Rede Brasil Atual: Jornalistas tinham informação privilegiada na véspera da prisão de tesoureiro
Tempo de leitura: 6 minFoi o juiz quem vazou?
ATITUDE
A RBA, a liberdade de expressão e o direito de incomodar
Nos somamos a um amplo universo de fazedores de comunicação, contribuindo com a diversidade da abordagem dos fatos. E passamos a incomodar a imprensa comercial e seus patrocinadores
por Redação da RBA publicado 16/04/2015 18:52, última modificação 16/04/2015 19:23
Tarde de terça-feira (14), véspera do dia de manifestações de movimentos sociais contra a direita, por mais direitos e contra a terceirização desenfreada permitida pelo texto do Projeto de Lei 4.330. O repórter de um grande jornal telefona para a redação da RBA.
Procura o diretor-geral da Editora Atitude, Paulo Salvador, e questiona sobre a menção à empresa nas investigações da Operação Lava Jato. Salvador se diz surpreso, que desconhece o tema, e explica as origens e o funcionamento do empreendimento de comunicação, que tem como produtos a Revista do Brasil, o portal Rede Brasil Atual, edições regionais de um jornal impresso e a produção de conteúdo jornalístico para a Rádio Brasil Atual. Matéria prima: jornalismo.
À primeira observação, salta o detalhe: um profissional da imprensa tradicional tinha em mãos, um dia antes da prisão do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o teor da nova etapa do processo que corre em segredo de Justiça. Não era o único. Tudo leva a crer que as redações dos maiores veículos habitualmente favorecidos pela prática do vazamento seletivo de informações sigilosas já estavam com seus textos elaborados antes do fato político – a prisão – ser consumado. Aguardava-se o “publique-se”, como dizia o personagem de Paulo Betti na novela das nove, Téo Pereira, blogueiro investigativo.
O episódio – informação privilegiada destinada a ferir apenas uma parte dos investigados – é apenas mais um entre tantos que têm levado juristas renomados, defensores da Lava Jato, a se preocupar com os riscos da abusividade e das ilegalidades para a credibilidade e a eficácia da operação.
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No enredo, a RBA é atingida lateralmente, já que o alvo do procedimento era outro: alimentar o ódio ao PT e à CUT em um dia de manifestações contundentes em todo o Brasil em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos avanços sociais e democráticos. A RBA, diga-se, é um dos frutos colhidos pela consolidação da democracia no país nos últimos anos.
É a primeira experiência brasileira na história recente, e referência para organizações de trabalhadores em vários países do mundo, de aglutinação de forças de algumas das entidades sindicais mais representativas e respeitadas do país em torno de uma causa que mexe com a vida dos cidadãos para além de seus locais de trabalho: o direito humano à informação.
Dessa convicção, em 2006, surgiu a Revista do Brasil, uma publicação mensal que hoje alcança 200 mil trabalhadores e suas famílias, com dois propósitos editoriais bem definidos: levar informação para quem não tem acesso a outros veículos, estimulando o hábito da leitura, e para quem tem acesso mas não está satisfeito com o que lê. Proporcionar, enfim, o prazer da leitura e a formação de um pensamento crítico não terceirizado pelo conteúdo convencional da imprensa comercial. Com o mesmo objetivo, passaram a integrar esse projeto o portal e a rádio.
Movida a jornalismo desde seu nascedouro, a RBA conquistou respeito e credibilidade junto a políticos e intelectuais, artistas e ativistas sociais, trabalhadores, integrantes de movimentos sociais das mais diversas vertentes e cidadãos anônimos passaram – como fontes e como consumidores de informação. Não é por menos que o portal recebe em média cerca de 1 milhão de visitas, sem contar sua produção de conteúdo exclusivo que é reproduzida por outras páginas da internet, veículos impressos e emissoras pelo país – algumas vezes com crédito, outras não.
Somos procurados por jornalistas e estudantes que ambicionam viver profissionalmente de um trabalho que assegure liberdade e sintonia com seus ideais. E também por universitários que nos tomam como objeto de pesquisa e de aprofundamento acadêmico.
Nesse contexto, nos somamos a um amplo universo de fazedores de comunicação – alguns com mais rodagem, outros contemporâneos, outros que não param de surgir –, contribuindo com a diversidade da abordagem dos fatos. E passamos a incomodar a imprensa comercial e seus patrocinadores.
