Mino: Governo enche as burras de quem bate nele, manipula, inventa e mente

Tempo de leitura: 4 min

mino carta edit

Gigolette em Estocolmo

O governo enche as burras de quem bate nele dia e noite e não hesita em manipular, omitir, inventar e mentir

por Mino Carta, em CartaCapital 

Folha de S.Paulo está de parabéns: na sua edição de quarta 17 provou que o governo federal tem acentuadíssima vocação para mulher de apache, a gigolette que gosta de apanhar do gigolô. Ou se trataria de uma forma aguda da síndrome de Estocolmo? De todo modo, a reportagem desdobrada a partir da manchete da primeira página demonstra, com precisão de teorema pitagórico, que o governo cumula de favores aqueles que o denigrem ferozmente dia após dia.

O trabalho em questão, de página inteira no interior da edição, informa que entre os anos 2000 e 2013 as Organizações Globo ganharam 5,2 bilhões em publicidade das estatais e a Editora Abril mais de 500 milhões. A Folha faz questão de dividir a mídia nativa em dois campos. De um lado, a maioria das empresas, reunidas neste canto sem maiores esclarecimentos. Do outro, as “empresas alinhadas ao governo”, encabeçadas pela Editora Confiança, que publica CartaCapitalCarta na Escola e Carta Fundamental. E nós não passamos de 44,3 milhões.

Dirá o desavisado: alinhados e mal pagos. Vale aqui, antes de mais nada, uma reflexão. Que significa alinhado? No governo de Fernando Henrique, não vimos a cor de um único, escasso anúncio de estatal. E como se deu a nossa sobrevivência nos oito anos tucanos? Teria nos socorrido o ouro de Cuba ou de Moscou?

Apoiamos a candidatura de Lula em 2002 e 2006 e a de Dilma em 2010 e 2014, de acordo com uma prática comum em países democráticos e civilizados. Apoiamos, de início, e confirmamos ao longo do tempo, por razões larga e frequentemente esclarecidas aos leitores. Os governos de Lula e Dilma são pioneiros na realização de uma política de inclusão social muito bem-sucedida e de uma política exterior independente dos interesses do império americano, ambas vitais para o País. Em outros pontos, no decorrer desses 12 anos, fomos críticos severos. Por exemplo, em relação a uma política industrial ineficaz. Ou à rendição aos transgênicos. Ou a toda e qualquer medida econômica embebida em neoliberalismo. Quanto ao PT, de pronto consideramos, e sublinhamos, que no poder porta-se como os demais.

Ao listar os pretensos alinhados e ao não qualificar os demais, a Folha nos atribui o papel de jornalistas de partido e com isso fornece outra prova: como sempre, obedece aos seus naturais pendores e, no caso, manipula a informação e omite a qualidade dos demais, alinhados de um lado só, guiados pelo pensamento único enquanto, hipócritas inveterados, declamam sua isenção, equidistância, pluralidade. Ou seja, inventam e mentem.

Vale entender que na visão de CartaCapital, o problema número 1 é a herança de três séculos e meio de escravidão a manter de pé, até hoje, a casa-grande e a senzala. Eis a primeira razão do atraso do Brasil. Desde a precariedade de Educação e Saúde oferecidas à maioria até a falta total de um Prêmio Nobel. Desde a atuação de juízes dedicados à política em vez de fazer justiça até os oligopólios midiáticos. Desde a Ficha Limpa de Paulo Maluf até o enterro da Satiagraha. E este é um aspecto capital: jornalões, revistões, televisões e quejandos são os porta-vozes da casa-grande. De resto, é do conhecimento do mundo mineral que os patrões da mídia nativa são moradores remidos do edifício colonial, daí a naturalidade dos seus comportamentos. Ideológicos? Pois é, ideológicos. E depois dizem que a ideologia morreu…

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Ressalve-se que uma parte conspícua da chamada classe média fica um degrau abaixo do mundo mineral em matéria de conhecimento, mas é claro a olhos mais treinados que deste profundo desequilíbrio social, a contrariar mesmo o capitalismo domesticado, conforme a definição do professor Belluzzo, brotam o instinto de predação, a impunidade dos graúdos, e a vexatória peculiaridade da democracia à brasileira. Pois inovamos Montesquieu, temos aqui Executivo, Legislativo, Judiciário e Forças Armadas, o inesgotável poder militar. Há quem sugira um quinto poder, o Mercado, o qual, no entanto, infesta o planeta todo, cada vez mais imbecilizado.

