Roberto Amaral e as demonstrações de intolerância da direita: A serpente já furou a casca
Tempo de leitura: 7 min12/06/2015 – Copyleft
A serpente já furou a casca
Toda vez que o país se deixa dominar pelo pensamento de direita, a sociedade se vê tomada pelos valores do autoritarismo.
Roberto Amaral, na Carta Maior
O que melhor pode caracterizar o pensamento de direita, senão a cultura do autoritarismo na formação da sociedade brasileira – na vida social, na vida política, na vida econômica, no cotidiano, na vida profissional, na vida doméstica – que se manifesta na grave disjuntiva casa grande x senzala, essa divisão colonial que sobrevive na democracia moderna e na república sereníssima?
De um lado o senhor – sujeito de direitos –, de outro, o ‘pau mandado’, objeto de deveres. O que melhor caracteriza a ação de direita – o ovo em que é gerada a serpente do fascismo – senão a violência, que, de início verbal, logo descamba para a ameaça e a violência físicas, quase sempre grupal, pois nos grupos os covardes se tornam valentes?
O autoritarismo traz consigo o germe da intolerância, estampada em slogans como o ‘Ame-o ou deixe-o’ da última ditadura, que, com um ufanismo de fancaria, fincado em um desenvolvimento puramente mercadológico, tentava abafar as dores dos torturados, fazendo com que a maioria se sentisse minoria em sua terra, exilada da política e exilada da pátria que lhe queriam negar, da nacionalidade que lhe queriam roubar. Pode haver violência maior?
O autoritário é senhor de sua verdade, uma verdade absoluta que não permite contestação e à qual o outro deve obediência, sob pena de discriminação.
É dessa falsa crença, da qual se introjeta para melhor dominar, que o senhor extrai a intolerância, a crença em sua superioridade e a violência com a qual a defenderá, quase sempre explicada como doação divina, mas realmente firmada de fato na propriedade privada, a fonte do fausto e do poder, pincipalmente do poder sobre os outros.
O autoritarismo traz consigo a xenofobia, a aversão ao diferente, o nordestino e o migrante de um modo geral, o pobre, o negro, a prostituta, o homossexual, o desviante enfim, todo aquele que ameace a segurança do pequeno-burguês, frágil como um balão de gás.
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A classe dominante brasileira – e como ela seus penduricalhos reflexos, como a classe-média alta –, detesta o país e seu povo, com o qual não se identifica, para ela uma ‘gentinha’ feia, magra, mal-vestida, mal cheirosa, gente boa tão-só para o serviço doméstico (sem acesso à sala de visitas nem ou à mesa dos banquetes), os chamados serviços sujos e pesados aos quais o senhor branco, e senhor porque branco, se nega. (Ao aprendiz de sociólogo que desejar conhecer como o complexo casa grande-senzala se reproduz em nossas cidades modernas bastará deter-se em qualquer edifício de apartamentos e comparar o ‘quarto da empregada’ com a suíte do patrão.)
O pobre, aqui, na sua terra, cumpre o papel que na Europa desempenham os turcos e os portugueses e os asiáticos, o emigrante pobre em geral, qual seja, o de executar na terra do outro as tarefas que hoje repugnam ao dono da casa.
Esta é a ‘ordem natural das coisas’ do liberalismo, e tentar alterá-la é considerado crime. Se não de lesa-Pátria, de lesa-propriedade, ou seja, de lesa-desigualdade, pois na desigualdade, e na sua manutenção, se estrutura o Estado capitalista, fundado, como o regime da casa grande e senzala, na dominação e no mando. O nosso não é diferente de nenhum outro.
No altar da classe-média o culto é ao deus consumismo.
Na verdade, a pomposa ‘paz social’ do liberalismo depende de os de cima mandarem, e os de baixo aceitarem como natural esse mando, ou seja, de não o questionarem. O menor estremecimento nessa base abala o vértice onde se agasalha a classe dominante.
Qualquer suspeita de desequilíbrio, o movimento mais irrelevante põe de pé a classe dominante e em guarda seus cães de fila, e ela, enfurecida é capaz de tudo.
Ou seja, a ‘paz social’ depende de o pobre ‘conhecer o seu lugar’, e nele se conservar. Atiçada, ameaçada, a classe dominante reage com o retrocesso; voltar ao passado é sua resposta aos que reclamam pelo progresso.
Eis a chave da paz social da classe dominante que torce o nariz para a ascensão de classe e se incomoda com o progresso social.
O consumismo é o sonho capitalista que anima o empresário de todo o mundo, mas em nosso país, somente enquanto não proporcionar a democratização do acesso aos bens de consumo. Isso é intolerável, isso incomoda. O que é possível na teoria liberal é inaceitável na prática, na vida real, no cotidiano.
