ordem complementar com as ações dos outros. Seria a realização do que Kant chamava de “a bela harmonia”, com o que o anarquismo se aproxima do idealismo alemão do séc. XVIII.
A liberdade anarquista é a liberdade de cada um escolher o caminho que quiser. Fazendo isso espontaneamente, e não guiado por leis do mercado nem leis ou planos do Estado, todos poderão fazer espontaneamente e em comum. Come-se do que se gosta, faz-se o trabalho que se quer e trabalha-se o tempo que a cada um bem aprouver. Dorme-se quando se está cansado e diz-se o que quiser nos jornais, livremente. Ninguém proíbe nada e tampouco nada falta a ninguém. Vive-se onde se gostar e engaja-se no trabalho que se quiser e as necessidades podem ser satisfeitas de acordo com os desejos de cada um.
É a sociedade do viver contra a sociedade do ter, na qual as coisas não estão à disposição de cada um, eis que são propriedade de alguém ou reguladas pelo Estado. Mas, como os homens têm necessidade, forçosamente têm que ter acesso aos bens; sem embargo, os que os têm podem condicionar esse acesso. Agora, não é o gosto o que leva a ganhar a vida, mas a necessidade., e ela impõe violar constantemente aquela espontaneidade original. Por cima da espontaneidade violada aparecem as preferências do consumidor. Assim, a “sociedade do ter” impede a livre espontaneidade da imaginada “sociedade do viver” anarquista.
Teoricamente, o pensamento anarquista nunca aparece em termos muito elaborados. É um pensamento rudimentar, de muito fácil acesso popular, que se propaga mais por palavras-de-ordem originais, discursos breves e mobilizações entusiastas do que por elaboração de grandes teorias. O tom é sempre o de elevar a efeverscência, de contagiar, de entusiasmar, lembrando, até, invocações bíblicas, que tratam de arrastar a humanidade inteira até o paraíso imediato.
Um modelo teórico de anarquia não existe, e provavelmente nunca existirá. Tais modelos se elaboram para a adoção de posturas frente à condução da economia e, no caso da planificação, para elaborar técnicas de planificação. Um pensamento antiinstitucional, como o anarquista, não pode ter tais técnicas e, portanto, não pode elaborar conceitos correspondentes.
Mas, se se pergunta pelas premissas de realização da anarquia, a resposta consistiria precisamente na referência aos supostos básicos de qualquer modelo de institucionalidade perfeita: conhecimento perfeito e velocidade infinita de reação aos fatores, os quais, quiçá, não seriam suficientes.
No entanto, há uma diferença de fundo. Os conceitos limites da institucionalidade perfeita levam sempre à contradição segundo a qual, ao se pensar a institucionalidade em sua perfeição, pensa-se em termos de ausência. Uma competição perfeita é a ausência da função real da competição; uma legitimidade perfeita é a ausência da função social da legitimidade; o acatamento perfeito das leis implica a ausência do sistema legal real.
No caso da anarquia não ocorre nada parecido. Pensar o intercâmbio do homem com a natureza, em termos de perfeição e liberdade total, não se abstrai, nem se explicita nem implicitamente, de sua realidade. Uma realidade imperfeita é, agora, perfeita, mas não aparece aquela contradição implícita que encontramos em todos os casos de uma conceitualização da institucionalidade em termos perfeitos.
Em todo o caso, a imaginação anarquista influenciou o desenvolvimento posterior do pensamento social. Mas, por sua vez, foi acerbamente criticada pela falta das mediatizações institucionais imprescindíveis em qualquer concepção revolucionária do trânsito da realidade subjugada presente rumo à liberdade no futuro.
Foi Marx quem pela primeira vez, e de forma aparentemente insuperável, efetuou essa crítica, iniciando, assim, a possibilidade de se construir uma sociedade futura que os anarquistas esperavam como resultado da livre espontaneidade surgida da destruição da sociedade anterior.
No pensamento neoliberal, o pensamento anarquista influi no grau em que este, durante os anos 1970, formula um “capitalismo radical” em termos de um capitalismo sem Estado, ao qual os autores correspondentes – em especial David Friedman e Robert Nozick – dão o nome de “anarquia”, daí o anarco-capitalismo de hoje. Trata-se de uma corrente à parte da corrente neoliberal, melhor dito, sua radicalização.
