Cunha: balanço do semestre, golpes e denúncia por corrupção
“Aqui não é o baile do Cunha”, alerta o senador Paulo Paim, lembrando que no Senado os projetos vão ser discutidos com a sociedade e não votados às pressas
por Igor Carvalho
Publicado em: 17/07/2015 – 09:30
Nesta sexta-feira (17), às 20h25, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falará em cadeia nacional de rádio e TV. O discurso deve ser baseado em um balanço das atividades da Casa no primeiro semestre de 2015.
Em apenas três meses, Cunha conseguiu aprovar a terceirização para qualquer atividade nas empresas, a sua contrarreforma política, as medidas provisórias que retiraram direitos trabalhistas e a redução da maioridade penal [em primeiro turno].
Chamou a atenção de quem acompanha a política nacional a velocidade com que foram aprovados os projetos, que eram promessas de campanha de Cunha, caso assumisse a presidência da Casa.
A celeridade do processo na Câmara não respeita o tempo comum de tramitação das matérias na Casa, ainda mais para os temas que foram apreciados e aprovados. “Neste semestre, ele [Cunha] teve uma atuação horrorosa, prepotente e manobrista. Trabalhou em favor de quem financiou sua campanha e atropelou o nosso regimento interno. Não é nada comum que se vote projetos como estes, de tamanha complexidade, em tão pouco tempo, sem discussão alguma com a população, sem diálogo”, critica o deputado Vicentinho (PT-SP).
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O cientista político Pedro Fassoni Arruda, professor da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), concorda com Vicentinho. “Ele tem feito mudanças a toque de caixa, sem consultar a população, sem discussão alguma.”
A PEC 182, a contrarreforma política, Cunha colocou em votação antes mesmo que fosse aprovada na Comissão Especial montada para analisar o projeto. “O episódio mostra como ele tem agido à margem do governo federal, criando um ativismo legislativo para medir forças com Dilma, defendendo interesses da bancada BBB [Boi, Bala e Bíblia] e atacando os direitos humanos e movimentos sociais”, explica Arruda.
Porém, se na Câmara os projetos foram tratados com imediatismos populistas, no Senado o debate deve ser mais amplo e generoso com toda a sociedade. “O PMDB é o partido mais heterogêneo do País, o Renan [Calheiros – presidente do Senado] já afirmou que não concorda com a condução do Cunha”, afirmou Arruda.
O senador Paulo Paim (PT-RS) explica que a tramitação do PLS da terceirização, aprovado na Câmara, é diferente. “Estamos ampliando a discussão com a sociedade, como deve ser feito num projeto desse tamanho. Estamos realizando audiências públicas nos estados, já foram oito e faremos nos 27”, disse o petista, que manda um recado ao presidente da Câmara. “O Senado é menos conservador e aqui não é o baile do Cunha.”
Os golpes que Cunha não vai contar
Em tempo recorde e unilateralmente, Cunha conseguiu emplacar a votação, e consequente aprovação, de projetos polêmicos na Câmara dos Deputados. Cunha não teve pudor algum de, inclusive, lançar mão de artifícios arbitrários.
O que Cunha não deve contar ao povo brasileiro nesta noite, durante seu pronunciamento em rede aberta é que por duas vezes ele foi derrotado neste semestre e viu ruir sua epopeia legislativa. Porém, como faria qualquer garoto mimado, com a bola do jogo embaixo do braço, o deputado se recusou a aceitar a derrota, e só deu qualquer assunto por encerrado quando saiu vencedor.
No caso da contrarreforma política, o presidente da Câmara dos Deputados driblou um acordo que fez no colégio de líderes com os partidos e colocou em votação, no dia 27 de junho, a constitucionalização das doações de empresas aos partidos.
Porém, no dia anterior, horas antes de sofrer uma derrota acachapante na Câmara, Cunha se reuniu com lideranças dos partidos e decidiram que seria feita uma única votação sobre financiamento privado, sem desmembrá-la, ou seja, sem analisar a doação direta para candidatos ou para partidos.
O recuo, obviamente, guarda uma especial ligação com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Superior Tribunal Federal (STF).
Cunha não disfarçou sua decepção com a derrota do dia 01 de julho. Por cinco votos o presidente da Câmara sofreu um revés humilhante e não conseguiu aprovar a redução da maioridade penal.
Porém, mais uma vez, em menos de 24 horas o “ditador” Cunha conseguiu aprovar a medida. Atropelando o regimento interno da Casa, o deputado apresentou uma emenda aglutinativa, articulada pelos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e André Moura (PSC-PE), que modificou o teor do substitutivo apresentado na primeira votação, na qual foi reprovada a proposta. Ele fez uma manobra e deixou de fora o tráfico de drogas, lesão corporal grave, tortura e roubo qualificado.
Dessa forma, a redução foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Uma nova votação está prevista para agosto, quando a Casa deve chancelar ou anular a decisão pós-golpe de Cunha.
Tanto no caso da contrarreforma política como da redução da maioridade penal, partidos se organizaram e foram ao Superior Tribunal Federal (STF) questionar a constitucionalidade das medidas adotadas por Cunha para aprovar seus projetos.
Escolhas
A campanha eleitoral de Eduardo Cunha foi a segunda mais cara entre todos os 513 deputados federais da Câmara. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o parlamentar arrecadou R$ 6,8 milhões.
Desde a eleição, Cunha tem demonstrado que será fiel aos seus patrocinadores. A votação, por exemplo, do financiamento privado [alvo de um golpe do presidente da Câmara] foi uma forma de garantir aos empresários poder de influência nos rumos do País dentro do Congresso Nacional.
