Toni Reis: Postura de Fidelix contribui para assassinatos de LGTB

Tempo de leitura: 2 min

Homofobia não

Fascismo homofóbico no debate presidencial

“Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias.” (Mahatma Gandhi)

por Toni Reis, via e-mail

Segundo sua Constituição, o Brasil é uma república democrática. Entra outras coisas, isto significa a participação igualitária direta ou indireta do povo no governo do país. Não significa que a maioria pode impor sua vontade às minorias, e nem o contrário. Significa que todos e todas têm voz e vez.

No debate na Rede Record no dia 28/09/2014 com candidatos/as presidenciais, o candidato Levy Fidelix (PRTB), numa postura que não condiz com o cargo que pleiteia,  desafiou em relação às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT): “Vai para a [avenida] Paulista e anda lá e vê. É feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los”, demonstrando uma posição fascista de desrespeito à democracia brasileira e de incitação de ódio contra uma parcela da população.

Mais do que isso, equiparou equivocada e preconceituosamente a homossexualidade à pedofilia, taxou as minorias sexuais de doentes e incentivou a prática de sua marginalização e exclusão social; “o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente seja atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente. Bem longe, mesmo, porque aqui não dá”.

São demonstrações de intolerância como essas que contribuem diretamente para os pelo menos 310 homicídios e 9.982 denúncias de violações dos direitos humanos de pessoas LGBT no Brasil apenas no ano de 2012, registrados no “Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil”, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Estes não são dados isolados; se reproduzem todos os anos inclusive em função da veiculação em meios de comunicação, incluindo concessões públicas, de falas como essas do candidato Fidelix.

E se tivesse feito afirmações depreciativas sobre a população negra ou judaica, por exemplo, qual teria sido a reação pública e a pena criminal que o candidato teria que “enfrentar”?  Ele não escaparia ileso. Basta ver o caso recente do goleiro Aranha.

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Peço que o Conselho Federal de Psicologia se posicione urgente e publicamente sobre a não patologização da homossexualidade, em consonância com a Resolução WHA43.24, da 43ª Assembleia Mundial da Saúde, de 17 de maio de 1990.

Peço que o Tribunal Superior Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral atendam as representações pela cassação do registro da candidatura de Levy Fidelix.

Peço que o Supremo Tribunal Federal julgue como procedente a ação que pede a criminalização da homofobia.

Peço que a Rede Record dê direito de resposta à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), entidade de representação nacional da população LGBT.

Acima de tudo, peço seriedade e respeito a todas as pessoas no processo eleitoral brasileiro.

Concluo com as palavras de Rosa Luxemburgo: “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.

Toni Reis é ex-presidente da ABGLT. É doutor em educação e é casado há 25 anos com David Harrad. São pais de 3 filhos, de 13, 11 e 9 anos. Defendem todas as formas de família e o respeito à diversidade humana..

 Leia também:

OAB quer cassar Fidelix por homofobia; leia o que ele disse na Record

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Comentários

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Urbano

O pior é quando fedegosos mais diversos resolvem falar em nome de Deus… A porcentagem para Presidente do Brasil está nesse nível, imagine-se então a desgraceira nesse mundão afora.

FrancoAtirador

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Sugere-se ao Ministério Público

que faça uma busca rápida no Google.

É uma forma de encontrar homofóbicos

e os respectivos incitadores ao crime.

(http://migre.me/m1uh6)
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FrancoAtirador

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COMETA G.A.F.E.* DÁ O MOTE PARA AÉRIO NAVES (PSDB)

PARA O DEBATE DA TV GLOBO ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO:

Semana de Terrorismo com a Segurança Pública.
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FrancoAtirador

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Ter, 30/09/2014 – 12:43
Blog de Arnóbio Rocha, via GGN
[por sugestão de Urariano Mota]

O dia em que o Comentarista de Portal virou Sequestrador
A Farsa do Sequestro de Brasília: Ação do Desespero.

Por Arnóbio Rocha

Este ano escrevi dois textos sobre a questão do ódio na internet
(O Paciente Trabalho para Plantar o Ódio nas Redes Sociais*
e Os Zumbis das Redes Sociais**).

São reflexões sobre o comportamento extremado e de ódios cultivados pela grande mídia que ganha corpo e amplitude nos comentários de portais e nas redes sociais, principalmente no Facebook e Twitter, o que já existia no Orkut, mas sem a mesma repercussão de hoje.

Formou-se uma geração de zumbis
que se retroalimentam pelo ódio amplo,
aos partidos, em especial ao PT.
O Ódio racial e sexual.

