Emir Sader: Pactos de elite na história brasileira

Tempo de leitura: 2 min

15/11/2010

por Emir Sader, no seu blog em Carta Maior

Tivemos a proclamação da República mais de seis décadas depois da independência, porque esta nos levou de Colônia à Monarquia pelas mãos do monarca português, que ainda nos ofendeu, com as palavras – que repetíamos burocraticamente na escola- “antes que algum aventureiro o faça”. Aventureiros éramos nós, algum outro Tiradentes, ou algum Bolívar, Artigas, Sucre, San Martin O´Higgins, que lideraram revoluções de independência nos seus países, expulsando os colonizadores em processos articulados dos países da região.
Foi o primeiro pacto de elite da nossa história, em que as elites mudam a forma da dominação, para imprimir continuidade a ela, sob outra forma política. Neste caso, impôs-se a monarquia. Tivemos dois monarcas descendentes da família imperial portuguesa, ao invés da República, construindo estados nacionais independentes, expulsando os colonizadores ao invés do “jeitinho” da conciliação.

Como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu preço. Enquanto nos outros países do continente, as guerras de independência terminaram imediatamente com a escravidão, esta se prolongou no Brasil, fazendo com que fossemos o último país a terminar com ela, prolongando-a por várias décadas mais. Nesse intervalo de tempo foi proclamada a Lei de Terras, de 1850, que legalizou – mediante a grilagem, aquela falcatrua em que o documento forjado é deixado na gaveta e o cocô do grilo faz parecer um documento antigo – todas as terras nas mãos dos latifundiários. Assim, quando finalmente terminou a escravidão, não havia terras para os escravos, que se tornaram livres, mas pobres, submetidos à exploração dos donos fajutos das terras.

Dessa forma, a questão colonial se articulou com a questão racial e com a questão agrária. Esse pacto de elite responde pelo prolongado poder do latifúndio e pela discriminação contra a primeira geração de trabalhadores no Brasil, os negros que, trazidos à força da África vieram para produzir riquezas para a nobreza européia como classe inferior. Desqualificava-se ao mesmo tempo o negro e o trabalho.

A República foi proclamada como um golpe militar, que a população assistiu “bestializada”, segundo um cronista da época, sem entender do que se tratava – o segundo grande pacto de elite, que marginalizou o povo das grandes transformações históricas.

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Comentários

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Fábio Venâncio

É essa mesma elite que é contra as cotas raciais, é contra os índios e é contra o trabalhador .
Que só não gostariam da volta da monarquia porque não poderiam se altenar no poder .
E que só não pedem a volta da escravidão porque encontraram uma formula mais barata que esta.
E que gostariam muito que voltássemos a ser colonia ,para se proclamarem "somos cidadãos americanos".

Guanabara

"que marginalizou o povo das grandes transformações históricas."

Daí o ridículo investimento em educação pública de qualidade feito ao longo da história do Brasil.

joni

A internet , através de Blogs como o Viomundo, proporciona momentos importantes de discussão e aprendizado, sobre assuntos variados. Fico muito feliz ao constatar que o espaço que faltava para discussões de relevância para os brasileiros está aberto, e que mais pessoas estão participando. Creio que como eu, muitos estão se sentindo parte do momento histórico por poderem opinar, perguntar e responder, e não se sentem mais como um alienígena, ao falar de certos assuntos considerados'chatos', 'irrelevantes' e fora de hora. Existem pessoas que não querem ouvir, para não terem o trabalho de mudar de opinião. Estão cômodos. Mas graças a vocês, dos 'Blogs Sujos', os que se sentiam cômodos, começam a se sentir incômodos, porque mais pessoas estão tendo acesso às informações, que antes não tinham. Vocês, blogueiros, têm um papel relevantena democratização do conhecimento.

Baixada Carioca

Emir Sader cometeu uma falha nesse texto: esqueceu de dizer que a Igreja do Papa tucano veio junto com os colonizadores para "catequisar" os desalmados nativos (numa tentativa de frear a Reforma iniciada por Lutero). A mesma que ao lado do Estado promoveu a inquisição dos contras, tal como agora a elite faz com homossexuais, negros, pobres e nordestinos em São Paulo.
Não podemos esquecer que a Igreja é parte de todo esse jogo sujo, preconceituoso e excludente que ressurge nas Petruso paulistanas.

