Coordenador de campanha de Aécio embolsou R$ 1 mi, diz delator

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Presidente do DEM é acusado de receber R$ 1 milhão em propina

Empresário do Rio Grande do Norte diz que deu quantia a José Agripino Maia em 2010 para manter fraude no Detran. Ex-coordenador da campanha de Aécio, senador afirma ser vítima de “infâmia”

POR CONGRESSO EM FOCO | 23/02/2015 09:25

Um empresário do Rio Grande do Norte admitiu ter pagado propina para aprovar, na Assembleia Legislativa, uma lei sob medida para os seus negócios no Detran estadual. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, George Olímpio contou ter dado dinheiro ao atual presidente da Assembleia, ao ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), já falecido, ao filho da ex-governadora Wilma Faria (PSB), Lauro Maia, e ao senador José Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional do DEM, ex-líder do partido e coordenador-geral da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB).

A fraude, de acordo com ele, começou com a prestação de serviços de cartório de seu instituto para o Detran do Rio Grande do Norte. Cabia à empresa de George cobrar uma taxa de cada contrato de carro financiado no estado. Segundo ele, de cada R$ 75 cobrados pelo serviço, R$ 15 foram distribuídos como propina a integrantes do governo entre 2008 e 2011.

O empresário contou que, em seguida, comprou o apoio de políticos locais para aprovar uma lei que tornava obrigatória a inspeção veicular no estado, inclusive para carros zero km. Caberia novamente à sua empresa o comando dos serviços, mas o negócio foi barrado pelo Ministério Público por suspeita de fraude. As revelações da Operação Sinal Fechado, na época, levaram à prisão em caráter preventivo o então suplente de Agripino, João Faustino (PSDB-RN), acusado de atuar como lobista do grupo, como mostrou o Congresso em Foco.

Em entrevista ao Fantástico, George Olímpio afirmou que deu R$ 1 milhão a Agripino após pedido feito pelo senador. O delator afirma que Agripino lhe disse, inicialmente, ter conhecimento de que ele havia destinado R$ 5 milhões para a campanha de Iberê. O empresário contestou a informação e disse que havia repassado R$ 1 milhão ao então governador.

“Ele [Agripino] disse: pois é, e tal, como é que você pode participar da nossa campanha? Eu falei R$ 200 mil. Disse: tenho condições de lhe conseguir esse dinheiro já. Estou lhe dando esses R$ 200 mil, na semana que vem lhe dou R$ 100 mil. Ele disse: ‘pronto, aí vai faltar R$ 700 mil para dar a mesma coisa que você deu para a campanha de Iberê’. Para mim, aquilo foi um aviso bastante claro de que ou você participa ou você perde a inspeção. Uma forma muito sutil, mas uma forma de chantagem. R$ 1,15 milhão foram dados em troca de manter a inspeção”, disse o delator ao Fantástico.

“Infâmia”

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Por telefone, nos Estados Unidos, José Agripino afirmou à TV Globo que conhece George Olímpio e que tem amigos em comum com ele. Mas negou ter pedido ou recebido qualquer quantia do empresário.

“Eu nunca pedi nenhum dinheiro, nenhum valor a George Olímpio. E conforme ele próprio declarou em cartório, não me deu R$ 1 milhão coisíssima nenhuma”, respondeu o senador. O presidente do DEM enviou ao Fantástico um documento de 2012, que George Olímpio teria registrado em cartório. “É uma infâmia, uma falta de verdade. Está completamente falso e faltando com a verdade”, afirmou José Agripino.

Todo o material da investigação que se refere ao senador foi enviado à Procuradoria-Geral da República, já que ele só pode responder a investigações com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF).

Residência oficial

O empresário contou, ainda, que o esquema de corrupção era negociado na residência oficial da então governadora Wilma de Faria, hoje vice-prefeita de Natal. O negociador, segundo ele, era Lauro Maia, filho de Wilma. “A gente marca o encontro no escritório, exatamente para eu repassar esse dinheiro a ele. Todo mês era feito o encontro de contas”, afirmou o delator.

George disse ter contado com o apoio do atual presidente da Assembleia, o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB), para aprovar a obrigatoriedade da inspeção veicular sem qualquer discussão nas comissões temáticas da Casa. “Eu digo: de quanto é que seria essa ajuda? Aí o Ezequiel me diz: George, uns 500 mil. Eu tenho como pagar 300 mil. Eu dou 150 quando for aprovado e os outros 150 você me divide em três vezes”, contou o delator. Ezequiel foi denunciado semana passado pelo crime de corrupção passiva.

Faturamento bilionário

Em 2011, quando o esquema da inspeção veicular veio à tona com a Operação Sinal Fechado, 34 envolvidos foram denunciados, inclusive o empresário. Mas só no ano passado ele decidiu colaborar com as investigações.

Com essa fraude, o grupo criminoso pretendia faturar R$ 1 bilhão ao longo de 20 anos de exploração de uma concessão pública, segundo o Ministério Público.

“Ele estava se sentindo abandonado pelos comparsas, pelos demais membros da organização criminosa e ele, temendo ser responsabilizado penalmente sozinho, procurou o Ministério Público em troca de colaborar para ter a obtenção de alguma espécie de benefício”, disse a promotora de Justiça Keiviany Silva de Sena. Assim como Lauro Maia, Ezequiel e a família de Iberê negaram qualquer envolvimento com o caso.

