Maria Carolina Trevisan: A tragédia do jornalismo justiceiro

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As meninas do Piauí: a tragédia de um jornalismo justiceiro

Uma cobertura sensacionalista para casos que envolvem adolescentes como agentes de violência funciona a favor da audiência sem limites e contra a compreensão da situação

Por Maria Carolina Trevisan*, na Brasileiros

11/06/2015 13:20, atualizada às 11/06/2015 13:40

A violência sofrida pelas meninas de Castelo do Piauí, a 199 quilômetros de Teresina, é uma atrocidade – e deve ser punida. Dar tratamento jornalístico para uma história como essa é delicado, especialmente porque as quatro vítimas e os quatro agentes das agressões são adolescentes (e um homem de 40 anos foi preso).
Entra, nesse momento, uma particularidade que precisa ser considerada: a Constituição Brasileira prevê que os direitos fundamentais da criança e do adolescente têm prioridade absoluta. Esse direito tem que ser respeitado por todas as instâncias,  incluindo os meios de comunicação. Nesse sentido, o jornalismo é instituição central das democracias e tem responsabilidade sobre a promoção, proteção e garantia dos direitos humanos.

“Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

Uma cobertura sensacionalista para casos que envolvem adolescentes como agentes de violência funciona a favor da audiência sem limites, trabalha contra a compreensão da situação e, portanto, não colabora para a busca de soluções ou para a implementação adequada de políticas públicas. As matérias que exploram esses casos de forma irresponsável se aproveitam da comoção social, servem ao medo e aos interesses de quem se ancora em promessas mágicas para o fim da violência, que é uma teia complexa composta por diversos elementos.

A veiculação de informações sem contexto e, que não proponham uma reflexão, é potente motor para justiceiros e linchamento, ou seja, para a produção de mais violência. São notícias que reforçam a sensação de medo e o estereótipo de que os jovens com menos de 18 anos são os principais responsáveis pelo estado da segurança pública no país, o que está bastante distante da dimensão real.

Não se pode ignorar que eles são as principais vítimas de homicídios no país (mais de 70% do total) e que das 56 mil vítimas fatais, 77% são jovens negros. É um dado fundamental para a compreensão de todo o quadro.

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Com a movimentação na Câmara dos Deputados para votar com pressa a PEC171, que reduz a maioridade penal para 16 anos, é ainda mais imprescindível que o jornalismo assuma sua responsabilidade como peça-chave nos mecanismos que levam as sociedades a patamares mais consistentes de desenvolvimento humano e social. Por exemplo, é muito relevante informar que dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida, de acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Significa que a imensa maioria dos meninos e das meninas que cometeram atos infracionais praticou tráfico ou crimes contra o patrimônio. Não usaram violência e já cumprem pena pela infração. Outro índice importante para considerar é que o sistema penal de adultos não recupera. Tem taxa de reincidência de 47%,segundo a Pnad. Expõe pessoas a situações tão degradantes que saem de lá sem nenhuma perspectiva. A Fundação Casa registra taxa de reincidência de 15%.

O principal de tudo isso é que a violência não vai diminuir reduzindo a maioridade penal – ou aplicando pena de morte e “justiça com as próprias mãos”. As respostas para enfrentar um problema tão complexo passam mais por garantir direitos e menos por políticas de encarceramento em massa.

Direitos

Outro ponto importante para abordar em reportagens que tratam desse tema é que existe um grandeSistema de Garantia de Direitos. Se houve um caso gravíssimo como no Piauí, é porque esse sistema falhou. Faz parte do papel do jornalista investigar em que ponto o Estado deixou de proteger, promover e garantir os direitos desses adolescentes, tanto das vítimas e quanto dos agressores.

O jornalismo existe para fiscalizar políticas públicas em todos os níveis.

De acordo com uma pesquisa feita pela ANDI – Comunicação e Direitos, as reportagens que tratam de adolescentes em conflito têm uma evidente tendência ideológica: centram-se em crimes graves, como se todos os jovens envolvidos em atos infracionais cometessem homicídios e estupros; focam na punição e não na falta de direitos, no abandono do Estado; colocam a pretensa impunidade como discussão principal, como se não tivéssemos uma legislação específica (ECA) para punir esses casos; ignoram o contexto de produção do fenômeno, como se fosse irrelevante as condições de vida dessas pessoas; tratam apenas do ato em si e não dos desdobramentos do caso, reforçando a sensação de impunidade; limitam-se à questionar a legislação vigente; tendem à nítida defesa da redução da maioridade penal como solução para a violência.

A cobertura mais completa do caso de Castelo do Piauí foi feita pelo jornalista Orlando Berti, em um jornal local chamado O Olho. Berti é professor da Universidade Estadual do Piauí, mestre e doutor em comunicação social e vice-presidente da Rede Brasileira de Mídia Cidadã. É um repórter com olhar social. Por isso, conseguiu fazer uma série de reportagens sem cair no sensacionalismo.