Doinel

Amo essa terra de norte a sul, leste a oeste, e todas as culturas que se encontram aqui, mas digo que por vezes, ao analisar a história do Brasil e sua contemporaneidade, fico de saco cheio, pensando seriamente em me alienar e parar de ler jornal, blogs, tudo… Será que somos a terra dos "cem anos sem perdão", como no livro do García Márquez? Às vezes é só isso que enxergo…

Rios

Azenha, como diz o comediante Marcelo Adnet, o problema do Brazil é a "indolência" do povo.

Onde estão as tradições republicanas?
http://pastorador.blogspot.com/2010/11/eleicao-e-

Maria Lucia

A FSP hoje estava um mimo!
Uma matéria decente sobre a família do Lula. Uma entrevista honesta com o Celso Amorim.
Nenhum escândalo, factóide ou calúnia contra Lula ou Dilma.
Mudou o Natal ou mudei eu?
Ou será o medão da Ley de Medios?

    Baixada Carioca

    É, mas para eles não há bonança que impeça provocar uma tempestade. Já convidaram um velho doido francês que resolveu falar mal do Brasil. Sarkozy no dos outros é refresco. Até o Orléans e Bragança, um príncipe ameba, que não faz porra nenhuma pra ninguém resolveu dizer que corremos o risco de um autoritarismo esquerdista, como se um bosta que vive às custas do Estado tivesse o direito de falar mal do país do outro.
    Essa FSP não presta e não vai prestar nunca!

    El Cid

    … os jornalões estão levando um baile da internet; não existe uma notícia que é publicada nos jornais que a inernet já tenha picada e repicada; nem esses gratuítos aceito pegar nos cruzamentos, só enchem o saco!

Maurilio Gadelha

DESMORALIZANDO O ENEM (IDESMORALIZANDO O ENEM IIV)

E evidente que o ENEM precisa ser aperfeiçoado. Em vez de uma seleção, varias não obrigatória, para reduzir a tensão emocional do exame. Para driblar os efeitos dos imprevistos de ultima hora que se aproveite o melhor dos resultados. Outra providencia que se faz necessária é a não obrigatoriedade de responder todas questões, com punição para as respostas erradas (proporcional as opções) e anistia para as não respondidas. O fim do chutometro.

Imprescindível o uso de critérios para avaliar e certificar-se da capacidade técnica dos fiscais e coordenadores. Em vez do aproveitamento compulsório de quadros dos realizadores do certame, quer seja das Universidades, ou das respectivas Secretarias Estaduais de Educação. Pelo fim da rede de privilégios, que seja ofertado o conteúdo aos candidatos a execução do exame e procedida a avaliação.
http://revelandoosilencio.blogspot.co/

Maurilio Gadelha

DESMORALIZANDO O ENEM (III)
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
As inúmeras denuncia outras, apresentadas não passaram de meros “fogo de palha”, rotineiramente presente em quase todos os concursos públicos. Imagino que advoguem para realizar concurso publico no Brasil, a Gama Filho Universidade privada, do Rio de Janeiro, que aprovou um candidato analfabeto em seu vestibular. É no que dá a ética do

Priorizaram a defesa do direito de igualdade, e ignoraram o direito da proporcionalidade. Como se o direito de 0,04% dos candidatos, fossem mais relevantes que o de 99,96%, talvez porque o índice reflete a mesma proporção do índice de concentração de renda das famílias donas da mídia, em relação aos candidatos do ENEM.

Vestibular só existe no Brasil, e não qualifica, apenas seleciona, mas deu origem a uma gordurosa indústria de serviços, com lucros coloniais. Pra inglêses e norte-americanos ficarem “babando”.

Maurilio Gadelha

DESMORALIZANDO O ENEM (III)
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

As falhas reconhecidas, na impressão assumidas pela gráfica, ocorreram, no Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina mas coube ao Judiciário cearense, tentar suspender o ENEM. Baseado em que, substancialmente? Pelo tom que ganhou o fato, de 3º turno da eleição presidencial, qualquer motivação vingativa de poderosos perdedores, não será coincidência.

Maurilio Gadelha

DESMORALIZANDO O ENEM (I)
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

As 5 (cinco) famílias, donas da mídia tupiniquim, exclusivas detentoras da liberdade de expressar-se para a nação brasileira realizaram uma cruzada factual, desleal e imparcial contra o ENEM, sem precedentes como nunca dantes.

