Igor Felippe: A tentativa da direita de emplacar reforma cenográfica

Tempo de leitura: 5 min

constituinte e referendo

Do referendo à Constituinte: próximos capítulos da luta política prometem mais embates

por Igor Felippe, no Escrevinhador

A Dilma Rousseff que venceu as eleições não vai governar. E o Congresso Nacional será uma trincheira de oposição ao desejo de “mais mudanças” que ganhou a disputa no 2º turno.

Foi esse o recado que os setores conservadores, em especial o PMDB, deram aos setores progressistas 48 horas depois da vitória da petista, com a derrubada do Sistema de Participação Social na Câmara dos Deputados.

Dilma não terá opções fáceis daqui pra frente. E o quadro que se desenha para o próximo período é de uma profunda crise. Os analistas políticos dos setores conservadores já traçam cenários e se preparam.

No programa Painel, da Globonews, apresentado por William Wack, os cientistas políticos Murillo de Aragão e Marco Aurélio Nogueira e o historiador Marco Antônio Villa afirmam que o Brasil enfrentará uma “tempestade”.

A divulgação das investigações da Operação Lava Jato cairá como uma bomba no Congresso Nacional. Até 100 parlamentares, a maioria do PMDB, podem ser atingidos pelas denúncias.

Essa tempestade, segundo eles, vai “estraçalhar o sistema político”. E a saída é o Congresso fazer a sua reforma política.

Os setores conservadores já se antecipam ao vendaval. O PMDB quer a presidência da Câmara dos Deputados para enfrentar essa tempestade e livrar os seus.

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O nome que tem maior força no peemedebismo é Eduardo Cunha, o rei do baixo clero. Famoso pelas suas relações com grandes empresas, como da área da telefonia, seria o fiador dos parlamentares envolvidos no escândalo.

Com apoio da oposição, Cunha presidirá a Câmara para colocar a artilharia contra o governo e o PT, repetindo o enredo construído pelos grandes meios de comunicação e pelo Poder Judiciário no caso do chamado Mensalão.

Assim, os setores conservadores querem transformar o colapso do sistema político na crise terminal do PT, além de obstruir o governo Dilma. A capacidade de resistência dos setores progressistas dentro desse Congresso é muito pequena.

O conservadorismo – que tem como um dos seus pilares o anti-petismo – tem hegemonia na Câmara. Serão mais de 250 deputados da bancada do atraso, somando ruralistas, pastores fundamentalistas e agentes da repressão, de acordo com o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). A bancada empresarial terá 217 deputados, com integrantes que se referenciam no anti-petismo.

O governo federal tem instrumentos para reorganizar a base aliada, mas a efetividade será pequena em um quadro de baixo crescimento econômico e recrudescimento da luta política, depois das jornadas de junho de 2013 e da eleição presidencial.

O PT pode insistir na tática de governabilidade institucional, via indicação de ministros dos partidos, divisão das diretorias das estatais e liberação de emendas, mas não terá nenhuma garantia de que o Congresso aprovará projetos de interesse do governo ou impedirá a criação de CPIs.

A questão central é que, se a tempestade estraçalhar o sistema político, Dilma não conseguirá governar. Assim, construir ou não uma base de sustentação será secundário, porque viveremos o salva-se quem puder.

O grande desafio das forças progressistas será sobreviver à crise institucional, que colocará em xeque o sistema político.

A maioria conservadora do Congresso, que tem dirigentes poderosos e que veem longe, já está preparando a vacina, que é a aprovação de uma reforma política ao seu gosto, ou seja, que não modifica os fundamentos desse sistema dominado pelo poder econômico.

O enredo que os setores conservadores, articulados nos grandes meios de comunicação e no Poder Judiciário, constroem é que apenas Congresso tem a legitimidade democrática e capacidade institucional para fazer a reforma política.

Um evidente contrassenso, na medida em que a sociedade exige uma reforma política profunda justamente pela falta de legitimidade de um Congresso eleito pelas regras vigentes, que colocam em xeque a institucionalidade.