Toda vez que o país se deixa dominar pelo pensamento de direita, a sociedade se vê tomada pelos valores do autoritarismo, que vem das raízes escravocratas da formação de nossas chamadas elites, preguiçosas e incultas e porque incultas profundamente preconceituosas, e profundamente perversas e, como as elites suas antepassadas que procuram emular, de cujo fausto têm saudade, desvinculadas da terra e de sua gente, cujo futuro não partilha com o seu.
O autoritarismo brasileiro é reacionário por essência; repugna-lhe o avanço social.
Nesses momentos, o observador menos atento de nossa crônica se descobre vivendo em país violento, quando a história que lhe ensinaram na escola diz de um povo cordial, amoroso, mais sensual que cartesiano. A violência vem da reação dos que tendo muito, quase tudo, não compreendem que os outros possam ter alguma coisa.
A emergência do pensamento de direita – que levou tantas e belas civilizações à guerra e à autodestruição – desperta na classe dominante brasileira suas raízes atávicas herdadas de uma colonização levada a cabo a ferro e fogo contra as nações indígenas, de início, e sempre contra o elemento negro escravizado, predatória contra a natureza e o meio ambiente, contra a civilização, ainda que tudo, inclusive o genocídio de nossos ancestrais, se fizesse em nome de Deus, e sob o comando da cruz, confiado em cuja proteção, aliás, se reúne, o Congresso nacional, para, em nome da minoria proprietária, subsumir os interesses da maioria, dos pobres, das mulheres e dos negros, dos trabalhadores enfim.
Uma Câmara conservadora, comandada por um presidente prepotente, cujo mandato, desde o primeiro dia, é posto a serviço do atraso, do primitivo, da mediocridade do evangelismo mais rastapé, está impondo à sociedade a ideologia do atraso: estímulo à homofobia, à comercialização do processo eleitoral mediante o financiamento privado dos partidos, redução da maioridade penal, rejeição à regulamentação do aborto, redução dos direitos trabalhistas, restrições aos direitos civis, fim da demarcação das terras indígenas.
Agora se discute, simultaneamente, a redução da maioridade penal e a revogação do Estatuto do Desarmamento. A respeito deste, entre outras sandices, a bancada da bala,explorando o medo e o desconhecimento do cidadão mediano, propõe que o número de armas de fogo que cada brasileiro possa portar salte de seis para nove!
Ou seja, em vez de os governos continuarem obrigados a executar políticas de segurança pública eficientes, a solução para o alarmante índice de homicídios seria cada cidadão tornar-se uma mini-milícia-paiol ambulante, potencialmente assassina e suicida.
Faz sentido, desde que deixemos de lado a capacidade de raciocínio conquistada pela espécie humana ao longo do processo evolutivo.
Aliás, este é outro aspecto, o baixo nível cognitivo do baixo clero.
O atual deputado médio não é apenas conservador e mesmo reacionário: ele é um néscio, incapaz de superar sua balbuciante estultície para debater com um semelhante – embora possa demonstrar destreza no manejo das artimanhas habituais da pequena política.
Na última quarta-feira 10, os deputados da chamada bancada evangélica (também da bala e do boi), interromperam uma votação da Câmara do Deputados, ocuparam a Mesa, ocuparam as tribunas e os microfones e de mãos dadas – sem em nenhum momento serem repreendidos pelo presidente da sessão, convenientemente presidida pelo colega Eduardo Cunha –, e, em um plenário constitucionalmente leigo, rezaram o Pai-Nosso e gritaram ‘Viva Jesus, Viva Jesus Cristo’.
Enquanto isso, numa sala de comissões, recinto fechado, esbirros da polícia legislativa, convenientemente reforçada pela atual Mesa, atingiam jovens manifestantes com jatos de spray de gás de pimenta.
Os estudantes pacificamente protestavam contra o projeto de redução da maioridade penal, bandeira de Eduardo Cunha e do grupo que comanda a Casa, composta fundamentalmente pelos ditos evangélicos, a bancada da bala e a bancada do agronegócio.
Nas ruas, os representados por Eduardo Cunha e Renan Calheiros e outros quadros menores saúdam a violência policial e reclamam – numa agressão à memória nacional – a volta da ditadura.
Nos restaurantes apupam homens de Estado dignos e dedicados ao país como os ex-ministros Alexandre Padilha e Guido Mantega, este já anteriormente agredido quando acompanhava sua esposa em exames médicos em famoso hospital paulistano.
Ao desembarcar de um voo a Brasília, um leitor de CartaCapital (por acaso um ‘ex-militante do movimento estudantil sequestrado e mantido preso por três dias em 1980 na Argentina’, diz-nos a Carta da semana passada) foi hostilizado por carregar consigo um exemplar da revista.