Injuriar, difamar e caluniar, já faz parte do cotidiano da nossa imunda mídia, assim como nas eleições na cobertura pós-ENEM, usaram e abusaram do desinformar. Ao criticarem as falhas do ENEM/2010, incorporaram o sumiço das provas da gráfica da FOLHA-SP, em 2009. Como se a gráfica não fosse a responsável pela fraude. Será que o INEP, mesmo pagando pelo serviço de impressão, era também responsável pela guarda e sigilo do material impresso em poder da gráfica. Como foi comprovado e revelado no inquérito da Policia Federal.

Silvio

Azenha:
O que se chama pactos de as elites é nada mais que conchavos, nas diferentes épocas. Tem dado alguns anéis, para não perder os dedos.Nunca ate o dia de hoje, se perguntou ao povo nada.Sô se lembram de ele na época das eleições.Assim desde a independência.Por sorte parece que começa a ser modificado.

Klaus

Se não fosse a Monarquia, o Brasil teria se fragmentado em várias pequenas repúblicas como fez o restante da América espanhola. A história não acontece como queremos, mas como ela é. A mão forte de um imperador permitiu que o Brasil fosse grande. A história do Brasil não começou em 01/01/2003.

    thiago

    Como historiador afirmo que uma das práticas mais infrutiferas que temos ao comentar a História é pensarmos na lógica do como poderia ter sido. Não há como sabermos de que forma o Brasil teria se desenvolvido. O que sabemos é que a alinça entre a monarquia e os latifundiários mantiveram o povo brasileiro sob seu pesado jugo, com reflexos na estratificação social até os dias de hoje.

    El Cid

    … então "herr troll",esta data (01-01-2003) é marcante para você? Obrigado por nos lembrar do primeiro presidente vindo das camadas populares…

    … quanto ao processo de independência das colônias espanholas, os principais responsáveis pela fragmentação das colônias espanholas foram as próprias elites coloniais No plano político, os novos dirigentes excluíram qualquer forma de participação popular nas decisões políticas.

    blz?

    Klaus

    Não discuti o porquê da fragmentação da América espanhola, mas sim o porquê da unidade da América portuguesa.

    blz?

    El Cid

    ah tá: a palavra "elite" fez você sair pela tangente? tsc, tsc, tsc…

    Klaus

    Vc continua sem falar da América portuguesa. quem sai pela tangente?

    El Cid

    A mão forte dos imperadores Pedro I e Pedro II:

    Confederação do Equador – revolta separatista, Nordeste (1823-1824)
    Guerra da Cisplatina – Brasil contra Argentina e rebeldes uruguaios (1825-1828)
    Revolta dos Mercenários – mercenários contra Império do Brasil, Rio de Janeiro (1828)
    Noite das Garrafadas – insurreição popular e confronto entre brasileiros e portugueses, Rio de Janeiro (abril de 1831)
    Cabanada – insurreição popular, Pernambuco e Alagoas (1832-1835)
    Federação do Guanais – revolta separatista e republicana, Bahia (1832)
    A Rusga – revolta entre conservadores (queriam manter o império) e republicanos, Mato Grosso (1834)
    Cabanagem – insurreição popular, Pará (1834-1840)
    Revolta dos Malês – insurreição religiosa, Bahia (1835)
    Revolução Farroupilha – revolta separatista e republicana, Rio Grande do Sul (1835-1845)
    Sabinada – insurreição popular, Bahia (7 de novembro de 1837-1838)
    Balaiada – insurreição popular, Maranhão (1838-1841)
    Revoltas Liberais – revoltal liberal, São Paulo e Minas Gerais (1842)
    Revolta dos Lisos – revolta liberal, Alagoas (1844)
    Motim do Fecha-Fecha – Pernambuco (1844)
    Motim do Mata-Mata – Pernambuco (1847-1848)
    Insurreição Praieira – revolta socialista, Pernambuco (1848-1850)
    Guerra contra Oribe e Rosas – Brasil e rebeldes uruguaios e argentinos contra Uruguai e Argentina (1850-1852)
    Revolta do Ronco de Abelha – Nordeste (1851-1854)
    Levante dos Marimbondos – Pernambuco (1852)
    Revolta da Fazenda Ibicaba – São Paulo (1857)
    Motim da Carne sem Osso – insurreição popular, Bahia (1858)
    Guerra contra Aguirre – Brasil e rebeldes uruguaios contra Uruguai (1864-1865)
    Guerra do Paraguai – Brasil, Argentina e Uruguai contra Paraguai (1865-1870)
    Revolta dos Muckers – insurreição popular-messiânica, Rio Grande do Sul (1868-1874)
    Revolta do Quebra-Quilos – insurreição popular, Nordeste (1874-1875)
    Guerra das Mulheres – insurreição popular, Nordeste (1875-1876)
    Revolta do Vintém – insurreição popular, Rio de Janeiro (1880) e Curitiba (1883)
    Golpe de 15 de novembro – golpe militar, Rio de Janeiro (1889)

    … e pra variar, quem estavam por trás? talvez seus ancestrais, "herr troll" !!

