Diversos movimentos e entidades tomaram a avenida Paulista pacificamente. Foto: Danilo Ramos/RBA
Ato em São Paulo reúne 20 mil em defesa das reformas e contra golpismo
Entidades ‘contra a direita, por mais direitos’ mandam recado de apoio, ao mesmo tempo que cobram de Dilma ações para mudanças consideradas essenciais
por Rodrigo Gomes, da RBA, publicado 14/11/2014 09:50, última modificação 14/11/2014 13:17
São Paulo – Ao som de Racionais MCs e Luiz Gonzaga, 20 mil pessoas ligadas a movimentos sociais, partidos e sindicatos realizaram ontem (13) uma manifestação na avenida Paulista, região central da cidade, em defesa de reformas estruturais e em apoio a proposta da presidenta Dilma Rousseff (PT) de realizar um plebiscito para consultar a população sobre como efetivar a reforma política. O ato também foi um rechaço contra a ação realizada no último dia 1º, em que cerca de duas mil pessoas pediram o impeachment da presidenta e intervenção militar no país.
O tema central do ato, considerado prioritário para os movimentos é a reforma política. Com financiamento público de campanhas para acabar com a interferência do poder econômico nas eleições, maior participação popular nas decisões e isonomia para que os partidos concorram em igualdade de condições nos pleitos.
Em junho do ano passado, Dilma propôs um plebiscito para consultar a população sobre quais mudanças devem ser feitas no sistema eleitoral. No entanto, houve resistência no Congresso, que travou a medida. Ainda hoje os parlamentares resistem à proposta, mesmo nos partidos que compõem a base aliada da presidenta, como PMDB.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, avalia que é grande a disposição dos movimentos e organizações para apoiar a presidenta Dilma na condução dos processos. “Ela ganhou para colocar as reformas em pauta e nós estaremos nas ruas para apoiar. O mercado financeiro e a direita não podem pautar o governo dela, porque eles perderam a eleição. Quem venceu foi a agenda progressista”, afirmou.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, uma das entidades que promoveram a manifestação.”Hoje temos aqui o povo brasileiro. Não é a meia dúzia de ‘playboyzinhos’ que ficou bravinha com a derrota do seu candidato [Aécio Neves (PSDB)]. Aqui também queremos intervenção. Mas do povo nos rumos da política”, afirmou.
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Boulos ressaltou a importância do plebiscito constituinte para tentar evitar que a reforma política não fique nas mãos de deputados e senadores. “Na eleição se falou muito em mudança. Isso é com a reforma política. Mas o Congresso hoje é 90% formado por empresários, banqueiros e latifundiários. É ilusão acreditar que eles vão fazer a reforma, sendo financiados pela Friboi, pela Odebrecht”, disse, ilustrando a necessidade de suprimir definitivamente o financiamento de campanhas eleitorais por empresas.
Freitas defendeu também a democratização das comunicações, considerada por ele como parte da reforma política. “Hoje não há democracia nas comunicações, mas sim uma ditadura controlada por seis famílias”, disse, dialogando com a candidata derrota na última eleição presidencial Luciana Genro (Psol), que ele considerou prejudicada pela seleção feita por parte da imprensa sobre quem pode ou não aparecer nos jornais e debates. “Nem todos têm espaço e isso deve ser corrigido”, completou.
Luciana afirmou que a direita não quer que o povo lute por melhores condições de vida e são incapazes de aceitar o mínimo avanço das políticas sociais. “Nós vamos enfrentar quem for para garantir os direitos dos trabalhadores, dos jovens, das mulheres, dos LGBT. A maioria do nosso povo quer democracia real e não essa ditadura do mercado financeiro”, afirmou, também defendendo a reforma política.
Estruturais
Entre as demais propostas também tratadas no ato estão as reformas agrária e urbana, que garantam acesso à terra para todos, com apoio à produção familiar no campo e regras para a fixação dos valores de aluguel, sobretudo o residencial, nas cidades. Destacou-se também a desmilitarização da segurança pública, unificando as polícias e estabelecendo controle social orientado para a atuação cidadã.
Uma reforma tributária, que garanta a progressividade dos impostos para deixar de onerar mais pesadamente os pobres, também está na pauta dos movimentos. Esse é um dos temas mais difíceis de solucionar, que se arrasta desde os anos 1960 no Congresso. “Não é possível o trabalhador ser taxado no salário e nos alimentos básicos, enquanto as grandes fortunas e os itens de luxo, como helicópteros ou lanchas, não terem qualquer imposto”, protestou Freitas.
Para os movimentos, no entanto, é preciso que a presidenta Dilma sinalize interesse em “guinar à esquerda”. Queremos que ela receba os movimentos e entidades que foram para a rua e atuaram para garantir a reeleição dela. O compromisso desse governo deve ser com o povo e não com o mercado financeiro”, disse Freitas.
