Clair Castilhos: O Brasil é só esse monte de lixo conservador e fundamentalista? Agora, chega!

Tempo de leitura: 6 min

caveira

AGORA CHEGA!

por Clair Castilhos Coelho, em seu blog

Em 1985 Eduardo Alves da Costa publicou um livro de poemas denominado “No Caminho, com Maiakóvski”. O poema título foi muito difundido através de discursos, panfletos, aulas, reproduzido em transparências (não havia ainda o “Power Point”) por professores, militantes, políticos e muitos outros que naquela época lutavam pelas liberdades democráticas. O poema na maioria das vezes foi atribuído ao próprio Maiakóvski.

Aqui cabem alguns lembretes aos/às novos/as viúvos/as da ditadura. A corrupção era endêmica no governo militar “Em 1963 a inflação era de 78%, vinte anos depois, em 1983 era de 239%.O endividamento chegou ao final da ditadura a US$ 100 bilhões e (…) as decisões econômicas eram tomadas não pelo ministro da economia, mas pelos tecnocratas do FMI chefiados pela senhora Ana Maria Jul”. Não havia nem soberania e nem mais dignidade nacional. Quanto ao capítulo da corrupção, é bom não esquecer e procurar os dossiês dos casos da Coroa-Brastel, Capemi, Projeto Jari, Luftalla, Banco Econômico, Transamazônica e Paulipetro.

Passaram os anos e em 1989 ocorreu a primeira eleição direta para presidente após a redemocratização. Fernando Collor foi eleito sustentado pelas principais forças de direita que anos antes haviam apoiado o golpe civil-militar de 1º de Abril de 1964. A tragédia brasileira se renovava com nuances de cinismo e farsa. As empresas estatais foram apelidadas de “elefantes brancos” e os servidores públicos de “marajás”. A poupança dos brasileiros foi confiscada.

A corrupção era epidêmica. Seguiu-se a cassação de Collor, a gestão de Itamar Franco, a eleição e reeleição de Fernando Henrique Cardoso pela coligação PSDB/PFL.

Quando Fernando Henrique Cardoso foi presidente o país assistiu estarrecido ao maior espetáculo de leilão, doação, concessão além de vultosas oferendas do patrimônio público ao capital privado. Foi o tempo da “privataria tucana”.

Foram entregues à rapinagem internacional e nacional as grandes empresas brasileiras a maioria originária da Era Vargas. O Brasil foi transformado num gigantesco brechó aonde o “mercado” vinha às compras. Nesta tragédia suicida foi liquidada a Vale do Rio Doce, a Embratel e as telefônicas estaduais, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Eletrosul, o Banespa e todos os bancos estaduais, enfim, em torno de 125 estatais. Era a grande demonstração de boa vontade que o Brasil exibia para se inserir na fase neoliberal do capitalismo que se implantava fortemente na América Latina. A prova de fidelidade a esse alinhamento, segundo os jornais da época,  era a venda  da Companhia Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo referida pelos leiloeiros como a “joia da coroa”.

Esses leilões, ou crimes de “lesa-pátria”, nessa época foram travestidos de “modernidade”.

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Mesmo com tanta boa vontade e subserviência o Brasil, nesse período, “quebrou” três vezes enquanto o FMI dava “régua e compasso” aos governantes/vassalos que gerenciavam o país.

Com o passar dos anos essa temporada de traição e vilania foi aos poucos entendida como um dos maiores crimes contra a soberania e o patrimônio nacionais. A tal ponto, que a partir daí os candidatos a presidente do PSDB, partido responsável por essa insânia, escondiam o nome de Fernando Henrique Cardoso nas campanhas eleitorais.

Finalmente, após quatro eleições as forças democráticas conseguiram eleger como presidente Luis Inácio Lula da Silva pelo PT em 2002. Lula foi reeleito e após o segundo mandato elegeu a sua sucessora, a Presidenta Dilma Rousseff que também foi reeleita. E assim se passaram 12 anos de governos do PT apoiados por uma extravagante coligação de “direita- centro-esquerda”!

A corrupção continua endêmica! O que mudou foi o cenário político.

Como sempre as elites conservadoras e reacionárias não descansam e não desanimam da sua faina cotidiana de se manter no poder e garantir a hegemonia política na luta de classes e a perenidade do capitalismo.

