Scalzilli: Aécio, a nova Marina; ou como a mídia infla o tucano

Tempo de leitura: 2 min

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Aécio é a nova Marina

 por Guilherme Scalzilli (*), em seu blog

O exagero em torno da “surpreendente” votação de Aécio Neves amplifica o modesto triunfo de superar Marina Silva, candidata frágil e sem estrutura partidária. Também contribui para ofuscar a vexatória derrota do ex-governador em Minas Gerais.

Repetindo o “furacão Marina”, a grande imprensa agora constrói um Aécio de mitologia esportiva, lutador incansável e habilidoso que dribla obstáculos rumo ao pódio. Os discursos da superação e da virada substituem o da esperança novidadeira que há pouco dominava as referências à pessebista.

Com Aécio, os analistas voltam a supervalorizar a força da sua candidatura preferida. É o mesmo autoengano que fez de Marina a salvadora da oposição, dando-lhe um favoritismo ilusório que no final das contas só a prejudicou.

Os 33% do mineiro foram inesperados apenas sob a ótica das pesquisas. É o aporte histórico do oposicionismo nos anos petistas, que oscilou na direção de Marina e retornou a Aécio no embalo das definições estaduais, particularmente em São Paulo. O cenário atual parece o de 2006, quando Lula venceu Geraldo Alckmin com certa facilidade.

Há um desmesurado respeito pela dianteira paulista de Aécio. A vantagem de Dilma no Nordeste foi duas vezes maior. A base federal elegeu governadores em 10 estados, acumulando 15 milhões de votos que podem migrar dos vencedores para Dilma. O PSDB recebeu o mesmo contingente em São Paulo e no Paraná, mas só ganhou ali.

A estratégia petista acertou ao favorecer um segundo turno contra Aécio. Ele não é tão competitivo quanto Marina seria. A sombra dos anos FHC, o repertório escandaloso dos tucanos e os episódios constrangedores do próprio candidato fornecem um volume de material negativo que jamais teria equivalente na ex-senadora. Os vídeos em que Aécio figura, digamos, confuso, ilustram o tamanho do problema.

A polarização PT x PSDB favorece Dilma. Primeiro graças à comparação entre os governos federais de ambos os partidos. Segundo porque, neutralizado o cabo-de-guerra da corrupção, os tucanos são associados a plataformas impopulares (privatizações, desemprego, arrocho) que o eleitor repudia de forma quase inercial.

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O apoio formal de Marina soa irrelevante. Nem mesmo as poucas centenas de sinceros adeptos da Rede migrarão para Aécio automaticamente. Boa parte da militância do PSB simpatiza com o lulismo ou repudia a herança do PSDB. Esse grupo é bem maior do que um terço dos votos que Marina recebeu, parcela suficiente para eleger Dilma.

Não se trata de amenizar as dificuldades do PT, mas de impedir que seus militantes incorporem o alarmismo da mídia tucana. Sabíamos desde o início que a disputa final seria acirrada, e contra esses adversários. A imprevisibilidade histérica é uma criação propagandística para moldar a campanha ao perfil de Aécio Neves.

O factoide sedutor da novidade ruiu com Marina e desmoronará também com Aécio. Basta a coordenação petista seguir o roteiro combativo das eleições passadas. Não há razão para pessimismo. Não, pelo menos, entre os adeptos de Dilma Rousseff.

 (*) Guilherme Scalzilli é historiador e escritor.

PS do Viomundo: Como diria o Chacrinha, eleição só acaba quando termina.

Leia também:

Rogério Correia: “Se tudo for investigado, Aécio acaba preso”

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Comentários

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Mailson

Publicado em 11/10/2014
Coimbra: Aécio precisa
de 80% da Bláblá
Na hora da verdade, 80% dos marineiros votam num tucano ?

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De Marcos Coimbra, sempre sereno e agudo, na Carta Capital (em que Mino entrevistou Lula e Lula foi pra cima do FHC, o lorde de Higienópolis):

“Quanto mais eleitores de Marina Silva optarem pelo voto branco ou nulo ou pela abstenção, maior a dificuldade de Aécio Neves no segundo turno.”