Assim, o neoliberal radical Hayek escreve a apresentação das publicações mais importantes de Nozick. Se bem que, no caso do pensamento neoliberal, os conceitos do pensamento anarquista são radicalmente mudados, os autores neoliberais sustentam uma continuidade de seus pensamentos com o pensamento anarquista clássico do séc. XIX.
Influências igualmente importantes tiveram os movimentos estudantis em maio de 1968, em Paris. Uma linha mais importante, na qual o movimento anarquista teve certa influência – principalmente por parte de certas reflexões e ações de Proudhon e Luis Blanqui –, foi o marxismo. Quando Marx se refere ao comunismo ou à “associação de produtores (trabalhadores) livres”, faz bem próximo da referência anarquista à liberdade, afirmada por Lenin em seu clássico “O Estado e a Revolução”, não terminado.
Mas, apesar dessa proximidade, há uma diferença profunda e notável, que parte do fato de que o pensamento anarquista não percebe nenhuma necessidade de uma mediatização institucional entre a ação revolucionária presente e a liberdade de uma nova sociedade a construir no futuro.
A análise marxista, em troca, centra-se nessa problemática da mediatização. Por conseguinte, este é um pensamento teórico mais aprofundado, diferentemente do pensamento anarquista, mais intuitivo em relação ao efeito imediato da mobilização popular para alcançar a revolução.
O pensamento marxista elabora as categorias teóricas de um pensamento de revolução social e penetra, especialmente, na mediatização institucional entre a ação revolucionária e a construção de uma sociedade futura. Marx pensa essa mediatização a partir do poder político, isto é, do Estado.
Segundo ele, não é a espontaneidade direta dos trabalhadores, camponeses, segmentos da classe média e outras frações sociais que leva à ordem espontânea da liberdade, senão que faz falta uma ação consciente e dirigida para a construção da nova sociedade que só o poder político pode conseguir. Com isso, muda a teoria da revolução e o trânsito em direção a uma nova sociedade.
Na visão marxista, a revolução já não é simplesmente a destruição do Estado como tal, mas a conquista do poder político por todas essas camadas em aliança, sob a liderança dos trabalhadores rurais e urbanos, para a manutenção do poder estatal-institucional. Entre a sociedade capitalista e a sociedade socialista se mantem uma ponte institucional que é precisamente o Estado, passando este durante a revolução da burguesia ao proletariado urbano e rural trabalhador. Segundo Marx, da revolução surge um novo Estado, e a revolução não é a destruição do Estado, tal como defende o pensamento anarquista.
Só o Estado, dessa forma controlado por uma grande aliança social liderada pelos trabalhadores urbanos e rurais, pode efetuar a mudança do sistema econômico que o anarquismo esperava da espontaneidade. Essa mudança se refere tanto ao sistema de propriedade como de toda a organização do trabalho, em que todos o efetuem em comum, baseado no valor de uso, e distribuam os frutos desse trabalho segundo suas necessidades.
Isso implica para Marx a abolição da propriedade privada e de todo o sistema mercantil de intercâmbio de produtos baseado no valor de troca. Somente assim a ação política baseada no Estado proletário poderá realizar a liberdade econômica e o livre desenvolvimento de todas as possibilidades de cada um. Essa libertação econômica possibilitará a posterior abolição do Estado, eis que , com a realização da divisão social do trabalho no sentido dessa libertação, se tornará supérfluo.
Assim, o pensamento marxista conquistou a hegemonia junto aos movimentos socialistas revolucionários, pois tem sido realmente o único capaz de orientar revoluções exitosas. Renunciar, na linha anarquista, à conquista do poder político, é renunciar à vitória da revolução. E a espontaneidade anarquista, embora bela, não passa de um mito. Pode balançar a sociedade capitalista, mas não pode superá-la.