Agiram mediante um intenso assédio ideológico, midiático, informador e enformador de mentes, formatação e condicionamento de raciocínio, conceitual e político-partidário. Nunca aceitaram o fato de “um dos de baixo” ter ganhado uma eleição para o maior cargo político do país.

Nesse aspecto é bom fazer uma ressalva, apenas foi ganha a eleição, ou seja, a possibilidade de administrar o Estado cuja natureza permanece a mesma. Para transformar é necessário romper com a estrutura e isso só com uma ruptura profunda, uma revolução. O que, certamente, não ocorreu! Não adianta exigir que a coligação de “direita-centro-esquerda” que assumiu o governo dê além daquilo que a realidade permite.

O que não é possível aceitar é que tenha feito muito menos do que era necessário e possível para avançar. O que é impossível aceitar é que o governo tenha dado uma guinada à direita e se submetido às pressões do capital rentista mudando radicalmente a política econômica. Não adiantou a submissão, os ataques continuam cada vez mais virulentos e agora com o argumento de estelionato eleitoral. A operação de destruição do governo continua implacável.

O governo é acusado de tudo o que é execrável. Com fatos verdadeiros ou não. Foram e são acusados de corrupção, roubo e demais delitos correlatos. Os “malfeitos”! Os exemplos mais notórios são os processos do “mensalão” e do “lava-jato”, entre outros. Muitas acusações são pertinentes e verdadeiras, mas o que é tristemente grave como efeito colateral dos julgamentos foi a devastadora ação deseducativa e antipedagógica sobre a percepção do povo a respeito do processo e do fazer da política.

A decepção e o desencanto com as lideranças históricas, muitas originárias das lutas contra a ditadura, provocaram um grave desalento na militância, nos simpatizantes e na população em geral. Tudo isso somado à ação contínua, intensa, deletéria, alienante e agressiva dos “PIG” – Partido da Imprensa Golpista. Esses meios usam palavras e imagens com a nítida intenção de despertar na população raiva, insanidade e ódio irracional. Isto se traduz em agressões violentas, machistas, xenófobas e racistas. O alvo é o pensamento de esquerda, feminista, antirracista e libertário.

A personagem mais agredida e humilhada é a da Presidenta da República. Vítima de uma truculência sem igual se comparada aos outros presidentes do país. No lugar do debate político e ideológico, da discussão sobre as grandes questões nacionais, sobre os novos paradigmas, sobre este momento de transição no mundo e da crise do capitalismo os pontos centrais das contendas são rasteiros, paroquiais e vazios de ideias e propostas. E isto cabe para um grande número de sujeitos políticos de todas as cores do espectro ideológico.

O Brasil atravessa uma crise de pensamento, de credibilidade, de ideários consistentes e comprometidos com a emancipação do povo. As palavras de ordem se esgotaram e não sobrou nada. O resultado marcante é a desmobilização, a tristeza, a anomia e a apatia das forças progressistas.

A imagem dominante no Brasil é a de um país que está totalmente submetido ao pensamento conservador e fundamentalista. Os exemplos são dolorosos: o agronegócio é o grande motor da economia e salvador do PIB, a Petrobrás precisa ser privatizada, pois é um antro de criminosos, as massas estão nas ruas exigindo a saída da presidenta, a classe média urbana sofrendo de absoluta idiossincrasia ao governo federal e aos partidos que o sustentam, os deputados e senadores da bancada BBB (Boi, Bíblia e Bala) dominam o parlamento disseminando violência, agressões físicas e verbais inclusive contra as parlamentares mulheres que os enfrentam nos debates.

O fundamentalismo religioso e o conservadorismo ideológico disseminam a misoginia e o ódio contra qualquer atitude mais avançada.

Uma verdadeira cruzada contra as mulheres e as reivindicações sobre os direitos sexuais e reprodutivos, os LGBTTs são demonizados, os jovens com prescrição legislativa de extermínio, os velhos culpados pelo déficit da previdência social, indígenas e quilombolas totalmente dispensáveis, os negros com lutas históricas contra a discriminação ainda padecem das crônicas iniquidades, ataques letais aos direitos trabalhistas. Nessa dinâmica perversa sobressai a imagem de uma sociedade hostil e desumana com os diferentes ou opositores. Uma sociedade dominada por uma minoria de homens brancos, ricos, de meia idade, capitalistas e agora acrescidos de religiosos fanáticos. Esse o quadro.