A RBA não tem por hábito, ao citar uma informação extraída de um ou outro veículo tradicional, acrescentar-lhe um juízo de valor ou um atributo com intenção desqualificadora. O leitor não lê aqui, por exemplo, “… segundo matéria de O Globo, jornal que apoiou a ditadura, a flexibilização dos direitos trabalhistas e o fim da política de valorização do salário mínimo e pertencente a um grupo acusado de sonegação…”; também não encontra “… de acordo com a Folha de S.Paulo, editado por empresa que emprestava veículos a órgãos de repressão e ligado a correntistas de paraísos fiscais”; tampouco cita o “… Estadão, jornal que nas últimas eleições declarou apoio aos candidatos do PSDB”; muito menos cita a Editora Abril como fornecedora privilegiada de assinaturas para governos sem licitação ou detentora de um monopólio de distribuição de publicações impressas que dificulta ou inviabiliza a circulação de concorrentes. Nem sequer fazemos questão de lembrar que todos eles atuam assumidamente de maneira organizada em torno do Instituto Millenium, mantido por grandes empresas com o propósito de estimular e sustentar a produção de informação e a formação de comunicadores sintonizados com seus interesses políticos, econômicos, ideológicos e comerciais.
Entretanto, não é raro que a citação a nossos veículos venha seguida de um, “ligado à CUT e/ou ao PT”.Sempre com intenção de minar a credibilidade jornalística. Para nós, por trás da arrogância editorial queapropria aos veículos tradicionais exclusividade do direito ao jornalismo e à liberdade de expressão – e que lamentavelmente contamina colegas que acabam se tornando escudeiros ideológicos de seus patrões – está mais um sintoma de que a RBA, como todos os veículos que ousam remar contra a corrente ideológica da imprensa comercial – incomoda.
Em tempo: consideramos que CUT, PT, demais centrais, demais partidos e toda e qualquer organização social têm todo o direito de ter seus veículos de comunicação. Mas não somos “da” CUT ou “do” PT. Nossa política editorial é assumidamente de esquerda, humanista, voltada para o estímulo à participação social, à defesa intransigente dos direitos humanos, à busca da cidadania plena para as maiorias da população e às minorias oprimidas por preconceitos nefastos, à construção de um novo modelo de desenvolvimento que viabilize o planeta para as gerações futuras. Nossas afinidades com pontos programáticos, seja da CUT, seja do PT, não nos priva da liberdade editorial de produzir conteúdo que ora desagrada seus militantes e dirigentes, ora desagrada seus opositores.
Aos nossos leitores e seguidores que, como todos nós, se sentiram perplexos com a forma como a RBA e a Editora Atitude foram abordados no dia de ontem (15), fica a nossa mensagem: 1) os recursos que sustentam nossos veículos são provenientes de entidades determinadas em fazer dos investimentos em comunicação umsindicalismo cidadão, de prestação de serviços editoriais que têm o jornalismo como matéria-prima e de uma escassa receita de publicidade e patrocínios; 2) os recursos destinados pelas entidades sindicais são objeto regular de prestação de contas de seus associados, bem como integrantes dos programas de gestão por meio do qual são democraticamente eleitas; e 3) todos os recursos são integralmente destinados às despesas operacionais e administrativas decorrentes da produção, distribuição e veiculação de conteúdo jornalístico, e devidamente contabilizadas.
No plano legal, a Editora Atitude está em dia com suas obrigações e à disposição da Justiça. No campo da disputa pela democratização do acesso e à produção de informação, seguimos em frente.
Nota da Editora Gráfica Atitude
A Editora Gráfica Atitude Ltda. é uma empresa comercial de direito privado criada em 15 de março de 2007 por iniciativa de dirigentes sindicais, jornalistas e personalidades, com a missão de construir uma plataforma de meios de comunicação voltada para o mundo do trabalho, economia, política e cultura em geral. Está instalada na Rua São Bento, 365, 19º, no Centro de São Paulo.
Nesses anos, após 105 edições da Revista do Brasil, a Editora pautou-se pelo melhor do jornalismo, com entrevistas, fotos, textos, edição e impressão de cerca de 28 milhões de exemplares da publicação, que são distribuídos pelo correio e manualmente para sócios dos sindicatos participantes, numa operação logística de grande magnitude. Pesquisas mostram a satisfação do público leitor e ouvinte com a proposta de construção da cidadania que a revista se propõe.