Em Brasília, hoje, Jac de Souza Santos, de 30 anos, ex-candidato a vereador, pelo PP (partido de Bolsonaro e Maluf [e de Ana Amélia]), de Combinado, uma pequena cidade do interior de Tocantis.

Ativo frequentador das redes sociais resolveu sair “cercadinho”, dos comentários de portais e partir para o desespero.

Invadiu um hotel, sequestrou um funcionário de 70 anos, colocando um colete, com aparentes bombas, ameaçando explodir tudo.

Uma pauta confusa, mas bem apropriada da Direita radical:
Extradição de Cesare Battisti, aplicação da ficha limpa
e renúncia de Dilma, armou um circo por sete longas horas.

A ação extremada do típico “cidadão-Veja”, dos anos e anos
sendo alimentados com ódio ao PT,
até me admiro não ter acontecido antes,
este tipo de ação estúpida é o resultado, não produto.

O “Cidadão-Veja” saiu das caixas de comentários
e partiu para o sequestro e ameaça.

A frustração por mais uma iminente derrota eleitoral.

Este coitado é reflexo perfeito da mídia canalha,
da escandalização contínua, do assassinato de reputações.

Analisando as postagens dele no Facebook percebe-se um típico comportamento de cidadão classe média, com assídua vivência nos portais de mídia:
1) Ódio ao PT;
2) Fã de Joaquim Barbosa;
3) Torcia ardentemente pelo #NãovaiterCopa,
como forma de ter uma explosão social;
[4] Por fim, triste com morte de Campos.

Quase todos os posts fala de “corrupção” no Brasil,
um repetidor de chavões da grande mídia.

Um dos posts ele “dialoga” com o ex-candidato do PSB, Eduardo Campos,
ele se vê quase como um “vingador”,
escrevendo sobre a baboseira de que “não vai desistir do Brasil”.

A mídia tratou logo de vinculá-lo de alguma forma ao PT,
pois o hotel da farsa era o Saint Peter,
que daria um emprego a José Dirceu,
mas qual a relevância de dizerem que o Hotel,
onde ocorre o sequestro, quis empregar o José Dirceu,
fora a IMBECILIDADE e ÓDIO ao PT?

É a prática canalha, que cria e amplifica este tipo de ódio visceral.

Por outro lado, a militância do PT buscou informações
sobre quem seria o “terrorista”
e logo descobriu seus vínculos partidários.

Penso que é melhor esquecer que ele foi candidato pelo PP, aliado ao PSDB.

A ação dele é típica do frustrado, do ódio alimentado nestes últimos anos.

Tentar envolver partidos não ajudará nada,
nos igualamos a midiona dizendo que o hotel
era o do ex-futuro-empregador do Zé Dirceu.

É ação individual.

Devemos nos ater a entender como a mídia tem responsabilidade direta
neste extremismo, pela escandalização gratuita,
por não filtrar os comentários mais ofensivos,
a ampla permissividade dos portais, que amplifica o ódio
e deseduca o país.
É a oposição pela oposição, que não constrói.
Então, numa hora, sai do armário e pratica um grave crime.

O meu grande receio é que o sequestrador seja a próxima atração do programa da Fátima Bernardes, depois Jornal Nacional, uma exclusiva com o Casoy, um papo com William Waak e fechando com o Jô.

No domingo vira atração do Faustão e matéria cheia de espetáculo no Fantástico.

Quem sabe em janeiro esteja no BBB15?

(*) http://arnobiorocha.com.br/2014/04/17/o-paciente-trabalho-para-plantar-o-odio-nas-redes-sociais
(http://bit.ly/1pEbxhM)
(**) http://arnobiorocha.com.br/2014/04/24/os-zumbis-das-redes-sociais (http://bit.ly/1u9e3D1)

http://jornalggn.com.br/noticia/o-dia-em-que-o-comentarista-de-portal-virou-sequestrador-por-arnobio-rocha

Júlio De Bem

As palavras são bonitinhas até. Mas o senhor aí que escreveu o texto também não é muito tolerante a opiniões contrárias a sua. Não sou homofóbico, não gosto do fidelyx, tenho ojeriza a pastores e a Jair Bolsonaro. Mas fatos são fatos.

Lá em casa me ensinaram que pra ter respeito, é preciso respeitar.

https://www.youtube.com/watch?v=UkeYgzdKaVE

    J Fernando

    Onde o autor do texto mostrou intolerância?
    Pedir para demonstrar tolerância com incitação à homofobia é surreal…
    Você é um dos homens “De Bem” da Marina?

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