Até agora não entendi por que o governo convocou uma Comissão da Verdade para esforçar-se à toa em busca da própria e descobrir ao cabo que, desde a saída, estava decidida a confirmação da dita lei da anistia imposta pela ditadura. O resto da humanidade não sabe que crimes cometidos contra o gênero humano prescrevem, como está a ser sacramentado por aqui, e sequer imagina que a democracia possa conviver com um tribunal militar, habilitado a condenar o próprio relatório da comissão convocada pelo governo.

Mas não há trégua para nossos padecimentos. Surge quem proponha julgar a justíssima causa dos resistentes à ditadura. É como sustentar que, terminada a Segunda Guerra Mundial, caberia na Itália esclarecer ao mesmo tempo as responsabilidades de Hitler e Mussolini, em um canto, e dos partigiani da Resistência no outro. Ou na França, de Hitler e de Petain, e dos maquis. Só falta imaginar que, à margem do riacho, o cordeiro merece ser investigado tanto quanto o lobo.

O Brasil vive não somente uma crise moral, mas também a da razão. Talvez prepare o caminho para outra, maior e fatal. Algo é certo: o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto.

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Comentários

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Eduardo Lima

LEI DE IMPRENSA JÁ!

O PT/Governo tem feito o que sabe fazer melhor: apanhar calado e pagar por isso. Cabe ao povo fazer o governo andar e reformar este país. A reforma mais urgente para o Brasil é a reforma dos meios de comunicação. A versão tupiniquim da Ley de Medios dos hermanos argentinos. Como deve ser essa reforma? Em nossa opinião, deve ser radical. Desconcentrar a posse da mídia, realizar concorrências públicas para concessão, exigir conteúdo local ou regional em 60% da grade, garantir o imediato direito de resposta, punir rigorosamente as falsas reportagens e acusações, etc. E você? O que acha? Nossa reflexão sobre o tema está no texto do link abaixo:

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR7.html

tiao

Sem comentários.” Parabéns Mino Carta”!

Luís CPPrudente

O Governo Federal pretende continuar pagando a Bolsa Imprensa para o PIG?
Mas que burrice!

marcio gaúcho

Ao PIG o PT diz: batam, mas batam com carinho. Ofereço o chicote. Tenho o rabo preso. Vamos aumentar as verbas de publicidade. O povo que votou em nós, que se exploda!

Fabio Passos

O PiG sobrevive mamando nas tetas do Estado.
Se cortar o dinheiro público desviado para os bolsos de marinho, frias, mesquita e civita… o PiG quebra!

Já passou da hora de mandar trabalhar estes oligarcas vagabundos.

José de Almeida Bispo

Vou só aguardar os primeiros 15 dias do novo governo da Dilma… sinceramente, se for pra continuar com esse lenga-lenga de nega que adora apanhar, vou entender isso como tudo perdido e partir pro ataque. EU NÃO SUPORTO COVARDIA!!! Prudência é uma coisa, covardia recheada de malandragem é outra. Eu exijo respeito!