É de se perguntar, não existe mais nada no Brasil? Onde estamos? Será que o Brasil é apenas esse monte de lixo?

O filósofo Vladimir Safatle na coluna denominada “O paradigma da Representação” cita uma interessante passagem ocorrida na campanha eleitoral francesa. “Houve ao menos um belo momento na última eleição presidencial francesa, há alguns anos. O então candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon marcou um comício na praça da Bastilha, no dia em que se comemora a Comuna de Paris. Ninguém sabia quantas pessoas estariam presentes até que uma massa impressionante apareceu de maneira inesperada. Algo em torno de 100.000 pessoas. Diante de todas aquelas pessoas, o candidato teve a sagacidade de começar seu discurso perguntando: “Onde todos nós estávamos”?”

É hora de reagir. É hora de não ter timidez e nem deixá-los causar embaraços a nossas posições políticas. É hora de também nos perguntarmos: – Onde estamos? É hora de recordarmos o significado do belo trecho do poema “No caminho, com Maiakóvski”:

(…) Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu

a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.

E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.(…)

É hora de gritarmos, com toda a voz de nossa garganta, com toda a energia e coragem: Agora chega!

Leia também:

Fátima Oliveira: Será que o PT está “Esperando Godot”? 

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Comentários

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Otto

Agora todo aquele que pensa diferente de uma certa elite intelectual de esquerda é tachado de lixo conservador e fundamentalista. Democrático o pessoal, hein?

    Urbano

    Em regra é exatamente isso. As exceções obviamente existem, só que estes em se esforçando um pouquinho mais, certamente alcançam o estropiado danoso ferrando henriqueaux, fácil, fácil.

    abolicionista

    São inadmissíveis aos olhos de qualquer pessoa civilizada. Democracia exige respeito á regras de civilidade. Do contrário, trata-se de plutocracia. No caso brasileiro, nunca atingimos o patamar de nação civilizada, por conta de nossas relações econômicas efetivas (clientelismo, patriarcalismo, abismo social etc). Daí o mal-estar histórico da camada pensante do país (os “de esquerda”). Os “homens de bem” que vão lotar a paulista no dia 16 para pedir um golpe são apenas a face arcaica e incivil do país mostrando os dentes.

FrancoAtirador

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Debate: A MEDICALIZAÇÃO DA VIDA
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A Jornalista Marina Machado promoveu uma Interessante Discussão
no Programa de TV Capital Natural, acerca da Medicalização da Vida.
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com as participações do Médico Homeopata Fernando Bignardi,
Coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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e do Dr. Fernando Lefevre (http://lattes.cnpq.br/1616277652306428)
Professor na Faculdade de Saúde Publica (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).
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[1] (https://youtu.be/XefugwrLWI0)
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[2] (http://bandnewstv.band.uol.com.br/colunistas/coluna.asp?idc=182&idn=759138&tt=capital-natural—com-marina-machado&tc=medicalizacao–continuaca—-parte-i)
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[3] (http://bandnewstv.band.uol.com.br/colunistas/coluna.asp?idc=182&idn=759139&tt=capital-natural—com-marina-machado&tc=medicalizacao–continuacao—-parte-ii)
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[4] (http://bandnewstv.band.uol.com.br/colunistas/coluna.asp?idc=182&idn=759140&tt=capital-natural—com-marina-machado&tc=medicalizacao–continuacao—-parte-iii)
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FrancoAtirador

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CAPITALISMO NA FASE ULTRALIBERAL DOS MERCADOS
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“Rosa Luxemburgo desmistificou a crença
na inevitabilidade do fim do capitalismo:
‘socialismo ou barbárie’.
Istvan Mészáros agora complementa:
‘barbárie, se tivermos sorte’.”
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Por Márcio Sotelo Felippe, em ContraCorrentes, no Justificando
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(http://justificando.com/2015/05/23/barbarie-se-tivermos-sorte)
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FrancoAtirador

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AO SOAR DAS TROMBETAS DA MÍDIA FASCISTA
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CÃES DE PAVLOV SAIRÃO ÀS RUAS SALIVANDO.
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(https://youtu.be/YhYZJL-Ni7U)
(https://youtu.be/BgddJbQeIxE)
(https://mundodeoz.wordpress.com/2009/12/27/pavlov)
(http://www.cerebromente.org.br/n09/mente/pavlov.htm)
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FrancoAtirador