A Editora produz também conteúdo jornalístico para o portal na web www.redebrasilatual.com.br, que registra acesso mensal de um milhão de visualizações, que vem duplicando sua produção e acessos anos após anos mesmo com a enorme concorrência que a internet tem atualmente.
A Editora produz um programa também jornalístico para a Rádio Brasil Atual, de duas horas, transmitido entre 7h e 9h da manhã, de segunda a sexta, na FM 98,9, para todos os municípios da Grande São Paulo, ABCD, Alto Tietê, com sintonia num diâmetro que alcança desde Mogi das Cruzes até Jandira e cidades no entorno.
A Editora conta com 34 trabalhadoras e trabalhadores e quase uma centena de colaboradores, articulistas, correspondentes e prestadores de serviços. A Editora mantém firmes laços de parceria com a imprensa sindical e com a blogosfera democrática e progressista, sempre centrada no mundo do trabalho e nos direitos humanos.
As receitas da Editora Gráfica Atitude Ltda provêm da prestação de serviços para entidades sindicais, anúncios públicos, privados e patrocínios. Prática comum de todos os meios de comunicação
Todas as receitas são revertidas para os pagamentos destinados a essa plataforma de comunicação. Para pagar as contas, como se diz na linguagem popular.
Em relação às denúncias veiculadas na imprensa, a Editora informa que mantém seus contratos de forma regular, registrados e está a disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos.
São Paulo, 16 de abril de 2015
Paulo Salvador
Coordenador da Editora Gráfica Atitude Ltda
Leia também:
Paulo Nogueira: Nem um “a” de vazamento sobre Aécio antes da eleição
Comentários
Amanda
Dr. Moro:
http://www.jornali9.com/noticias/denuncia/moro-trabalhou-para-advogado-do-psdb-que-ajudou-a-desviar-r-500-mi
Messias Franca de Macedo
[VAMOS DENUNCIAR, PARA SALVARMOS O BRASIL DOS PIRATAS TRANSNACIONAIS! ENTENDA
… Quando eu ouço falar nesse “juiz” mequetrefe [de quinta! e] das primeiras instâncias da ‘Guantánamo do Paraná’, eu me refugio num pensamento do grande filósofo alemão Arthur Schopenhauer:
“Eu não odeio os homens maus; apenas, os desprezo!”
O ostracismo de hoje do rábula psicopata joaquim barbosa: o futuro breve do ‘Sérgio Moro no PSDB [e a *esposa advogada da Chevron &$ da Shell também]’!
O mesmo que responde pela famigerada alcunha de Sérgio ‘Tolo’!]
*Esposa de Sérgio Moro juiz da lava Jato é assessora jurídica de Vice de Beto Richa (PSDB)
04/12/2014 20h38
(…)
Rosângela Moro faz parte do escritório de Advocacia Zucolotto Associados em Maringá. O escritório defende várias empresas do Ramo do Petróleo, como: INGRAX com sede no Rio de Janeiro, Helix da Shell Oil Company, subsidiária nos Estados Unidos da Royal Dutch Shell, uma multinacional petrolífera de origem anglo-holandesa, que está entre as maiores empresas petrolíferas do mundo. A Shell é concorrente direta da Petrobras.
(…)
FONTE: http://www.jornali9.com/noticias/denuncia/esposa-de-juiz-da-lava-jato-e-assessora-juridica-de-vice-de-beto-richa-psdb
Messias Franca de Macedo
… E cadê o criminoso primo do congênere Tucano Beto Richa?
Já foi (RE)algemado?!
“[Ao acusar alguém de corrupção]
Lavem a boca”:
com creolina e germicida de alta potência e última geração,
seus calhordas e corruptos e imundos Tucanos dos Infernos!
O honesto povo trabalhador brasileiro que continuar vivendo, seus energúmenos desalmados, safados, pilantras, picaretas, desordeiros de uma figa maldita!
Deixe-nos em paz, “lote” de aloprados, hipócritas…
INFAMES!