cidadão brasileiro sem esperança

Interessante é que a classe media porca e golpista, faz o maior “ESCARCEU” contra o programa bolsa familia, e não diz uma palavra contra o “BOLSA PIG”, mas não é somente o pig que “ESTÁ RINDO ÀTOA”, há tambem o “BOLSA FUTEBOL”, onde as empresas estatais, “TORRAM MILHÕES DE REAIS” de forma desnecessaria, enquanto isso caros comentaristas, mais de 200 mil aposentados do INSS, que ganhavam mais de um salario minimo, passa a “RECEBER A MIGALHA DO BENEFICIO DE APENAS 01 SALARIO MINIMO A CADA REAJUSTE DO SALARIO MINIMO”, e a tendencia, é todos os trabalhadores do regime celetista (INSS) quando se aposentarem, é “GANHAR APENAS 01 SALARIO MINIMO DE APOSENTADORIA DO INSS”, voces acham isso justo?, enquanto isso, a CAIXA, O BB, PETROBRAS, CORREIOS PAGA SALARIOS ASTRONOMICOS PARA JOGADORES DE FUTEBOL E OUTROS ESPORTES”, e estes ainda “DEBOCHAM DO GOVERNO DO PT/DILMA”, hoje no futebol brasileiro, ´”SO TEM ESPERTO, BOBO É O GOVERNO DO PT E AS EMPRESAS ESTATAIS, QUE PAGAM PARA APANHAR”, assim como a midia faz, estou começando a sentir vergonha de ser brasileiro, lutei para eleger e reeleger Lula, o mesmo com Dilma, “E SÓ RECEBO PONTAPÉ DO GOVERNO DO PT”, a minha aposentadoria “ESTÁ BEIRANDO O SALARIO MINIMO”, e jogadores “RIEM” da nossa cara, tambem quem mandou eu ser idiota (ESTUDAR E TRABALHAR), os que estão “SE DANDO BEM NA VIDA, NÃO ESTUDARAM, APENAS BRINCARAM”….., e são tidos como herois, são valorizados, enquanto os que levaram a vida a serio, “SÃO INJUSTIÇADOS”, são tratados como “VAGABUNDOS”, quando se aposentam, e “GANHAM UMA MERRECA”, que mal dá para a sobrevivencia, e mal.

Abelardo

O ponto que eu discordo de Mino é quando ele afirma que o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto. Eu julgo que se não fosse esse amadurecimento a Dilma não seria reeleita. Em minha avaliação, nenhum candidato a presidência sofreu tantos ataques, tantas covardias, tantas mentiras e tantos boicotes, quanto sofreu Dilma Rousseff. Ainda assim, mesmo contra todo o intenso e constante bombardeio da mídia e da oposição, ela obteve a preferência popular, que, a meu ver, já enxerga de um modo bem maduro e consciente todas as perversidades que a mídia golpista, partidária e anti profissional, promove levianamente e gratuitamente contra ela e contra tudo que é ligado a Lula e ao PT. Também observo, que o processo de libertação dos vícios que foram muito bem implantados e dosados pela direita no país e que por bastante tempo influenciaram negativamente o modo pensar, de agir e de reagir da população, encontrou um pouco de dificuldade para produzir esse desenlace com mais velocidade e firmeza. Todavia, o país já exibe provas suficientes para reconhecermos os avanços significativos e constantes no exercício da moralidade democrática da população. Finalizando, tenho convicção de que se não fosse a maturidade, a coragem e o profissionalismo sério, isento e competente de combativos heróis como a Carta Capital e diversos blogs, que enriquecem o jornalismo verdadeiro na internet, aí sim se poderia duvidar da maturidade da população e de alguns brilhantes e autênticos jornalistas brasileiros. Sinais da total falta de confiança e da rejeição, que a população vem demonstrando pela grande mídia e pela oposição, graças aos independentes e verdadeiros profissionais da imprensa, é a maior evidência dessa maturidade.

