Vestimentas nazistas: A carta de repúdio de alunos da USC e a resposta da universidade

Tempo de leitura: 6 min

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Carta de repúdio de alunos do 4º ano de R.I ao estande do curso de História na Feira de Profissões

Do Facebook

Nós, alunos do 4º ano de Relações Internacionais da USC, muito nos surpreendemos com o estande do curso de História na Feira de Profissões da Universidade hoje, dia 16 de Setembro.

Ao querer apresentar a alunos do último ano do Ensino Médio fatos sobre a Segunda Guerra Mundial cometeram o grave erro de enaltecer os regimes totalitários responsáveis pelo início do conflito, utilizando as vestimentas e os símbolos representantes de tais grupos, dentre os quais a suástica nazista. Não suficiente, o estande também apresentava discursos do ditador Adolf Hitler.

O Nazismo foi responsável pelo genocídio e perseguições à negros, judeus, homossexuais, e todas as minorias étnicas que não condiziam com a suposta raça ariana. É inadmissível que um curso de História, sendo seus estudantes e coordenação conhecedores de todas as mazelas praticadas por esse regime, possa não ter a sensibilidade de percepção ao contexto atual, onde partidos neonazistas voltaram a participar de eleições na Europa, o que traz reflexos até mesmo nas ruas do Brasil.

Como exemplo, citemos: somente esse ano foram mortos 85 LGBT’s. No ano anterior, 312. Há um mês atrás seis imigrantes haitianos foram baleados em frente a Paróquia Nacional da Paz. Anteontem (14/09) um senegalês foi queimado vivo nas ruas de Santa Maria, RS.

Toda e qualquer menção ou veiculação de símbolos nazista no Brasil é crime previsto no Artigo 20 do Código Penal:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins de divulgação do Nazismo.

Apesar de haver representação também dos Judeus (um dos grupos que foram perseguidos, torturados e assassinados) a falta de sensibilidade se denota quando temos a certeza de que o cenário ideal seria apenas o de representações dos oprimidos, sem precisar conter as vestimentas nazistas e fascistas, que eram maioria. Este curso de Humanas perdeu uma oportunidade ímpar de mostrar a jovens em formação a única parte que não deve ser esquecida: a morte de mais de dez milhões de pessoas derivada do ódio político, do racismo, da xenofobia e da homofobia.

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Nós repudiamos veementemente essa exibição do curso de História, e aconselhamos a Universidade do Sagrado Coração a fazer o mesmo, além de exigir um pedido de retratação por parte da coordenação do curso.

Assinam a carta:

Matteo Netto
, Alexandre Criscione,
 Ana Lívia Rodrigues
, Thaís Helena Tambara
, Natalie Alves
, Júlia Lourenção
, Débora Ani Marchi
, Mariana Marcelino Florenzano
, Julia Concuruto Reche, Lilian Lacerda
, Isabela Andreatta
, Matheus S. Contreira
 e Gabriel Cara.

*****

Esclarecimento

Tema do curso de História na Feira das Profissões

18 set | Destaques

do site da Universidade do Sagrado Coração

A Universidade do Sagrado Coração optou por apresentar como tema do estande de História, na Feira das Profissões, “O Fim da Segunda Guerra Mundial”, que completa 70 anos em 2015. Um momento que nos faz refletir sobre o fim de ditaduras, de regimes autoritários e totalitários, da repressão e do medo, do início do julgamento dos crimes de guerra e perspectivas de paz.

Para apresentar o tema, montou uma exposição de cartazes que retratavam a ascensão e, principalmente, a queda do 3º Reich e do Eixo. Esta exposição começava com a derrota nazista mostrando a bandeira e a suástica rasgadas e queimadas pelos aliados. Nesses cartazes também encontravam-se imagens sobre a morte do ditador Mussolini, o Holocausto, as sorrateiras propagandas nazistas, o Dia D, a destruição dos símbolos nazistas, a bomba atômica e a vitória dos aliados.

