Rodrigo Vianna: Costurando frente de esquerda para enfrentar avanço conservador
Tempo de leitura: 5 minBoulos, PSOL e petistas defendem Frente Popular para barrar avanço conservador
por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
O debate ocorrido neste fim-de-semana em São Paulo, numa quadra da CUT, foi simbólico por muitos motivos.
Primeiro, mostrou o grau de esgotamento do PT, como força renovadora de esquerda. Sob impacto do avanço da direita no Brasil, militantes de esquerda se reuniram atraídos pelo tema: “Direitos Sociais e Ameaça conservadora”.
Mas não foi um debate organizado pelo Partido dos Trabalhadores – principal alvo da fúria direitista do dia 15. O PT segue acuado, quase mudo. Havia na plateia do debate muitos petistas, mas sem camisas nem símbolos petistas. Isso tudo num evento organizado pelo PSOL
Mais que isso: na mesa, estavam dois ex-auxiliares de Lula – Frei Beto e André Singer (hoje, professor da USP, e que segue filiado ao PT). O debate, realizado na “Quadra dos Bancários” (histórico ponto de encontro dos militantes da CUT e do PT), reuniu quase mil pessoas no sábado à tarde.
Foi o deputado federal Ivan Valente (do PSOL) quem cumpriu o papel de criar aquele espaço de reflexão, abrindo o microfone também para Guilherme Boulos (MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Berna Menezes (sindicalista ligada ao PSOL).
As críticas ao governo Dilma foram duras. E generalizadas. Boulos disse que “o governo é indefensável”, e foi mais longe: “ou o governo reverte o modelo, baseado no ajuste liberal, ou em breve o golpismo terá base popular nas ruas”.
A avaliação do líder do MTST é de que, apesar da queda de popularidade de Dilma, quem está na rua por enquanto protestando contra o PT é um setor mais radicalizado de direita e comandado pela classe média. Boulos, no entanto, diz que um ponto deveria preocupar os petistas: “a massa trabalhadora, que votava no PT até hoje, ficou em casa dia 15, mas aplaudiu os protestos porque não aguenta mais”.
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Ele reconheceu os avanços sociais da era Lula, mas reafirmou a posição do MTST de que o modelo de conciliação do lulismo se esgotou. “2013 foi um aviso, mas parece que o PT não entendeu”.
Boulos se mostrou preocupado com o “desfilar de preconceito e ideias fascistas” ocorrido no dia 15. E mostrou clareza de que não se trata de um ataque ao PT, apenas: “o petismo deixou de ser de esquerda, mas o antipetismo é um movimento contra toda a esquerda, é anti-movimentos sociais, anti-esquerda, anti-vermelho. Temos uma direita venezuelana, e um governo covarde. Mas vamos enfrentar essa turminha que destila ódio. Com fascismo, não se conversa; fascismo, se enfrenta.”
Andre Singer concordou com a avaliação de que o início do governo Dilma é desastroso para a esquerda. Até porque o ajuste de Levy deve provocar desemprego, enfraquecendo os trabalhadores – que são a base social da esquerda.
O professor da USP, porém, discordou de Boulos na avaliação do dia 15. “Considero que a manifestação foi majoritariamente de centro. Havia, sim, setores de extrema-direita, golpistas. E havia ainda uma direita radicalizada a favor do impeachment, mas as pesquisas mostram que a maioria estava ali para rechaçar a corrupção”.
Singer acha que é possível “dialogar” com esses setores de centro. Mas foi contestado no debate por gente da plateia. O dia 15, disse o professor Gilberto Maringoni (PSOL) foi, sim, “tendencialmente” em favor da extrema-direita, abrindo espaço para ex-torturadores e golpistas na Paulista. O dia 15, lembraram outros, significou a proibição para que qualquer cidadão vestisse vermelho num amplo raio em torno da Paulista. Essa não é atitude de “centro”, disse um militante anônimo.
Frei Beto definiu as manifestações do dia 15 (e também as de junho de 2013) como “manifestações de protesto, mas não de proposta.” E ressaltou que o PT colhe os frutos por ter governado 12 anos, sem ter feito – nem encaminhado – uma reforma estrutural sequer.
A sindicalista Berna Menezes destacou que não se pode igualar os governos FHC e Lula/Dilma, mas lembrou que o PT é responsável pelo avanço da direita, porque jamais enfrentou a mídia, nem fez uma Reforma Tributária em favor dos trabalhadores.