A maioria conservadora quer fazer da aprovação da reforma política de Cândido Vaccarezza, com a benção do PMDB, a “redenção” do Parlamento, demonstrando que deputados e senadores admitem seus pecados e têm coragem para fazer as mudanças.

O que atravessou o samba foi a manutenção da proposta de realização de um plebiscito pela presidenta Dilma, voltado para deliberar sobre convocação de uma Constituinte do Sistema Político.

A campanha de Dilma à presidência teve como um dos eixos centrais a realização da reforma política com participação popular. Depois da vitória, a presidenta reeleita foi aos jornais de TV e reforçou a necessidade do plebiscito.

Diante dessa proposta, fortalecida pelo plebiscito popular das organizações da sociedade civil, que teve 8 milhões de votos, a maioria conservadora respondeu que essa não é a melhor forma de consultar a sociedade, mas aceitou fazer um referendo em torno do projeto aprovado no Congresso.

Depois da reação do Congresso, Dilma admitiu a realização do referendo, porque o que valeria é o conteúdo. O referendo para dizer “Sim” ou “Não” à reforma política aprovada pelos deputados e senadores, que muitos avaliam como um recuo da presidenta, pode ser o xeque mate que definirá o futuro da luta política no país.

O relatório apresentado por Vaccarezza é bastante superficial e trata dos seguintes pontos: voto facultativo; fim da reeleição; sistema eleitoral; sistema opcional privado, público ou particular para financiamento de campanhas eleitorais; fim das coligações partidárias e cláusula de desempenho partidária. (leia mais aqui)

A maioria conservadora fará da vitória do “Sim” a reconstrução da legitimidade perdida pelo Congresso, por meio da aprovação de uma reforma política que não modifica as raízes dos problemas do sistema político.

E os setores progressistas?

Às forças sociais que têm interesse em mudanças de verdade no sistema político, restará fazer a campanha pelo “Não”, uma vez que o projeto aprovado não representará as transformações que a sociedade cobra.

Assim, se colocará para o povo brasileiro a incapacidade do Congresso se auto-reformar e a necessidade de uma Assembleia Constituinte do Sistema Político. A vitória do “Não” à reforma política dos parlamentares será um não ao Congresso.

Assim, o referendo será o momento central, quando a população admitirá uma proposta feita de cima pra baixo ao gosto dos parlamentares que não querem mudar nada ou representará um salto à frente, com a deslegitimação do sistema político vigente e a convocação da Constituinte.

Os setores conservadores já atacam a proposta da Constituinte, acusando de bolivarianismo, chavismo e autoritarismo. Assim, querem enfiar goela abaixo da sociedade uma reforma política cenográfica, para conferir autoridade a um Congresso que será a trincheira da oposição ao governo Dilma.

Aos setores progressistas, o desafio é preparar desde já as bases para a legitimação dessa nova arena institucional, por meio da luta política e mobilização social, sob risco da esquerda perder a luta da reforma política e assistir o Congresso jogar no colo do governo Dilma a crise institucional que se instalará no próximo período.

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Comentários

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Jader

Bem, pode até fazer a constituinte. Desde que, após terminada a redação, ela passe por um referendo popular. Aí o povo daria um sonoro “NÃO” e a constituinte seria só mais um desperdício de dinheiro.
PS: Voto distrital puro já!

Francisco

Qualquer que seja o desafio, o PT precisa:

1) Fazer politica a seu favor e não em favor “da etiqueta”. Deixar de frescura e abestalhação, portanto.

2) Usar a caneta.

3) Possuir um megafone.

4) Usar o megafone.

5) Diminuir o volume do megafone do outro lado.

6) Escolher um lado.

7) Ficar nele.

PS. Quando Lula fundou o PT, a renda dele era mais ou menos a do que hoje é chamado de “nova classe média”. Essa tal “nova classe média” é classe trabalhadora. O que tá faltando é ela saber que esse partido, é o partido dela. E isso se faz com atos e publicidade.