“A eleição vai terminar como se imaginava … numa disputa entre PT e PSDB…”

“… para o eleitor mudar de voto … é necessário mais que uma onda”

“… haverá uma nova eleição para os 22 milhões de eleitores de Marina e os 3,7 milhões que preferiram os outros oito candidatos.”

“Se todos os eleitores de Marina votarem nominalmente, (isto é, dividirem-se entre ele e Dilma), o mineiro precisa receber cerca de 70% dos marinistas. Se alguns preferirem não votar em ninguém… a taxa de aproveitamento do tucano terá de ser mais elevada. Na hora da verdade, será possível levar 80% dos eleitores de Marina a votar num candidato do PSDB ?”

Mailson

http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/10/11/coimbra-aecio-precisa-de-80-da-blabla/

Publicado em 11/10/2014
Coimbra: Aécio precisa
de 80% da Bláblá
Na hora da verdade, 80% dos marineiros votam num tucano?

De Marcos Coimbra, sempre sereno e agudo, na Carta Capital (em que Mino entrevistou Lula e Lula foi pra cima do FHC, o lorde de Higienópolis):

“Quanto mais eleitores de Marina Silva optarem pelo voto branco ou nulo ou pela abstenção, maior a dificuldade de Aécio Neves no segundo turno.”

“A eleição vai terminar como se imaginava … numa disputa entre PT e PSDB…”

“… para o eleitor mudar de voto … é necessário mais que uma onda”

“… haverá uma nova eleição para os 22 milhões de eleitores de Marina e os 3,7 milhões que preferiram os outros oito candidatos.”

“Se todos os eleitores de Marina votarem nominalmente, (isto é, dividirem-se entre ele e Dilma), o mineiro precisa receber cerca de 70% dos marinistas. Se alguns preferirem não votar em ninguém… a taxa de aproveitamento do tucano terá de ser mais elevada. Na hora da verdade, será possível levar 80% dos eleitores de Marina a votar num candidato do PSDB ?”

Zecabravo

Programa da Dilma x Entrevista com ex-agente da CIA

a) Segundo programa da Dilma no horário eleitoral gratuito: bom, muito bom, mas ainda insuficiente.

https://www.youtube.com/watch?v=8j66GpeKgnM

b) Trecho do documentário Zeitgeist Addendum. John Perkins, ex-agente da CIA e autor do livro “Confissões de um Assassino Econômico”, fala de como funciona a tática de guerra econômica usada pelos Estados Unidos para subjugar nações.

http://youtu.be/vO8vPa_H71g

Veja estes dois vídeos antes do segundo turno e me responda quem vai aceitar propina se ganhar a eleição

http://youtu.be/vO8vPa_H71g

Feitosa

Dilma, Lula, o PT, os ministros e todos os aliados da reeleição de Dilma deveriam realizar um grande evento para denunciar de forma clara e direta para a população brasileira, este golpe que a imprensa golpista esta fazendo. Só assim poderemos fazer o Brasil e os brasileiros acordarem.
Isto tem que ser logo…

Fabio

Cabe ao PT agora se ajoelhar a midia golpista e se render de vez ou se levantar e enfrentar o golpismo dessa imprensa suja e extremista.

Amaro Doce

Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, tem razão: “Com o país dividido, Dilma terá que denunciar a mídia”.

E é pra já.

http://www.blogdacidadania.com.br/2014/10/com-o-pais-dividido-dilma-tera-que-denunciar-a-midia/

Urbano

Triste de um povo que nem sequer sabe escolher autoridades competentes e íntegras, para o comando do seu país.

Elcio Trombini

As manifestações de 2013 não tiveram motivações principalmente políticas, grande parte delas foi espontânea engatilhada pelas redes sociais e gerou “novos grupos” de pessoas supostamente interessadas por política… Após as primeiras manifestações, eu passei a acompanhar notícias em tv, portal de notícias da internet, artigos de revistas, jornais e por fim nos blogs progressistas (esta última, é de longe a fonte mais profissional e humanizada de notícias). Nestes 15 meses, notei que a grande mídia ao lado dos bancos se articulou muito bem. Disparou “informações” rasas (críticas à Dilma em artigos de economia, abordagem insistente do mensalão na tv e anti-PTismo nas redes sociais) que convenceu grande parte dos supostamente sem tempo para ler, e praticamente todos os imediatistas e os preguiçosos.
Estas informações rasas e parciais atingiu uma gigantesca faixa de “classes sociais”: Parece que o anti-PTismo conquistou adeptos de pessoas com faixa salarial bem distintas, ao menos aqui na capital de SP…
A grande mídia dedicou pouco tempo para elogiar Aécio e o PSDB porque sabia que os ataques ao PT seriam muito eficazes num país aonde todos supostamente vêem corrupção no estado e certamente quase ninguém vê os crimes e falcatruas das grandes corporações.