    Klaus

    Nossos ancestrais! Se não fosse a mão forte de D.Pedro I e II o Brasil hoje não seria deste tamanho. Isto que estou discutindo. Vc concorda ou não? Acha bom ou não que o Brasil seja grande ou preferia que estas revoltas tivessem obtido sucesso e estivéssemos dividos em três ou qutro países lusófonos?

    El Cid

    … q surto nacionalista é esse seu agora ?

joão bravo

Paulistas, Cariocas, Catarinenses zombavam de meus antepassados com piadinhas tipo:
"Gaúcho só morre afogado, se furar o papo deles".
"Gaúcho não morre afogado, porque merda não afunda.
"Gaúcho assim que completa dezoito anos, vai para São Paulo procurar o pai biológico".
Victor Mateus Teixeira o "Teixerinha", põe o Rio Grande no seu devido lugar, mostra ao Brasil o "taura" gaúcho, o índio que não foge da peleia, homem de honra e valentia.
Em um de seus maiores sucessos, conta sua trajetória de vida, mais particularmente, fala da grande tragédia que o abateu ainda na tenra idade, quando sua mãe ao varrer o terreiro em sua chácara, é acometida de um ataque epilético, caindo por sobre uma fogueira e claro, entrando em óbito.
O titulo desta música de direito é "coração de luto", mas de fato, foi carinhosamente batizada por nós gaúchos de "churrasquinho de mãe".
Teixerinha, foi para os gaúchos, o que foi Gonzagão para os nordestinos.
Para não cometer injustiça, tivemos também Gildo De Freitas, Cantador e trovador, apaixonado pelo nosso chão, e que também projetou a imagem do gaúcho em outros pagos.
Infelizmente suas canções eram deveras longas, necessitavam de um LP para cada canção, e o titulo vinha em anexo, gravado em um compacto duplo.
Agora vem o meu descontentamento:
Teixerinha e Gildo De Freitas, se esgoelaram para mostrarem ao Brasil o que é ser gaúcho, e me vem um Nelson Jobim…

    José Manoel

    João: sou brasileiro e gaúcho urbano com o maior orgulho, mas a minha praia é GROOVE, mesmo!!!!!! Para mim, nada bate esse estilo musical!!!!!!

Morais

È só no Brasil que há estas mudanças de regime político sem uma luta armada, dizem que somos de paz e aproveitam disso para dominar a classe mais pobre sempre e, quando temos um presidente que tem coragem de olhar pelo mais pobre como fez o LULA é ele que é discriminado pela elite e pela mídia, mas graças a Deus a força dele superou a força da elite e ainda teremos mais um governo voltado para o povo para a judar a melhorar este país, que é a nossa presidenta Dilma.

lindivaldo

Aos nordestinos de boa fé que ainda assistem à Globo:
Peço que vejam o vídeo abaixo, de apenas 46s, extraído da novela Ti-ti-ti, da última sexta-feira: http://tititi.globo.com/videos/v/jacques-vai-ao-a
O Brasil merece isso?

    Marcia Costa

    Tem gente que vê essa pseudo cultura popular… pra mim é lixo!

    Rafael Andrade

    Não vejo novelas há décadas, já foi-se o tempo em que a globo ainda fazia novelas de qualidade, com grandes autores e atores. Hoje especializou-se em fazer lixo. A qualidade e criatividade andam tão em baixa que eles vivem refilmando novelas antigas, e nem escolhem as melhores.
    Na minha casa não pega a globo, e não faz a mínima falta.

    lindivaldo

    Rafael e Márcia,
    Eu também não vejo nem gosto da TV Globo.
    Porém, não podemos ignorá-la, deixando-a livre para disseminar o ódio e a manipulação! Ignorá-la é tudo o que ela deseja da massa crítica!
    A sociedade precisa fiscalizá-la sempre e sempre…
    No caso do vídeo se trata de uma denúncia de fragrante preconceito contra os nordestinos!

