Donos de diário receberam R$ 1,1 bi antes de tirar o pé de cobertura sobre HSBC
Tempo de leitura: 4 minEmpréstimo de 250 milhões de libras aos donos do Telegraph levanta novas questões sobre cobertura
Irmãos Barclay garantiram empréstimo para uma companhia que perdia dinheiro antes de repórteres do Telegraph serem desencorajados na produção de artigos críticos ao HSBC
por Simon Bowers, no diário britânico Guardian
Thursday 19 February 2015 18.51 GMT
Os donos do Daily Telegraph asseguraram um empréstimo equivalente a R$ 1,1 bi — do HSBC para uma empresa do grupo que enfrentava dificuldades — pouco antes de repórteres do jornal terem sido alegadamente “desencorajados” a publicar artigos críticos ao banco, o Guardian descobriu.
O timing do empréstimo para a Yodel, uma empresa de entrega de pacotes de propriedade dos irmãos Barclay, levanta novas questões sobre a influência de considerações comerciais na cobertura editorial do Telegraph sobre o HSBC.
O empréstimo foi completado no dia 14 de dezembro de 2012, demonstram documentos da empresa. O ex-chefe de comentário político do jornal, Peter Oborne, alegou esta semana que houve uma grande mudança editorial no tratamento dado ao banco a partir do início de 2013.
Os documentos demonstram que Sir David e Sir Frederick Barclay tiveram de dar uma garantia financeira pessoal como segurança adicional aos credores.
As decisões editoriais do jornal sobre o HSBC foram questionadas esta semana por Oborne, que acusou o jornal de “fraudar seus leitores” em uma carta de renúncia.
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Ele alega especificamente que a cobertura do Telegraph sobre o banco mudou abruptamente dois anos atrás. “A partir do início de 2013 as reportagens críticas ao HSBC foram desencorajadas”, afirmou.
A Yodel foi refinanciada na metade de dezembro de 2012 com o maior banco da Europa, o HSBC. Como garantia, o banco assumiu parte da renda de quase todo o negócio — significando que poderia assumir controle da companhia se ela não cumprisse os compromissos assumidos.
O novo empréstimo do HSBC foi usado para pagar empréstimos anteriores com o Lloyds. Os negócios da Yodel tiveram perda de £112m no ano terminado em 30 de junho de 2013. Informações da Yodel mostram uma dívida de £242m no empréstimo do HSBC no final de junho de 2013 e não há informações oficiais de que a dívida tenha sido quitada.
Procurada pelo Guardian, a família Barclay não quis comentar o empréstimo, mas uma fonte próxima a ela descartou a tese de que a cobertura do Telegraph poderia ter sido influenciada pelo empréstimo do HSBC. A fonte também indicou que as empresas da família emprestam de muitos outros bancos.
Os Barclay acreditam que muitas inverdades foram escritas sobre eles em dias recentes, mas não explicaram exatamente quais.
Oborne se afastou do Telegraph esta semana de forma pública, em protesto contra a cobertura do escândalo do HSBC. O veterano jornalista pediu uma investigação independente da linha editorial do jornal por falta de reportagens sobre o caso do HSBC.
O Guardian, a BBC, o Le Monde e outras 50 empresas de mídia revelaram como o braço suiço do banco HSBC ajudou clientes ricos a sonegar impostos e esconder milhões de dólares em bens, driblando autoridades locais.
As revelações sobre as atividades bancárias de alguns dos clientes mais ricos do HSBC dominaram as manchetes da mídia britânica em semanas recentes, mas apareceram apenas brevemente no Telegraph, Oborne argumenta.
Os diretores da Yodel, que incluem os filhos de Sir David Barclay, Aiden e Howard, admitem que o negócio da entrega de pacotes passa “por mudanças rápidas”. Embora isso represente oportunidade de crescimento, há muitas empresas no ramo, levando a um “alto grau de competição”.
Dados oficiais demonstram que a empresa conseguiu ser qualificada como “ativa” para efeitos de contabilidade graças à disposição de sua empresa parente, baseada em Jersey — outra companhia do império dos Barclay chamada LW Corporation — de dar apoio financeiro. Companhias baseadas em Jersey não são obrigadas por lei a publicar balanço.
No início desta semana Oborne alegou que o HSBC suspendeu suas campanhas publicitárias no Telegraph depois que o jornal publicou uma investigação em novembro de 2012 baseada em vazamentos de contas pessoais do HSBC em Jersey.
Ele também alega que repórteres receberam ordens para destruir e-mails, relatórios e documentos relacionados à investigação. “Foi o momento chave”, Oborne escreveu.