Não me recordo de algum companheiro da esquerda, ainda nos tempos da ditadura, haver sido insultado por ter às mãos o Pasquim ou o Opinião, que carregávamos com orgulho e ostensivamente.
Conta-nos Elbio de Freitas Flores: “Estava com a revista na mão, me preparando para sair pelo corredor [do avião], quando ouvi: ‘Essa é uma revista idiota, quem lê é idiota’. Era um homem de cabelos brancos de mais ou menos 50 anos, cuja valentia era estimulada pelo coro de um grupo formado na maioria por jovens: “Dilmão, eu quero,/Dilmão, eu quero/Dilmão eu quero mamar/dá uma teta/ dá uma teta/ dá uma teta para o petista roubar”.
Segundo a revista, a súcia era formada por integrantes de um grupo autointitulado de ‘La Banda Loka Liberal’, que chegava a Brasília para participar de uma manifestação anti-Dilma, afinal esvaziada.
Os liberais e os democratas que estiverem tranquilos e se sentindo bem resguardados, porque até aqui a onda reacionária só ameaça o andar de baixo; os liberais e os democratas e os esquerdistas que estiverem tranquilos pensando que o ódio só persegue a presidente Dilma e o PT, que ponham as barbas de molho.
Lembro-lhes um esquecido poema de Bertolt Brecht (como todo poeta, ele via o que os outros não viam ou fingiam não ver) sobre o judeu ingênuo que jamais suspeitou que seria a próxima vítima, pois antes levaram os negros, e ele não era negro, levaram os operários mas ele não era operário, levaram os desempregados mas ele não era desempregado…
Por fim foram buscá-lo e o encontraram só. Assim começou o que terminaria como holocausto de um povo.
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Comentários
roberto
Esse coxinha da foto deve ser um perigo ,fazendo sexo oral na sua galera de neo-nazinhos.
henrique de oliveira
Pois é , mas essa gente continua covarde em matilhas ou sozinhos.
alb
É a internet. Com ela as classes “subalternas”, na definição do apátrida Fernando Henrique Cardoso, viram a “luz”, e as elites por todo o planeta tenderão ao retrocesso no processo civilizatório mundial. Cabe a máxima do grande pensador, modificada por este que vos escreve: pobres do mundo, uni-vos
FrancoAtirador
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“Auge de uma Crise Humanitária Sem Precedentes”
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Interregno
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Numa entrevista publicada no Salon,
a propósito do lançamento do seu novo livro
“Wages of Rebellion: The Moral Imperative of Revolt”,
o jornalista Chris Hedges (prêmio Pulitzer) afirma
que vivemos num período de incubação,
um interregnum prévio ao eclodir da revolução,
tal como Antonio Gramsci o havia descrito
nos Cadernos do Cárcere a propósito
do conceito de crise orgânica:
“a crise consiste precisamente no fato
do antigo estar a morrer
e do novo ainda não poder nascer;
neste interregno uma grande variedade
de sintomas mórbidos aparecem”.
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Por Rui Matoso, do Bloco de Esquerda de Portugal, via Carta Maior
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(http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Interregno-o-imperio-que-permanece-ou-a-revolucao-que-vem-/4/33706)
Mário SF Alves
E de fato é isso.
FrancoAtirador
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SENSO COMUM
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Bando de Ladrão!
Se é pra Roubar,
Pra quê Governo?!?
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Privatiza Tudo!
Extingue os Impostos!
Fecha o Congresso!
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Bandido, só matando!
A Polícia Prende
a ‘Justiça’ Solta!
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Pobre que se Fôda!
É cada um por si
e Deus por todos!
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Intervalo Comercial…
GM: Compre o Carro Zero
com o Seguro-Desemprego…
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Mário SF Alves
Senso comum e lugar comum na histórica e, de certa forma, anacrônica guerra contra as políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
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Algumas diferenças entre o senso comum e lugar comum
Do senso comum fazem parte conhecimentos vulgares mas muito úteis na vida quotidiana (saber cozinhar, conhecer a cidade onde se vive, saber que no Verão há mais calor que na Primavera, etc.). Pode também incluir superstições, isto é, crenças falsas ou injustificadas (acreditar que o número 13 dá azar, acreditar que uma mulher durante o período menstrual não deve fazer bolos pois estes não ficarão bons, etc.).
Lugar comum
s.m. Clichê; opinião, pensamento ou discurso sem criatividade, que se acentua de forma banal ou está repleto de repetições, trivial, retórica, base comum em que os oradores retiravam seus argumentos ou comprovações para discutir QUALQUER assunto.