Fabio_Passos

Não é por outro motivo que somos um dos campeões do mundo em desigualdade.

Hoje somos superados apenas por Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.

Mas se depender da nossa "elite" e da mídia-afrikaaner nós não vamos desistir de lutar pelo primeiro lugar.

Fabio_Passos

Até quando?

A disparidade é estarrecedora.

Agrana que um ricaço dos 1% mais ricos no Brasil abocanha em 1 ano… um brasileiro entre os 10% mais pobres demoraria 120 anos prá conseguir juntar.

É isso mesmo:
O que um grã-fino da "elite" põe no bolso em 1 ano, os brasileiros mais pobres não conseguem ganhar durante toda a vida!

IPEA – http://www.ipea.gov.br/portal/

edu marcondes

Sem querer desqualificar a análise do prof. Emir Sader, que sabe muito, muito mais que eu, de quem foi professor, diga-se. Mas como, nobody is perfect… Tenho uma visão diferente quanto ao significado da frase proferida por D. João VI. No meu entender os tais "aventureiros" seriam as Cortes de Lisboa, dominada pela plebe (profissionais liberais, capitalistas), que naquele momento exigiam a volta do rei para Portugal visando anular seus poderes absolutistas e, por extensão, exigir também a volta do primogênito D. Pedro, diminuindo o poder da família real dos Bragança.

Marco Nascimento

Alencastro discorda de que seria esse o primeiro pacto das elites:
http://sequenciasparisienses.blogspot.com/2010/04

"Porém, na década de 1850, o governo imperial anistiou, na prática, os senhores culpados do crime de seqüestro, mas deixou livre curso ao crime correlato, a escravização de pessoas livres.[3] De golpe, os 760.000 africanos desembarcados até 1856 -, e a totalidade de seus descendentes -, continuaram sendo mantidos ilegalmente na escravidão até 1888[4]. Para que não estourassem rebeliões de escravos e de gente ilegalmente escravizada, para que a ilegalidade da posse de cada senhor, de cada seqüestrador, não se transformasse em insegurança coletiva dos proprietários, de seus sócios e credores -, abalando todo o país -, era preciso que vigorasse um conluio geral, um pacto implícito em favor da violação da lei. Um pacto fundado nos “interesses coletivos da sociedade”, como sentenciou, em 1854, o ministro da Justiça, Nabuco de Araújo, pai de Joaquim Nabuco."

Julio Silveira

Emir, eu já sabia, mas valeu assim mesmo por clarear algumas mentes obscurecidas.

José Manoel

Azenha: só posso dizer uma coisa!!!! Essa elite brasileira de m………. fede mais que gambá!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

joão bravo

Orlandinho era um cara versátil. Taxista de profissão, completava sua renda, animando festas e bailes, com seu grupo musical.

Era uma espécie de coringa para classe “D” e “E”. Quando o dinheiro não dava para contratar nada que prestasse, era vez do “Orlandinho e seu conjunto”.

A elite da cidade tinha cacife para: Fábio Junior, Roberto Carlos,etc; os demais sem opção disputavam Orlandinho a tapas.
Para quem tinha o mínimo gosto musical, ele não fazia musica, fazia chantagem.

Na bateria, o Capivara, excelente baterista, não fosse as inúmeras entradas e saídas do hospital psiquiátrico, teria tido uma brilhante carreira.

No baixo e na guitarra, os “Ferruginhas”, irmãos gêmeos. Idênticos em tudo, incluindo aí, na falta de intimidade com os instrumentos.

No acordeom Marcelinho, tratado por “Marcelinho Alquimista”, conseguia transformar qualquer musica numa merda…

No teclado e fazendo o vocal, ele, Orlandinho.

Para o povo pouco importava, aquele negócio: não tem tu, vai tu mesmo!, era só não prestar muita atenção na musica, que dava tudo certo.Até porque, de musica mesmo, era pouco tempo.

Naquela época aqui, era difícil terminar um bailão no zero á zero. Sempre dava confusão, podia até não morrer ninguém, mas pelo menos um na U.T.I, podia-se contar.

Orlandinho cantava mal, desafinava até andando de bicicleta. Sua relação com seu instrumento então,era muito complicada.

Ele era, o que os músicos chamam de pé-de-galinha, quer dizer, todo o pianista, gaiteiro, tecladista, dedica uma vida, apurando a mecânica do dedilhado, praticando escalas maiores, menores, arpejos, trinídos, cromáticas, utilizando-se de todos os dedos, de ambas as mãos, e muitas vezes, como no caso do piano, até mesmo os pés.