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“E quando vê, eu comecei a chutá, tipo GTA, assim, ó”
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(https://youtu.be/2OIXAtFhy_g)
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A Tragédia Geracional do Terceiro Millenium
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É a Produção da Indústria Lucrativa da Violência,
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Travestida de Mídia Cultural do Entretenimento,
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Provocando o Condicionamento Neuro-Psíquico
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No Cérebro de Crianças, Vulneráveis, Suscetíveis,
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Na Infância Mais Tenra, Negligenciadas pelos Pais,
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E Estimuladas, sob a Má Influência da Mídia-Empresa,
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Manifestando o Sádico Triunfo do Animal Predador:
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(http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/cidades/mp-pede-prisao-e-internacao-de-14-suspeitos-de-espancar-jovem-ate-a-morte-n)
(http://noticias.r7.com/fala-brasil/videos/grupo-de-jovens-e-acusado-de-espancar-garoto-ate-a-morte-em-charqueadas-rs-07082015)
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Gjijo

Lendo a frase da bandeira como Ordem e Progresso, me pareceu ao começar ler Ordem que a sequencia seira Regresso. Bem típico de certas cabeças sem senso crítico.

Nelson

“Sonho (…) de dominar o mundo (…)”.

Os que fizeram e continuar a fazer de tudo para “dominar o mundo” são os capitalistas, meu caro Maia. E quase sempre às custas da opressão, da repressão, de morticínios e genocídios indizíveis.

Antes de aplicarem sua vertente assassina aos recalcitrantes, os capitalistas procuram dominar os povos por meio de suas “instituições” internacionais (FMI, Banco Mundial, etc) – cães-de-guarda, na verdade, do capital – e tratados de “livre comércio”.

E a corrupção de governos, parlamentos, judiciários ou de quem apareça pela frente é o expediente mais utilizado.

Se, no meio da missão forem encontrados sujeitos incorruptíveis, então será hora de agilizar o aparato de morte: forças armadas, mercenários, etc.

Marcos Duo

“Os exemplos são dolorosos: o agronegócio é o grande motor da economia e salvador do PIB”….
Quanto preconceito com quem te alimenta e sustenta a possibilidade de expressar seu pensamento burguês !!!
Antes de afirmações genéricas de almanaque, pesquise quem efetivamente comprou as estatais e vais encontrar muitos Odebrechet, Gerdaus, Fundos de Pensão, empregados e quetais o que contradiz seus genéricos argumentos. Como se a presença do Estado até em livrarias estatais fosse minimamente justificável ou eficiente.
É hora sim, hora de reafirmarmos a concepção de moralidade como base da coisa pública e do republicanismo como valor em contraponto ao populismo de cabresto como forma de perpetuação de poder, tenham eles as cores que tiverem.
O nóis contra eles não se refere a partidos, mas contra os que acreditam justificáveis as mazelas perpetradas àqueles a quem se concedeu o poder e que deles se locupletaram em benefício pessoal ou de sua ambição de poder.

Edgar Rocha

O problema central que o texto apresenta, infelizmente, não foi solucionado pelo próprio autor:
“O Brasil atravessa uma crise de pensamento, de credibilidade, de ideários consistentes e comprometidos com a emancipação do povo. As palavras de ordem se esgotaram e não sobrou nada. O resultado marcante é a desmobilização, a tristeza, a anomia e a apatia das forças progressistas.”
.
A resposta oferecida é óbvia e inquestionável: “Grite!”
.
Ok. Eu grito, tu gritas, ele grita! O problema é que ninguém ouve. Eu não escuto quem grita de costas pra mim, não entendo quem grita de lado, ignoro quando o grito é direcionado pro pé…
.
A pergunta não respondida continua incólume: gritar pra qual direção, mesmo?

    Nelson

    A resposta, meu caro Edgar, creio, está, infelizmente, no individualismo exacerbado que a avassaladora propaganda ideológica do sistema conseguiu insuflar nas mentes e corações das pessoas.

    As pessoas estão indignadas, mas não têm a paciência e a humildade para aproximarem-se umas das outras. A aproximação é condição necessária para que se inicie um debate sobre os problemas que a todos atingem e para que surjam as soluções verdadeiras. Então, a coisa fica só na gritaria, mesmo.