“Se a presidenta cortar investimentos sociais, o ano que vem será marcado por ocupações, greves e lutas. Vá cortar no lucro dos bancos, vá democratizar os meios de comunicação, vá fazer auditoria na dívida pública”, afirmou Boulos.
Mobilização
A militante Paola Estrada, da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Popular da Constituinte, ressaltou que não apenas a grande participação na marcha como também o número de movimentos participantes, que chegaram a 500 organizações.
“Há 30 anos não vemos uma campanha tão ampla. Mas temos que ficar atentos porque a grande imprensa tenta dissimular até mesmo a fala da presidenta Dilma quando cria a falsa polêmica entre plebiscito e referendo”, explicou.
Em paz
Apesar da forte chuva que atingiu a região central de São Paulo no fim da tarde, os manifestantes não desanimaram e marcharam pelo bairro dos Jardins, indo até a praça Roosevelt. No caminho, dançaram forró em frente ao hotel Renaissance e questionaram a xenofobia expressada contra os nordestinos após o resultado das eleições.
“A juventude tem outro método para tomar as ruas, com alegria e a luta do povo”, disse Beatriz Lourenço, do Levante Popular da Juventude.
A Polícia Militar (PM), que acompanhou o ato sem equipamentos ostensivos, mantinha em frente ao hotel – para defendê-lo da manifestação – um grupamento com cinco viaturas e quinze policiais com escudos e armaduras, além de armas de bala de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Não houve confrontos.
Dali, os manifestantes seguiram pela rua da Consolação até a praça Roosevelt, onde um homem identificado apenas como Osmar teve uma convulsão e foi socorrido pelos participantes do ato e pelo coordenador do MTST, Josué Rocha, que é médico. Osmar foi levado para a Santa Casa de Misericórdia desacordado e não houve novas informações até o fechamento da reportagem.
Com informações da comunicação da CUT
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Comentários
Renivaldo
“VOTO DISTRITAL” para os cargos de deputados estaduais e federais, para os estaduais, o estado seria dividido em tantos “DISTRITOS ELEITORAIS”, o quanto fosse os assentos no legislativo estadual, o municipio da capital poderia ter mais de um distrito, e conforme as regras para os candidados a vereador, os candidatos a deputados estaduais,tambem deveriam ter domicilio (residencia) fixa no seu “DISTRITO ELEITORAL ESTADUAL”, um distrito eleitoral estadual, poderia ser composto por 02 ou mais municipios, a excessão seria o municipio da capital, onde o “DISTRITO ELEITORAL” do candidato a deputado estadual, seria composto por 02 ou mais bairros, e eles fariam apenas propaganda apenas no seu distrito, com relação aos “DISTRITO ELEITORAL” para os candidatos a deputado federal, o estado seria dividido em tandos distritos ao numero de vagas que coubesse ao estado, o municipio da capital poderia ter mais de um distrito eleitoral, e regras semelhantes dos candidatos a deputados estaduais, a pequena diferença, seria onde eles poderiam fazer campanha eleitoral(maior numeros de municipios), caso fosse candidato por um distrito do interior do estado, agora é com voces, deei as suas sugestões, os politicos não querem a reforma politica, porque não querem serem cobrados, e não querem cumprir lei alguma, assim como faz a midia, são uns “IRRESPONSAVEIS”, que só pensam em ficar ricos e poderosos.
Mais uma sugestão: os deputados federais e senadores, devem residir em Brasilia, e suas despesas serem custeadas por eles mesmos, apenas 02 passagens deveriam ser fornecida, uma para a ida, e a outra para volta quando terminasse o seu mandato, na epoca da campanha para reeleição, os custos serão dos seus bolsos, o mesmo acontecerão com os deputados estaduais, “NADA DE TURISMO PARLAMENTAR”, isso vale tambem para ministros de estado, membros do poder judiciario (STF, STJ, MPF, PGR, TCU), e os similares no estdos tambem.
Renivaldo
Fala-se muito que o “VOTO DISTRITAL”, tira a possibilidade de as minorias ter um representante no legilastivo, o que não é verdade, com a implantação do voto distrital, até aumenta, basta exibir que os candidatos a esses cargos tenha residencia fixa no distrito, por no menos 03 a 05 anos, e que depois de eleito não possa mudar de domicilio, se o fizesse perderia o mandato, tambem perderia o mandato em caso de ida para outro partido depois de eleito, deveria tambem ter um tempo minimo de filiação para candidatar-se, se eleito e fosse para outro partido, alem de perder o mandato, para ser candidato pelo novo partido, o tempo minimo de filiado deveria ser de 03 anos. Os parlamentares (vereador, deputado estadual, deputado federal, e senador), não poderiam ser candidatos respectivamente aos cargos:
vereador: – a deputado estadual, federal, senador, governador e
presidente
deputado estadual e federal: – a prefeito
senador: – a prefeito, governador e presidente (poderia somente ser
candidato a governador ou presidente), se seu mandato
estivesse findando.