Orlandinho não, sua mecânica envolvia apenas os dedos, indicador, médio e anelar da mão direita, a esquerda servia para segurar um copo de whisky e eventualmente um cigarro.

Quando iniciava a musica, as atenções se voltavam para os irmãos Ferruginhas, que se posicionavam lado a lado a frente da bateria com seu baixo e a guitarra.

Era certo que dali a pouco, errariam uma nota, e no primeiro rolo na bateria que o Capivara fizesse, aproveitava para acertar também com as baquetas, ou a cabeça de um, ou a do outro.

Ali faziam um intervalo forçado de alguns minutos, para acertarem as diferenças, prosseguindo a seguir.

O repertório era o mesmo desde o nascimento do grupo, se lhe pedissem alguma musica que ultrapassasse a época dos Golden Boys, ficava sem atendimento.

Assim transcorriam os Bailes com “Orlandinho e seu conjunto”. O grupo lutando para manterem, ao menos, o mesmo tom, e Orlandinho executando seu instrumento com sua técnica pé-de-galinha. Quando uma pausa permitia-lhe, dava uma beiçada no trago, ou uma tragada no cigarro.

Um dia, num destes bailes do Orlandinho, um rapaz chega meio acanhado, se diz musico e pede-lhe uma canja.

Orlandinho prontamente sai, permitindo-lhe que tocasse um pouco seu teclado, e foi-se para a copa, beber e fumar.

O rapaz com uma técnica apurada, executava aquele instrumento com a habilidade de um concertista. Seus dedos eram como raios, não rebatia uma nota, era a perfeição. Todos os dedos atuando em uma mecânica perfeita.

Nisto, um fã do Orlandinho, encosta-se no balcão da copa e rindo-se fala ao garçon:

-Que tecladista podre, olha lá!…O que o Orlandinho faz com três dedos, ele precisa de dez pra fazer!

isaias

E quando o povo revolto-se (sabinada ,cabanagem , Feipe Santos , Confederação do Equador) ,houve genocídio.

Emir Sader: Pactos de elite na história brasileira | Viomundo – O que você não vê na mídia | E. E CONJ. HAB. BAIRRO DOS PIMENTAS II

[…] Emir Sader: Pactos de elite na história brasileira | Viomundo – O que você não vê na mídi…. […]

Gerson Carneiro

os que trairão,
esses não
já tem gente demais
a querer mandar
o povo quer florescer
e ganhar a vida.

Soweto – Composição: Djavan

Carlos Cruz

E o continuismo continuou… Vieram os vários golpes militares (quem eram os comandantes militares? De famílias pobres? Ou representavam a "elite" de sempre?), grandes dívidas estatais (sempre pagas com inflação e impostos da "ralé"…), perdão aos grandes agricultores e latifundiários, empréstimos sem garantia aos "industriais", rombos na previdencia, Banco do Brasil, etc. Mas eleite sempre no poder. Quem contestava era "subversivo", "comunista", "traidor", mas eleite sempre no poder. Torturas, mortes, metodos de manter o poder. Quando aparecia alguem que contestasse o poder, golpe. Ditadura. Acabou? Não, pelo que constatamos nas eleições 2010. Temos que nos preparar sempre. 2014 está logo alí…

Gerson Carneiro

[youtube njYBdLdRM4I http://www.youtube.com/watch?v=njYBdLdRM4I youtube]

Heber

Esses ladrões…. http://www1.folha.uol.com.br/poder/830582-apos-8-

OS PERFUMADOS…. http://www.anustel.com.br/improbidade.html

joão bravo

Fala-se muito em Elite,mas quem são a elite brasileira? Adriana Lessa,Ana Maria Braga,Beatriz Segall,Boris Casoy,Agnaldo Rayol,Ivete Sangalo,Fernando Scherer,Lars Grael,Torben Grael,Regina Duarte Hebe Camargo e tantos outros do movimento “cansei”.
Movimento este golpista,com apoio da Fiesp,da OAB de São Paulo,do Distrito Federal e Mato Grosso Do Sul,além da ABO,ADVB,Crea, do conselho nacional de medicina e do Grande Oriente da Maçonaria.