    Marcelo

    Exatamente. Simples assim.

Urbano

Há doze anos que o Executivo governa a duras penas, pois o Legislativo e Judiciário não dão a mínima importância para o Brasil e seu povo. A CPMF, a Política de Participação Social, o arremedo de julgamento do mensalão do PT e o engavetamento das mais diversas zorras praticadas pelos tunganos são exemplos exuberantes disso

FrancoAtirador

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O CICLO POLÍTICO MUDOU. E A ESQUERDA, OLÍMPICA?

Por Saul Leblon, na Carta Maior , via O Palheiro

A História Não Bate à Porta, Nem Reserva Espaço na Agenda das Nações.

Independente da moderação progressista nos últimos 12 anos,
as grandes questões do poder de classe estão de volta à cena política brasileira.
Sempre estiveram presentes.

[…]

A coexistência de um Brasil urgente, vital e encorajador
com uma estrutura de comunicação anacrônica, monopolista e golpista
desequilibra e constrange as vozes que precisam ser ouvidas nessa encruzilhada da história.

A travessia não se completará de forma emancipadora se a mídia persistir
como um poder ubíquo, dotado de meios hegemônicos e recursos leoninos
para mediar a conversa do Brasil com ele mesmo.

A distorção não ocorre por acaso.

O monocromatismo dos tempos de bonança iludiu alguns e desarmou outros.

O que era conjuntural foi adotado como perene e desdobrado
em leniência organizativa, política e midiática.

Corações e mentes foram atrofiados para o embate que um dia
afrontaria violentamente a mutação social em curso,

O dia chegou.

Não porque as pupilas dilatadas de Aécio
sejam mais carismáticas que a morbidez facial de Serra.
Não porque Alckmin tenha adicionado algo
a sua empatia de azulejo branco de banheiro.

Eles são o que sempre foram.
Estão onde sempre estiveram.

A diferença que enseja a crispação nas ruas, nas manchetes e no parlamento
reflete o esgotamento de um ciclo econômico, e a vitória progressista
no primeiro round de definição do próximo.

O que eles pretendem?

Não dar tempo ao Brasil para conversar sobre o seu presente e repactuar o seu futuro.

Assim: transformando o segundo mandato de Dilma em um frango desossado da Sadia,
servido em pedaços inversamente proporcionais à métrica das urnas.

O peito farto, por favor, ali, aos senhores rentistas.

Coxa e sobrecoxa suculentas a quem não aguenta mais pagar o ‘custo Brasil’;
inclua-se no intolerável o salário mínimo das domésticas.

Ao povaréu genericamente classificado de ‘nordestino-dependente’,
que como tal votou no provedor, cumpre lambiscar a carne de pescoço.

Em vão o TSE notifica o açougue de cortes finos com os números
de um país marmorizado por conflitos mais complexos do que o mapa
‘geográfico/cultural’ retalhado no cepo de Higienópolis [em São Paulo].

Os números oficiais mostram uma votação em Dilma mais equilibrada nacionalmente
do que aquela atribuída ao rival conservador.

Fatos.

No Sul e no Sudeste ‘ricos’, o tucano Aécio Neves
teve uma supremacia contabilizada em 35,5 milhões de votos.

Mas, para a surpresa dos analistas de bico longo,
Dilma somou nas duas regiões 26,6 milhões de eleitores.

Gente ‘bem informada’ que dobrou a aposta na democracia social
que se tenta construir no país.

Receptividade equivalente não teve o candidato dos mercados no Nordeste:
num reduto onde Dilma enfileirou 20 milhões de votos,
Aécio arregimentou oito milhões de adesões; não venceu em nenhum estado.

Dilma, ao contrário, ganhou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais,
que como se sabe pertencem ao Brasil ‘fino e ilustrado’.