As revoluções socialistas que fracassaram adotaram um sistema de planificação bem distinto do que Marx havia imaginado. Mas o havia pensado em termos de uma “organização dos produtores livres”, que se coordenariam através da planificação e que, em decorrência dela, poderiam renunciar ao uso de relações mercantis, compartilhando em comum tanto o trabalho quanto o consumo. Mas, os passos iniciais foram dados e cumpre, agora, aprender com os erros do passado e evitar as aventuras equívocas.”
FrancoAtirador
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Pior é ver que a ‘Horizontalidade’ que mais cresce nas Ruas
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é a que é Orientada Pela Mídia UltraLiberal do Tea Party
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que vem promovendo a Anarquia Nazi-Fascista no braZil.
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Apesar de adotar nas análises geopolíticas posicionamentos notadamente Norte-Ocidentais,
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o Correspondente Internacional do Estadão, Guga Chacra, que há anos mora em New York
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– e que aparenta ser um Jornalista sério e bem intencionado, até prova cabal em contrário –
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fez, ontem, um Breve Comentário na Globo News, muito Admirado e até Impressionado
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com as cada vez mais Freqüentes Notícias que chegam lá nos United States of America
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sobre as Manifestações de Ódio Preconceituoso Discriminatório que ocorrem no braZil
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chamando a atenção para a Evidente Similaridade e, mais, a Nítida Identidade Cultural
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das Ações Retrógradas e Odientas de Grupos de Extrema-Direita que atuam aqui no País
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com as Agressões Públicas Movidas pelas Organizações NeoFascistas Norte-Americanas
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especialmente de Movimentos Radicais ligados à Facção Extremista Tea Party, do PR de lá.
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É óbvio que um Assunto de Tamanha Relevância Social, como este, é Importante Demais
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para ser Objeto de Discussão e Aprofundamento entre os Comentaristas da Rede Globo,
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e Exposto à Sociedade Brasileira, fato que talvez não tenha sido notado por Guga Chacra.
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Assim, os Outros Participantes do Programa ficaram Bem Quietinhos, entreolhando-se,
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e o Apresentador desviou a Pauta para outra, referente à Influência da Moda Nova-Iorquina
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na Alta-Costura em São Paulo, ao Impacto da Cotação do Dólar nas Compras em Maiâmi…
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FrancoAtirador
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Detalhe
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O Jornalista, acima citado, mantém um Blog
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com a Seguinte Observação, ao Final da Página:
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“Comentários Islamofóbicos, Antissemitas, Anticristãos e Antiárabes
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ou que coloquem um Povo ou uma Religião como Superiores não serão publicados.
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Tampouco são permitidos ataques entre leitores ou contra o blogueiro.
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Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados.
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O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes.
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Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista”
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Aí, um cara da Corrente Anarquista de Extrema-Direita,
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que nada mais é do que um Mercenário NeoFascista
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que faz Apologia ao Crime de Fraude Tributária no Brasil,
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xinga o Articulista do Estadão na Revista Veja/Naspers:
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(http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/oriente-medio/guga-chacra-diz-que-tem-mestrado-e-eu-nao-e-a-carteirada-chupa-cabra-sera-que-foi-no-cursinho-que-ele-aprendeu-a-dividir-a-direita-entre-multicultural-e-islamofobica)
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FrancoAtirador
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Detalhe 2
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O Jornalista Brasileiro Gustavo Chacra é Árabe-Descendente:
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(http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/minha-carta-para-nos-brasileiros-descendentes-de-sirios-e-libaneses)
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Lukas
Os anarquistas são tão contraditórios, que o da foto acima está com a foto de Raul Seixas na jaqueta, um cara claramente homofóbico, misógino e liberal em relação a pedofilia.
Magela
Que bosta.
clodoaldo
O governador do Mato Grosso e prefeitos do estado estão prestes a se tornarem “tucanos”, ou seja, ele e mais dezesseis prefeitos do Mato Grosso vão trair seus eleitores e agirem como agem os “coxinhas” de plantão vão mudar de lado.
