Em agosto de 2000, o governo FHC lançou as ações da Petrobrás na Bolsa de Nova Iorque privatizando 36% de seu capital acionário
do Primeira Mão, boletim da FUP (Federação Única dos Petroleiros)
A absurda guerra especulativa que derrubou as ações da Petrobrás traz de volta ao centro do debate político o projeto de lei construído pela FUP e movimentos sociais para transformar a estatal em uma empresa 100% pública.
A proposta foi apresentada ao Congresso Nacional em 2009, onde tramitou em conjunto com os projetos do governo Lula que estabeleceram um novo marco regulatório para o pré-sal.
Desde 2011, o projeto dos petroleiros (PLS 531/2009) está parado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), aguardando distribuição.
“Nunca foi tão necessário que o Estado brasileiro aumente sua participação no controle acionário da Petrobrás e resgate a empresa do capital especulativo”, ressaltou o coordenador da FUP, José Maria Rangel, lembrando que o mercado sempre tentou pautar a empresa e o governo.
“Esses ataques se arrastam desde o ano passado, com a tentativa de imposição da paridade internacional dos preços de combustíveis. É sempre o mesmo discurso de que a Petrobrás não tem capacidade de se financiar e por isso não pode ser a operadora única do pré-sal”, comenta Zé Maria, destacando que o movimento sindical petroleiro irá atuar junto com os parlamentares do campo da esquerda para resgatar o PLS 531/2009 e lutar para que seja aprovado.
Além de reestruturar a Petrobrás para que seja 100% pública e estatal, o projeto de lei construído pela FUP e movimentos sociais restabelece o monopólio da empresa sobre todas as atividades da indústria de petróleo e gás, bem como a retomada dos blocos exploratórios que foram leiloados sob o regime de concessão.
O PLS 531/2009 também prevê a constituição de um Fundo Social Soberano para que todos os recursos excedentes do petróleo sejam aplicados em políticas públicas que atendam as necessidades do povo brasileiro.
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FHC entregou 36% das ações da estatal
Não se pode perder de vista que o atual ataque especulativo que a Petrobrás sofre, além de ter motivações políticas, é também efeito colateral do projeto de privatização conduzido por Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2002.
Além de quebrar o monopólio da empresa, o governo tucano entregou 36% do seu capital acionário ao setor privado, derramando no mercado 180 milhões de ações da estatal, das quais 60% foram adquiridas por investidores estrangeiros na Bolsa de Nova Iorque.
Desde então, a Petrobrás passou a responder a Wall Street, muitas vezes tendo que contrariar interesses do povo brasileiro para se submeter às regras do mercado financeiro norte-americano.
Neste processo de internacionalização, a empresa perdeu o acento agudo no brás (mantido pela FUP) e quase virou Petrobrax.
Mercado está de olho no pré-sal
Para a FUP, está cada vez mais claro que o mercado é que está dando o tom da campanha de desmoralização da Petrobrás,com objetivos nitidamente políticos e econômicos.
“As máscaras estão caindo. O que eles querem é desconstruir a lei da partilha, tirar da Petrobrás o papel de operadora única do pré-sal e entregar estas reservas bilionárias às multinacionais”, revela Zé Maria, ressaltando que 2015 será um ano de lutas intensas.
“Vamos colocar de volta nas ruas o projeto dos movimentos sociais por uma Petrobrás 100% pública”, destacou.
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Comentários
vilasboas
Já cheguei ma pensar que infiltraram um ladrão, dentro da PETROBRÁS, para criar esse fuzuê. É bem do jeito deles: pagar muito bem aos mercenários para destruírem outros países ou empresas das quais querem se apossar.
Arquimedes Andrade
Vamos todos lutar o petróleo ser 100% Estatal.Ninguém abre mão da riqueza estratégica para o crescimento econômico e social. Mais direitos para a população e menos mercado selvagem.
Alexandre Boas
Dilma a hora é agora! Aproveite o momento e recompre as ações da Petrobrás negociadas no exterior!
Rodrigo Leme
o que ninguém fala é que a FUP é a CUT do petróleo: recebe ordem do governo. O Sindipetro bate de frente constantemente com a FUP.
Obedecer o governo até me da um alivio, pq se eles empurrassem a teoria de que o que está acontecendo com a Petrobras é “ataque especulativo” por convicção seria insano.
Andre
sinceramente, estou sentido falta de uma visão mais “global” nesse debate sobre a Petrobrás, que vá além dos problemas políticos internos do Brasil. o fato é que todo o mercado de energia está em crise: os preços do petróleo despencaram mais de 50% em seis meses; como os preços estavam altos e havia fartura de liquidez devido à politica do FED, muitas empresas envolvidas na cadeia do petróleo se endividaram e agora com a baixa dos preços, estão em risco muito sério. Não estou dizendo que é esse o caso da Petrobrás. Há muitos ‘títulos podres’ no mercado e há risco de contaminação financeira global: em outras palavras, o que acontece hoje no mercado de petróleo é muito semelhante ao que aconteceu no mercado imboliário em 2008. Há fatores de política Global nisso: os EUa obviamente estão em uma guerra econômica contra a Rússia, que depende fortemente da venda de petróleo. Recomendo a leitura do artigo “The Oil Coup” no site ConterPunch. Infelizmente não encontrei tradução em português.
Andre
Corrigindo: imobiliário
Alexandre Boas
Americanos e Sauditas estão por trás da derrubada meteórica dos preços do petróleo. Sem dúvida, a Rússia é um dos alvos.
FrancoAtirador
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PLS 531/2009
Mais de 3 anos parado na CCJ do Senado!
Até hoje esperando nomear Relator, e aí?!?
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PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 531 de 2009
21/09/2011 CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Ação: Recebido nesta Comissão.
Matéria aguardando distribuição.
Situação: AGUARDANDO DESIGNAÇÃO DO RELATOR
(http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=94336)
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!!! PELA PETROBRÁS 100% NACIONAL !!!
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irineu
Parabéns a FUP e seus dirigentes, isso mesmo vão pra rua mesmo exigindo que nossa Petrobras seja só dos brasileiros .Valeu !
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