Abelaardo

O ponto que eu discordo de Mino ė quando afirma que o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto. Eu julgo que se não fosse esse amadurecimento a Dilma não seria reeleita. Em minha avaliação, nenhum candidato a presidência sofreu tantos ataques, tanta covardia, tantas mentiras e tanto boicote, quanto sofreu Dilma Rousseff e ainda assim ela obteve a preferência da população, que, a meu ver, enxergando de um modo bem maduro e consciente a todas as perversidades que a mídia golpista, partidária e totalmente anti profissional, promovia levianamente contra ela.
Porėm, o que eu acho é que o processo de libertação de um vício, de um modo pensar, de agir e de soberba, está encontrando um pouco de difilculdade de produzir esse desenlace com mais velocidade e firmeza. Todavia, há se reconhecer avanços significativos e constantes no exercício da moralidade democrática da população. Finalizando, tenho convicção de que se não fosse a maturidade, a coragem e o profissionalismo sério, isento e competente de combativos heróis como a Carta Capital e diversos blogs, que enriquecem o jornalismo verdadeiro na internet, aí sim se poderia duvidar da maturidade da população e de alguns brilhantes e autênticos jornalistas brasileiros.

    abolicionista

    Eu não sei se conseguiria dizer que aquele bando de fascistas que se reuniu na Paulista pedindo o golpe militar avançou em moralidade democrática. O que manteve o PT no poder foi uma militância aguerrida e a sensação efetiva por parte do povão de que os avanços da era Lula estavam em risco.

FrancoAtirador

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O modelo de jornalismo corporativo e globalizado adotado no Brasil possui as características atuais do mercado desregulado, que estimula o hedonismo na sociedade de consumo desenfreado, e se constitui internamente na forma de uma estrutura empresarial de hierarquia rígida, em que, na maioria das vezes, a reportagem é elaborada para agradar o editor, que faz a edição (os cortes e a montagem do texto, quando a matéria não é recusada) para aprovação do diretor que, por sua vez, exerce a direção com a finalidade de atender aos interesses ideológicos, políticos e comerciais, dos sócios majoritários da empresa de comunicação e dos respectivos patrocinadores privados, que por fim alcançam os objetivos econômico-financeiros desde o princípio almejados, isto é, os lucros que serão proporcionalmente repartidos com os demais acionistas.

Portanto, a atividade jornalística passou a ser tratada como um meio pelo qual a empresa de comunicação vende uma mercadoria: a pseudo-notícia moldada nos termos preconcebidos pelos empresários.

E talvez o mais triste de tudo é perceber que, nesse conjunto degradante e degradado, o bom repórter é tratado na Mídia-Empresa tão-somente como um agente destacado pelo Comando da Corporação para captar material, em estado puro, a ser elaborado na construção de factóides, uma espécie de reciclagem invertida, em que tudo que se faz de bom é transformado em lixo.
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    FrancoAtirador

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    O HORROR ECONÔMICO E A GLOBALIZAÇÃO DA ESCRAVIDÃO HUMANA

    A ‘Empresa’ é ‘Cidadã’, e o ‘Cidadão’ ‘Consumidor’.

    “Assim, aquela famosa Economia de Mercado considerada ‘fundamental’,
    ‘séria’, ‘responsável’ pelas populações, uma potência em si – a Potência, na verdade –,
    é colocada em dependência, presa na febre, pode-se dizer na droga das negociações,
    das manipulações em torno de suas próprias traficâncias, que desembocam, aliás,
    em lucros gigantescos, rápidos, brutais, mas que parecem quase secundários
    em relação à embriaguez operacional, ao prazer maníaco, ao poder demente,
    inédito, que eles suscitam.

    Esse é o sentido que assumem as “criações de riquezas”:
    tornam-se os pretextos distantes, cada vez mais evanescentes, supérfluos também,
    para essas operações obsessivas, para essas danças de São Guido
    de que dependem cada vez mais o Planeta e a Vida de cada um.

    Esses mercados não desembocam em nenhuma “criação de riquezas”, em nenhuma produção real.
    Não necessitam sequer de endereços imobiliários. Não utilizam pessoal,
    já que bastam alguns telefones e computadores para atingir mercados virtuais.

