A UFMG e o segundo turno

Tempo de leitura: 3 min

A universidade e o segundo turno das eleições

*Ronaldo Tadêu Pena, **Heloisa Murgel Starling, *** Marcos Borato Viana

do site da UFMG

Quanto mais bem informado um voto, melhor para o país. É com esse objetivo que nós, participantes da gestão da UFMG em anos recentes, nos dirigimos à comunidade da Universidade. O momento é de comparação de dois projetos para o Brasil. De um lado, Dilma Rousseff, representando a continuidade do projeto desenvolvido nos últimos anos, e de outro, José Serra, a oposição a esse projeto.

O sistema universitário público federal viveu anos difíceis no governo Fernando Henrique Cardoso. As dificuldades financeiras foram tais que, no segundo semestre de 2003, com o último orçamento da era FHC, a UFMG, pela primeira vez, viu-se obrigada a suspender o pagamento de suas contas de água e energia elétrica. Foi graças à compreensão do governador Aécio Neves que tais contas puderam ser saldadas em 2004, sem cortes no fornecimento.

A partir de 2004, em contraste, o Brasil passa a experimentar a maior expansão de seu sistema federal de educação superior. Universidades foram criadas em várias regiões do país. Muitas universidades já existentes implantaram campi fora das sedes. No caso da UFMG, optou-se pela expansão em Belo Horizonte e no campus de Montes Claros. Outro projeto de enorme alcance e significado para a população brasileira é a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Instituições públicas de todo o país participam da UAB com projetos de cursos de graduação a distância, preponderantemente licenciaturas, formando pessoas em suas próprias cidades. A Universidade Aberta, ainda em franco crescimento, já conta hoje com polos presenciais em quase mil cidades do interior do Brasil. A participação da UFMG na UAB ocorre através de quatro cursos de licenciatura, um de bacharelado e quatro cursos de especialização. São 2.548 alunos de graduação e 1.005 alunos de especialização, espalhados em 24 polos presenciais no interior de Minas.

A partir de 2004, em contraste, o Brasil passa a experimentar
a maior expansão de seu sistema federal de educação superior. Universidades foram criadas em várias regiões do país. Muitas universidades já existentes implantaram campi fora das sedes

Cabe enfatizar que todos esses projetos de expansão do sistema federal contaram com a indução do Ministério da Educação, que aporta recursos orçamentários de custeio, investimento e pessoal para viabilizá-los. Mesmo numa estrutura que cresce em velocidade, estando, portanto, sujeita a naturais perturbações, todos os acordos com as universidades do sistema foram sempre cumpridos pelo governo do presidente Lula. Na realidade, muitos acordos foram até aditados pelo MEC, sempre em benefício das instituições participantes, a partir de solicitações dos respectivos reitores.

O ministro Fernando Haddad, inspirador e artífice das políticas do governo Lula para a educação, claramente recusa o conceito de Paulo Renato, ministro de FHC e secretário de Educação do Estado de São Paulo, e anunciado nas propagandas de José Serra, de que ao governo cabe preocupar-se apenas com o ensino básico e tecnológico, deixando o ensino universitário submetido às forças do mercado. O governo Lula estabeleceu, de fato, a educação, em todos os níveis, como prioridade absoluta.

Prioridade no setor público se mede pela destinação de recursos orçamentários. É aí, na questão orçamentária, que a comparação pode ser feita com a maior clareza. Enquanto no governo anterior era comum a presença de reitores em Brasília buscando recursos para cobrir despesas de custeio do dia a dia, no governo atual a preocupação dos gestores deslocou-se para a busca de investimentos e do financiamento da expansão do sistema. Trata-se de uma grande mudança no nível de priorização da educação superior em nosso país. Um bom exemplo é o orçamento da rubrica Outros Custeios e Capital (OCC) da UFMG, que cresceu 86% entre os anos de 2004 e 2010.

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A partir de 2004, a UFMG realiza a maior expansão de sua história. Concluímos o Projeto Campus 2000 com a construção da Face e da Escola de Engenharia. Isto não seria possível sem aportes muito significativos do MEC para as duas obras. O Projeto Reuni, ora em execução na UFMG, viabiliza 2.100 novas vagas no Vestibular (aumento de 45%), cerca de 75% das quais em cursos noturnos, favorecendo jovens trabalhadores e utilizando a infraestrutura disponível. Estão sendo contratados cerca de 600 novos professores e 623 servidores técnicos e administrativos em educação, apenas com base na expansão do Reuni. Houve aporte de recursos para a construção de quatro novos prédios, além de reformas e ampliações em vários outros. O Reuni viabiliza ainda a expansão da pós-graduação, laboratórios e bibliotecas. Além disso, a Rádio UFMG Educativa, antigo sonho da comunidade, foi implantada com o apoio decidido do governo Lula; novo aporte, já assinado, permitirá o aumento da potência de transmissão, viabilizando sua sintonia em toda a Grande BH.