O tema foi enriquecido com a discussão e apresentação de filmes de época como o Triunfo da Vontade, uma fonte histórica muito debatida academicamente para entender a perversa propaganda nazista, bem como a clássica obra-prima de Charles Chaplin O Grande Ditador, que se apresentava como contraponto à obra nazista. Outros filmes e documentários apresentavam críticas aos regimes totalitários como Arquitetura da Destruição e os atuais Olga, A Queda e a Segunda Guerra Mundial.

Foram expostos livros que retratavam o processo histórico relacionado à Segunda Guerra Mundial. Os estudantes do curso de História mostraram como a impiedosa e preconceituosa obra de Hitler, Mein Kampf, seduzia seus seguidores. Discutiram como o mercado editorial utiliza-se de temas como a juventude hitlerista, os generais de Hitler, se o Eixo tivesse vencido, dentre outros temas, e expuseram a vasta publicação que garante os interesses desse mercado. Fizeram críticas à obra impostora e sem sustentação e base histórica publicada no Brasil O Holocausto: judeu ou alemão?. Sugeriram aos visitantes boas e críticas leituras como A Psicologia das Massas no Fascismo, de Wilhelm Reich, A Era dos Extremos, de E. Hobsbawm, o Triunfo da Vontade, de Alcir Lenharo.

Como todos os anos, no estande de História, os alunos se caracterizaram como personagens de época. Representaram soldados brasileiros, assim como soldados soviéticos e militares do Eixo, e fizeram repúdio ao Holocausto, ao preconceito, à agressão e à violência.

O trabalho principal sobre o tema ficou com a personagem vestida como judia de campo de concentração que, com ajuda dos demais alunos, distribuiu símbolos da paz: o marcador de texto com uma pomba branca, a estrela e cartas de filhos que foram e morreram durante a guerra.

Os estudantes transitavam divulgando a paz entre o estande e o Núcleo de Pesquisa e História da USC (NUPHIS), onde também realizaram atividades relacionadas ao tema e suas repercussões no Brasil, como a queda de Getúlio Vargas, que foi apresentada para mostrar o trabalho do historiador a partir das fontes. Na sala de pesquisa aos consulentes e usuários, demonstraram o rico acervo de periódicos: O Correio da Noroeste, o Diário de Bauru e a Revista Inteligência durante e após a Segunda Guerra Mundial. Apresentaram artigos, manchetes e editoriais sobre os acordos de paz, a redemocratização e a convocação em 1946 da Assembleia Constituinte. Ao fundo desta sala, várias cenas e músicas eram projetadas e tocadas, como a famosa Brothers in arms, entre outras, que criticavam toda forma de guerra.

Na recepção do NUPHIS puderam ver a exposição de imagens e fontes sobre vários momentos da História do Brasil. Ainda neste local, os visitantes podiam ver as atividades que se desenvolviam na Sala de Higienização de documentos. Na entrada, lugar privilegiado, estavam expostos dados sobre o NUPHIS e fotos sobre os Campos de Concentração como Awschwitz.

Os alunos ensinaram, conscientizaram, educaram e abriram espaços aos debates. Contribuíram para que os visitiantes refletissem sobre a importância da Democracia, da Justiça, da Igualdade e da Paz nos dias atuais.

Diante da repercussão sobre o tema, salienta-se que a divergência e a diferença de opiniões são sempre salutares, desde que haja respeito entre as partes e que não sejam fundamentadas em interesses pessoais. A informação correta sobre os fatos é absolutamente indispensável para que o debate não fique num mundo de construções tendenciosas, que podem ser injustas, onde cada qual se dá o direito de falar o que quiser a respeito de todo e qualquer assunto e pessoas.

Desta forma, destaca-se que não se pode atribuir conotação racista à atividade educativa e contextualizada em seu todo. Abordar a história assim como ela aconteceu não significa concordar com ela, muito menos fazer apologia, implica sim, viajar no tempo e tentar compreendê-la.