    Ora, nesses mercados, que não implicam o trabalho de outras pessoas,
    que não são produtores de bens reais, as empresas (entre outros) investem,
    cada vez com mais freqüência e cada vez mais parcelas de seus ganhos,
    já que o lucro aqui é mais rápido, mais importante que em outros lugares; e é para permitir tais jogos neofinanceiros, muito mais rentáveis,
    que chegam muitas vezes as subvenções fiscais, as vantagens concedidas pelo Estado,
    a fim de que essas mesmas empresas criem empregos!

    Nesse contexto, criar empregos a partir das “criações de riquezas” seria humanitário,
    já que o crescimento (só do lucro, na verdade) não resulta no desenvolvimento
    e nem mesmo na exploração de produtos terrestres, mas sim nessas estranhas estagnações oníricas,
    mas não certamente, não absolutamente na necessidade de um labor humano,
    ‘a for­tiori’ de um labor aumentado.

    Em compensação, ele representa geralmente a oportunidade de instalar
    ou de aperfeiçoar sistemas tecnológicos e a robotização
    que, pelo contrário, são capazes de reduzir o potencial humano
    e, portanto, economizar o custo salarial.

    Sabemos que empresas em pleno vigor, rentáveis, praticam demissões em massa.

    Nada é mais vantajoso, segundo os especialistas.

    Tanto que não deixam de conceder-lhes “auxílios ao emprego” [renúncias fiscais],
    sem pedir-lhes contas, sem obrigá-las a dar empregos como estava previsto.

    Apenas lhes insinuam (com o sucesso que se imagina) que não utilizem
    essas doações incondicionais para fins mais vantajosos.

    O que acham que elas fazem?

    Surpreendemo-nos aqui a jogar com pensamentos culpados:
    e se o crescimento, longe de ser criador de empregos, criasse,
    pelo contrário, a sua supressão, da qual ele geralmente deriva?

    Será que a incapacidade flagrante de administrar a economia social
    não permite, pelo contrário, uma administração mais racional dos mercados financeiros?

    No fim dos anos 70 e durante os 80 – mas isso continua –,
    a empresa era tão sacralizada que, para preservá-la
    ou levá-la a se tornar cada vez mais florescente,
    valiam todos os sacrifícios.

    Ela chegava ao ponto de explicar pedantemen­te
    que, a fim de evitar o desemprego,
    era necessário demitir.

    Como, então, não encorajá-la, e com emoção?

    Hoje, sempre pronta a sacrificar-se, ela faz algo melhor:
    ela ‘corta as gorduras’ [no original, em francês: ‘dégraisse’].

    Essa expressão, cuja elegância deve ser apreciada, significa suprimir a ‘má gordura’
    supostamente representada por homens e mulheres que trabalham.

    Oh, a questão não é suprimir a eles; fazer sabão com a gordura,
    fazer abajur com a pele, seria de mau gosto, fora de moda,
    em desacordo com a onda atual; só se suprime o seu trabalho,
    o que afinal os coloca dentro da nova moda.

    Desempregados? É preciso saber acompanhar a época.

    Saber, sobretudo, assumir suas responsabilidades.

    ‘Cortar as gorduras’, economizar sobre o custo do emprego,
    representa um dos melhores fatores de economia.

    Num mesmo discurso, quantos homens Políticos, quantos Dirigentes de Empresas
    juram criar empregos e se gabam de reduzir efetivos!

    O não-trabalho dos não-assalariados representa, na verdade,
    uma mais-valia para as empresas; portanto, uma contribuição
    para as célebres “criações de riquezas”, uma espécie de ganho
    para quem não emprega ou, sobretudo, para quem não emprega mais.

    Não seria justo que revertesse aos não-empregados uma parte do lucro
    gerado por sua ausência, uma parte dos benefícios conseguidos por não empregá-los?

    Mas essas economias sobre o custo do trabalho não deveriam elas resultar
    em maiores possibilidades de favorecer algumas das inevitáveis ‘criações de riquezas’
    que, como se sabe, são dispensadoras de empregos?

    Observar que as riquezas assim criadas só têm por efeito
    aumentar algumas fortunas seria realmente mesquinho.