Fabio Nogueira
Uau! É notável como muitos comentários sobre os anarquistas cavalga sobre um raciocínio idêntico ao dos comentários dos coxinhas sobre a esquerda em geral: “Dããã… diz que é socialista mas usa iPhone”.
abolicionista
Para conhecer um pouco mais sobre o anarquismo, recomendo a todos que assistam ao filme Terra e Liberdade, de Ken Loach.
A Guerra Civil espanhola foi um dos capítulos mais covardes na história do stalinismo. Uma revolução genuína e vitoriosa foi covardemente esmagada por Franco e Stálin, dois tiranos que a história não perdoou. Mas o ideal dos anarquistas permanece vivo, e muito mais autêntico e genuíno do que o gerentismo petista.
https://www.youtube.com/watch?v=0gUtkOCMJHw
luiz mattos
Quem louva 2013 necessita voltar ao útero materno.
marcio ramos
… se tem Rg não e anarquista. Pedrada mano…
Carlos Salgado
Como um Partido que governa conseguirá arrebanhar jovens com tendências anarquistas?
Os jovens sempre enxergam ruptura, o PT fez isso, já mudou a história e a menos que seja governo será pouco atrativo a quem quer revolução.
O PT fez uma porção de bobagens, paga por elas todos os dias, mas é uma loucura como absorvemos essa malhação de judas proposta pelos “publicitários” do Golpe.
Que o PT siga seu curso social democrata eficiente em distribuir renda e que os jovens se organizem, estudem a transformação social, e amadurecerão vão propor seus caminhos. Porque eles tem razão, mal começamos a avançar!
E cá entre nós, Anarquista na FFLCH existe desde a primeira turma da FFLCH!
Romanelli
então ..tem coisa que não se explica ..a pressa destrambelhada, sem nexo nem plexo da juventude manipulada, ou o conformismo e pessimismo dos mais maduros
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..é a evolução lenta e gradual da humanidade ..
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..na nossa biologia temos por exemplo o dente do ciso, o apêndice intestinal, a unha do dedinho do pé e o fim da coluna vertebral, todos itens IMPRESTÁVEIS e inservíveis mas que resistem..
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..e na política, bem na política em pleno século XXI, alheios a uma visão mais ampla e dinâmica da VIDA, da EXISTÊNCIA, ainda temos os que se dizem exclusivamente de direita, outros de esquerda, ou mesmo anarquistas
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“ce la vie”
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https://www.youtube.com/watch?v=uutFgC6N_vc
Fernando Cerqueira
É desanimador. Rouba,depreda, e acha que chega em algum lugar um dia. Precisa avisa-la que não estamos em 1968. Lá se vão quase 5 decádas.
Arthemísia
Depois de 2013, confesso que tenho o pé atrás com essas “horizontalidades”. Aliás, esse é o mesmo discurso do MBL e outros que tais.
Edgar Rocha
Furta e faz filosofia numa universidade do Estado
Entrou primeiro no movimento punk porque tinha música legal, o visual é descolado e é bom andar de skate
Depois, leu anarquismo e viu que tinha tudo a ver
Organizou a marcha da maconha
Dependem da internet pra se articular
Anarquismo é uma resposta quase que óbvia contra as atuações verticais
Somando tudo, me parece que óbvia ainda é a atuação e o imaginário anarquista. Só espero que entendam meu questionamento como um ato de liberdade de expressão, ao menos. Concordo que a prática atual de organização precise ser revista. Mas, com todo respeito, não consigo passar disto.
Ser contra o capitalismo furtando
Ser contra a influência do Estado, formando-se numa Universidade pública
Ser punk depois dos anos 70 (melhor entender o que fizeram da contracultura depois do movimento hippie)
É contra a legalidade, mas deseja que seus hábitos deixem de ser transgressão pra ser algo legalizado ou dentro da normalidade legal.
Dependem da rede pra se organizar. Será que possuem espírito crítico em relação a este instrumento? Sem isto, podem estar sacrificando sua liberdade e limitando seu movimento aos que dispõe de tal instrumento. Se querem liberdade, que não seja virtual em nenhum sentido.