Ele atribuiu a mudança a uma tentativa de reconquistar a conta de publicidade. Disse que tinha sido informado por uma fonte extremamente bem informada, de dentro do jornal, de que a publicidade do HSBC era de grande valor. “Reconquistar os anúncios do HSBC se tornou uma prioridade”, Oborne afirmou.
Em uma nota respondendo às acusações de Oborne, um porta-voz do Telegraph disse que não poderia comentar sobre relações comerciais do jornal, mas continuou: “Temos o objetivo de dar a nossos parceiros comerciais um amplo leque de soluções de publicidade, mas a distinção entre publicidade e nossa premiada operação editorial sempre foi fundamental para nosso negócio. Refutamos totalmente qualquer alegação em contrário. É uma pena que Peter Oborne, que por quase cinco anos contribuiu com o Telegraph, tenha decidido lançar ataque tão surpreendente e sem fundamento, cheio de imprecisões e insinuações, contra seu próprio jornal”.
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Comentários
Eduardo
Seria bom o Amaury e outros investigarem e trazerem às claras, quem são os credores da dívida do Sistema Globo, quem são os maiores detentores de títulos de sua emissão no Brasil e no exterior, quem são seus grandes clientes em valores anuais históricamente. Como se sabe, o capital votante de uma organização desse porte não necessariamente se resume aos acionistas com capital próprio, mas relevantemente há o capital de terceiros chamado de “dívida”! Também existem minoritários que podem garantir vantagens à empresa e mandar e desmandar. Considerando os fatos atuais e posturas da mídia, seria de bom alvitre que fique tudo bem claro!
FrancoAtirador
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Entrevista: Michael Hudson,
Professor e Investigador de Teoria Econômica da Universidade de Missouri-Kansas City.
O seu próximo livro intitula-se “Matando o Hospedeiro:
Como Parasitas Financeiros e a Servidão da Dívida Destruíram a Economia Global”
(“Killing the Host:
How Financial Parasites and Debt Bondage Destroyed the Global Economy”).
Será que o FMI anexou a Ucrânia?
(http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8187:sera-que-o-fmi-anexou-a-ucrania&catid=138:ucrania)
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FrancoAtirador
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Abaixo-Assinado
PELA QUEBRA DO OLIGOPÓLIO INTERNACIONAL DE MÍDIA
Nós, BraSileiros, queremos a Lista Falciani Completa
(http://abre.ai/abaixo-assinado_lista-swissleaks-brazil)
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Francisco
Jornalismo (ou melhor “jornalismo”) desde sempre flerta com chantagem.
Hoje não é flerte: é namoro…
Não está longe (se já não rola por debaixo do edredom) o dia em que o namoro virará casamento e tudo o que haverá será “relações públicas”.
FrancoAtirador
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“Oborne Fez Brilhar uma Luz sobre uma Escura Realidade”
“A Implicação das Revelações do Jornalista do Telegraph é que parte
da Estratégia do Jornal envolve favorecer os Grandes Patrocinadores
a ponto de coibir o Conteúdo Editorial Crítico a esses Anunciantes”.
“Ela abre a Porta a Discretas Suposições:
-Então outros casos podem ter ocorrido
e não ficamos sabendo nada sobre isso?”
Roy Greenslade
The Guardian
(http://www.theguardian.com/media/greenslade/2015/feb/18/peter-oborne-may-be-a-maverick-but-his-telegraph-revelation-is-dynamite)
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Marat
Já dizia Oscar Wilde: “A terra natal da hipocrisia é a Inglaterra”, que por acaso é a mentora intelectual daquela aberração denominada Estados Unidos…
Erico Almeida
Maravilhosa sua colocação, a besta foi forjada a partir da Europa.
Tomudjin
Sempre haverá uma mão balançando o berço.
Sideshow BOB
Em resumo: Dinheiro não leva desaforo para casa, não tem cheiro (de podre), nem ideologia (quer dizer, só a ideologia do poder).
Cláudio
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Ouvindo A Voz do Brasil e postando:
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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Brasil, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.
Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …
Euler
Seria importante também saber quem, além do governo federal, com seu republicanismo de ingênuos, financia a mídia brasileira. Claro que deve haver muitos dólares e euros escorrendo nas contas dos barões da mídia brasileira. E que nós só saberemos daqui a 40 ou 50 anos quando abrirem os arquivos, como fizeram com os documentos do golpe de 1964, arquitetado e financiado desde os EUA. Então este ataque à Petrobras claro que tem financiador. E de dinheiro grosso por trás disso. Mídia e outros personagens mais – não vou mencionar nomes porque não tenho provas, mas dá pra imaginar – devem ter garantido um futuro promissor.
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