Messias Franca de Macedo
Deputado Siba Machado humilha líder tucano “Lave a boca antes de vir ao microfone”
Por jornalista Miguel do Rosário
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.ocafezinho.com/2015/04/16/siba-machado-vai-a-luta/
https://www.youtube.com/watch?v=ZOlGd41yTQ4
Messias Franca de Macedo
… Por que não existem mais Sibá Machado no PT do ‘[tíbio] PT da Governança’?!…
E, ‘nois’, os militantes?
Comendo poeira!
E ouvindo desaforos dos pilantras, covardes, canalhas, criminosos… [MEGA]CORRUPTOS da fascigolpista, terrorista, salafrária [eterna] oPÓsição ao Brasil e ao honesto e sapiente povo trabalhador brasileiro!
Messias Franca de Macedo
… Se “peitar” um pouquinho [basta um pouquinho!], esse dePUTAdo rato bochechudo fascista do PSDB “irá miar que nem gata em telhado de zinco quente!”
Ah sacripantas irrecuperáveis!
É a impunidade, estúpido!
Julio Silveira
É, Messias, é essa a indignação que eu quero ver em todos os petistas que tenham brio.
Não a aceitação, a entrega, a concordancia de uma forma covarde, se coadunando com a covardia com que estão sendo tratados. Eu por exemplo gostaria de saber, esse tal juiz Moro, tão evidentemente ligado a oposição tucana, ou melhor os juizes do sistema judiciário, são inimputáveis? podem ter tanto poder? Devem seguir leis constituidas ou o arcabouço legal está tão a avacalhado que um juiz, de primeira instancia, pode fazer uso delas conforme sua conveniência?
Se for possivel da forma que esta acontecendo jogue-se fora estabilidade institucional, a constituição, revogue-se os demais poderes, sorteiem o governo e entreguem-no para qualquer juiz governar.
Francisco
Muitos já desconfiavam da venalidade da Justiça brasileira, só não imaginavam que fossem tão baratos: um pedaço de lata e uma manchete…
ricardo silveira
Se houvesse uma mídia limpa de interesses contrários à democracia os procedimentos nas investigações da Lava Jato certamente seriam outros, pelo menos não alimentariam a campanha do golpe contra um governo legitimamente eleito e melhor combateria a corrupção, pois sem a espetacularização que desacredita a justiça e produz um sentimento de insegurança jurídica no país.
italo
Não é essa Justiça que as ruas pedem. Concessão pública disputando Presidência tem que dar cadeia.
Fernando Resende
O PT comete erro atrás de erro e vcs ainda querem justificar.
Julio Silveira
Meu caro, o PT comete erros, alias, como estamos carecas de saber, exatamente como seus pares, a diferença é que para o PT estão dirigidos em associação todos os holofotes e todas as parcerias com o nitido objetivo de abreviarem sua estada no poder, ou seja alijar a cidadania daqueles que os instalaram lá. A coisa está tão discarada, a associação está tão evidente que parece terem se inspirado no slogam “amigo meu não tem defeito, inimigo, se não tiver eu ponho” e isso não é legal. Sds.
Mas espero que no PT tenha profissionais para instrui-los de seus direitos constitucionais, e saia das cordas para a luta. Por que de partidos que se ajoelham para os status quo oligarquico dominante o Brasil está cheio, e fazendo uma divida social enorme. Sds
Renato
A questão é quem vai punir os responsáveis. Será que existe Extraterrestres?
Almir
Esse carnaval todinho em cima da prisão do Vaccari tem uma explicação: desviar a atenção do PL 4330, cuja aprovação está sendo ultimada pela direitista no Congresso.
Quero ver a cara dos coxinha trabalhando 5 horas a mais, pra ganhar 40% a menos, sem poder tirar férias (imagina tirar licença-maternidade), por medo de perder o lugar pra outro terceirizado. E de nada adianta botar a culpa no PT, que voltou todinho contra essa aberração, com que tentam revogar a CLT.