Concluo que se o anti-PTismo colou em mais regiões do Brasil, como colou em SP, Aécio tem tudo para decolar e ganhar as eleições com o combustível fornecido pela grande mídia e pelos bancos (economistas e toda a direita), mas o que vai acontecer com esse avião após as eleições eu só posso fazer uma dedução:

O aviãozinho não vai aguentar muito tempo carregando o Brasil, devendo se estatelar no abismo que a direita sempre se recusa a enxergar: O abismo da desigualdade e da falta de infraestrutura.

FabioT

fala-se muito na midia, mas e o PT? qual a culpa do PT? o partido e seus dirigentes se acomodaram, empurrando com a barriga, foram arrogantes, teimosos e covardes, achando que bastava viver do que fez e do lula, ja não é suficiente. Não adianta reclamar do julgamento do mensalão, sem falar de gurgel, janot, barbosa, fux, ayres brito e quetais. Não adianta dar incentivos fiscais a empresarios que só engordaram lucros e punir o trabalhador com tabela do IR, fator previdenciario. Depois de 12 anos apanhando calado, sendo caluniado, achando que controle remoto resolvia tudo, o governo quer politizar a eleição aos 44 do 2º tempo? Quer fazer em 3 semanas o que não foi feito em 12 anos ? o PT(seus dirigentes, não falo da militancia) parece mulher de malandro

Aracy

É isso aí! Pessimismo não! Deixemo-lo para os dias muito melhores que certamente virão.
A eleição só acaba quando termina, e Dilma se sagrará vitoriosa.

O Mar da Silva

Importante seguir o rumo e combater os atrasos do PSDB, mostrando os avanços do PT. E fazer uma autocrítica, já que ninguém é de ferro.

Repito Aécio não suportará uma semana de horário eleitoral.

FrancoAtirador

.
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Precisões sobre o balanço eleitoral

Não há motivo para surpresa,
nem com a votação de Aécio Neves,
nem com a realização de segundo turno.
Só ficou surpreso quem subestimava os adversários.

Por Valter Pomar*, na Carta Maior

[…]

Do ponto de vista eleitoral … é correto perguntar:
não estaria em curso uma guinada conservadora
e se esta guinada não ajudaria o Aécio Neves a se eleger?

O aumento do conservadorismo é real. Mas qual sua origem?

Ele é produto de uma combinação de fatores:

a) uma reação até certo ponto espontânea
de parcela dos setores médios,
especialmente contra sua perda de status;

b) uma ação deliberada da direita partidária,
do oligopólio da mídia;

c) no período mais recente, o reforço
vindo também de parcelas majoritárias
do grande empresariado.

Esta reação conservadora poderia ter sido neutralizada
pela classe trabalhadora e pelos setores médios progressistas.

Mas para que conseguíssemos isso, seria necessário um esforço
de democratização da mídia, uma política educacional e cultural mais ousadas,
uma ação de organização e formação política mais intensa etc.

Como sabemos, entretanto, nestes últimos anos, parcelas importantes
do empresariado capitalista e dos chamados setores médios giraram para a direita,
mas na classe trabalhadora, que é maioria, não houve um giro equivalente para a esquerda.

Se essa nova geração que entrou no mercado de trabalho agora,
devido às políticas do PT, tivesse acesso a uma mídia
e uma educação mais democrática, teria virado para a esquerda.

Como isso não ocorreu, no jogo de vetores o que vem prevalecendo
é a ideologia dos dominantes, a tal guinada conservadora.

Por este motivo, os governos, os parlamentares, os partidos
e os movimentos sociais do campo democrático
vão ter que fazer nos próximos 4 anos
o que não fizemos nos últimos 12.