Seria permitido apenas uma eleição e um reeleição para o mesmo cargo, o cidadão que já foi vereador por 02 vezes, somente poderia se candidatar a deputado estadual, federal, senador, prefeito, governador e presidente, o mesmo criterio seria para os outros cargos, com essas alterações já moralizaria bantante a politica, uma medida que precisa ser colocada em pratica, é barrar a candidatura de pessoas que já foram presas por furto, presa, demitida ou exonerada por corrupção em cargo publico, ou que viesse a configurar como reu em algum processo administrativo, ou por ação de investigação da Policia Federal ou Policia Civil, estaria enquadrado tambem, as pessoas que cometesse ilicitos no transito( dirigir embriagado, atropelar e matar) e etc., mesmo que ainda não fosse condenado ainda a prisão, o simples fato de terem cometidos esses ilicitos, já eram pessoas com ficha suja.
No ambito das eleições para os cargos de deputados estaduais e federais, o sistema de “VOTO DISTRITAL” tambem poderia ser aplicado, bastando apenas aguns ajustes (segue no proximo comentario).
Renivaldo
Caro Rodrigo, na reforma politica não é somente a questão “FINANCIAMENTO DE CAMPANHA” exclusivamente publico, haverá tambem outras mudanças, na minha opinião deveria ser instituido o “VOTO DISTRITAL”,vou explicitar: no ambito municipal, o municipio seria dividito em tantos “DISTRITOS ELEITORAIS”, quanto fossem os assentos (vagas) na camara legislativa municipal, assim, todos os moradores dos distritos estariam representados, e os eleitores sabiam a quem cobrar, e é isso que eles não querem, tem votos em todo o municipio e não representa ninguem, com a implantação do voto distrital, estaria eleito aquele mais votado em cada distrito, o que não acontece hoje, as outras mudanças seriam, extinção do “COEFICIENTE ELEITORAL” e o “COEFICIENTE PARTIDARIO”, essas aberrações só favorecem os partidos que tem muito dinheiro, e lança milhares de candidatos, aqueles eternos candidatos que conseguem pouco mais de uma duzia de votos, nunca serão eleitos, porem, propicia os “CANDIDATOS PROFISSIONAIS”, se elegerem “INFINITAMENTE”, e nada faz pela população, tambem deveria limitar o numero de candidatos, se um municipio tem 20 cadeiras no legislativo (20 DISTRITOS ELEITORAIS”, cada partido so poderia lançar 40 candidatos, 02 por distrito eleitoral, seria eleito, o que conseguisse mais votos, a disputa era individual, desses dois candidatos, com os demais dos outros partidos, (segue no proximo comentario mais sugestões)
Urbano
Uma reforma política suficientemente capaz de não permitir que o Brasil e seu povo jamais sejam colocados de joelhos diante de qualquer dos poderes republicanos. A soberania emana e emanará sempre do povo. O ato de enganar e perverter o povo, de onde quer que venha a sair, deve ser considerado como crime hediondo.
Mário SF Alves
Aplausos!
Urbano
Obrigado, Mário. O povo brasileiro tem que atentar para o fato de que o fascismo está tomando de assalto as nossas principais instituições republicanas. As medidas para conter esse avanço devem ser feitas ‘ontem’. Também é bom se observar que esse grupelho de fascistas é originário basicamente do Sul e Sudeste do país, com o apoio de uma porção de bajuladores do Norte e Nordeste, que sempre esteve trabalhando a soldo para o fascismo internacional, além de querer manter os seus privilégios baseados na miséria de tudo e de todos. Portanto, as medidas que se fazem necessárias são para atender sempre a soberania da nossa Nação, independentemente de pessoas e partidos que estejam no comando central.
Rodrigo
E vocês realmente acham que empresas deixarão de financiar campanhas políticas só porque agora o dinheiro virá da população? A única coisa que mudará é que teremos mais dinheiro público sendo desperdiçado na confecção de santinhos e cavaletes que irão empestear nossas ruas e calçadas.
Vocês parecem que não conhecem o país em que vivemos.
FrancoAtirador
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FrancoAtirador
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Claudio-SJ
É complicado brigar com militoncia que vive disso. O emprego deles é este. Nenhum emprego que de fato agregue alguma coisa, mas o emprego deles é este.
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