Randolfe Rodrigues denuncia arbítrio e truculência de Eduardo Cunha

Tempo de leitura: 2 min

Eduardo Cunha

Eduardo Cunha afronta o Congresso e a Democracia

por Randolfe Rodrigues*

O deputado Eduardo Cunha afronta os parlamentares, rebaixa a Câmara dos Deputados, constrange o Congresso Nacional e espanta a Nação brasileira com sua mais recente demonstração de arbítrio e truculência.

Desrespeitando os 68 deputados federais de vários partidos da Comissão Especial que, durante três meses, debateram com seriedade a esperada Reforma Política, o deputado Cunha acaba de cancelar, arbitrariamente, a reunião final que faria a avaliação do relatório a ser encaminhado ao plenário.

Pior: o deputado Cunha destituiu, na prática, a Comissão Especial, chamando a Reforma Política para uma precoce votação em plenário nesta terça-feira (26).

Será uma votação apressada, estouvada, sobre mudanças fundamentais da vida brasileira, com impacto direto para os cidadãos e eleitores que todos representamos nas diferentes instâncias do Legislativo brasileiro – no plano municipal, estadual e federal.

A Reforma Política implica discussão séria sobre fatos de repercussão permanente, como o financiamento das campanhas eleitorais, a reeleição e o sistema proporcional ou não na eleição de deputados e vereadores, entre outras questões relevantes.

São mudanças que devem refletir a vontade do povo brasileiro, aqui representado no Congresso Nacional pela vontade majoritária, soberana e democrática dos Deputados Federais.

O gesto antidemocrático e personalista do deputado Cunha se explica por seu receio de que seja derrotado em questões pontuais de sua exclusiva preferência, como a instituição do nefando ‘distritão’, modelo que acaba com o sistema proporcional de eleição e massacra as siglas partidárias, e a manutenção do contaminado sistema de financiamento privada das campanhas eleitorais, matriz de corrupção sistêmica comprovada nas investigações da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato.

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O deputado Cunha deve entender que, embora presidente da Câmara, ele é apenas um parlamentar entre 513 deputados federais.

O deputado Cunha precisa compreender que sua vontade pessoal e seu arbítrio não podem sufocar a vontade da maioria e não podem comprometer o futuro do País.

Como diz o frustrado relator da Comissão Especial, deputado Marcelo Castro, o trabalho exaustivo cumprido durante três meses por 68 parlamentares será substituído, de repente, pelo relatório oral de cinco minutos em plenário executado de forma submissa por um deputado da exclusiva e absoluta confiança do deputado Cunha.

A Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional não são quintais do arbítrio e da truculência do deputado Cunha.

A Câmara, o Congresso e o Brasil merecem respeito, deputado Cunha!

Minha solidariedade aos nobres Deputados Federais e à Câmara dos Deputados, tão desrespeitada nesse momento de barbárie pessoal e violência institucional exercida justamente pelo parlamentar que deveria defender a instituição e a democracia.

Deputado Cunha, uma advertência final ao Senhor: os seus brutais métodos políticos, aqui no Senado Federal, não passarão!

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Comentários

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Julio Silveira

Mas, como diria a humorista, o congresso goooostia. Afinal, o elegeram como seu exemplo fiel e representante mor.

Bonobo, Severino de Oliveira

Na assustadora escalada empreendida por essa excrescência chamada Eduardo Cunha no intento de levar a legislação brasileira aos idos de 1930 atuam de forma coordenada algumas heranças malditas do Príncipe da Privataria que muitos podem não perceber. O próprio Eduardo Cunha e o séquito de fanfarrões boquirrotos que o seguem são produto da Lei Plutocrática promulgada em 1997 pelo famigerado príncipe. Esse meliante que já deveria estar afastado da vida publica não fosse a inutilidade do judiciário em julgar processo de 1989 na Telerj e outro que corre desde 1999 por irregularidades por ele praticadas na presidência da Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro.
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/02/conheca-eduardo-cunha-o-novo-presidente-da-camara-dos-deputados.html
Ai entra em cena outra herança maldita na figura do Gilmar Dantas que mandou arquivar o processo em 2014 para que ele levasse adiante o plano sórdido que agora se desenrola no Congresso. Nesse plano estão associados os dois, Cunha e Gilmar, um correndo em ritmo acelerado para fazer uma mudança na regra politica para que continue tudo como está, ou piore, e o outro segurando a extinção da regra eleitoral herdada, por meio de um pedido de vistas de um processo já apreciado e aprovado no plenário do STF por 6 votos a um. O Gilmar Dantas cassou, na prática, a validade dos votos dos demais ministros para dar tempo ao seu colega de gangue fazer a patranha no Congresso para que os partidos de ambos tenham chance eleitoral nos próximos pleitos. Tudo isso, graças as relevantes contribuições das heranças malditas do famigerado príncipe.

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