    Maurilio Gadelha

    Essea "negrada" citada é so fachada, o que move a conspiração, é o topo da piramide dona do capital, que vive conspirando contra quallquer que lute por inclusão social. Na verdade, foi muito doloroso pra eles disputar lugar em cadeira de avião com nordestinos. Reagem a tudo, até mesmo a nova concepção linguistica, que ignora o certo e o errado, bo modo de comunicar-se do brasileiro. A negação do continuismo da politica do Imperio, na Republica Velha. Pouco se estudo sobre o movimento separatista de 1932. Aqui no Ceará, o cangaço sofreu duras baixas ao perderem seus quadros para a guerra dos paulistas. O movimento Cansei, apesar de frustado, foi o sinal que estão vivos, bem vivinhos e prontos a agirem se houver oportunidade.

Messias Macedo

[MAIS UMA PEDRA NO CAMINHO!]

… O retorno da CPMF virá no bojo da reforma tributária: redução dos tributos sobre a folha de pagamento das empresas, redução dos impostos sobre a cadeia produtiva, taxação das grandes fortunas [este tópico é uma utopia, eu sei!], aumento da taxação sobre o capital especulativo, reestruturação das alíquotas que incidem sobre a renda dos trabalhadores… Cumpre reiterar que, no Brasil, a área da saúde é subfinanciada! E um dos mais sagrados direitos dos cidadãos é o acesso pleno e universal à assistência médica de qualidade…

Felicidades,

Respeitosamente,

Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
Transição República de Nós Bananas/Brasil Nação [RISOS]

Urbano

Não é à toa que o príncipe de fancaria e de pura fachada, pois nosso país é uma República, tomou assento junto aos da oposição ao Brasil, quando do último pleito eleitoral. Bem ou mal o Deodoro fez o que tinha de ser feito. Bem mais interessantes do que esses príncipes de contos de fada são os reis e rainhas do maracatu. Nisso até o Dorival Caymmi concorda, embora através de Dora.

joão bravo

O movimento "cansei" taí pra não nos deixar mentir.

    Jairo_Beraldo

    E a ainda fragmentada blogosfera, também está aí para mostrar o contrário. Não se misturam. São somente uma dúzia a ditar a senha, e outros para seguirem a estes. E o manifesto dos "intelectuais" foi a maior prova disso!

Figueiredo

Brilhante como sempre!

monge scéptico

GRANDE SR SADER!!. Sempre, sempre foi assim. Agora abrindo os olhos sonolentos o gigante
(o povo), vê que está de tangas, que a mais valia é levada por aqueles que estabeleceram o sa-
-lário mínimo, que eterniza a pobreza e a ignorância, explorada por pastores boquirrotos etc etc.
Hoje vivemos sob uma bastilha, que quando o povo acordar vai derribar com certeza, depois
que cabeças rolem rolem sob a lâmina da justiça popular. O CÈU nos ajude, que isso não acon-
-teça e, que possamos sempre LULAR ou negociar. Será que dará?

Jukinha

Pois é…o mesmo aconteceu com o "fim" da ditadura militar (1964-1985). Quem assumiu o poder, numa eleição indireta proporcionada pelo Congresso Nacional? Tancredo Neves-José Sarney. Uma "dupla" aceita pela elite política e empresarial do país. Com a morte de Tancredo quem assume é Sarney (apoiador inconteste da ditadura militar em toda a sua extensão). De Sarney, chegamos a Collor (sendo apoiado incodicionalmente pelas elites brasileiras [políticas, empresariais, etc]. Com a queda do Collor (a elite política e midiática o tira do poder, quando este não mais lhe agrada), quem assume é Itamar Franco, um obscuro político sem "time" nenhum para a coisa. Entrou e saiu e fez o que? Proporcionou a ida de FHC (aliado e pertencente a elite brasileira) ao poder. E deu no que deu. Só com a eleição de Lula é que tivemos, realmente, alguém vindo das esferas populares. E a elite aceitou???? Em termos. Agora quer por que quer, retomar o poder a qualquer custo. A Dilma que fique de olho bem aberto, pois está cercada de gente que faz de conta, mas quer mesmo que elite retorne ao poder. E isso pode ser coisa de tempo apenas.

Paulo

Uma lembranca sobre " Assim, quando finalmente terminou a escravidão, não havia terras para os escravos, que se tornaram livres, mas pobres, submetidos à exploração dos donos fajutos das terras" : tanto haviam terras que elas foram doadas a colonizadores brancos, notadamente italianos e alemaes.
Em grande parte, mesmo estes, foram enganados e enviados a "fins de mundo" mas, o branqueamento dos brasileiros era um dos objetivos.
Alguem historiador poderia nos informar quantos hectares os antigos escravos ou mesticos receberam?

