Wadih Damous: Mídia silencia sobre plebiscito da reforma política

Tempo de leitura: 3 min

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A Grande Imprensa Tratou De Erguer Uma Cortina De Silêncio Em Torno Do Plebiscito Popular Da Reforma Política, O Que É Compreensível. Ela Vê Com Desconfiança Qualquer Mobilização Popular.

por Wadih Damous, no Pragmatismo Político

Muitas das mazelas relacionadas ao exercício da política no Brasil podem ser superadas com uma reforma que atinja alguns objetivos.

Limite radicalmente o peso do poder econômico nas eleições, revendo as formas de financiamento de campanhas, o que ajudará a diminuir a corrupção e não fará mais de certos parlamentares reféns dos doadores.

Garanta a fidelidade partidária, fortaleça os partidos e diminua seu número, pondo fim às legendas de aluguel, outro foco de corrupção.

Redefina o papel do Senado e ponha fim à figura do suplente de senador, portas de entrada no parlamento para figuras sem representatividade política ou social.

Dê o mesmo peso ao voto de cada eleitor na escolha dos deputados federais, independentemente de seu estado de origem. Hoje o voto de um eleitor dos estados pequenos tem mais peso do que o de um estado mais populoso.

Não há quem, no Brasil, negue a importância do debate sobre essas questões e outras mais. Ocorre, porém, que, em muitos casos, isso acontece apenas da boca para fora. Um grande número de deputados e senadores não tem coragem para defender de forma explícita que tudo fique como está, mas, na vida prática, faz de tudo para impedir qualquer modificação.

Esses parlamentares foram eleitos com essas regras. Como não têm compromisso com a democracia e sem qualquer espírito público, querem mantê-las imaginando que, assim, a recondução aos cargos que ocupam ficará mais fácil.

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É por essa razão que, ano após ano, nada muda. Apesar dos discursos em contrário, que, da boca para fora, enfatizam a necessidade e a urgência da reforma política.

Romper esse círculo vicioso só é possível se forem satisfeitas duas condições.

A primeira, que a sociedade se mobilize, ponha os atuais parlamentares contra a parede e torne inevitável a abertura de um processo de mudanças.

A segunda, que o debate e a aprovação de novas regras sejam feitos por pessoas que não tenham interesses individuais em jogo e que, portanto, não estejam preocupadas em legislar em causa própria. Assim, os integrantes da Constituinte exclusiva seriam eleitos para fazer a reforma política, e nada mais do que isso. Não permaneceriam como parlamentares depois que ela fosse concluída.

Com o objetivo, então, de fazer avançar a reforma política é que está acontecendo um plebiscito a respeito. O povo votou e ainda pode votar respondendo a uma única pergunta: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?”

Para fazer desse plebiscito uma realidade, foram criados mais de 1.700 comitês em todo o Brasil. Estão envolvidos na campanha milhares de ativistas em todos os estados e um número superior a 450 entidades, movimentos e organizações sociais.

A grande imprensa tem tratado de erguer uma cortina de silêncio em torno da iniciativa, o que é compreensível. Ela vê com desconfiança qualquer mobilização popular. O boicote só reforça a necessidade de que o plebiscito seja divulgado o mais amplamente possível e por todos os meios disponíveis.

Foram instaladas urnas em locais de trabalho (como fábricas, agências bancárias, escolas, órgãos públicos) e em áreas de concentração popular. Para votar, basta que o eleitor se identifique e forneça seu CPF, o que evitará a duplicidade de participação.

Vai ser possível, também, votar pela internet, no site www.plebiscitoconstituinte.org.br, o que permitirá a participação de eleitores em locais em que não haja comitês organizados e urnas à disposição.

Esta não é uma luta qualquer.

Não haverá avanços significativos na sociedade brasileira sem uma reforma que modifique profundamente as atuais regras da disputa política.

E não haverá reforma política sem participação popular.

Wadih Damous é Presidente licenciado da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

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Comentários

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alexandre saraiva

Pelas palavras, tirando o senso comum..Ele tem cara de candidato a algum cargo politico nas eleições..alguém pode tirar alguma dúvida se o Wadih é candidato?

Millena Borges

Vale a pena apoiar a ideia, mas o melhor jeito de fazer isso é votando em representantes que também a apoiem. Não adianta nada nos mobilizarmos para fazer um plebiscito e continuar elegendo lideres que utilizem desses recursos que a reforma condena.

Fabio Silva

E o site do Terra tem um banner gigante da Marina na capa. Diz que é uma reportagem sobre suposto ataque ao portal da candidata. 12/09/2014. 21H45.