Finalmente, mencionamos o apoio à assistência estudantil. A ampliação de 2.100 vagas nos cursos presenciais de graduação, conjugada com medidas de inclusão de estudantes de famílias pobres, ficaria inviabilizada sem a implantação, pelo MEC, do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Ele destinou à UFMG R$6,6 milhões em 2008, R$9,4 milhões em 2009, R$11,5 milhões em 2010, e tem a previsão de R$15,4 milhões em 2011.

Por tudo isso, consideramos essencial evitar o retrocesso e garantir que a universidade pública continue a ser valorizada como política de Estado.

*Reitor da UFMG na gestão 2006-2010
**Vice-reitora da UFMG na gestão 2006-2010
***Vice-reitor da UFMG na gestão 2002-2006

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Comentários

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Rildo de Paula

Resposta 4 -Deve-se investir pesado em educação em todos os níveis. Educação de qualidade e pública. E não ficar entornando dinheiro nas escolas privadas, atendendo aos interesses de grandes empresáriso do setor, com bolsa governamentais. Com esta grana, poderia estar investindo mais ainda, criando vagas nas pública e não enchendo as Particulares (não quis dizer Privadas, pois poderia ter outra conotação…)

Rildo de Paula

Resposta 3 – Quanto aos recurso para as Universidades públicas, Muito bom! Que continue assim e vai continuar. Só falta melhorar o salário dos professores universitários, que ainda é muito baixo. Se o professor não arumar projetos, bolsas, consultoria "disfarçada" nas famosas "Fundações", ou seja, em alguns casos uns "bicos", a situação pode apertar. Portanto, a situação das universidades melhorou, mas as brigas e as grandes greves só diminuiram, porque a maioria dos sindicalistas que representam os mestres e servidores universitários são PT, e fica difícil jogar contra o próprio time, aí acaba ganhando o aluno que não tem greve, mas com salário baixo, na maioria das vezes o que sobra para as universidades são profissionais medíocres, que não tem competência para encarrar e entrar no mercado de trabalho.

Rildo de Paula

Resposta 2 – Quanto a apoio as Universidade e ao ensino superior, Concordo. Nota 10! Mas o Lula só cumpriu com a obrigação Dele como presidente. O Serra tem que olhar o que é a obrigação Dele como Governador, ensino médio e técnico, além das melhores Universidades Estaduais do Brasil, e que estão entre as mellhores do Brasil quando comparadas até com as Federais. Ou Vcs da famosa UFMG tem dúvida? Voces não devem conhecer o ensino básico e fundamental público brasileiro que Lula investe neste ensino… será que seus filhos estudam em escolas públicas? Duvido! Porque tirando as Universidades, sobra pouca coisa… ou nada! Claro, exceto, muitas escolas do estado de SP e MG, que são referências, por sinal… dois estados governado por quem? Quem? Ah PSDB, desculpa tinha esquecido. E continua ganhando as eleições, será que nós Mineiros e Paulista, votamos tão mal assim…

    Luzia

    Ensino SUPERIOR, não é questão só cumprir obragação do Presidente. É compromisso com os jovens da nossa nação. É ver nos acadêmicos, a luz no presente e no futuro. Partindo do princípio que o Presidente cumpriu sua obrigação, morde-se a língua; então FHC, nem siquer cumpriu obrigação, como de fato é verdade que durante seu governo de 1995 a 2002, tentou acabar com as universidades Federais. Lembra-se desse fato??? ou já esqueceu.
    Ah, já estava deixando passar em branco, a minha resposta, teu candidato é candidato ao governo do Estado de São Paulo?????? Porque as evidências levam a entender isso, preocupar-se com o ensino médio e técnico. Os jovens brasileiros, que danem-se, zezinho, não tem compromisso com eles no tocante ao Ensino Superior. Jovens, prestem atenção nisso. Candidato a Presidente que usa a medida de um Estado, não sabe ou não conhece a dimensão territorial brasileira.
    Ser Presidente é preocupar-se e ter projetos que atendam da creche ao Ensino Superior, é tratar a nação como um todo e não como uma pequena parte da sua dimensão continental.
    O Brasil engradece e cresce com as pesquisas das Universidades Federais; São dignos de existirem, sabem posicionar-se com inteligencia, não esquceram as humilhações da era FHC, tem memórias brilhantes.
    Domingo é DILMA 13.
    Que valoriza o Ensino Superior, Ensino Médio Técnico, Ensino Fundamental e Ensino da Educação Infantil. Que investe e que continuárá investindo, para o Brasil seguir crescendo, com jovens formados n o Ensino Superior.
    DILMA 13 13 13, 13, 13, 13.