Euler
A Operação Lava Jato, elaborada pelo juiz Moro e pela Globo, com algum auxílio de policiais federais e promotores do Paraná, tem as seguintes etapas:
1a fase: prender o doleiro Youssef, que é “de Casa”, ou seja, antigo freguês do juiz Moro, desde a delação premiada e não cumprida do Castelo de Areia;
2a fase: prender e chantagear dois ou três diretores bandidos da Petrobras, e oferecer a delação premiada em troca da confissão daquilo que interessar ao juiz, à Globo e à CIA;
3a fase: prender Barusco, que declarou que durante a era FHC, as propinas eram pessoais, só para ele; a partir de Lula, as propinas se transferiram para o PT e outros partidos, já que, ao contrário do PSDB que é um partido de anjos, o PT não aceita que a propina seja exclusiva dos corruptos de plantão. Tem que repartir o pão;
4a fase: prender os executivos das empreiteiras da Lava Jato até que aceitem a delação premiada, o que, traduzindo, significa: aceitar denunciar o PT, Dilma e Lula. Fora deste escopo, não há acordo e eles continuarão presos, mesmo sem qualquer condenação – quem disse que o Brasil vive um estado democrático de direito? O direito, no Brasil, é aquilo que querem o juiz Moro, a Globo e a CIA. Ponto.;
5a fase: prender o Vargas que não é Getúlio, mas teria voado no avião do doleiro Youssef, e, o mais importante, foi do PT. Se tivesse sido amigo de algum político do PT já seria suficiente. Mas, como foi deputado do PT, eis a chave de cadeia. Diferente, por exemplo, dos Perrelas, cujo helicóptero preso carregava 500 quilos de pasta base de coca e cujo piloto era funcionário remunerado pela ALMG, na época dominada pelos tucanos. Por ser amigo dos tucanos, imediatamente o caso foi arquivado. Ninguém foi preso, nem julgado, nem condenado. Nem apareceu na Globo. Justiça rápida e eficiente com os “homens bons” da atualidade.
6a fase: prender o tesoureiro do PT, Vacari. Seu principal crime: ser tesoureiro do PT. Vacari conseguiu arrecadar grandes somas legais das empreiteiras do Lava Jato. Os tesoureiros do PSDB e do PMDB também conseguiram. Mas, só os recursos legais do PT é que são de origem duvidosa, das propinas, talvez. As do PSDB, PPS e PMDB, não, vieram de fonte limpinha. Os executivos faziam assim: de cada 10 reais utilizados nas obras, um era para o PT, dinheiro de propina; dois eram para o PSDB, dinheiro limpinho, honesto, cheiroso, até; e outros dois eram para o PMDB, igualmente limpinho.
7a fase: prender José Dirceu por dois motivos: ter sido dirigente do PT, um partido que a Globo diz que é uma organização criminosa, e por ter recebido dinheiro de consultoria. Tal como o PT, embora o dinheiro da consultoria tenha sido declarado ao fisco, os recursos vieram da propina e não do lucro ou da soma total dos recursos contratados. Afinal, ele tinha obrigação de saber da origem dos recursos. Como teve obrigação de saber de todo o esquema da AP 470 já que era chefe da Casa Civil do governo Lula. Os quatro governos tucanos do Trensalão de SP não tinham a menor obrigação de saber das propinas dos trens, mas Zé Dirceu tinha.
8a fase: prender Lula por ter sido o primeiro operário presidente da República, e logo pelo PT, ou seja, é a raiz de todo o mal da humanidade. Foi ele quem inventou a corrupção na Petrobras – antes os corruptos roubavam isoladamente, não repartiam com ninguém. Depois de Lula, as propinas começaram a ser distribuídas para todos os partidos, nessa mania de querer distribuir as riquezas com mais gente.
9a fase: prender a presidenta Dilma, por ter sido conivente com tudo o que essa gloriosa operação lava jato descobriu. Antes era o Mensalão do PT o único e o maior caso de corrupção da história da humanidade. O mensalão tucano de Minas, já prescrito, não passou de invenção do PT. O ministro Barbosa foi consagrado como o maior juiz que a jurisprudência mundial jamais teria inventado. Até que apareceu o juiz Moro, outro totalmente afinado com a Globo, a CIA e os tucanos. Tornou-se herói nacional. A Globo já o premiou. Falta agora receber indicação para o Prêmio Nobel da Justiça (ah, não existe? A Globo vai criar, aguardem).