    Entretanto, os dirigentes de empresas, os homens que tomam decisões, são tão generosos!

    Vamos aproveitar a lição, vamos ouvir um deles falando pelo rádio:
    as empresas, segundo o entrevistado, têm uma missão
    à qual é preciso dar um sentido, que será, anuncia, o ‘sentido do humano’.

    Nada de surpreendente; a empresa é ‘cidadã’, ele confirma; sua única lei: o ‘civismo’.

    Ele trava uma guerra econômica, e é ‘uma guerra pelo emprego’.

    Ele observa, entretanto, que ‘a sociedade só pode distribuir as riquezas que produz’.

    (O ouvinte imagina então que ela pode também não distribuí-las!).

    Nosso humanista observa, no entanto, que existe
    ‘uma lógica da rentabilidade que não se deve esquecer’.

    Por isso, ‘empregar por empregar?’. Ei-lo perplexo, dubitativo.

    Até que enfim decide: ‘Quando o crescimento permitir o recrutamento’.

    Não diz que grau de crescimento autorizará esse gesto valoroso,
    mas de repente parece mais alegre, decididamente mais à vontade.

    Ouvimos, então: ‘Ganhar mercados, ser mais produtivo’;
    ele se anima a ponto de dar uma receita; ‘Aliviar a empresa’.

    Sua voz agora soa alegre, prolixa, ela canta:
    ‘Custo horário diminuído… encargos sociais aliviados, proteção social também…’.
    […]
    Nossos sistemas, afirmam eles, pretendem ser, em grande parte,
    baseados nesse amor irreprimível daqueles que tomam decisões
    pelos seus supostos próximos, na falta de… semelhantes!

    Assim, eles conjuram a empresa a chamar-se ‘cidadã’,
    e a ‘empresa cidadã’, uma vez proclamada como tal,
    a mostrar-se efetivamente cívica.

    Eles não obrigam, eles convidam, certos de suas felizes tendências.

    Assim solicitada, e uma vez esclarecida sobre o que é o bem e o que é o mal,
    como imaginar um só instante que ela não opte pelo bem?

    Saudemos de passagem o Sistema:

    ‘Empresa Cidadã’ – nenhum surrealista teria ousado inventá-la!

    Todavia, ‘cidadã’ ou convidada a tornar-se, e com suposta tendência para o bem,
    à empresa oferecem-se mil subvenções fiscais, isenções de impostos, possibilidades de contratos vantajosos, a fim de que ela ofereça empregos.

    E que não se desloque para outro lugar. Benevolente, ela aceita.
    Não emprega ninguém. Desloca-se ou ameaça fazê-lo
    se tudo não correr conforme sua vontade. Cresce o desemprego.
    Começa tudo de novo.

    Mas em nome de quê, meu Deus do céu, o país inteiro acreditou
    e os outros países, e os partidos de esquerda em primeiro lugar,
    e durante anos, acreditaram que a prosperidade das empresas
    seria equivalente à da sociedade, que o crescimento criaria empregos?

    E ainda acreditam, esforçam-se para acreditar, ou pelo menos pretendem!

    Nós já observávamos em 1980:
    Os partidos operários exigem o financiamento pelo Estado de empresas privadas
    que poderão continuar a explorá-los em benefício de seus lucros e produzirão,
    alternadamente, emprego e desemprego, conforme as ‘Fatalidades do Dia’,
    as ‘Cotações da Bolsa’, a ‘Moda das Crises’ e as ‘Crises da Moda’.
    […]
    Houve, sem dúvida, tempos de angústia mais amarga, de miséria mais acerba,
    de atrocidades sem medidas, de crueldades infinitamente mais ostensivas;
    mas jamais houve outro tempo tão fria, geral e radicalmente perigoso.

    Se a ferocidade social sempre existiu, ela tinha limites imperiosos,
    porque o trabalho oriundo das vidas humanas era indispensável
    para aqueles que detinham o poder. Ele não o é mais;
    pelo contrário, tornou-se incômodo. E aqueles limites esboroam-se.