    Faz-se um protesto, faz-se uma marcha e … fim; a grande maioria vira as costas e vai para suas casas; está na hora de assistir ao futebol ou à novela. O junho de 2013 me parece exemplo acabado do que eu descrevi.

    Os chamados a uma assembleia ou a uma reunião, para a discussão de problemas comuns e encaminhamento de soluções, são solenemente ignorados pela grande maioria dos que são os principais interessados na solução.

    Então, ou superamos esse individualismo ou o Sistema de Poder seguirá empilhando vitórias.

carmen silvia

Esse é sem dúvida nenhuma um desabafo que assino em baixo. Já deu agora chega.

George Maia

Eu diria: “O Brasil é um país de ignorantes, dominado por retardados de ideias retrógradas, leia-se comunismo e socialismo, que não acordaram ainda do sonho (ou seria pesadelo ?) de criança de dominar o mundo por meio de um estado “forte” cheio de estatais corruptas e ineficientes”.

    Julio Silveira

    A diferença, meu desavizado colega de espaço, em relação ao capitalismo Yanke, e até ao pseudo capitalismo nacional, é que lá nos States e aqui, principalmente, os hipocritas venceram a propaganda pela propriedade de suas midias. As semelhanças com aqueles regimes que vc critica são menores a medida que se queira aprofundar no sistema do capital. Muitos ” insuspeitos” empresários defensores da privatismo exacerbado, lá, como, aqui, prosperam como chupins do estado, com oprtinidades proporcionadas por políticos, investidores de seus próprios interesses. Já ouviu falar em retroalimentação? É, quando um produz o outro e todos acabam iguais no sistema, corruptos. E não é coisa inventada pelo PT, como muitos corruptos e canalhas produzem para desviarem os olhares populares.

    Seu Zé

    O site não vai tirar a texto do ar. Tente ler mais uma, duas ou quantas vezes for necessário para ver se entendes o que foi escrito. Agora basta!!! Vá se juntar aos seus falsários intendedores de história, mas saiba que serás a linha de frente, viu?

    Nelson

    “ideias retrógradas, leia-se comunismo e socialismo (…) um estado “forte” cheio de estatais corruptas e ineficientes”.”

    Os termos usados pelo nosso eminente comentarista Maia mostram o retumbante sucesso do aparato de propaganda ideológica do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos e grande parte do planeta. Este, sim, o Sistema que tem “sonho de dominar o mundo” por completo.

    O retumbante sucesso em seu trabalho cotidiano de operar uma verdadeira lavagem cerebral nas mentes de milhões e milhões de pessoas por todo o mundo.

    Os argumentos de Maia são corriqueiros, aparecem diuturnamente na Veja, Época, Folha, ZH, etc, há anos, décadas. Argumentos que podemos, portanto, considerar “retrógrados”.

    abolicionista

    Receituário neoliberal, embora seja um remédio que já matou inúmeros pacientes, continua a ser prescrito irrestritamente. Mas os arautos desse dogma não se deixam convencer pelos fatos, trata-se de uma verdadeira religião. Kierkegaard mostrou, em “Temor e Tremor”, que a fé começa onde a razão acaba. De nada adianta mostrar para um fanático desses o que aconteceu com o México ao adotar os preceitos do credo neoliberal.

    “Em 1994 o México aderiu à política americana de constituição da Área de Livre Comércio para América (Alca), cujos princípios centrais rezavam a mesma cartilha de abertura comercial e de ajustes na política econômica para a livre circulação de bens e serviços e flexibilização das leis trabalhistas produzida nos documentos do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

    Dezesseis anos após dita incorporação, o México segue seus rumos de nação periférica para dentro e para fora de seu território.

    Periférica para dentro, na medida em que o pacto neoliberal de 1994 em diante intensificou a situação de pobreza de parte expressiva da população e acentuou os níveis de vulnerabilidade econômica advinda de sua vinculação umbilical com as políticas econômicas estadunidenses. Periférica para fora, na medida em que sua soberania como nação está em xeque, uma vez que os processos produtivos, laborais e de distribuição-circulação de mercadorias são definidos e acumulados desde os EUA.”

    http://www.brasildefato.com.br/node/130

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