Ao ler os textos de Berti, é possível entender que Castelo do Piauí é uma cidade com rara presença de políticas públicas. Não tem delegado, há poucos policiais, existe apenas uma escola de Ensino Médio na área urbana e nenhuma na zona rural**. Além da história de vida das vítimas, o jornalista procurou compreender de onde vinham os agressores e descobriu características muito similares ao perfil do adolescente internado na Fundação Casa. De maneira geral, adolescentes que praticam crimes contra a vida:

— são pessoas em total abandono pelo Estado e pela família;
— são dependentes de drogas;
— não estão na escola;
— têm baixa escolaridade;
— suas famílias (nos casos em que têm) vivem em situação de miséria;
— sofreram abusos e violências;
— foram testemunhas de crimes hediondos;
— praticaram trabalho infantil.

“Os cuidados tomados na série de reportagens foram, principalmente, em não afrontar as famílias”, conta Berti. “O clima de vingança na cidade é latente. Falar do assunto é tabu. Mas queria mostrar o outro lado, mostrar o lado de que é também vítima, tão quanto às quatro meninas, e ainda mostrar que é uma tragédia que ocorreu há anos e que vai voltar a ocorrer, pois há políticas públicas quase zero. A cidade é a tal capital da Cachaça, não tem delegado, são poucos policiais, muita evasão escolar, muitos e muitos problemas sociais. Quisemos incomodar e, que bom, incomodamos.”

São contextos em que a própria vida vale nada. E muitas vezes, a Fundação Casa acaba sendo a única chance de sobrevivência, gostemos ou não. É essa a realidade da segurança pública no Brasil voltada aos adolescentes.

A esse quadro somam-se a dificuldade de investigação e de Justiça, que muitas vezes buscam encontrar rapidamente um culpado e acabam por produzir injustiças – baseadas no preconceito e no racismo institucional dessas entidades. Essa caçada, quando unida ao jornalismo, culpa inocentes, que ficam estigmatizados para sempre, como no caso do menino acusado de assassinar o ciclista na Lagoa, exaustivamente abordado pela mídia.

Sendo assim, a luta por diminuir a violência passa por garantir direitos e não por encarcerar por longos períodos adolescentes que nunca tiveram oportunidade de valorizar a própria vida.

Não se trata de não punir. Trata-se de uma maneira de punir que leve a alguma chance de futuro e de paz. E de tentar prevenir para não ter que remediar.

O que reduz a violência é o amplo acesso a direitos.

*Maria Carolina Trevisan é jornalista, repórter do coletivo Jornalistas Livres, coordenadora de projetos da ANDI, pesquisadora do Núcleo de Estudos Sobre o Crime e a Pena da DireitoGV e Jornalista Amiga da Criança.

 **Fonte: Ministério da Educação/2010

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Danny Glover: Redução da maioridade penal é racismo

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FrancoAtirador

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O QUE É SESSÃO LEGISLATIVA
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Está no Portal da Câmara dos Deputados
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Cada Legislatura* é dividida, Anualmente, em Quatro Sessões Legislativas.
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Cada Sessão Legislativa Ordinária tem início em 2 DE FEVEREIRO
é interrompida em 17 DE JULHO, reiniciada em 1º de AGOSTO
e encerrada em 22 DE DEZEMBRO.
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*Legislatura” é o Período de Quatro anos em que o Congresso Nacional
exerce as Atribuições Previstas na Constituição Federal.
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(http://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/como-funciona)
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(http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/07/os-bastidores-do-golpe)
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FrancoAtirador

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PESQUISA FURADA DOS NAZI-FASCISTAS
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A Enquete que serviu de base para os Fascistas
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reivindicarem a Redução da Maioridade Penal
.
foi encomendada por Globo e Estadão ao IBOPE,
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e não separou os Entrevistados por FAIXA DE RENDA,
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mas tão somente por atividade econômica (ocupação).
.
“A pesquisa foi encomendada pela TV Globo
e pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O Ibope ouviu 2.506 eleitores em 175 municípios
entre 31 de agosto e 2 de setembro…
registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sob o número BR-00514/2014” (glo.bo/WcVnVa)
.
(http://pesqele.tse.jus.br/pesqele/publico/pesquisa/Pesquisa/visualizacaoPublica.action?id=24566)
.
(http://pesqele.tse.jus.br/pesqele/publico/CarregarArquivoMunicipio.abrir?id=24566)
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(http://pesqele.tse.jus.br/pesqele/publico/CarregarArquivoQuestionario.abrir?id=24566)
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FrancoAtirador

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O Fascismo Politico-Midiático da Atualidade
.
criminaliza a Esperança da Juventude Pobre.
.
E penaliza o Futuro dos Jovens Negros.
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(http://www.vice.com/pt_br/read/votacao-pec-171-reducao-maioridade-penal-camara-rua-foto-coletivo)