Outra avaliação comum entre os presentes: a crise será longa, pode durar 4 anos ou mais. Boulos disse que há riscos de ruptura pela direita, devido à “forte presença de setores golpistas” nas ruas. Já Singer, não vê riscos imediatos de ruptura. “A turbulência será grande, o estresse democrático é parecido com 64, mas não há mais a Guerra Fria”.
Não há mesmo? O que os Estados Unidos fazem no Oriente Médio e na Ucrânia é o que? Hum…
Os debatedores defenderam uma “Frente Social”, ou uma “Frente Popular”, para combater o avanço da direita. Uma frente que não seja dos partidos de esquerda, mas agregue amplos setores em defesa de uma pauta mínima.
“O meu partido, o PT, não tem mais condições para dar direção à esquerda. É preciso formar logo essa frente“, disse Singer.
Ele lamentou que o PSOL e o MTST não tenham ido ao ato do dia 13 na Paulista. “Com uma formação mais ampla, poderíamos ter chegado a cem mil pessoas, e não 40 mil, como tivemos”, afirmou. A lembrança de Singer indica as dificuldades que ainda impedem as forças de esquerda e os movimentos sociais de agirem juntos – num momento de forte avanço conservador.
O deputado Ivan Valente listou cinco pontos em torno dos quais poderia ser construída essa frente, aberta a entidades, partidos e cidadãos interessados em barrar a direita – dentro e fora do governo:
— combate ao ajuste fiscal de Levy;
— democratização dos meios de Comunicação;
— reforma agrária e combate ao latifúndio;
— defesa da Democracia e rechaço ao golpismo;
— defesa dos direitos trabalhistas.
Formou-se, entre os debatedores, um consenso de que é possível unificar a esquerda. Não contra o governo Dilma, que em nenhum momento foi citado como inimigo principal. Mas contra o ajuste de direita – que significa o sequestro, pela direita, de um governo eleito com discurso de esquerda. E, especialmente, contra a direita que baba de ódio nas ruas e no Congresso.
Ivan Valente disse que é preciso levar pras ruas “os nomes de Cunha e Renan, como parte da corrupção que se precisa derrotar.” O deputado do PSOL lembrou que o discurso udenista, de falso moralismo, hoje é o mesmo de 54 e 64. Mas dessa vez, lembrou, parte importante da direita está afundada na lama da corrupção: “há 33 parlamentares indiciados, inclusive os presidentes da Câmara e do Senado – que não podem ser poupados, como a direita tentou fazer no dia 15.”
Foi um encontro curioso, em que a turma do PSOL usou a ‘”casa” da CUT e do PT. Um encontro em que o PSOL se definiu claramente contra o impeachment, e fez questão de ressaltar que PT e PSDB não são iguais. Um encontro em que petistas ou ex-petistas não tiveram dúvidas em atacar o ajuste de Levy – ainda que isso significasse atacar frontalmente o governo Dilma.
Havia uma presença de militantes de esquerda, para além do PSOL. E havia a certeza de que a Frente Popular vai nascer com ou sem o governo. Vai nascer nas ruas. E parte importante da base social do PT vai ajudar a compor essa frente – ainda que o partido, como lembrou Singer, tenha perdido a capacidade de liderar a esquerda.
Já não se trata de defender o governo ou o PT. Mas de recompor o campo da esquerda, e impedir a completa restauração conservadora no Brasil.
PS do Viomundo: Apresentamos em primeira mão os vídeos do debate, aqui.
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Comentários
lulipe
A esquerda-caviar tá com medo de perder a boquinha…..
Mário SF Alves
“O meu partido, o PT, não tem mais condições para dar direção à esquerda. É preciso formar logo essa frente“, disse Singer.
É… mas o que percebi no texto foi muita predisposição contra o PT. Já não nos basta a extrema direita?
Se for por este viés, tô fora.
É hora de somar e não dividir.