Por sua vez, a distorção destas intenções, descontextualizando-as, para que aos olhos de quem desconhece a situação vivenciada pareça a prática de um crime, provoca danos tanto contra os atores envolvidos no fato como contra a sociedade, e é passível de repreensão nas esferas civil e criminal.

Se a apologia ao nazismo é crime previsto na Lei nº 7.716/1989, imputar ou sugerir que alguém o tenha praticado falsamente é calúnia, crime previsto no art. 138 do Código Penal, sem prejuízo da reparação civil pelo dano à honra das vítimas, nos termos do art. 927, do Código Civil. Podem concorrer aqueles que compartilham em redes sociais, avalizando o posicionamento reprovável.

A temática despertou diferenças de posicionamento entre Cursos, ótima oportunidade para a Universidade cumprir sua missão: formação humana e integral, que ultrapassa a formação de sala de aula e de conteúdo, mas constrói o currículo oculto dos estudantes e futuros profissionais.

Desta forma, a Universidade mais uma vez reafirma seu papel social e seu compromisso com a formação integral, levando em consideração valores e sua identidade. A Universidade tem o direito de tomar suas decisões, de possuir a própria identidade e de continuar sendo um espaço de liberdade intelectual e isto não se confunde de forma alguma com espaço de intolerância – o que infelizmente a sociedade atual confunde com liberdade de expressão.

Agradecemos a preocupação da comunidade com a Universidade do Sagrado Coração, porém, é importante lembrar que, de longa data, dispensamos o cuidado necessário com as nossas ações, sobretudo em relação à formação de nossos estudantes. Os assuntos referentes aos cursos, docentes, coordenadores e estudantes estão sob o nosso olhar. Olhar crítico e competente, porém cuidadoso e amoroso. Cuidado este que vem sendo dispensando há 62 anos e o qual fazemos muito bem, levando em consideração o contexto e o papel que cada um vivencia em cada tempo e lugar.

PS do Viomundo: Você quer fazer uma crítica ao nazismo. Coloca estudantes vestidos de nazistas num ambiente universitário. As imagens vazam para as redes sociais. Por mais interessante que seja o contexto, o poder das imagens atropela o contexto. E alguém controla as redes sociais? Obviamente que não. As imagens vão muito mais longe que o “contexto”. Vivemos o mundo das imagens! Portanto, você NÃO coloca estudantes com vestimentas nazistas num ambiente público, independentemente deles odiarem Hitler até o último fio dos cabelos. Nas redes sociais, eles acabam involuntariamente recebendo comentários elogiosos de neonazistas, como aquele que escreveu: o uso da suástica só deveria ser proibido se também proibissem a foice e o martelo. Em todo o mundo, os neonazistas estão colocando a cabeça para fora. Com eles, o antissemitismo. Existe, portanto, uma responsabilidade política que não pode ser desconhecida, especialmente nos dias de hoje. O mundo real não é uma Disneilândia de selfies.

Leia também:

José Afonso da Silva: O nazismo “naturalizado” em exposição em Bauru

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Comentários

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Beto Azevedo

Indico importante análise sobre esse triste e lamentável episódio. Infelizmente as pessoas não se dão conta que a imagem vale mais que mil palavras. E com a evolução dos meios de comunicação o valor dessa afirmação pode ser multiplicada por mil.

http://cinegnose.blogspot.com.br/2015/09/a-ingenuidade-semiotica-das-suasticas.html

Fabio Nogueira

Somente com o passar dos anos e com a maturidade foi ficando claro para mim porque é tão obsessiva a campanha para não deixar o nazismo cair no esquecimento. O nazismo é complexo e multifacetado, e os elementos que o compõem podem ressurgir de diferentes formas, em diferentes épocas e diferentes locais. Por isso é preciso zelar para que as partes desse monstro, que vão tomando forma aqui e ali, não se juntem novamente.