Informação obscura, preconceituosa, que não tem base científica, mas mesmo assim são repetidas como se representassem uma “verdade universal”. Exp: “Todo favelado é ladrão”. Ou, quando se trata de prepostos do oligarquismo transacional e, portanto, amigos da mídia fora-da-lei: “Rouba, mas faz”.
FrancoAtirador
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É verdade, Mestre Mário.
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Deveria ser “Insensatez Coletiva”,
por Absoluta Ausência de Senso
em uma Coletividade Teleguiada.
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(http://www.significados.com.br/senso)
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Cecil Coelho
Excelente artigo.
Fernando
Roberto que ganhou uma boquinha recebendo 20.000 por mes no conselho de Itaipu para 6 reunioes anuais.
FrancoAtirador
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Senso Comum
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Julio Silveira
Está previsto, para qualquer um que estivesse na mesma posição. Hipocritas são os que criticam, mas no lugar pegariam do mesmo jeito. Ilicitudes são os que se locupletam a margem da lei. Esse papa seu já tá pra lá de Marraquesh.
Edgar Rocha
Bom acrescentar no final, que a analogia com o judeu pode valer pra esquerda, mas não pra direita. Esta, parece-se mais com a aristocracia alemã. Quando Hitler colocou a juventude hitlerista na rua pra aterrorizar a toda a sociedade, a ala mais abastada e detentora do poder político na Alemanha, literalmente abriu as pernas. Concedeu a Hitler um Ministério, dando-lhe o controle da SS, desde que garantisse-lhes a segurança e o controle da juventude hitlerista. Não deu outra. Em pouco tempo, os jovens que alavancaram o fascismo foram desarticulados, presos e mortos. Talvez por isto, nossa direita “aristocrática” esteja assistindo a tudo de camarote. Quando os verdadeiros líderes desta zona ultra direitista conseguirem dissuadir a sociedade pela força, aqueles que detém as instituições policiais saberão negociar com ele o fim da desordem.
Bacellar
Tirando o atavismo escravocrata, se é que tal sentimento pulou alguma geração em nossos estratos financeiramente privilegiados, também existe o medo da competição. Toda essa classe parasitária que gira em torno das grandes fortunas no fundo reconhece-se, acertadamente, como vergonhosamente incompetente. Destarte possuem pavor de competir em pé de igualdade com as classes financeiramente inferiores.
Vinicius
Concordo com o Dr. Amaral.
Não da mais para aceitar os rompantes fascistas e intolerantes sem uma resposta firme e decidida.
Marco Aurélio C. Neves
Não estamos muito longe de sermos agredidos fisicamente no nosso dia a dia por pessoas intolerantes.
Já venho eu e minha esposa sofrendo agressões verbais até mesmo dentro de nossa casa.
Vizinhos ficam jogando piadinhas por nossa postura política de esquerda.
Mas o que mais me impressionou foi quando minha esposa estava fazendo as unhas com uma manicure em nossa casa. E ela teceu um comentário sobre o que estava acontecendo na FIFA. E falou que a Globo estava envolvida também no escândalo. Na mesma hora a manicure se exaltou e partiu em defesa da Globo e começou a acusar o governo.
E na mesma semana fui atender um cliente de classe média e na hora que estava indo embora e ao passar numa área de lazer com mesa de sinuca e totó em sua casa . Ela me mostra dois freezers desligados e diz:
-” Olha só tenho que viver agora assim, tudo por causa daquela mulher”.
Na mesma hora eu retruquei. A culpa não é dela, a culpa é de quem privatizou o sistema energético do pais .
A minha cliente num tom mais áspero respondeu.
“A culpa é dela sim”.
Só me restou retirar-me do local para não perder o cliente.
Alexandre Tambelli
Existe uma correção a ser feita no texto do Roberto Amaral. O texto dito ser de Bertold Brecht é na verdade de Martin Niemoller, Pastor Luterano, um Sermão feito após sair de um Campo de Concentração: E NÃO SOBROU NINGUÉM.
O link que postarei no final explica toda a confusão.
Brecht fez um intertexto a partir do Sermão, da mesma forma fez o Poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa, no seu célebre poema NO CAMINHO COM MAIKÓVSKY, poema, erroneamente, considerado de autoria de Maiakóvsky.
http://blog.gawiga.com/2013/03/de-4-poemas-nao-sobrou-ninguem.html
Marat
B-R-I-L-H-A-N-T-E
Pena que pessoas com o nível intelectual/moral de um Eduardo Cunha jamais leriam o texto todo, por ser grande, e, se o fizessem, não o entenderiam!
Este texto merece palmas. Tem que ser lido por todos!!!
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