Perplexidade é pouco.
abolicionista
Caro Mário, acho que o PT pode somar sim, mas não pode liderar, não dessa vez. Sempre que o PT encabeçou, ele acabou ficando com todo o capital político e neutralizando a eficácia das pautas. É uma questão de legitimidade. Acho que é saudável e democrático, inclusive, abrir vozes e espaços alternativos à esquerda. É preciso dizer que o PT tem muito político oportunista e carreirista em seus quadros, acho que isso ocorreu até por conta da necessidade de expansão do partido, que, em sua fase de expansão, dobrava de tamanho a cada ano. Acho que a esquerda se sentiu traída e é preciso, portanto, dar a ela o direito de dizer o que pensa, de expressar sua indignação. Uma árvore forte tem que ter raízes fortes, ela não cresce do tronco pra cima. O mesmo acontece na política, o PT precisa ceder espaço a quem tem raiz, a quem faz trabalho de base e quem sabe, trabalhando junto e com perseverança, ir aos poucos recuperando sua legitimidade.
Mário SF Alves
Marx não nasceu e não nascerá por fórceps. Tirem o cavalinho da chuva.
Participei da manifestação pública do dia 13 de março. Minha companheira, mãe dos meus filhos, esteve comigo, e posso dizer de que foi uma bela festa cívica. Faltou arte, é bem verdade, mas foi uma excelente oportunidade de exercício de cidadania. Claro, incomodamos ao trancar o trânsito, mas…
Estou no Estado do ES e me desloquei de ônibus de Vila Velha a Vitória. No trajeto até local de início da manifestação, notei que ao longo da Avenida N. Srª da Penha (Reta da Penha), a uns duzentos metros antes e após a sede local da Petrobras havia um cordão duplo de policiais em prontidão de um lado e de outro da via. Um detalhe: ou o Comando da PM superestimou os riscos ou subestimou nossa educação. Decerto subestimou os números, pois reduziu o número de manifestantes em quase 70%. Seja como for, o fato é que aquelas pessoas no ônibus, a maioria constituída por pessoas comuns, trabalhadoras, e já cansadas ao aproximar-se o fim da semana, parece-me, viram com estranheza a massiva presença dos policiais. Nesse ínterim não pude ver ou ouvir nenhum sinal de ânimo ou empolgação quanto àquela atividade política que mobilizou tal incomum contingente policial. Será que igual circunstância teria sido diferente se fosse a outra, a do “fora Dilma!” associada ao “volta ditadura, volta!”?
Como afirmei, Marx não nascerá por fórceps. Enquanto isso, portanto, e dadas as circunstâncias, e dadas as conjunturas interna e externa, nada mais recomendável do que; mais autoavaliação, mais autocrítica, menos revolucionarismos e mais Jean Baudrillard. E, claro, menos divisionismos e menos forçação de barra.
A propósito, fossemos raciocinar em termos de estratégia política tenho certeza de que jamais admitiríamos a divisão das forças progressistas. Aliás, conhecendo a História do Brasil – um país com um passado de país colonizado e fortemente escravagista (dez vezes mais do nos EUA), com um poder hegemônico, financeiro e cultural, dos mais reacionários e que por isso mesmo manteve (e de certa forma mantém) o sistema econômico capitalista mais cruel do Planeta – até poder-se-ia pensar em criar simulacros e simulações de divisão dessas forças, mas jamais sua divisão real.
Hoje, lamentavelmente, tenho de admitir: a divisão existe, é real e desmobilizante. E pode vir a ser traumatizante. Taí a Marina Silva e seu discurso-fantasia apontando o dedo em direção a um tal “bolivarianismo do PT”, fato que implode qualquer resquício desta ilusão de ação aglutinante ou aglutinadora.
E quanto à resposta realmente democrática, também dita de esquerda, e que bem poderia ser de vermelho, de amarelo, de azul, de preto e de cor-de-rosa, entendo que esta deve se dar não apenas no estrito campo da política, mas também na forma de uma inesquecível festa cívica, cultural e artística. pois só quem tem o fogo da verdade coletiva tem o poder de promover a um só tempo festa popular permeada de ação política. Os demais acabam por se perder entre uma ou outra. E há que se pensar na questão do tráfego de veículos e no livre deslocamento de quem nos odeia.