No berço político do rival mineiro o fez com certa ênfase pedagógica:
abriu cinco pontos de vantagem, ganhou em 71% dos municípios,
em 8 das 12 regiões econômicas e impôs ao tucano
a perda do governo do estado para o PT.
Sem requerer o esforço de um segundo turno.

Portanto, se a dinâmica macroeconômica esgotou a fase alegre dos consensos,
a verdade é que o aguçamento dos conflitos que se prenuncia
obedece a uma lógica cada vez mais transversal à geografia.

Ao jogral do Brasil aos cacos não apetece a contabilidade nua e crua
de um conflito entre privilegiados e aspirantes à cidadania plena.

Sua preferência é engessar o novo mandato de Dilma para que o próprio governo
cumpra a profecia da rejeição nacional desmentida pelas urnas.

Que fazer?

Transformar a Dilma ‘gerentona’ em um Obama cool, afogado em tibieza e concessões
até ser eviscerado nas urnas, como o democrata o foi nesta 4ª-feira?

Ou aceitar o jogo de um confronto exclamativo –
sem contrapartida crível na melhoria da vida cotidiana –
que entregará de bandeja a classe média e o empresariado
ao palanque do desgoverno e da volta da ordem?

Não há receitas a seguir.

A história de cada povo não é um artigo exportável.

Uma nação é um futuro em aberto revestido das suas circunstâncias.

Quem ergue as pontes entre uma margem e outra é o poder
e o consentimento adquiridos no xadrez da correlação de forças.

Conflitos latejantes como os vividos no país não constituem exceção.

São eles que movem a história. É importante aprender com ela.

Mais que aconselhável: é imperativo não ignorar suas lições.

Na história recente latino-americana não há episódio mais dilacerante e pedagógico
de tentativa de construção de uma democracia social do que aquele
que culminou com o golpe de Estado contra Salvador Allende, no Chile de 1973.

Repita-se: a história do Brasil não é a do Chile;
Dilma não é Allende; 2014 não é 1973; o PSDB não é a Democracia Cristã.
O PT não é e não pensa como o Partido Socialista chileno dos anos 70.

Mas referências que se imaginavam calcificadas para sempre
ecoam de novo sua pertinência como um pontão avançado do futuro que nos desafia.

Hesitar diante desse debate significa endossar
uma interdição histórica que tornará ornamental a bandeira
da construção de uma verdadeira democracia social no país.

Se a escolha não for pela resignação é preciso dar consequência a ela.

A mais urgente passeia aos nossos olhos.

Ao transbordar de forma beligerante da derrota eleitoral para as ruas e a mídia,
a ofensiva conservadora evidenciou a inexistência de uma base popular
minimamente organizada para defender não apenas os avanços
e conquistas dos últimos anos, como o próprio resultado das urnas.

‘Não endossamos os que defendem a volta dos militares’, dizem pavões tucanos;
‘mas queremos recontagem de votos e sufocaremos mandato de Dilma
entre o denuncismo midiático, a especulação financeira e o impeachment político’.

Um golpe não começa na véspera.

Seu preâmbulo pode durar meses, anos.

Das refregas colhidas em diferentes tentativas de se transitar
para uma sociedade mais justa na América Latina,
o massacre da experiência democrática chilena reúne essa dupla chave
para refletir sobre os dias que correm no Brasil:
assimetria entre organização política e transformações econômicas;
e negligência diante dos sinais emitidos pela crispação conservadora.

O custo é sabido.

Em 11 de setembro de 1973, o então comandante das Forças Armadas do Chile,
general Augusto Pinochet, calafetou as duas lacunas a ferro e fogo.

Desde então a construção da democracia social na América Latina
passou a figurar no discurso progressista como a margem distante
de um rio desprovido de pontes e embarcações de acesso.

A transição deixou de ser obra coletiva organizada
para se tornar um apanágio da correnteza do mercado.

Muitos, durante muito tempo, dentro e fora do PT,
consideraram essa como uma ‘não-questão’;
que tudo se resolveria no piloto automático do economicismo,
com avanços incrementais que se propagariam mecanicamente
pela correlação de forças da sociedade.