Entre outras coisas, um esforço redobrado de sindicalização
e organização popular, de democratização da mídia,
de mudanças nos currículos educacionais e nas políticas culturais.

Esta situação é um dos efeitos colaterais da estratégia de mudança sem ruptura.

Mudança sem ruptura parece para muita gente uma boa coisa.

Mas ela tem um pressuposto: fazer concessões aos inimigos.

A conta só fecha se, com o passar do tempo, os inimigos deixarem de ser tão inimigos.

Mas o que ocorre na vida real?
Na vida real, apenas das concessões, os inimigos se tornaram ainda mais inimigos.

E graças as concessões que fazemos/fizemos, eles não apenas mantiveram,
como também ampliaram os meios de que dispõem para agir contra nós.

Ao mesmo tempo, certas concessões que fazemos/fizemos
dividem nosso campo, nos impedem ou pelo menos reduzem
nossa capacidade de ganhar amigos e fortalecer nosso lado.

Moral da história: tendência ao fortalecimento deles e enfraquecimento nosso.

Alguma hora vai parar de funcionar, simples assim.

Por tudo isto é que insisto: não podemos mais esperar
para fazer a reforma do sistema político,
nem para democratizar a comunicação.

Isto não nos impedirá de ganhar estas eleições presidenciais de 2014,
mas se isso não for tratado, daqui até 2018, tende a se tornar um problema incontornável.

Vamos ganhar a eleição presidencial, com um Congresso
mais complexo (digamos assim) do que o atual.

Mas existe muita coisa que poderia ter sido feita
e que pode ser feita em termos de democratização da mídia,
independente da aprovação ou não da Lei da Mídia Democrática.

Assim como há muita coisa que pode ser feita em favor da reforma política,
independente ou em paralelo a tramitação institucional das propostas a respeito.

O fato de não termos conseguido realizar uma reforma política,
nem a democratização da mídia, criou uma contradição:
continuamos ganhando a eleição presidencial, mas naquele terreno
onde as deformações do sistema político-eleitoral são mais evidentes,
que é o Congresso, a gente começa a ter queda na nossa representação.

Por isto nossa bancada reduziu em números absolutos.
Claro que a queda na representação parlamentar federal
está concentrada em estados como São Paulo e Pernambuco,
mas isto é a materialização de um problema mais geral,
a saber: entre 1994 e 2002, nós avançamos no terreno institucional,
tanto nas presidenciais, quanto nos parlamentos, quanto nos governos estaduais.

Entre 2002 e 2010, nós oscilamos para cima e para baixo,
mas mantendo o mesmo patamar.

Já entre 2011 e 2014 começou um movimento de redução
de nossa presença institucional, que fica evidente agora.

Ou seja, até então estávamos batendo no teto.
Agora, começamos a cair. Contudo, esta onda conservadora
não vai favorecer Aécio no segundo turno.

Na verdade, ela já favoreceu Aécio no primeiro turno.

Ele não será mais favorecido no segundo turno
porque –como aliás demonstram as pesquisas–
o povo é majoritariamente progressista
no terreno da política econômica e social.

Sabendo disto, Aécio vai tentar fazer dois movimentos.

Por um lado, vai tentar colocar o debate sobre a corrupção no centro da pauta;
por isto nós –sem fugir do debate sobre a corrupção–
devemos colocar as políticas econômicas e sociais no centro da pauta.

Por outro lado, Aécio vai tentar “dourar a pílula” de seu programa,
vestir seu neoliberalismo com as vestes da “nova política”.
Para atingir tal objetivo, ele busca desesperadamente
o apoio de Marina Silva e do PSB,
pois desta forma ele pretende neutralizar
parte dos efeitos negativos da herança tucana.

Por isto, sem deixar de fazer a comparação entre o que fizemos
e o que fizeram os tucanos, nós devemos ser capazes de apresentar
um programa convincente acerca do que faremos,
acerca do que será o segundo mandato Dilma.

Pelas razões apontadas, é claro que um segundo turno com Aécio
é melhor para o PT do que uma disputa com Marina.

É muito menor a chance das pessoas se iludirem com as propostas de Aécio:

ele é um playboy, representante do capital e dos setores da elite.

É jogo mais claro, o que não significa jogo mais fácil.
São dois projetos distintos para o país,
que vão se enfrentar pela sétima vez desde 1989.