Rildo de Paula

Resposta 1 – Serra não é oposição oposição é diferente! Assim como foi a proposta do Lula há 8 anos atráz e Eu votei Nele, mas agora é hora de mudar de novo, pois caso contrário teremos outra Venezuela na Am. Latina.
Professores Universitários de memória tão curta! É bom lembrar das dificuldades da era FHC, quantas crises o mundo passou, quantas quebradeiras, México, Argentina, etc. Ah! Foi o FHC que criou o plano real e o atual modelo econômico brasileiro, que o Lula pega a maior carona. Este é o grande mérito do governo Lula! Mais uma lembrança, o grande estadista Aécio Neves é do PSDB, da mesma política do FHC e Serra.

    rafael, bhte

    não é não filhinho aqui o Itamar reverteu a burrada do Azeredo q tb era 'do PSDB, da mesma política do FHC e Serra' e tinha feito a burrice de privatizar a CEMIG, hoje ela é estatal e apesar de estar ainda no comando do velho Itamar, atua em 13 estado e no Chile, tem ações na bolsa de NY, é campeã mundial em sustentabilidade, e junto com a COPEL do Pará são as melhores do ramo no Brasil, obvio q Itamar é doido mas não deixaria nada importante na mão do tal 'estadista'

rccorrea

DIÁLOGO DOS REITORES COM A NAÇÃO BRASILEIRA

Inicialmente gostaríamos de comemorar com toda a sociedade brasileira esse momento importante do exercício da cidadania que, por meio de eleições democráticas, plena liberdade de imprensa e de expressão o povo brasileiro pode escolher o seu destino, e esperamos nós, o caminho do desenvolvimento e da inclusão das parcelas mais necessitadas por meio da educação, da geração de emprego e renda com mais saúde e paz para todos.

É importante registrarmos o papel relevante que todos os partidos e candidatos que participaram deste pleito tiveram na consolidação da democracia. Igualmente importante é registrar que por opção dos eleitores temos agora no segundo turno dois candidatos absolutamente responsáveis, qualificados e com biografias de igual densidade que os fazem merecer o respeito de todos nós.
http://universidadesprodilma.wordpress.com/2010/1

Matheus

FHC E OS TUCANOS NUNCA MAIS!!!

Pitagoras

Quanto mais o bando do serra acanalha o debate político, mais aparecm argumentos racionais e factuais a favor de Dilma e Lula.
Baixaria, fascismo, aposta na ignorância do povo não parece mais seduzir a maioria do povo.

João Paulo da Silva

Caríssimo Azenha, essa matéria sobre UFMG e o segundo turno , é de uma grandeza ímpar, isto é matéria para ir ao ar nos programas do horário político da DILMA ou nas inserções diárias.Precisamos urgentemente de publicações como esta para clarear um pouco a mente de algumas pessoas pelo paíz afora.

Valério Teixeira

Impressionante.. Só quem se beneficia apoia… O cambada de interesseiros..

    Tilda

    Você usa o "se beneficia" como se fosse benefício de um ou dois em detrimento de um todo. É o contrário. É o todo que se beneficia, colega. Não te conheço, mas tenho certeza de que você em alguma medida também é um dos beneficiados deste governo. Porém, não reconhece.

GBR

Mais de 300 professores da UFMG assinaram um manifesto independente declarando voto em Dilma no segundo turno: http://ufmgvotadilma.blogspot.com/

LAGUERRE

Parabens UFMG. Voces estão dando valiosos depoimentos comparativos. Ainda hoje li na Maria Fro uma declaração de um ex aluno, Leonardo de Souza médico formado pela UFMG. Nem tudo está perdido na terra dos aécios: tem muita gente boa e séria nas Gerais.

Dartagnan Ferraz

Cuidado, senhores, Dona Mônica e as senhoras de santana, com assessoria da TFP, vão propor a fogueira para vocês, todo cuidado é pouco.

Avelino Fóscolo

Dilma 13!!! Minas é Dilma!!!! Dilma é Minas na presidência!!! Dia 23/10 abraço na av contorno. para ver locais de concentração acesse: http://contornocomdilma.blogspot.com/

BEAGÁ – ABRAÇO NA AV CONTORNO COM DILMA 23/10!!!!

ORGULHO DE MEUS EX REITORES E VICE-REITORES(A). SIMPLES, OBJETIVO, ESCLARECEDOR!!!!!!!!

Flávio

Se a onda pega…

Edson

O atual investimento na educação em São Paulo refere-se à obrigatoriedade de apresentação de exame de câncer e outros que não poderão ser feitos em tempo hábil no " paraíso" que é sistema de saúde público do governo Serra em São Paulo. Logo, empurram professores para o mercado porque estes tem prazo exigüo para entrega de tais exames. Exames que variam num custo de R$150,00 ou muito mais se o infeliz não tiver tempo de fazer uma cotação. http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/sp-exige-t
Além disto o próprio governo admite falta de professores nas escolas técnicas e já sabe como vai investir: professores temporários (ou será o famoso: "provisório-definitivo" http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/etecs-prof

Carlos

haja vista, que a Universidade de São Paulo ( USP) , na gestão do PSDB, caiu consideravelmente no ranking das universidades públicas !!!

Gisele

Sem comentários. Simplesmente perfeito.

joni

E o outro candidato agora vai fazer tudo pela educação, como prega? Por que não fez quando teve oportinidade? Ter o sr. paulo renato de secretário em Sp, já diz tudo. Mentiroso.

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