Pode ser parcialmente verdade em tempos de céu de brigadeiro na economia.

Mas não é mais assim e não será assim no segundo governo Dilma.

A longa convalescença da crise mundial não aponta
para um alvorecer promissor a curto prazo.

Qual é a disposição progressista para se unir, resistir à fritura e avançar?

Não se discute aqui a composição imediata do governo Dilma,
que certamente fará concessões graúdas na tentativa de obter algum chão firme
que lhe devolva o poder de iniciativa nos dias que correm.

O que se discute é a capacidade progressista de se reinventar
na disputa pela hegemonia mais ampla.

Em 2018. E mais além.

O que a experiência chilena pode acrescentar a essa reflexão?

O governo da Frente Popular de Allende ensejou certa prostração no Estado
e na sociedade diante da inércia organizativa em relação a interesses
que nunca toleraram o seu projeto vitorioso nas urnas.

Allende era o presidente de um governo minoritário no Senado e na Câmara.

Um governo invariavelmente apunhalado por um centro democrata-cristão,
que no limite não hesitou em se aliar à extrema direita do Partido Nacional
para pregar os derradeiros pregos no caixão da legalidade e da democracia.

Allende endossou no seu cálculo político dois mitos fatais:
a crença na propalada solidez de 100 anos de democracia congressual chilena
e na decantada postura profissional do Exército do país.

Foi fiel as suas ilusões.

Desestimulou e proibiu a organização operária de autodefesa.

Prestigiou e nomeou para o ministério generais “profissionais” –
um deles, Augusto Pinochet.

Sujeitou-se ao desgaste do jogo parlamentar demitindo ministros
e desautorizando iniciativas sob exigência do Congresso.

Hoje é fácil enxergar os erros e lacunas do processo chileno.

Terá o campo progressista brasileiro a mesma argúcia para se livrar
dos seus erros e omissões em tempo de a experiência em curso figurar um dia
como alternativa de transição para uma sociedade mais justa na América Latina?

Depende um pouco daquilo que Carlos Altamirano, ex-secretário-geral
do Partido Socialista chileno, disse em autocrítica curta e grossa:

‘Faltou à Unidade Popular a capacidade de prever
e alterar as formas de luta quando isto se tornou necessário.
Por exclusiva vontade das classes dominantes,
a confrontação devia produzir-se em algum momento do itinerário’.

Leia a seguir trechos de uma cirúrgica retrospectiva do processo chileno
produzida pelo historiador marxista, Augusto César Buonicore:

(http://www.opalheiro.com.br/o-ciclo-politico-mudou-e-a-esquerda-olimpica)
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FrancoAtirador

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3/nov/2014, 8h17min
Sul21

Entrevista: TARSO GENRO (PT-RS)

Excertos

“Sem Reforma Política, Regulação da Mídia
e Redistribuição Tributária,
Democracia Brasileira Permanecerá Bloqueada”

“A Elite Não Valoriza a Participação em um Governo como o Nosso,
porque, na verdade, ela quer é Aparelhar Diretamente o Poder
para Exercitar os seus Interesses sem Mediações”

“Hoje, a Classe Média está mais Aproximada do
Pensamento do Gerdau, da Competitividade”

“O Discurso de Ódio aqui no Brasil Não é uma Coisa Nova”

“Não Existe hoje um Grande Movimento Operário Politizado
em Nenhuma Parte do Mundo, Muito Menos Aqui no Brasil”

“A Reforma Política hoje é Essencial para Recuperar o Vigor
da Política e a Importância dos Partidos no Projeto Democrático”

Sul21: – Como o senhor avalia o Papel da Imprensa,
especialmente das Revistas Veja e IstoÉ,
às Vésperas da Eleição?

TARSO GENRO: – Isso é uma decorrência de um Sistema de Poder
que está montado há muito tempo no Brasil
e que hoje envolve Setores de Partidos Políticos,
Conservadores ou Não.