Finalizando, penso que o que está em questão é, sim, e mais uma vez, e sempre, a luta anti-imperialista. A defesa da Petrobras e do Pré-sal é a mais cabal prova disso. E, sim, é uma luta pela normalidade institucional que aos poucos tem sido midiaticamente sequestrada através de quase uma década de pregação anti-PT expressa no Jornal [pseudo]Nacional em nome daqueles que não apenas estão fora do poder de governar, mas que, sobretudo, vêem, como nunca se viu na história deste País, o cerco da transparência administrativa e da moralidade (e também da moralidade falsa) tão apertado. Sabem que a cada dia aumenta o risco de a maioria da população ter a certeza de que é possível, sim, dar cabo à impunidade que sempre assolou o Brasil. E que aquilo que era apenas intuição e “ouvi falar” começa a tomar vulto, ficando mais e mais nítido o espectro dos reais e contumazes assaltantes dos cofres públicos e dos fantasmas sonegadores. É essa a principal razão de tanto temor ao PT; por isso regam com tanto gosto a semente do ódio plantada contra o PT.
abolicionista
Caro Mário, gostaria de partilhar do seu otimismo. Eu não sou progressista. Acho que o progresso é uma das forças mais destrutivas que já assolaram nosso planeta. Não acredito que buscar o progresso vise melhorar a vida das pessoas. O progresso, que já foi chamado de “modernização” hoje se autonomizou, como aquilo que Hegel chamava de automovimento do sujeito na história. Ninguém conseguiria mais puxar o freio de emergência, como queria Walter Benjamin. Nossa sociedade encontra-se em vias de auto-extinção. E nada indica que nosso triste fim dará origem a uma forma superior de sociedade (como quereria o pensamento dialético). Não há “Aufhebung” que nos salve. Eu não acredito, tampouco, em revoluções redentoras. Contudo, tenho minha dignidade, e pretendo morrer com ela. Ou seja, procuro guiar minhas ações insignificantes no sentido daquilo que acredito ser verdadeiro e ético, embora ciente da absoluta inutilidade e fatuidade dessa escolha.
De todo modo, falando de Brasil, país que não existiria sem camisetas da CBF fabricadas pela Nike, estamos de fato diante de uma crise econômica e a questão central agora seria fazer o andar de cima abrir mão dos privilégios. Sem enfrentamento, isso é impossível. Outra coisa, nossa elite não abre mão de um centavo, defende cada centavo com toda a força que tem à disposição. Ponto. Falar em coalizão é fingir que não temos uma elite escravocrata, bélica, unida e aguerrida. Os ricos nunca foram tão ricos e o PT, mesmo despertando tanto ódio por sua origem popular, sequer arranhou a imensa desigualdade estrutural da sociedade brasileira. Sem responder a isso, fica difícil acreditar no argumento petista…
Mário SF Alves
Li seu argumento. E agradeço, inclusive a franqueza da resposta.
Entendi pouco do porque de sua resistência ao progresso. Será que temos a mesma compreensão sobre o que seja a luta pelo progresso social no Brasil? Você condenaria as Reformas de Base elaboradas e jamais executadas pelo governo João Goulart? Condenaria a obra de Celso Furtado?
Não creio que a luta pela superação do vergonhoso, injusto, sádico e injustificável capitalismo subdesenvolvimentista que há mais de século assola o Brasil seja passível de contestação tão radical. Se assim fosse, melhor teria sido acreditar na politica de terra arrasada do PSDB, e de outros.
Por outro lado entendo sua preocupação quanto ao risco de nos afastarmos ainda mais de nossa verdadeira natureza humana. Ou que nos tornemos mais e mais robotizados, vigiados e condicionados a uma vida mais e mais restrita a um sistema de tipo estímulo-resposta, além de cada vez mais condicionados à produção cada vez maior de lixo não orgânico, de difícil ou impossível reciclagem.
Em conversa com outras estimadas pessoas aqui no Viom tive oportunidade de refletir um pouco sobre as causas do ódio incontrolável, do vandalismo senil e da idiotização coletiva que assolou a Alemanha e assombrou o Mundo a partir de 1933.
Ali, sim, ficou claro a que extremos de furor e desumanidade seriam capazes de chegar os detentores do poder de fato quando se encontram sob [real] contingência de perdê-lo. É curioso saber que seu preposto ou agente, Hitler, com todo o totalitarismo que conquistou e que o caracterizou, foi apenas um joguete em suas mãos. E que tal poder foi [e é] imensamente maior do que qualquer regime associado, assecla ou produto, seja ele nazista, fascista, neoliberal ou outro.
Creio que Marx tenha entendido bem o mecanismo que levou ao nazismo na Alemanha.