Algumas chaves, no entanto, nos ajudam a identificar os germes desse monstro, que vão tomando forma e ganhando volume enquanto nada é feito. Uma delas é o tecnicismo sem compaixão, o apelo à dureza da regra sem empatia. Os técnicos e engenheiros que falavam cheios de orgulho de sua capacidade em superar obstáculos e sobre a grandeza de seus feitos em produzir eficientes estradas de ferro, sabendo que o objetivo delas era o transporte de pessoas para campos de concentração e extermínio, é um exemplo disso. Outro exemplo disso é a crítica feroz ao programa bolsa família, sustentada pela ideologia da meritocracia, que não é apenas hipócrita (o “meritocrático” não vai abrir mão da herança para começar do zero como outros brasileiros), ela é também uma forma de exacerbar uma regra moral baseada na crença de que se está produzindo justiça ao negar ao faminto o direito de minimamente alimentar-se.

Outro pedaço do monstro que parece ressurgir é o ódio como mobilizador de vontades e como a base da construção da imagem do outro, do diverso. Há, nesse caso, o completo impedimento dos debates, das mudanças de opinião, das trocas de conhecimento, e o pior, há impedimento do reconhecimento do diverso como tão humano quanto. Quando o outro é visto pelas lentes do ódio, fica impossível trata-lo como um elemento a mais a compor as diversidades possíveis no mundo – ele torna-se apenas um diferente a ser tratado de modo desigual. Não um diferente qualquer, mas aquele que deve ser eliminado dos espaços comuns aos que são considerados cidadãos, quando não, devem mesmo ser eliminados do mundo. O ódio que pode fazer o monstro voltar a respirar pode estar num preconceito de raça, de origem, de orientação sexual, de classe social, e pode ser mais facilmente identificado quando direcionado a grupos específicos. É o que vejo acontecer quando há manifestações públicas e coletivas (ainda que pulverizadas, seja porque envergonhadas ou porque ainda não estão reunidas sob a liderança de alguma instituição) referindo-se com termos de ódio e apartheid a “gente diferenciada” que pode chegar aos montes de metrô, aos “comunistas” que vestem camisas vermelhas, aos ciclistas que seriam “comunistas” porque andam na “ciclovia do Haddad”, a petistas e pessoas identificadas com a esquerda em geral quando chamados de “petralhas”.

E o que fazer quando as próprias escolas (minha experiência, nesse caso, é com as particulares) começam a direcionar uma crítica mal formulada e cheia de adjetivos, de forma insistente, paulatina, a um único partido? Isso não pode ser chamado de “exercício de cidadania”. Imaginem o que foi para pais de crianças judias na Alemanha nazista: seus filhos estudando em uma escola onde todos os professores se pronunciam contra um único e determinado grupo social. No caso das escolas que conheço em São Paulo, o ataque é contra um único e determinado partido, sob a justificativa de ser esta uma “prática pedagógica necessária” para “produzir cidadãos conscientes e críticos”. Oras, é evidente que as críticas não se sustentam em argumentos racionais, pois uma vez que você deixa a pessoa falar, ela se contradiz, concorda que na verdade não se trata só de um partido, que “muita coisa precisa mudar” (assim, no genérico), e logo em seguida repete os mesmos adjetivos e as mesmas acusações ao mesmo único partido. Apenas ódio.

Mas também fica claro que o ódio é direcionado ao que o partido representa (ou já representou; ou está deixando de representar). O desejo é que se vá o partido, e com ele o negro que reivindica seu lugar na universidade pública, o nordestino que se nega a associar seu sotaque ou sua cultura musical a espaços subalternos, o gay que já não quer mais esconder afetos, o indígena e o quilombola que lutam pelo seu território de direito. O que falta para que se proponham uma lei obrigando militantes de esquerda, simpatizantes do socialismo e defensores de ideais progressistas a levar uma estrela vermelha costurada na roupa, de modo a garantir segurança, paz e tranquilidade aos homens de bem?