    Silvio

    Paulo:
    Os Voluntários da Pátria, que foram à guerra do Paraguai, eram negros escravos, e foram com a promessa, de que a volta receberiam terras e a liberdade absoluta. Receberão tanta terra, que formarão a primeira favela do Rio de Janeiro. A Favela Colombo.

FrancoAtirador

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Sem esquecer dos imigrantes que chegaram ao Brasil, na época do imperador Pedro II, para também serem explorados como mão-de-obra dos mesmos latifundiários escravocratas que expulsaram de suas terras os negros africanos.

Não foi por coincidência que a imigração italiana foi oficializada por D. Pedro II em 1888, ano da bolinha de papel da 'abolição' da escravatura isabeliana.

Há relatos históricos, narrando que, naquela época, trabalhadores imigrantes italianos e de outras nacionalidades dormiam nas senzalas, outrora ocupadas pelos negros que foram substituídos por mão-de-obra mais barata.

Daí que, principalmente no campo, mas não só, até os dias de hoje,

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NÃO ESCOLHE COR DE PELE.
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    vera oliveira

    como mais barata se a dos escravos era de graça???e nem terras receberam,nem salário,nem aceitação..

    FrancoAtirador

    .
    Os latifundiários consideravam (e alguns até hoje consideram) os negros animais de "raça" e, assim, eram tratados como bovinos ou equinos, sendo inclusive negociados como tais. Desta forma, os donos das terras tinham de despender com "ração" (hoje denominada "salário in natura"), tratar as doenças, etc, para manter os escravos em condições físicas ideais para o trabalho braçal. Além disso, havia o risco de fuga, que, quando ocorria, causava prejuízos financeiros aos proprietários rurais.
    Com os adventos da chamada "abolição" e da imigração estrangeira, que aumentou a oferta de mão-de-obra, os latifundiários foram gradativamente se desonerando das obrigações de manutenção dos empregados (negros e brancos) em suas próprias terras, passando apenas a remunerá-los em dinheiro, ou seja, pagando um salário cujo valor era inferior aos gastos efetuados na época da escravidão formal.
    Isto aconteceu no Brasil, nas últimas décadas do império e no início da república, principalmente nas regiões dos cafezais no Estado de São Paulo.
    .

Fabio_Passos

O Apartheid Social não é nenhum acidente.
Foi construído.

Apenas 1% da população – a "elite" afrikaaner – tem 12,11% de toda a renda produzida no Brasil.
Isso é mais renda do que tem os 40% mais pobres.
IPEA – http://www.ipea.gov.br/portal/

É isso mesmo.
Menos de 2milhões de grã-finos abocanham mais renda do que 77milhões de brasileiros fubecados.

Já passou da hora de derrubar este Apartheid.

rubem

muito bom o texto de Sader, pena que as elites prefiram ler os lixos da FS Paulo, Veja ou ver a GLOBO, dai se tornarem cada vez mais obtusas.

Jairo_Beraldo

"Como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu preço"….mas issso é tão óbvio, quanto 2+2=4. Se a elite se organiza, e o povo não swe une, com certeza serão e são massacrados pela elite, que pela lógica é minoria, mas por regra é maioria. Ela é unida, pactuada, desfragmentada. O povo? Ah, o povo adora ver a elite dizer, que no congresso vai fazer leis para que seus vizinhos sejam dizimados pelas polícias ostensivas, que o filho do vizinho nãop terá escola, que seus pares perderão direitos adquiridos. Ora, que o povo se una e faça a revolução!

    vera oliveira

    o problema é que a elite tem consciencia de seu poder,o povo não.Por isso o medo hoje dos blogs independentes,da internet,isso dá poder ao povo,por isso que nós temos que usar todo poder da mídia que temos hoje à favor da conscientização,linguagem simples é o caminho para os mais ignorantes

    El Cid

    Vera, temos um grande trabalho pela frente… a elite soube de maneira maquiavélica e sórdida usar a internet como "esgoto" para despejar seus dejetos… mas é isso mesmo o que você disse: usar os blogs independentes á favor da conscientização.

    Jairo_Beraldo

    Felizmente os colegas comentaristas Vera e El Cid (antes Helcide), captaram a mensagem….bom começo para uma revolução!

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