A questão que subsiste é: na guerra entre o poder capitalista e o poder comunista travado na Alemanha de 1933 foi quase definitiva. Foi ali que a possibilidade de a Humanidade reencontra-se consigo mesma ficou mais e mais remota. A grande derrota da Humanidade deu-se ali, prezado Abolicionista.
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Pra pensar:
A reação contra o PT é fundamentalmente uma reação hipócrita, estupidamente conservadora, mentirosa, inescrupulosa, covarde e de direita. Tudo bem. Disso já não há mais dúvida.
Agora imagine o cenário se o PT defendesse o mesmo que preconizava a esquerda Alemã de 1933, aquela cujo item principal do programa partidário consistia na abolição de toda e qualquer propriedade privada dos MEIOS de PRODUÇÃO.
Se fosse entre nós como deveria ser adjetivada essa tal reação? Extrema-direita hitlerista ou extrema direita tupiniquinazista?
zé Gonçalves
Petistas, larguem o P.T e venham fazer uma frente ampla de esquerda com o Psol na frente! KKKKKKKK Entendi as entrelinhas. Parabéns ao Psol de massas!
Rodrigo Frateschi
Como dizia o Raul
” Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
É claro que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida que existe guardada
O eco das tuas palavras não repercutem em nada
É sempre mais fácil pensar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo
Coragem se o que você quer
É aquilo que pensa e faz
Coragem coragem eu sei que você pode mais”
Sou petista e fui às ruas dia 13 e senti uma formação iminente de uma agenda da esquerda. Foi fantástico.
Acho fantástico também o trabalho do MTST.
Mas não deveriam culpar o PT assim, pois o PT sempre participou de governos de coalizão e engoliu muito sapo para poder tirar pessoas da fome.
Há sim um crise de legitimidade do PT, pois o PT é governo e tem de respeitar a disciplina do governo.
Mas o militante é de esquerda e a esquerda tem que se unir numa agenda de esquerda e os militantes estarão junto da esquerda.
Agora tem um parlamento mais conservador e mais atuante. Ganhar as ruas com a agenda da esquerda é p único caminho para refrearmos os conservadores.
Gilberto
Seria engraçado, se não fosse trágico, como essa mesma esquerda que acusa o PT continua incapaz de qualquer auto-crítica. Qualquer partido de esquerda que hoje tenha cadeiras no Congresso ou cargos majoritários deve ao PT, que abriu o caminho a duras penas, e com altíssimo custo para a legenda e alguns de seus membros mais notórios. A frente é necessária, sim, já passou da hora, mas a reflexão tem que ser ampla: afinal de contas, porque a esquerda jamais conseguiu se unir? olhem para o PT, mas não só, olhem o PSB, como já foi cooptado pela direita. Temos que fazer algo já para impedir isso, mas é fundamental a humildade de cada um, a necessária autocrítica, antes de criticar o outro, principalmente o único outro que teve coragem para dar um passo adiante e se jogar na arena, entre as feras. O único que deu a cara pra bater. Porque governar de fora é muito fácil, cômodo! eu quero ver é lá dentro!
Acho que a frente de esquerda só faz sentido se for ampla, tiver pauta e calendário de manifestações, muito bem organizado para que possa burlar a ausência de cobertura da mídia corporativa, que vai tentar fingir que a frente não existe.
Para mim, a pauta tem que ser bem mais concreta e propositiva. Sugiro:
– Defesa da Petrobras, do pré-sal e de nossas estatais;
– Defesa da educação (aproveitando os movimentos dos professores);
– Luta pelo afastamento de Renan Calheiros e Eduardo Cunha de seus cargos no Congresso enquanto estiverem sendo investigados no STF (para que não possam atrapalhar as investigações e para que possam se dedicar às suas defesas;
– Ampliação do foco da Lava Jato para além da Petrobras e no âmbito de outros escândalos semelhantes não esclarecidos até hoje, a saber: Banestado, Cachoeira, Castelo de Areia, Trensalão SP e HSBC;
– Defesa de Constituinte exclusiva com notáveis de vários setores para a reforma política. Esse Congresso que está aí, com os presidentes das duas casas investigados na Lava Jato, NÃO TEM AUTONOMIA para conduzir uma verdadeira reforma política, a bem do povo brasileiro;
– Defesa da livre manifestação, com direito a bandeira e vestimenta de acordo, exceto nos casos em que fizerem incitação a crimes ou movimentos fascistas;
– Redução da jornada de trabalho para 40h semanais;
– Apoio à implementação de ciclovias em todo o Brasil;
– Democratização dos meios de comunicação, com fim de propriedade por políticos, proibição da posse de vários meios por uma única pessoa física/jurídica, maior transparência e aumento das exigências nas concessões públicas e fim do oligopólio midiático;
– Combate amplo à sonegação com implementação dos impostos sobre grandes fortunas, novas contribuições financeiras por movimentação financeira e remessas de lucro ao exterior, todas destinadas ao financiamento de saúde pública de excelência para o povo brasileiro, com ênfase em programas preventivos como saúde da família.