E foi assim que este corajoso grupo, formado pelo juiz Moro, pela Globo, por meia dúzia de delegados da PF e promotores do Paraná conseguiu mudar a história do Brasil, legando ao nosso povo o seguinte:
1) o fim do estado democrático de direito e da Carta Magna de 1988;
2) a extinção do PT, que um dia ousou pretender desenvolver políticas sociais em benefício dos mais pobres – quanta caradura dessa gente querer mudar a secular paz social que havia antes;
3) o fim da presunção de inocência para quem for considerado inimigo pelos donos do PIB, pela Globo e grupos do judiciário sob os holofotes da Globo; militantes e dirigentes do PT, MST, MTST, entre outros, são naturalmente e previamente culpados; os demais, desde que não sejam negros, pobres e putas, e de preferência desde que sejam limpinhos como os tucanos, são inimputáveis;
4) o fim das eleições diretas para presidente da república. Besteira gastar dinheiro com eleições, se quem manda no país é um grupo que não recebeu um voto sequer e foi ungido pela vontade divina para governar o Brasil com as bençãos de fundamentalistas fanáticos tipo Cunha e Malafaia. O juiz decide quem e quando deve ser preso, a Globo repercute com cobertura total e o resto do Brasil aceita e pronto. Perfeito.
5) a total privatização da Petrobras e a doação do pré-sal para os grupos estrangeiros. Só assim, segundo se sabe pelas orientações das urubólogas da mída, o Brasil atrairá investimentos internacionais e intergaláticos até.
Enfim, viva o Brasil que será salvo por Moro, pelos Marinhos e Cia Ltda, incluindo a CIA. Finalmente, todos os brasileiros terão a mesma tranquilidade que o ditador-torturador Médici sentia quando assistia ao jornal da Globo e percebia que o Brasil era o único país perfeito do mundo.
Marat
Este juiz faz o jogo dos golpistas da direita. O jogo que é jogado desde sempre, desde a escravidão, desde os senhores do engenho… A nossa justiça já está muito desmoralizada, mas ela sempre se reinventa e se afunda mais e mais na lama. O pior é que todos ficam calados, e quem poderia fazer algo, fica quieto!
abelardo
Se membros do poder judiciário abusam de seus poderes para praticar atos que ferem todos os princípios éticos e morais do cargo que ocupam e, também, se violentam de forma criminosa as leis do país, as quais fizeram juramento de obedece-las e cumpri-las à risca, então nos dão o direito de imaginar que estão se corrompendo em função do cargo e, de forma indecente e indecorosa, em função do total desrespeito as leis do país. O resultado disso é que passam a ser considerados, ao mesmo tempo, tão corruptos e corruptores quanto todos outros no pais que foram processados e julgados por crimes de corrupção. Passar informações sigilosas, que envolve processos sigilosos e informações sigilosas para a mídia, em véspera de operação policial, com o intuito único de manter uma perseguição política e dar sequência ao estímulo do preconceito contra um partido para debilitá-lo e enfraquecê-lo covardemente, impunemente e levianamente já não são apenas atos indecorosos, são escárnios, deboches e a certeza de que estão acima da lei, porque se fazem a lei. Ultrapassaram todos os limites e ainda assim continuam provocando e estimulando uma reação para, talvez, fazer sabe lá o que? Deixam a impressão que passaram para o lado oposto da lei e que fazem da casa da justiça, o temido e aterrorizante tribunal da inquisição.
Renato
Sabes o que me revolta? É a impunidade diante dessa atitude viciosa. “Sigam-me os bons”, dizia Chapolin Colorado e, “Não contavam com minha astúcia”. Pois é, ninguém contava com a astúcia do judiciário. A história não será mais contada escondendo as safadezas. Existem outros meios de comunicação e as imagens do juristas corruptos cairão no esquecimento. Já me dizia um pensador da atualidade: “O sistema chamado de capitalismo foi criado pelos perniciosos, corruptos, desajeitados, imorais, antiético e mesquinhos e exploradores.
Isidoro Guedes
Quer dizer que o juiz Moro agora também quer investir contra a liberdade de expressão? Quer também calar a esquerda? E os veículos de informação que tem um verniz mais progressista e de esquerda? Que lindo não? Já estamos mesmo em (nova) uma ditadura de direita (pós-golpe militar de 1964) ou ainda e só um projeto? Muito grave tudo isso… gravíssimo… Um juiz de primeira instância se transformando em imperador do Brasil sob os auspícios da mídia mais reacionária e vinculada aos interesses do poder econômico e do capital estrangeiro? Muito preocupante mesmo… quais serão as cenas dos próximos aterradores capítulos… todos os esquerdistas de volta para as masmorras para torturas psicológicas (ou físicas) mesmo?
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