São contrários a articulações verticais. Ok. E como andam as horizontais? Discutem as relações sociais, revisam seus próprios comportamentos, conseguem viver sem relativizar os fundamentos que apregoam? Sugiro refletirem sobre isto, antes de questionar os que ainda se articulam hierarquicamente. Não é uma crítica, é um alerta. Só pra não esquecerem o que já disseram várias vezes sobre os movimentos de esquerda: “Todo mundo é de esquerda quando jovem. Depois amadurece e aprende”. Já passou da hora de romper com isto. Mas, é preciso mostrar ser possível. Compromisso com o pensamento. Escravizá-lo pelo ego, mascará-lo com o discurso da maturidade, jamais. Senão… bem, vão se lembrar com carinho deste momento. Assim como os hippongas de antanho. E o mundo vai esperar que o sonho se torne verdade por mais uma geração. Com vocês, atrapalhando pra que não se realize, sob pena de descobrirem o quanto foram fracos. É só uma intuição minha… Boa sorte!
Carlos Machado
Brilhante, Edgar! Parabéns pelo texto, compactuo.
Meu coração é de um anarco-capitalista, suponho, mas estudei em faculdade pública e sou funcionário público concursado – contraditório aparentemente, eu sei.
Pelo que entendo, a anarquia, por si só, possui inúmeras facetas, mas mantém pilares de isonomia e respeito tanto a si quanto ao outro para, aí sim, não ter leis. O desrespeito não é característica da anarquia assim como o extremismo e preconceitos não são das religiões que pregam o amor e respeito… Mas o desrespeito e a intolerância estam, muitas vezes, na oratória do representante divino.
Se quebram em nome do anarquismo, são antagônicos.
Em suma, a violência existe em todos os ambientes. Como diria Raul, “A guerra é o produto da paz” (paz x paz).
PS. O punk começou como um movimento contracultural pacífico que pregava o respeito ao novo e a diversidade.
PS2. Em faculdades públicas, há o estímulo a movimentos sociais de esferas inimagináveis! E pautados! E há integração, consciência de sociedade: jovens brigam por aposentadoria, por exemplo. Isso se deve a cerne da educação e consequente liberdade que todos deveriam ter direito no privado, também.
J Fernando
Só de dizer que furta já me deixou totalmente contra o movimento.
Seu Zé
Essa geração é pior que as anteriores.
Lukas
Malcolm McLaren deve rir muito destes punks…
Bertold
Disse tudo amigo. Tem escritoras inconsequentes que apenas veem pedaços de casca do pão e não enxergam as migalhas.
abolicionista
Os petistas estão realmente precisando estudar mais.
Uma visão de Debord sobre o “furto”, como diz o Edgar:
http://www.culturaebarbarie.org/sopro/arquivo/debord.html
Edgar Rocha
Então, se eu entendi, senhor abolicionista, nossos anarquistas são todos negros pobres e revoltados com a sociedade de consumo? Ou então, estão transformando em fetiche um momento histórico emblemático (na História dos EUA, claro), cujo contexto pode ser solenemente ignorado em nome da teatralidade ou da experiência estética de sentir-se como alguém que subverteu as regras de um sistema e da moralidade sobre o que seria legitimável enquanto reação política (diante da morte injusta de um jovem por policiais). Legal. Desculpe-me mas, tenho que alertar que tal prática não é nova nestas paragens tupiniquins. Um grupo de senhoras, vestindo seus casacos de pele brincou de revolucionária batendo suas panelas nas ruas e nas sacadas gourmet. Devem ter se sentido verdadeiras chilenas lutando contra o Pinochet. Quase uma instalação pós-moderna.
Com todo respeito, vão carpir um lote. Milhares de jovens morrem todos os dias na periferia, por serem negros e pobres e, ao que me consta, os contratudoquetaí censuraram as manifestações lembrando as chacinas recentes na últimas manifestações. Algum anarquista por acaso, os defendeu?
abolicionista
Eu só quis mostrar que seu argumento baseado no conceito de “furto” era completamente furado, em nenhum momento disse que eram a mesma coisa.
Aliás, em vez de destilar preconceitos, que tal ir atrás de pesquisas sobre o perfil sócio-econômico desses jovens? Tenho quase certeza de que, em sua imensa maioria, são moradores da periferia e subúrbio.