    Será que se entende o que isso significa?

    Jamais o conjunto dos seres humanos foi tão ameaçado na sua sobrevivência.

    Qualquer que tenha sido a história da barbárie ao longo dos séculos,
    até agora o conjunto dos seres humanos sempre se beneficiou de uma garantia:
    o Trabalho era tão essencial ao funcionamento do planeta como à produção,
    à exploração das instrumentos do lucro, do qual representava uma parcela.
    Elementos que o preservavam.

    Pela primeira vez, a Massa Humana não é mais necessária materialmente,
    e menos ainda economicamente, para o pequeno número que detém os poderes
    e para o qual as Vidas Humanas que evoluem fora de seu Círculo Íntimo
    só têm Interesse, ou mesmo Existência, de um ponto de vista Utilitário.”

    VIVIANE FORRESTER
    (“O Horror Econômico”. UNESP. 1997.)

    Íntegra do Livro

    Em Português: (http://abre.ai/livro_o-horror-economico_viviane-forrester)
    Em Espanhol: (http://www.ddooss.org/libros/Viviane_Forrester.pdf)
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Cláudio

Ouvindo A Voz do Brasil e postando:

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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Brasil, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.

Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

Rodrigo Leme

Sim, o governo deveria encher as burras de quem mente, omite, distorce, etc para lhe puxar o saco.

E a fila da esmola ai é grande…já tem revista governista ganhando bem. Né?

    Rogerio

    Você sofre de afasia

    lulipe

    O problema, para os petistas, não é o suposto “PIG” receber estas verbas, a questão é que o “PIG” as recebe e mesmo assim, mostra os podres dos governos do PT. Isso é uma afronta para quem gostaria que nossa imprensa fosse igual a de Cuba ou da China, só afagos e elogios, nada de mostrar os escândalos. Nunca terão!!!Se estão preocupados, façam como Dilminha falou, usem o controle e parem de chororô….

    abolicionista

    Opa, veio defender o ganha-pão? Não, o governo deveria parar de transferir dinheiro público para um oligopólio governado por seis famílias.

    Quando não sobra argumento, o que resta é atacar a credibilidade do emissor (vocês são tão podres quanto nós!). Você realmente quer comparar os recursos que a imprensa de esquerda no Brasil recebe em relação à imprensa de direita? Você quer discutir os números?

    O que precisamos é de uma lei de imprensa justa, que garanta uma “pluralidade ideológica” representativa da população brasileira. E não, as favelas do estúdio da Globo não representam a realidade e a pluralidade cultural, étnica e ideológica do nosso povo. A representatividade da Globo é tão grande que ela não faz mais nada ao vivo nas ruas, percebeu? Por que será?

    Quanto ao ataque pessoal a Mino Carta, basta ver as inúmeras críticas que ele já teceu ao governo petista, o quanto já levou pedrada da esquerda, para notar a baixeza do seu comentário.

    Poderia continuar escrevendo, mas, depois de reler o que você escreveu, realmente preciso dar uma vomitada. Com licença.

Cláudio

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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Brasil, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.

Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

José Eduardo Camargo

Acho que por “sorte” a elite brasileira só não é pior que a mexicana, que entregou o próprio país sem a menor hesitação aos apetites canibalescos dos EUA.

    Edgar rocha

    Tem certeza? No atual jogo ‘democrático” Dilma vai ter de guinar-se à direita ainda mais pra garantir governabilidade. Além disso, as investidas da direita ultra-conservadora estão cada vez mais agressivas. Nossa elite não é pior que o México coisa nenhuma. A estrutura de rendição da sociedade já está pronta faz tempo: PM terrorista + crime organizado – igualzinho ao México. Só não são protagonistas ainda, por força do exemplo mexicano que pode fomentar as devidas comparações. Se a coisa esfriar lá, se sumir do parco noticiário que cobre os conflitos entre povo e governo entreguista, começará aqui, com a justificativa de que no México foi só uma marolinha.

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