E por fim, me pergunto: e todos aqueles que sofreram diretamente as atrocidades do nazismo estão esperando o que para se manifestar? E dentre estes, os ricos e poderosos (que se sentem representados pelo ódio de classe das forças antiprogressistas em movimento) estão mesmo tão plenamente convictos de sua capacidade de controlar a besta caso ela demonstre força para derrubar um governo? Lembram-se de não esquecer? Essa vaidade pode ter um preço alto.

Professor Tuco

Como professor de história reconheço a importância de não apagar da memória o verdadeiro horror do holocausto. Tive a oportunidade de conhecer alguns campos de concentração e de extermínio na Alemanha e senti um pouco do sofrimento que só quem vivenciou pode descrever. Li e chorei com o Primo Levi. Sempre falo sobre o livro Maus, que na capa possui um gato vestido como nazista e com a suástica no braço. Sei da importância que um trabalho como esse num curso de história possui e tenho a certeza que aqueles que participaram tomaram conhecimento sobre os regimes totalitários e esses nao estavam ali exaltando esses regimes e sim lembrando que esses existiram e deixando um aviso para todos que cabe a cada um de nós impedirmos que a história se repita.

FrancoAtirador

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O Fundamental é que a Relativização do Nazi-Fascismo,
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sob Qualquer Roupagem que se apresente na Sociedade,
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é o Primeiro Passo para a sua Aceitação pela Maioria.
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É assim que devem ser considerados os alertas do Blog.
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Fabio Nogueira

Se puderem, leiam a notícia e comentários com indisfarçada revolta dos leitores do UOL.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2015/09/21/alemanha-processara-ex-operadora-de-radio-por-cumplicidade-com-auschwitz.htm

FrancoAtirador

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O MERCADO DA EDUCAÇÃO E O COMÉRCIO DO ENSINO
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As Ações de Grandes Grupos Educacionais dispararam
na Bolsa de Valores de São Paulo nesta segunda-feira,
depois que o Governo Federal voltou atrás
em uma Alteração que Impactava os Pagamentos
dos Valores do Financiamento Estudantil (Fies)
às Empresas de Ensino do Setor Privado.
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(http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/acoes-de-grupos-educacionais-disparam-apos-mudancas-no-fies)
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Urbano

E o fascista mor faz bullyng com a Nação inteira…

Andre

Fazer a denuncia é correto, mas sendo um crime a denuncia tem que ser feita à justiça; se por um lado, a Universidade realmente cometeu um crime, os estudantes falharam em não denunciá-la na justiça, pelo menos até onde informa a matéria. Agora virou moda ficar denunciando crimes pela internet; facebook não é tribunal, lugar de denunciar crimes é na justiça, além disso o momento é muito grave para ficar fazendo manifestos em facebook e não tomar atitudes mais firmes.

Gerson CT

As explicações da escola não me convencem; pisaram na bola.
Que eu saiba, nem um túmulo em cemitério mereceu o Hitler.
Acho que para não haver romarias.
Ou estou enganado ?

Elias

O príncipe Harry pediu desculpas publicamente por ter aparecido numa festa vestido com roupa que mostrava a suástica na manga da camisa. O jornal The Sun publicou a foto na primeira página em letras garrafais e caixa alta: HARRY THE NAZI
°
A Universidade Sagrado Coração, de Bauru, na minha opinião, não foi feliz ao aprovar o estande do curso de História. Os futuros professores de História da instituição têm a vida inteira para passar a seus alunos o genocídio, a barbárie e a maior tragédia do século 20, qual seja, a Segunda Guerra Mundial e o famigerado Nazismo, felizmente derrotado decisivamente pelo Exército Vermelho em conjunto com as forças aliadas.

Elias

O príncipe Harry pediu desculpas publicamente por ter aparecido numa festa vestido com roupa que mostrava a suástica na manga da camisa. O jornal The Sun publicou a foto na primeira página em letras garrafais e caixa alta: HARRY THE NAZI
°
A Universidade Sagrado Coração, de Bauru, na minha opinião, não foi feliz ao aprovar o estande do curso de História. Os futuros professores de História da instituição têm a vida inteira para passar a seus alunos o genocídio, a barbárie e a maior tragédia do século 20, qual seja, a Segunda Guerra Mundial.