Falando em tese, seria mais difícil ganhar um segundo turno
contra alguém que já fez parte do governo, da base aliada, do PT.

Vale reconhecer, entretanto, que Marina cometeu o erro
(do ponto de vista dela, é claro, pois para nós foi um “favor”)
de ter se “convertido” muito explicitamente e muito rapidamente,
mostrando que a suposta terceira via não era mais do que um sucedâneo
da segunda via, da via tucana, neoliberal.

No segundo turno, os votos recebidos por Marina vão se dividir.

O eleitorado dela é composto de vários segmentos:
uma parte vem desde 2010, que é de gente que não é tucana
mas está insatisfeita com o PT;
tem uma parte que ela agregou nessa reta final,
que é de gente de direita que viu nela uma chance
de derrotar o PT e voltou para o Aécio;
tem uma parte que é progressista e quer mudança etc.

Neste contexto, qual efeito terá a votação do estado de São Paulo?

Minha opinião é que a vantagem que Aécio obteve no primeiro turno em São Paulo
não impede nossa vitória presidencial no segundo turno.

Entretanto, pensando não apenas no segundo mandato da Dilma,
mas também no desafio de mudar profundamente o país,
o quadro de São Paulo é muito grave.
O governo de Alckmin é um governo de m….,
mas ainda sim um setor do eleitorado vota nele.
Por qual motivo isto ocorre?
Na minha opinião, por vários motivos, nenhum deles misterioso.

Um destes motivos é: em São Paulo concentra-se o grande empresariado
que está operando para nos derrotar;
concentram-se, também, os setores médios antipetistas;
concentra-se, ainda, o setor da classe trabalhadora
que tem dúvidas e desconfianças contra nós.
Aliás, quem gosta de falar que vamos transformar o Brasil
num país de classe média deveria olhar para São Paulo
para perceber o risco que isto significaria, se fosse verdade.

Outro dos motivos é: durante décadas, São Paulo beneficiou-se
do atraso relativo do restante do país.

Nós, desde 2003, estamos trabalhando para tirar o conjunto país do atraso.

Para superar o atraso, é preciso dar mais a quem foi historicamente prejudicado.

A elite paulista reage a isto da mesma maneira
como certos setores médios reagem à melhora de vida
das camadas populares: consideram isto uma perda de status.

Alguém já disse, creio, que o regionalismo de São Paulo é nossa questão meridional.

Um terceiro motivo sobre o qual prefiro falar depois de 26 de outubro
é o comportamento do PT em geral, mas especialmente no estado de São Paulo.
A esse respeito, deixo registrado para comentários posteriores
a não eleição do deputado Candido Vaccarezza.

Por fim, vamos ganhar o segundo turno da eleição presidencial.

Para isso, devemos:

a) recuperar cerca de 4 milhões de eleitores que perdemos em comparação com 2010;

b) atrair a parcela progressista do eleitorado de Marina;

c) atrair parcela dos votos não válidos do primeiro turno;

d) tentar manter neutros os demais segmentos.

Tomando como base as pesquisas de primeiro turno,
consideramos que estes votos que perdemos são:

a) socialmente, de jovens trabalhadores;

b) residentes nos grandes centros urbanos;

c) e de pessoas com simpatias à esquerda.

Para ganhar aqueles setores, será preciso manter a linha geral de campanha.

A saber: mobilização máxima, politização máxima e máxima polarização programática.

Não basta a comparação de governos.
Será preciso apresentar propostas programáticas claras,
que apontem o sentido geral do novo ciclo que se pretende abrir
no segundo mandato Dilma com “Mais Mudança”.

É o caso da reforma política, através de uma Constituinte exclusiva;
da democratização da comunicação;
da reforma tributária progressiva;
das 40 horas de jornada;
da revisão do fator previdenciário;
da criminalização da homofobia;
da revisão dos índices de produtividade agrária.

Paradoxalmente, se mantivermos esta linha, estaremos criando as condições
não apenas para a vitória, mas também para um segundo mandato
mais avançado, mesmo que em condições mais difíceis.

* Valter Pomar é Líder da Articulação de Esquerda (AE),
Tendência Interna do Partido dos Trabalhadores.