Mandar os outros plantar batatas é atitude típica de quem não tem argumentos.
Fernando
eu não entendi bem isso, se são contra partidos politicos como pensam em assumir o poder para por suas ideias em pratica…como mudar toda uma sociedade sem uma revolução radical..se for de forma pacifica suas ideias levaram uns mil anos para serem aceitas pela maioria…
vitor
uma revolução radical só terá força pra romper com a politica hierarquizada quando a maior parte da populaçao tiver conhecimento ou pratica anarquista. é o que o pessoal chama de construção de poder popular, que se dá pelo trabalho de base em organizações de bairro, atuação em sindicatos, assembleias populares, coletivos, federações, movimentos sociais e aplicando no dia a dia também. é meio que ser pacífico agora (no sentido que você disse de trocar ideia até ser bem aceito) até termos força pra uma ruptura radical de verdade, que consiga superar a politica representativa com a pratica da autogestao. é o tipo de coisa que parece irreal mas é uma forma de organização da sociedade que já deu certo em grande escala também, como na revolucao espanhola, por exemplo. hoje em dia ta rolando uma experiencia de confederalismo democratico e insurgencia armada de autodefesa no curdistao, que é uma revolucao em curso que tá rolando lá inspirada também por ideias anarquistas. vale lembrar também que a construção do poder popular não é necessariamente pacifica. muitos individuos e correntes anarquistas revindicam o uso da força nesse processo de construção do poder popular, acreditando na ação direta e desobediência civil como meios de avançar na luta.
Maria
Mas é atraves da revolução mesmo. Existe outra forma de mudar esse sistema podre, que já destruiu tudo? Ño capitalismo não existe remendos, melhoradinhas. Ele é assim, destruidor. Ou a humanidade entende isso ou vai para a barbarie (que já está), ou para o extemínio. Dentro das regras do capitalismo não vamos a lugar nenhum. Quer alguns exemplos?
FrancoAtirador
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Transposto à Atualidade,
o Radicalismo Anarquista
resume-se nesta Sentença:
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“Se tem CNPJ,
não é de Esquerda.”
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Mário SF Alves
Em relação ao anarquismo o máximo que consigo ir é até onde foram as ideias do Bakunin. E nessa, só lamento o fato de ainda não ter dado atenção nenhuma às do Proudhon.
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Já no que tange à dinâmica do processo civilizatório sigo com a ferramenta de sempre: PT – Partido dos Trabalhadores, a meu ver, a melhor e – ainda – a mais promissora das ferramentas políticas que temos.
FrancoAtirador
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Pois é, Mestre Mário.
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A Desobediência Civil no Anarquismo de Thoreau e de Proudhon,
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dentre outros Pensadores, é uma Faca Ideológica de Dois Gumes.
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Se, por um lado, foi capaz de inspirar Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma,
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para a Conquista da Independência da Índia, através dos Instrumentos Políticos
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da Resistência Coletiva Pacífica contra o Domínio da Monarquia Inglesa Opressora,
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por outro, também serve agora de Inspiração e Fundamentação aos Libertarianistas
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que pregam o Egoísmo, como Ideal, incitando a Prática de Crimes contra o Estado,
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como essa Campanha UltraLiberal Internacional de Boicote ao Sistema Tributário,
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por meio do Eco das Vozes de Celebridades Empresariais Sonegadoras de Impostos.
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(http://www.jusbrasil.com.br/topicos/592681/apologia-ao-crime)
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(https://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo_individualista)
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(http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/pensadoresanarquistas.html)
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Mário SF Alves
“A Desobediência Civil no Anarquismo de Thoreau e de Proudhon, dentre outros Pensadores, é uma Faca Ideológica de Dois Gumes.”
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Sim. E é um luxo do qual não temos a menor necessidade agora.
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No mais, resta aguardar o desenrolar do 70ª Assembléia Geral da ONU. Entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro, terá lugar a semana do debate geral. A ver.
Leia mais: http://br.sputniknews.com/trend/onu/#ixzz3mrv5nbET
Felicidades, carinho por si mesmo e temperança, sempre.
Abraço, Mário.
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