Edgar Rocha

“Na verdade, é minha opinião, agora que o mal nunca é ‘radical’, que só é extrema, e que não possui nem profundidade, nem qualquer dimensão demoníaca. Ele pode crescer demais e devastar o mundo inteiro justamente porque se espalha como fungos na superfície. Ele é ‘desafio de pensamento’ porque há tentativas de pensamento para chegar a alguma profundidade, para ir às raízes, e no momento em que se preocupa com o mal, é frustrado porque não há nada. Essa é sua ‘banalidade’. Somente o bem tem profundidade e pode ser radical”. Hannah Arendt

“O mal por si nunca é trivial, embora ele possa se manifestar de tal maneira que passe a
ocupar o lugar daquilo que é comum”. Hannah Arendt

Pensem nisto os ilustrados pensadores que defendem a liberdade aparentemente ingênua de se “ilustrar” fatos com representações ‘puramente factuais e sem nenhuma pretensão ideológica’.

Fúlvio Costa

Essa DOENÇA DAS SELFIES, essa ENFERMIDADE da qual as pessoas estão acometidas, cujo sintoma é uma NECESSIDADE IRRESISTÍVEL e VITAL de TUDO REGISTRAR e não só isso, de registrar ACRITICAMENTE e EXPOR COMO SE FOSSE UM TROFEU está DESTRUINDO a atividade humana do PENSAR. Essa DOENÇA, essa ENFERMIDADE das selfies faz as pessoas sentirem ABSTINÊNCIA do registro como se este fosse COMIDA e ÁGUA, sem o qual não conseguem mais sobreviver. E aí surgem ABERRAÇÕES como a que estamos presenciando e, como a atividade humana do PENSAR está sendo DESTRUÍDA a passos largos, aparece uma LEGIÃO de pessoas tentando justificar o INJUSTIFICÁVEL. E aí, AONDE VAMOS PARAR???

    Andre

    Na barbárie, ao que parece já estamos adentrando nela.

Junior

Acho inválido esse argumento do Viomundo.
Com photoshop se faz qualquer coisa. Dá pra colocar o Mussum com uniforme Nazista (e nem precisa ser um profissional genial).

Particularmente, eu não teriame deixado fotografar sorrindo usando um uniforme nazista. Esse ponto foi uma falha dos estudantes. Contudo, me parece que a matéria anterior foi meio que uma barrigada, porque dava a entender que o regime nazista foi relativizado na apresentação, e depois de várias testemunhas se manifestarem ficou claro que isso não aconteceu.

Esse PS do Viomundo ficou meio acochambrado, parecendo que não querem dar o braço a torcer a respeito do erro na matéria anterior.

    Viviane

    O ônus da prova é de quem acusa: prove que as fotos foram manipuladas. Pelo que li da matéria, foram retiradas das redes sociais dos próprios retratados.

Fúlvio Costa

Não tenho Face e queria falar sobre esse comentário aqui:

“Os defensores da verdade absoluta poderiam ter ido dormir sem essa.. informaçao é e sempre será bem vinda.. apensar de muitos nao gostarem…so enxerga apologia ao nazismo quem nao se deu ao trabalho de tentar entender o contexto total do fato.”

De que verdade absoluta essa pessoa fala? A de que o nazismo devastou milhões de vidas humanas a soldo de uma ideologia repugnante pregatória de superioridade racial de uns em detrimento de outros? A qual informação essa pessoa se refere como sendo bem vinda? Apesar de muitos não gostarem do quê??? O que essa pessoa quer relativizar??? Só não enxerga que AS SELFIES FOFINHAS DE PESSOAS POSANDO SORRIDENTES COM SEUS CORPOS METIDOS EM FARDAS DE OFICIAIS NAZISTAS FALAM POR SI SÓ quem não quer!!! Repito: SÓ NÃO ENXERGA QUEM NÃO QUER!!! E ainda querem cobrar dos receptores “contextualização”? Hein??? Gente, que pavor. PAVOR, PAVOR! Socorro, o que está acontecendo com o Brasil??? SOCORRO!!!