FrancoAtirador

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A EUGENIA SOCIAL NO 3º MILÊNIO DA ERA CRISTÃ
.
A Tese Doutrinária cada vez mais em voga no braZil
.
é a de que a ‘Bandidagem’ é um ‘Mal de Nascença’.
.
Por essa Doutrina, ‘Bandidos já nascem Bandidos’
.
e devem ser Excluídos, Eliminados, Exterminados.
.
(http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/eugenia_a_biologia_como_farsa.html)
(http://www.ufrgs.br/bioetica/eugenia.htm)
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia#Brasil)
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_eug%C3%AAnico_brasileiro)
(http://www.janehaddad.com.br/new/artigos-indicados/423-eugenia-social)
.
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Messias Franca de Macedo

[Mais um] Crime de [eduardo] ‘CUnha’ do ‘Aécio Furnas Forever’ é [mais] uma vitória da turma do “eu truxe”!
ENTENDA A PATIFARIA SURREAL

Durante a patacoada fascigolpista transcorrida na fatídica noite de ontem na Câmara dos(as) 300-400 picaretas dePUTAdos(as) comandados pelo ‘Achacador geral da nação’ – onde prevalece as delinquências comandados pela triste e execrável figura do ‘Achacador geral da nação’ – uma figura fantasmagórica pronunciou com extrema contundência:
“eu truxe!…”
Eu pensei que o crime cometido à gramática portuguesa tivesse sido decorrente da emoção (sic) envolvida nos arroubos dos debates…
“Antes fosse!”
Não é que – segundos depois – o crime é repetido?
“… Eu truxe…”, afirmou – com a ênfase de “professor indignado” – o deputado troglodita Laerte Bessa (PR/DF).
No bojo do discurso a favor da redução da maioridade penal no ‘braZ&il’!
Que noite medonha, oh Pai!
E que tenebrosos dias!
A barbárie é aqui!
Na nossa contemporânea pré-Idade Média festiva!

Messias Franca de Macedo

VÍDEO

‘Deputado do tombo’ mudou voto; catarinense diz que recebeu até ameaça

02/07/2015
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FONTE: http://tvuol.uol.com.br/video/deputado-do-tombo-mudou-voto-catarinense-diz-que-recebeu-ate-ameaca-04020D98326AC8A95326

Messias Franca de Macedo

DA SÉRIE ‘DIÁLOGOS ANUNCIADOS DO FUTURO PRÓXIMO QUE NOS AGUARDA’!

– Excelentíssimo ‘Fulano de tal’ juiz desta comarca de primeira instância, trouxemos para o senhor um adolescente de 16 anos, acusado de “estuprar a coleguinha de sala de aula”!
O jovem meliante – “como o senhor sabe, irrecuperável” – se defende dizendo que o ocorrido foi ‘sexo consentido’! Falou, até, que antes de ‘dar o fora na garota’, ambos trocavam juras de amor eterno…
– Delegado, nas suas investigações, o que o senhor pode identificar de relevante?
– Bom, “dotô” juiz, o jovem de 16 anos acusado tem alguns precedentes – e presentes (sic) – bastante comprometedores…
– ‘Desembucha’, logo, delegado!
– Bom, “dotô” juiz [de primeira instância], o criminoso é preto, pobre, de pai petista e mãe prostituta…
– Por favor, senhor delegado, não precisa mais investigar ‘bulhufas’!
Enquadra o irrecuperável escroque na “vanguardista” Lei aprovada pelo nosso ‘CU(nha)’!
E fique sabendo que na Penitenciária de Bangu apareceu uma vaga na cela 45 (sic) e outra na masmorra 25 (idem sic) do Pavilhão dos chefes do tráfico de drogas do Alemão, no Rio de Janeiro!
Se ainda fosse filho de alguma pessoa importante, nós daríamos uma ‘pedalada interpretativo-judicial’, e ajudaríamos a impedir, por hoje, a superlotação lá no xilindró de Bangu!
Mas,…
– OK, “dotô” juiz!…
– Pode ir, delegado!
– “Dotô”, antes de eu me ‘pirulitar’, eu gostaria de fazer um elogio ao senhor!
– Sim!
– Lindo!…
– Está me estranhando, seu delegado!
– Calma, “dotô supremo” juiz [de primeira instância de alguma comarca de alguma província do ‘braZ$il’]!
Lindo: esse broche fixado na lapela do seu lindo terno marca Prada do ‘modelito Joaquim Barbosa’!
– Comprado em Paris, em minha última viagem de férias, se o senhor quer saber!
– O do Barbosa também!

E a vida segue em Pindorama!
Como se o Sol redondo fosse quadrado!
É a tal da coisa: “todo ponto de vista é a vista de um ponto”!

República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Rodrigo

Não há falta de educação, saúde ou desestrutura familiar que justifique o estupro e tortura de 4 garotas. Estamos falando de gente que mutila e ainda acha graça.

É tão difícil assim entender que tem gente que não tem salvação, que faz o mal somente pelo prazer de o fazer? Pode ser um nordestino semi analfabeto, como o filho de um grande empresário que sempre teve do bom e do melhor. E desvio de carater por pura (falta) de natureza humana.

lulipe

Se escrevesse mais algumas linhas iria culpar as meninas pelo ocorrido…

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