Envolve Grandes Meios de Comunicação Oligopolizados,
envolve uma Parte da Inteligência Acadêmica
e da Inteligência de Profissionais da Comunicação.

Envolve instituições como o Instituto Millenium, por exemplo,
que é um Exemplo de Pólo de Produção de Políticas
muito bem Elaboradas do Ponto de Vista Conservador,
que se expressam sempre de uma Maneira Suprapartidária nas Eleições
e que, ao fim e ao cabo, Convergem para uma Mobilização de Opinião
a favor das suas idéias.

Seria Muito Estranho que essa Grande Rede de Formação de Opinião
e de Produção de Políticas Apoiassem o Governo da Presidenta Dilma.

Porque essa Rede tem uma Visão de que o Estado Endividado
deve ser Obediente ao Capital Financeiro
e de que todas as Saídas para as Crises que nós Vivemos
são Saídas Modeladas pela Austeridade
e Austeridade quer dizer Poucas Políticas Sociais
e Muita Atenção com a Dívida e com o Sistema Financeiro.

Então isso se Revela, e eu tive a Honra
de ser o Denunciante dessa Fase.

Eu fiz um Vídeo, que teve 6 milhões de Acessos [na Interne],
onde eu disse ‘está em Curso um Golpismo Político Midiático’
e a partir daí alguns Jornalistas e alguns Atores Políticos,
e a Própria Presidenta, passaram a reproduzir de Maneira Direta ou Indireta
essa Formulação, que se Transformou nesse Episódio da Veja,
que foi um Episódio de Gritante Ilegalidade.

Aquilo ali é a Ponta do Iceberg, aquilo ali não é só uma Visão
da Editora Abril e nem da Família Civita.

Aquilo ali é uma Expressão Política Concreta de um Processo de Perversão da Democracia
que vem sendo feita através desses Meios, dessas Articulações,
dessa Constelação de Instituições Todas que quer Capturar
a Vontade Popular ao seu Bel-Prazer e para suas Necessidades.

Felizmente, a Presidenta Dilma Venceu a Eleição,
mas ela vai ter que passar agora por um Processo de ‘Relegitimação’ Política.
Porque esses Mesmos Grupos já estão Montando uma Espécie de Terceiro Turno
e Exigindo Dela já uma Linha de Governo que Perdeu as Eleições.

Vamos ver até que Ponto isso vai ser Eficaz do Ponto de Vista Político.

E aí vai entrar, evidentemente, a Maestria da Presidência e da sua Equipe Política
para dar Sequência ao seu Programa de Governo e não ao Programa de Governo do seu Adversário.

Íntegra em: (http://www.sul21.com.br/jornal/tarso-sem-reforma-politica-regulacao-da-midia-e-redistribuicao-tributaria-democracia-brasileira-permanecera-bloqueada)
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    FrancoAtirador

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    TARSO GENRO E O ESPÍRITO DO HOMEM PÚBLICO

    Com o Objetivo Principal de dar Alívio Orçamentário

    às Finanças Estaduais e Municipais em todo País,

    desde o início de 2011, quando assumiu o Cargo

    de Governador do Estado do Rio Grande do Sul,

    Tarso Genro vinha articulando no Governo Federal

    e no Congresso Nacional a Renegociação das Dívidas

    Astronômicas que Estados e Municípios Brasileiros

    têm com a União Federal, absolutamente Impagáveis

    devido à Cobrança de Juros Contratuais Estranguladores.

    Mesmo após haver Perdido o Pleito Eleitoral deste ano

    para um Provinciano Representante das Lojas Tumelero (*),

    Tarso, com a Altivez e a Grandeza do Espírito Público

    continuou na Luta Incansável até a Aprovação do Projeto

    no Senado Federal (**), ontem (5/11), quando mais uma vez

    se fez Presente para acompanhar a Votação no Parlamento.