    José Carlos Damaceno

    Os incautos (nome bonitinho para burros) só conseguem ver o que lhes interessa no mindinho deles ou seja não adianta explicar para que não quer entender.

FrancoAtirador

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OS SELFIES NA DISNEYLÂNDIA NEONAZISTA
.
“Por mais interessante que seja o contexto,
o poder das imagens atropela o contexto”.
“Vão muito mais longe que o contexto”
“As imagens vazam para as redes sociais”
.
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São compartilhadas entre @s Estudantes
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no UátizÁpi, no Tuíter e no Feicibuquistão.
.
Os NeoNazi-Fascistas intitulam as Fotos
.
com Frases de Exaltação ao NaziFascismo
.
e podem, inclusive, fazer ‘PhotoShopping’:
.
‘Juventude Hitlerista Brasileira do IV Reich’
.
Selfies NaziDeliciosos: ‘As Gostosas de Adolf’
.
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    FrancoAtirador

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    .
    Excertos do PS do Viomundo:
    .
    “Vivemos o mundo das imagens!
    .
    “Por mais interessante que seja o contexto,
    o poder das imagens atropela o contexto.”
    .
    “As imagens vazam para as redes sociais”
    e “vão muito mais longe que o contexto”.
    .
    Portanto, você NÃO coloca estudantes com
    Vestimentas Nazistas num Ambiente Público,
    independentemente deles odiarem Hitler
    até o último fio dos cabelos.
    .
    Nas redes sociais, eles acabam involuntariamente
    recebendo comentários elogiosos de neonazistas,
    como aquele que escreveu:
    o uso da suástica só deveria ser proibido
    se também proibissem a foice e o martelo.
    .
    Em todo o mundo, os neonazistas estão colocando
    a cabeça para fora. Com eles, o antissemitismo.
    .
    Existe, portanto, uma Responsabilidade Política
    que não pode ser desconhecida,
    especialmente nos dias de hoje.
    .
    O Mundo Real não é uma Disneilândia de Selfies.”
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    Cartazes da Ku-Klux-Klan aparecem em Niterói-RJ
    .
    (https://twitter.com/ALuizCosta/status/645964333541904384/photo/1)
    .
    .

Marcelo Magalhães

Concordo com a carta de repúdio, mas o pessoal de Relações Internacionais dessa faculdade é ruim de português, hein?

Jorge Vieira

O esclarecimento da Universidade do Sagrado Coração sobre os fatos em questão foi bastante convincente.
Entretanto, deveriam ter levado em consideração os aspectos levantados pelo PS do “Vi o Mundo”
Creio que no, próximo evento, eles terão esses cuidados, pois parecem ser pessoas esclarecidas.

Gilberto

E já que era para caracterizar todo mundo como “personagem da época”, esqueceram de caracterizar alunos como judeus nos campos de concentração. por exemplo. E para dar ainda mais realismo, como parece ser a intenção dos organizadores, que tal se cada um desses emagrecesse uns 40 kg, antes da apresentação?

Gilberto

É, como patrono de formatura as turmas devem chamar o Jorge Bornhausen…

Frederico Evandro

É, isso ai tudo começou como uma simples brincadeira e já sabemos como terminará. O fascismo a homofobia e outras ações diabólicas, vamos dizer assim porque desumaniza, está muito viva neste país e esperando sua hora de se revelar por completo. O povo ainda não se deu conta e quando perceber será tarde, bem tarde.

    Carlos Fuentes

    É muito fácil opinar e julgar por fotos tiradas de contexto, como um recorte doe que aconteceu.

    Esse tipo de jornalismo que Viomundo repudia, mas acabou fazendo.

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