Ao aprovar a terceirização, a Câmara dos Deputados favorece novamente os empresários do País, que deixam de ter a obrigação de manter seus funcionários do modelo CLT de contratação. Caso a medida seja aprovada no Senado e sancionada, qualquer atividade nas empresas podem ser terceirizadas.
Denunciado
O presidente da Câmara dos Deputados pode celebrar o primeiro semestre de 2015, em rede nacional, mas não sabe como será seu futuro na Casa. Isso porque, Eduardo Cunha está sendo acusado de ter pedido U$$ 5 milhões em propina para que um contrato da Petrobrás fosse aprovado.
A denúncia foi feita pelo consultor Júlio Camargo em depoimento à Polícia Federal. Cunha teria pedido U$$ 10 milhões, sendo que metade, U$$ 5 milhões, ficariam de posse do presidente da Casa.
Cunha, que tem se apoiado nas denúncias oriundas de delação premiada para formar seu discurso de oposição, se apressou em negar e desacreditar o delator. “Ele (Júlio Camargo) é mentiroso. Um número enorme de vezes dele negando qualquer relação comigo e agora (ele) passa a dizer isso. Obviamente, ele foi pressionado a esse tipo de depoimento. É ele que tem que provar. A mim, eu nunca tive conversa dessa natureza, não tenho conhecimento disso. É mentira”, afirmou o deputado, em entrevista ao “O Globo”.
Leia também:
Eric Nepomuceno: Filhote de PC Farias, Cunha merece respeito pela coerência
Comentários
Urbano
Uma coisa e se resolver os problemas de forma limpa e decente; outra é embostoná-las…
Urbano
Uma coisa é se resolver…; outra é embostoná-los…
Romanelli
golpe, golpe ? defina golpe ?
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desculpe, eu vi algo de MUITO POSITIVO na congestão de Eduardo, por exemplo:
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Por ela ficou claro que muitos dos temas cobrados pela sociedade não se discutia porque não se queria, e não porque se tratavam de impedimentos legais ..era falta de VONTADE das lideranças em levar as propostas à discussão na velocidade que a sociedade reclama, isso sim
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e foi assim, concorde-se ou não, com a tal “reforma política”, com a emissão do voto e com a maioridade penal
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Resumindo, pra mim, depois deste período, muitos dos outros temas cobrados a décadas pelo país, como controle da mídia, reforma fiscal, penal, tributária e/ou administrativa, podem sim ser levadas a plenário sem enrolação, DESDE QUE os sacripantas que frequentam aquelas bandas resolvam se expor em seus interesses e opiniões, e, claro, que resolvam trabalhar mais ao invés de ROUBAR.
Urbano
Um forte cheiro de escaterina na câmara de gás da oposição ao Brasil…
Urbano
Substituamos a palavra cheiro por odor; mais apropriado.
FrancoAtirador
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(http://jornalggn.com.br/noticia/cunha-pode-ser-afastado-por-usar-cargo-para-coibir-investigacoes)
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FrancoAtirador
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Depois que entrou, Edu Cão não pôde sair
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da Cadeia Nacional de Rádio e Televisão:
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Ficou Preso no Congestionamento das Teles.
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FrancoAtirador
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(http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/07/17/psol-defende-afastamento-de-eduardo-cunha)
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FrancoAtirador
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O Presidente da Câmara dos Deputados, Edu Cão,
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deveria se declarar Impedido ao Exercício do Cargo.
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Há 2 Razões Jurídicas relevantes ao Impedimento:
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PARCIALIDADE e SUSPEIÇÃO
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O que na prática já vinha acontecendo agora é oficial:
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Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acaba de anunciar
seu rompimento formal com o Governo Federal.
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Acuado, após um delator da Operação Lava Jato da Polícia Federal
tê-lo acusado de ter recebido 5 milhões de dólares em propinas,
o até então todo-poderoso presidente da Câmara do Deputados
convocou a imprensa nesta sexta-feira pela manhã para anunciar o fato.
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Eduardo Cunha culpa o Governo pelos vazamentos [SIC] de depoimentos
envolvendo seu nome e, após as denúncias do lobista Julio Camargo.
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“Saiba que o presidente da Câmara agora é oposição ao Governo.
Eu, formalmente, estou rompido com o Governo”,
afirmou o peemedebista durante o breve anúncio.
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(http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/17/politica/1437145574_034316.html)
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FrancoAtirador
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Cunha vai romper com o governo?
E quando que ele foi aliado?
Perdi essa parte…
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#QuemTemCunhaTemMedo
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(https://twitter.com/hashtag/QuemTemCunhaTemMedo?src=hash)
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FrancoAtirador
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Deputado Federal Sílvio Costa (PSC-PE), Více-Líder do Governo Federal na Câmara,
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pedirá o Afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do Cargo de Presidente da Casa.
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Segundo ele, Cunha Não Tem Condições Morais de Continuar no Comando da Câmara.
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(http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-07/vice-lider-do-governo-pedira-afastamento-temporario-de-cunha)
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FrancoAtirador
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A Bancada do PSOL também divulgou nota em que defende o afastamento de Cunha.
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Para o partido, as denúncias contra Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não configuram “ataque ao Congresso Nacional”.
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“Cada parlamentar e seu partido têm que responder
pelas acusações que eventualmente sofram.
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Eduardo Cunha não tem direito de confundir suas posições e ódios com a função
que ocupa institucionalmente de presidente da Câmara dos Deputados.
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A confusão deliberada que Cunha produz, à guisa de defesa,
evidencia sua incompatibilidade entre a função
de presidente da Casa – que exige equilíbrio e postura de magistrado –
e a condição de investigado na Operação Lava Jato.”
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Julio Silveira
tutti buona gente.
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