denis dias ferreira
Esquerda! Que esquerda?! O que é isso?
FrancoAtirador
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PCdoB 93 ANOS
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Existência Legal do PCdoB é Termômetro de Democracia
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(http://pcdobnacamara.org.br/conteudo/texto.asp?id=862611284686127842541112)
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Plutarco
Quando eu lia comunismo e democracia na mesma frase na minha juventude, eu corria e me escondia debaixo da cama.
Agora eu dou é risada… :)))
abolicionista
Falou a olavete que não precisa de cérebro pra sobreviver. Pois é, quem acredita em astrólogo tende a se deixar levar pela fantasia… aliás, vocês continuam achando que a Terra não se move?
Plutarco
Tanto eu acredito que a terra se move que entendi que o comunismo/socialismo foi enterrado com a queda do muro de Berlim.
Arthemísia
É o fogo amigo.
Indefensável é esquerda suicida. O PT governa há 12 anos e era para ter feito tudo o que fez, e também as mudanças estruturais e, achando pouco, enfrentado a mídia? Beleza, aí teria governado um dia.
E o brilhante Singer ainda vem dizer que o partido não tem condições de dar direção à esquerda. Onde vive esse senhor? Ele esqueceu que parte da liderança está presa? E que a outra parte tem medo de ser presa só por existir?
Tenho mais receio dessa esquerda do que da direita fascista. Eles vêm com a mesma proposta de 200 anos, num momento em que o capitalismo continua explorando, mas com requintes não previstos na cartilha marxista. Essa esquerda é, no fundo, igual ao PT, só que não chegou ao governo.
O PT fez um excelente governo para os trabalhadores, para a maioria do povo brasileiro e para o país, mas apanha em questões que não domina, como toda a esquerda apanhará se chegar ao poder porque toda a esquerda pensa que tudo se resume à economia. Enquanto isso, a direita tem imprensa e sistema de justiça nas mãos. O PT e a esquerda não tem como sair dessa armadilha porque não se prepararam para ela. Por que será que Lula e Dilma praticamente só fizeram besteira para as nomeações do judiciário? Alegam republicanismo, mas é ignorância mesmo de como funciona esse sistema.
O PSDB perdeu as eleições porque a maioria do povo rejeita seu governo, por isso tem que recorrer ao judiciário e à imprensa. Mas parece que a “esquerda” também quer saber mais do que o povo né?
Grilo D
Essa união seria boa pra todo mundo. Nem só para a esquerda pois uma agenda social, que apóie os trabalhadores, lute pela democracia e estimule o senso crítico, é muito do que o Brasil está precisando faz tempo. E a desunião crônica histórica da esquerda só serviu pra fortalecer a direita e, mais recentemente, o golpismo.
Mas não precisa de um movimento de unanimidade. Nem seria saudável. Seria um conjunto de pontos comuns a qualquer progressista que se preze. Pontos pelos quais vale muito a pena lutarmos juntos. Com as diferenças e questionamentos, mas com a união que sempre nos devemos.
FrancoAtirador
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A Esquerda tem Inúmeras Correntes Doutrinárias
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mas não há sequer um Elo de Ligação Popular
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para Engajamento das Massas Trabalhadoras.