Victor

Se não fosse pelos blogs, eu não teria sabido onde votar e não teria votado.

marco

Sr.Damous.Eu não vejo com espanto,a não publicização do plebiscito pela Midia.Esta no papel dela.O que causa espanto,e assistir jornalistas que criticam a imprensa,não tocarem nunca,no que permite que ela,a imprensa goze da tais prerrogativas.Não me parece que tais males se devam exclusivamente,ao monopólio.Acho que se deve olhar com cuidado para os seguintes aspectos.Primeiro:
Confunde-se liberdade de expressão,com liberdade para mentir impudentemente.Segundo:A ausência do exercício do contraditório,enseja que digam o que queiram,da forma como querem,e adjetivando fatos,que são substantivos.Terceiro:Goza o JORNALISMO,de uma prerrogativa negada a todas as outras categorias sociais profissionais,que consiste em poderem esconder as suas FONTES de informação,e com isso propicia ao JORNALISTA,até a invenção de fontes e mentiras em nome dessa fonte,que regra geral,é secreta.Como exemplo,nestes dias,um órgão de imprensa,publicizou uma suposta lista de pessoas,envolvidas com corrupção na PETROBRAS.As fontes?Será que existem ou foram inventadas pelos JORNALISTAS?Que sabidamente são partidarizados,em regra,com as vontades dos patrões.Enfim,causa surpresa,nenhum jornalista,que defende a DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA,silencia sobre isso.Então senhor Damous,a MÍDIA cumpre o seu papel,que é a da PARTIDIRIZAÇÃO de suas tarefas.Impunes e impudentes.Sem o diálogo,sem o contraditório ao ponto de,num jornal,a única coisa que não é opinião,é a data!Senhor,estes arrazoados,ja postei em vários blogs,posto neles ter limitado acesso,e acho que não leram ou se leram,não repercutiram,no mesmo espírito vago,de quem quer a Democratização da Informação,de forma dúbia,vaga,ou não muito bem intencionada.Saudações e expectativas que o Plebiscito,no qual votei,tenha sucesso a despeito da IMPRENSA!

Francisco

Soube informalmente que o plebiscito teve votos para ser convocado.

Como o povão não foi informado, quando a mini-constituinte for convocada (horário eleitoral, eleição de representantes, etc.) a grande midia vai sair espalhando por ai que é:

a) reforma do PT (“politicagem” do PT);
b) reforma “bolivariana” do PT;
c) reforma “bolivariana” do PT para continuar a “roubalheira” (dispensado explicar o que tem o jeans com o canal retal);
d) que o PT podia gastar o dinheiro em algo “mais útil” (que querer dar mais poder ao povo – e o povo vai acreditar…);
e) que os candidatos à “reforma do PT”, “só querem ganhar dinheiro” e;
f)(atenção para essa que é sen-sa-cio-nal!) que é preciso “ouvir a voz das ruas” – e, PORTANTO não ter a mini-constituinte…

A Globo e a saúva têm para o Brasil a mesma utilidade e devem ter a mesma solução: ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.

Julio Silveira

A qual grande empresário, uma reforma politica que lhes retire poder de pressão? ou pelo menos nivele seus votos aos dos demais trabalhadores sem as mesmas capacidades financeiras, tornando-os muito menos diferenciados e impotantes que os demais cidadãos? Por que iriam querer isso? Pelo bem de todos? Por um Brasil menos legalmente desigual? Desigualdade para essa turma é apenas um detalhe num discurso hipocrita,sujeitoa rizadas depois de proferido,por isso continuamos, ainda,tão desigual e preconceituoso, falácias.

Léo

Um dos motivos pelo silencio pode ser o fato de perda da receita das empresas, que de dois em dois anos, os donos veem milhões entrar nas contas bancárias sem qualquer esforço.

Urbano

Pelos tempos bicudos em que vive a maioria dos partidos políticos no Brasil, será que teremos um quorum tão decente e honesto, que venha a aprovar? Mas pouco importa. O que temos que fazer é exatamente insistir com essa ideia hoje, amanhã, sempre. A grande dificuldade que se encontrará pela frente é a existência de um batalhão enorme de panacas sob a sola medíocre da escola, da mídia, da religião e demais catervas…

FrancoAtirador

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PLEBISCITO PELA CONSTITUINTE PARA A REFORMA POLÍTICA

Resultado da Votação pela Internet (OnLine)

Brasil

SIM = 1.691.006 (96,9%)

Não = 53.866 (3,1%)

Participação = 1.744.872 (100,0%)

(http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/noticia/comunicado-secretaria-operativa-nacional)
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    FrancoAtirador

    .
    .
    Os votos nas Urnas ‘físicas’,
    espalhadas por todo o País,
    estão sendo contabilizados.

    O resultado final da votação será divulgado
    no dia 24 de Setembro, em Coletiva de Imprensa.

    Posteriormente, os resultados do Plebiscito Popular
    serão entregues aos três poderes republicanos:
    Presidência da República (Executivo),
    Congresso Nacional (Legislativo)
    e Supremo Tribunal Federal (Judiciário),

    como forma de pressionar, especialmente o Congresso,
    por um Plebiscito Oficial com o mesmo tema.

    Apesar do “muro de silêncio”,
    propositalmente montado pela grande mídia [G.A.F.E.*]
    o que só reforça a posição pela democratização
    dos meios de comunicação no Brasil,
    pode-se afirmar que a batalha foi vitoriosa.
    .
    .