Íntegra em:

(http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Precisoes-sobre-o-balanco-eleitoral/4/31938)
.
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marcos

Parece muito claro o papel desempenhado por Globo & Cia : Vencer a guerra antes dela começar. Abater moralmente o adversário. Convencer sua tropa de que o combate será em vão. Sabem que, se conseguirmos nos mobilizar, respirar fund, estufar o peito e ir à luta, não tem pro Aecim. Tá faltando alguum fato capaz de provocar a reação….

Ricardo CP

O Aécio vive falando da corrupção do PT, corrupção do PT, corrup…, mas veja só qual é o partido mais ficha suja do Brasil: PSDB! E em que posição fica o PT neste ranking? Lá embaixo, num mero oitavo lugar, apesar de seu tamanho (quantidade de candidatos). Isso tem que ser colocado fortemente na campanha! Fonte: Políticos cassados pela lei da ficha limpa pelo TSE e TREs, publicado na Folha e republicado em vários lugares, por exemplo, em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/09/psdb-partido-mais-sujo-brasil-ranking-justica-eleitoral.html

Gustavo

A reputação do futuro ex-salvador da pátria é difícil de ser apagada
https://www.facebook.com/pages/A%C3%A9cio-de-A-a-Z/461826043959382?ref=hl

L@!r M@r+e5

Concordo com o autor do artigo. Não existe PSDB no primeiro turno com menos de 30% dos votos.
Vou além. Para mim, o modelo matemático dos institutos de pesquisa estão desatualizados e precisariam ser revistos.

Mauro

Pela reeleição de Dilma,que seus Ministros ocupem o horário eleitoral falem de suas pastas de suas atuações no Governo mostrem um governo Republicano,poupem um pouco a Dilma .

claudio

concordo plenamente! tenho conversado com alguns eleitores da marina q nem todos vai votar no aecio…uns vai votar anular votar em branco e alguns vai votar na Dilma..isso aqui no acre

emerson57

O que quer a direita?
1° 340 BILHÕES de dólares do caixa das divisas,
2º um présal cheio de petróleo,
….precisa continuar?

Leo V

A questão é que nessa eleição está imperando o voto irracional contra o PT.

Pro mais argumentos que se tenha, de números e experiência histórica, existe uma massa hoje doutrinada pela mídia que se tornou afetivamente “tem que tirar Dilma”. Fora que o PT tem muito menos espaço para mostrar o podre do adversário.

    rezende

    Leo, esses aí sempre votaram contra o PT.
    não se deixe abater.
    eles estão fazendo o papel deles
    façamos o nosso.

Antônio

Muita gente acha que o atual governo foi só para a classe baixa.
Não. Foi bom para a média.
O montante de crédito, especialmente pela Caixa Econômica, proporcionou muitos adquirirem seu imóvel ou ampliar a quantidade.
Num governo mais liberal que o que aí está vai haver uma limitação de crédito e muita gente vai sair prejudicada, apesar disso ser mais eficiente para conter qualquer perspectiva de aumento inflacionário.
Os financiamentos de imóveis e automóveis sofrerão ajustes para cima.
Não é só os pobres que serão prejudicados.

FrancoAtirador

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Sobre o PS do Viomundo

Parafraseando um Filósofo do Futebol:

Eleição é assim mesmo:

“Ou se perde,
Ou se ganha,
Ou se empata”

Mas depende de alguns fatores:

do Local da Partida;
da Escalação dos Times;
das Torcidas dos Clubes;
das Estratégias dos Treinadores;
do Desempenho dos Jogadores;
da Atuação do Trio de Arbitragem…

E o Resultado só é conhecido,
após o Apito Final do Árbitro.
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    Sidnei Brito

    “Eleição e mineração, só depois da apuração” – Dizem que do avô de Aécio.

    “Política é como as nuvens: você olha agora, está de um jeito; olha daqui a pouco, já mudou”. Em minha escrita livre (mas a ideia é essa) é atribuída a outro mineiro: Magalhães Pinto.

    Também já disse que o quadro atual se parece com 2006, quando Lula venceu com folga um “embalado” Alckmin no segundo turno (e não Serra, como disse Scalzzilli).

José Estanislau Filho

Artigo esclarecedor, mas não será fácil derrotar a Globo & Cia

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