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Comentários

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carlos

Que o brasileiro não acredita nos políticos é fato público e notório. Mas a última pesquisa realizada pelo Instituto Brasmarket, com 2.584 entrevistados em todos os Estados, revela que essa velha descrença tem aumentado. E muito. Comparando os dados da mesma pesquisa publicada por ISTOÉ em abril passado, a constatação é simples: com o aumento de seus índices de desaprovação em 17,0% em menos de quatro meses – de 42,0% para 59,0% –, é sobre os ombros do presidente Fernando Henrique Cardoso que recai a culpa de todos os males da política nacional. A decepção é tanta que o número dos que pensam na volta do regime militar como solução é alto. Segundo a pesquisa, 38% dos brasileiros são a favor do retrocesso e acham que a vida nos tempos de ditadura era melhor. Para 66,6%, a corrupção só aumentou de lá para cá. Na região Sudeste, este índice é ainda mais alto e a maioria (46,8%) acha que sob o comando do Exército o Brasil teria chances de voltar a ser o “país do futuro”. Não por acaso, o Sudeste é a região que mais desaprova o governo FHC: 61,1%.
A crença no regime ditatorial também é alimentada pelo aumento da criminalidade no País. O Instituto Brasmarket realizou pesquisa com 3.948 entrevistados para saber o que o brasileiro pensa sobre a violência. Resultado: 62,2% culpam os governantes pela falta de segurança. Apenas 9,2% responsabilizam a polícia, embora 45,7% desaprovem seu desempenho e 28,8% o considerem regular. Mas o dado desanimador para o governo é saber que a imensa maioria dos entrevistados (88,1%) não soube citar absolutamente nenhum investimento ou medida do presidente para melhorar a área de segurança pública. A pesquisa revela ainda que, para a população, o governo federal não se esmera o suficiente para resolver o problema da criminalidade.

Sem desculpa – Não é só o presidente Fernando Henrique que está desacreditado pelos cidadãos. Os índices de aprovação dos poderes Legislativo e Judiciário também caíram em relação à pesquisa anterior. Os dados mostram que a credibilidade do Senado, da Câmara e da Justiça está baixíssima: respectivamente, os índices de desaprovação são 57,8%, 53,5% e 63,3%. Prova de que o brasileiro, embora acostumado, ainda se choca com escândalos de corrupção, como o desvio de R$ 169 milhões dos cofres públicos, verba destinada para a construção do fórum trabalhista de São Paulo. Dois dos principais responsáveis pela maracutaia compunham os quadros do nosso sistema político: o ex-senador Luiz Estevão e o juiz foragido Nicolau dos Santos Neto. E nem a punição dos envolvidos no caso – a cassação de Estevão e a prisão decretada do juiz – ajudaram a salvar a imagem dos nossos Três Poderes.

carlos

Tem tucano gordo a caminho do crime, eu falei que esse senador que sempre esteve envolvido com falcatruas e comprava voto na região do seridó e em macau, já fazia parte da mafia fazia muito tempo, lebram-se da época de um fundo que existiu no banco do nordeste diz quem fazia parte da máfia ele juntamente com o ex-governador do ceará e atual senador Tasso Jereissati.

Francisco

Esqueça.

Com o PT ai, a direita não tem absolutamente nada a temer, ou Temer…

Vicente Jr.

A manchete é ambígua. Fica a impressão que o Agripino levou 1 milhão ENQUANTO coordenador da campanha tucana. O fato que o delator narra teria ocorrido em 2010.

P.S. O próprio senador se reunindo com empresário e pedindo 1 milhão pra campanha? Todo mundo sabe que existe gente mais “capacitada” para fazer essas transações…

De todo resto, vale o aprofundamento das investigações. No caso do “trensalão”, as investigações mostraram que José Aníbal, Aloysio Nunes e Andrea Matarazzo não estavam envolvidos no esquema. Se o Agripino levou 1 milhão em troca do favorecimento ao empresário, dane-se o Agripino.

O Mar da Silva

O agripino, assim como muitos tucanos, adoram condenar os petistas ao primeiro sinal de suspeitas. E abusam dos holofotes do PIG, seu parceiro inseparável.

Agora, ele virou alvo.

O que o Agripino do PIG diria do Agripino suspeito de receber propina?

FrancoAtirador

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No Presidencialismo SemiParlamentarista braZilêro

o PMDB chega ao Poder com o Premiê Eduardo Cunha.
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(http://jornalggn.com.br/noticia/pmdb-tem-projeto-de-poder-para-assumir-legislativo)
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Edgar Rocha

Mais um monte de papel pros juízes do Supremo sentarem. Esperemos as prescrições.

maria nadiê rodrigues

Quando começou a operação para investigar esses políticos sobre inspeção veicular a turma de Natal estava envolvida até a medula, sendo um deles João Faustino, do PSDB, que morreu logo depois. O processo foi arquivado e João Faustino escreveu um livro intitulado “Eu Perdoo”. Agora, conforme diz o delator, preferiu abrir a boca antes que sobre somente pra ele as responsabilidade, e decidiu contar a verdade(?). Espero que sim, que tenha dito a verdade, e que as provas sejam robustas para que não pairem dúvidas.
A vida de políticos como os Alves, os Maias, os Rosados, do RN em nada difere da vida dos Sarney no Maranhão, entre outros estados, onde ainda hoje prevalece o coronelismo, o voto de cabresto.
Não seria, pra mim, nenhuma novidade que a qualquer momento esses espertos fossem demonizados também, embora a gente sempre duvide que tal aconteça, porque são donos da imprensa local, e mantem-se muito preservados pela mídia nacional. Já li que o processo foi reaberto pela Procuradoria do RN, resta saber se vai mesmo andar.

Tiago Tobias

O Jornal Nacional sempre o chama para dar declarações moralistas contra o PT. Agora a virgem imaculada, santíssima mãe do DEMo vai colocar o rabinho entre as pernas…kkkkkkk

Ps: O formato novo do Viomundo ficou espetacular. Fiquei uma semana sem visitar a página e eis uma bela surpresa :)

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