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Entretanto, a (Extrema) Direita voltou a cantar
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Pra Frente braZil, e até a ‘Vaca’ cantou junto…
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https://www.youtube.com/watch?v=h18FDCZBMwU
Abelardo
Pode ser, C.Paoliello, mas não podemos negar que esse acontecimento vai de encontro com o que há muito esperamos, ou seja, pelo surgimento de lideranças com prestígio, credibilidade, transito na esquerda nacional e nos movimentos sociais do país. Surpreendente e animador, também é o fato do sucesso provocado pelo encontro de PSOL, PT, CUT e MTST. Acredito fielmente, que a direita já esteja se movimentando preocupadamente, por perceber que o seu recreio está acabendo e que nós, povo, vamos assumir o nosso posto de controle do poder, por sermos, como determina a constituição, a maioria absoluta.
luiz mattos
O piçol quer que o PT se exploda desde junho de 2013.
JC
Não é exatamente assim, caro Mattos. Mesmo à distância, não me parece que o PSOL esteja pensando nisso. O PT como que se implodiu e já de há muito tempo e temos que ter visão para isso e compreensão com os que vêm agora. A ‘pacificação’ tem que ser abrandada, mais responsável, e a ânsia pelo poder a qualquer custo, pela outorga, leniência ou conivência disfarçada com os crimes de lesa-pátria, deve dar lugar a outra forma de fazer política pela esquerda. Sem anastomoses abjetas como tem sido em muitos casos. Dentro do meu entender foi isso que afundou o PT. E, afinal, devemos compreender todos que o povo tem a intuição de saber o que está errado, contra ele, e alimenta o desejo de apoiar uma esquerda mais responsável e, se mais comprometida com o bem estar de todos, jamais deve esquecer o das classes trabalhadoras. Vê só como cresceram ultimamente, se agigantaram seria o termo, os movimentos sociais tipo MST e MTST…
Cordial abraço,
JC
Julio Silveira
Tem uma parte do PT que não pede e nem precisa de ajuda para explodir o partido. Encheram o barril com polvora e colocaram um rastilho comprido mas mesmo assim não evitariam a explosão, era inevitavel.
Lukas
Meu sonho é a Dilma dar ouvidos a esta turma. Infelizmente, quanto mais eu sonho mais os governos petistas pedem socorro a economistas de bom senso. Foi assim com o Lula, que deixou na mão do banqueiro Henrique Meirelles a condução da economia e obteve o sucesso que vocês cantam em prosa e verso sem se lembrar de agradecer o banqueiro.
Querem acabar de uma vez com o governo Dilma? Tirem o Joaquim Levy.
Quando começamos?
Cláudio
Ouvindo A Voz do Bra*♥S♥*il e postando:
Mais um outro poema (acróstico) para a defenestradora de tucanus:
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Duas vezes contra o espectro atro
Inscreveu já seu nome na história
Lutando contra mídia venal & Cia e seu teatro
Mulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
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**** ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥
**** ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥ ****
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥ ****
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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Bra*♥S♥*il, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.
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************* Lei de Mídias Já!!!! **** “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” **** Joseph Pulitzer. **** … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” **** Malcolm X. Ley de Medios Já ! ! ! !
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************* “O propósito da mídia não é de informar o que acontece, mas sim de moldar a opinião pública de acordo com a vontade do poder corporativo dominante.”. Noam Chomsky.
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************* “A população geral não sabe o que está acontecendo, e nem sequer sabem que não sabem”. Noam Chomsky.
Jair Fonseca
“O que os Estados Unidos fazem no Oriente Médio e na Ucrânia é o que?” Não é a mesma coisa que na Guerra Fria. E nossa relação, em termos de esquerda, com essas regiões não é estreita ou próxima. O golpe de 64 (e no Chile, Argentina, Uruguai, etc) foi um dos capítulos latino-americanos da Guerra Fria. O que pesa mais são interesses econômicos, faltando lembrar nessa discussão a questão do petróleo, principalmente agora, depois do pré-sal…
Abelardo
Muito bom! Parece que a vacância de lideranças de esquerda, para comandar a reação tão esperada contra a elite direitista e fascista foi finalmente preenchida. Devemos reunificar imediatamente a esquerda brasileira. Estou dentro e pronto para ir para as ruas, em paz, mostrar a nossa força. Sugiro criar núcleos e debate dessa frente por todo o país e, urgentemente, divulgar a data que será realizada a primeira de muitas marchas da “Frente Popular e Social” em defesa da manutenção e ampliação dos direitos sociais da população e da soberania do país.
C.Paoliello
A ideia é uma unanimidade dentro dos vários matizes da esquerda brasileira, mas o problema é que não toma organicidade. Fazem um debate como esse e depois some todo mundo e nada acontece de prático.
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