    Espera-se agora que Sartori, o Novo Governador do Estado,

    não mande de novo os professores estaduais gaúchos buscarem

    ‘piso’ em Loja de Material de Construção, como fez na Campanha,

    e conceda à Categoria do Magistério do Rio Grande do Sul

    o Piso Nacional requerido, pois terá Recursos Suficientes,

    graças a quem agiu e age no Interesse de toda a Comunidade.

    *(http://abre.ai/sartori-manda-professores-rs-buscar-piso-na-tumelero)

    **(http://www.sul21.com.br/jornal/aprovacao-de-projeto-de-renegociacao-da-divida-no-senado-da-folego-as-financas-do-rio-grande-do-sul)
    .
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Gabriel Landi Fazzio

Lembrar de Lugo, mas principalmente de Zelaya:

“Consulta popular

Em 23 de março 2009, decretou a realização de uma consulta popular sobre a realização de um plebiscito concernente à convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A consulta deveria ocorrer até o dia 28 de junho e seria colocada nos seguintes termos:

Você está de acordo que, nas eleições gerais de novembro de 2009, se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte que aprove uma nova Constituição política? 13

O resultado positivo da consulta popular serviria como fundamento para que o Executivo enviasse ao Congresso Nacional, um projeto de lei sobre a colocação de uma quarta urna nas seções eleitorais durante o pleito de novembro.

A consulta foi desautorizada pelo Congresso e pelo Judiciário. Entretanto, Zelaya decidiu realizá-la, ainda que seu valor fosse meramente simbólico. Como os militares se recusaram a distribuir as urnas, o presidente demitiu o chefe do Estado Maior Conjunto, Romero Orlando Vasquez Velasquez. Este não acatou a ordem e teve o apoio dos demais comandantes, assim como do Congresso e do Judiciário.

Golpe

Afinal, no próprio dia 28, quando seria realizada a consulta popular, Zelaya é preso por tropas da polícia federal e do exército hondurenho, que o colocaram em um avião, com destino à Costa Rica. O Judiciário hondurenho anunciou que dispunha de provas suficientes para processar Zelaya por 18 delitos, incluindo traição à pátria e descumprimento de 80 leis aprovadas pelo Congresso.”

O Mar da Silva

Alguém já pensou que o sr Eduardo Cunha pode não ser o presidente da Câmara?

A disputa não parece ser tão fácil como querem pintar alguns ‘analistas’.

Esse mesmo Eduardo Cunha e seu bloco conservador foi derrotado na MP dos Portos.

O PT tem o caixa. E isso não é nada superficial. Além disso, há dívidas de estados e municípios que serão usadas como moeda de troca também.

Deputado conservador também tem interesse local e precisa de verba para manter seu eleitorado.

Ninguém

Plebiscito já! Constituinte exclusiva eleita em dois turnos e sem financiamento empresarial!!!

Léo

“Fim da reeleição: Ficou estabelecido que os mandatos para cargos do executivo serão de quatro anos sem reeleição”

Um equivoco, o principal problema não é o executivo e sim o legislativo. Metade deles estão lá aa pelo menos 30 anos, porque as grandes reformas não andaram?
Quem legisla?

A presidencia da republica nesse caso é o de menos. Será que não pararam pra pensar a desestabilização da economia entre um e um ano e meio ano antes das eleições presidenciais?

FrancoAtirador

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Nosso problema maior em todo o País

é a Mídia-Empresa Corrupta Fascista

que ‘desensina’ @s braSileir@s a votar.

Se dependesse de decisão exclusiva

dos donos das Empresas de Comunicação,

não haveria eleições aqui no BraSil;

eles próprios escolheriam um presidente,

os deputados, os senadores e os juízes.
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Liz Almeida

Sem querer ser pessimista, que não é do meu feitio, mas temo que num possível referendo a maioria dos votos seja ‘sim’ para as barbaridades que o Congresso há de propor. Toda a mídia nativa irá batalhar por isso, e é espantosa a onda conservadora que vem atingindo o país.

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