    Romanelli

    boa tentativa ..pra se vender MOLHO DE TOMATE talvez

    Uma coisa são as enquetes, outra, pesquisas ..e outra ainda a coleta carente de auditoria, tipo como acontece com as urnas eletrônicas atualmente

    Sem debate, sem PENA CLARA e GARANTIDA, fará a “rebolution” (a tal reforma PUXADINHO) o comandante de plantão ..vencerá a FRAUDE e o jogo de interesses menores, eu diria

    FrancoAtirador

    .
    .
    Isso, Romannelli.

    Vamos debater abertamente e publicamente,

    e não em gabinetes, casernas ou redações.
    .
    .

    Mário SF Alves

    Sigo o entendimento do FrancoAtirador.

Bruno Moreno

Não tem esse “T” antes do “H” no nome dele. É Wadih.

    Conceição Lemes

    Obrigada, Bruno. Corrigimos. abs

Romanelli

A UNICA REFORMA indispensável a todas as outras, é a do código CIVIL E PENAL, uma que nos garanta JAULA célere pros delinquentes contumazes.

Sem punição exemplar aos que insistem em se situar à margem da LEI, da civilidade, convenhamos, tudo terá sido uma tremenda duma perda de tempo, uma bobagem.

A lei do desarmamento diminuiu os assassinatos ? A da latinha os acidentes ? as diversas que atearam contra os desvios, diminuiu a nossa corrupção ? e a Maria da Penha, diminuiu a violência doméstica ?

e estes são só aluns exemplos

Veja por exemplo o FALSO dilema entre financiamento público x privado ..oras, e quem garantiria a PUNIÇÃO sobre a existência de CAIXA 2, quer por parte da iniciativa privada, quer por parte dos “para sindicais” que insistem em pilhar o Estado e as estatais ?

sinceramente, penso que devemos tentar ser mais adultos e menos adolescentes em nossas pretensões, viu ?! ..ou levamos esta josta a sério, ou é melhore desistir de vez.

ps – e nem precisa dizer que pra começo de conversa, há que construirmos mais penitenciárias e julgarmos mais depressa, não ?!

    Wildner Arcanjo de Morais

    Não, porque não se resolve um problema tratando a consequência e sim a causa. E as causas para todos estes problemas que você elencou, inclusive o da corrupção que se acha exarcerbada em nossa política (como se só aqui existisse isso), nos já não soubéssemos. O primeiro passo é tornar o Povo o senhor de seu destino e não as Empresas, os grandes conglomerados de qualquer atividade tomar conta de nossas vidas, como se fóssemos peões em um jogo de xadrez, para isso é que servem as consultas populares, os plebiscitos. É isso.

    Romanelli

    Então Widner, vc só se preocupa com a ideologia, não adianta.

    O povo só estaria minimamente no poder com uma democracia mais participativa, e isto esta fora de questão

    O que se discute é fonte de financiamento, lista fechada, NADA de reforma Institucional (SP, com 25% da população do país continuaria sendo representada por 3,5% do senado, e 13% na Câmara ,,sequer falam em PUNIÇÃO pra quem prometer e não cumprir)

    Sobre o financiamento

    Deixe o dinheiro partir do ESTADO e veja como quem esta encastelado perpetuar-se.(hoje você, mas amanhã pode ser eles)

    Ademais, quais seriam os critérios de apuração, de rateio, quem receberia o que e quanto ? e o novo, terá vez, ou veremos os antigos e suas oligarquias permanecerem novamente.

    Já não chegam as casas tipo o senado que foram desenhadas pra não nos mudarem NADA ?

    A causa é a impunidade, pra praticamente tudo ..da sua certeza que as pessoas se atrevem a delinquir

    Veja a Petrobrás hoje ..veja como as empresas se infiltram ..veja como o CAIXA 2 esta presente e sempre esteve (desde PC, na democracia mais recente), é fácil de ser formado e que, quando pego, HOJE, ninguém vai preso (a não ser os meliantes do PT, que claro, não foram os únicos ..mas pior que foram feitos de heróis tb)

    COLEGA, ministros e candidatos disseram que ganharam mas não revelam a fonte, alegam clausula de confidencialidade ..isso é “um tipo de CX2 ..oficioso ..um aonde dinheiro aético paga imposto e fica limpo ..e aí, é fácil combatê-lo ?

    reitero ..1o garanta-se ao cumprimento das LEIS, garanta a justiça célere e a cadeia, depois o resto ..e se assim o fosse, assassinato qualificado, carcere privado, tortura, agressão, SONEGAÇÃO etc já estavam presentes, e não precisariam ter criados outras leis PLACEBO pra nos entreter (Maria da Penha, latinha etc)

    convença-se, hoje o que esta em escolha é o capitalismo de Estado sindicalizado a pelegos x o Capitalismo privado ..nada a ver com o que vc sonha ..povo,povo, banana pra ele

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