Ângela Machado, em meio à barbárie da PM de Richa: “Sou professora, tenho filhos em casa! Parem de atirar! Estou desarmada!”

Tempo de leitura: 2 min

AliceRuiz (1)

 Ângela Alves de Machado é professora de História em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, e mãe de três filhos. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A “foto do ano” no Massacre do Centro Cívico de Curitiba retrata a professora de História

do Blog do Tarso

A “foto do ano” no Massacre do Centro Cívico de Curitiba retrata a professora de História Ângela Alves Machado, fugindo da tropa de choque do governo Beto Richa (PSDB).

Ela é professora em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e é mãe de três filhos.

E deixa claro que não é black bloc e nem baderneira.

Veja o relato do fotógrafo Daniel Castellano, da Gazeta do Povo, sobre a foto:

“No dia 29 de Abril, cheguei um pouco mais cedo do que o costume no jornal e me dirigi para o Centro Cívico, logo ao chegar me deparei com o aparato policial fora do normal, centenas de policiais militares tomavam os prédios do TJ, da assembleia e do Palácio Iguaçu. Percebi que alguma coisa não iria acabar bem quando vi as máscaras de gás usadas pelos policiais e algumas bombas já em suas mãos.

Às 14h14, vi e fotografei uma professora chorando, parecia que pressentia que algo de ruim viria. E não demorou muito, por volta das 15h o conflito começou, o cordão de isolamento foi quebrado e logo surgiram as primeiras bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Logo a tropa de choque se posicionou em um grande cordão de isolamento que ia do Palácio Iguaçu até em frente ao prédio anexo da Assembleia.

Apoie o VIOMUNDO

Consegui chegar no tubo do Centro Cívico e fiquei por ali durante alguns minutos fotografando e me protegendo dos disparos das balas de borracha e das bombas.

Depois de 1 hora e meia, a tropa de choque ainda avançava em direção a rotatória da prefeitura com a intenção de dispersar os grevistas.

De repente, uma professora surgiu correndo na minha direção aos prantos gritando: Sou professora, tenho filhos em casa!!! por favor parem de atirar!! Estou desarmada!!! Fui correndo de costas mas não parei de fotografar, tinha que registrar aquele momento e o fiz.

Ela prosseguiu pedindo clemência ao batalhão de choque até ficar de joelho no meio da Av Cândido de Abreu. Ficou por alguns segundos mas quando viu que a barreira de escudos era intransponível, parou. E junto parei de fotografar também, logo encontrei o companheiro Henry Milleo que estava ferido por um estilhaço de bomba. Quando os ânimos se acalmaram, a Polícia militar refez o cordão de isolamento e os manifestantes perceberam que nada poderiam fazer para evitar a votação…”

Leia também:

Beatriz Cerqueira: Acordo em Minas enterra choque de gestão tucano que destruiu educação pública 

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Jesus Baccaro

Parece a foto da menina queimada por napalm no Vietnam.
O fascismo, seja no Paraná ou dos EUA, é o mesmo!

Deixe seu comentário

Leia também