Fátima Oliveira: A presença ostensiva do patriarcado nas eleições presidenciais
Tempo de leitura: 3 minFátima Oliveira: “As três candidatas estão em dívida com as mulheres em luta, porque insistem em não dar visibilidade à sofrença delas sob o jugo do patriarcado”
A presença ostensiva do patriarcado nas eleições presidenciais
Fátima Oliveira, em O TEMPO
[email protected] @oliveirafatima_
A s discussões sobre as eleições presidenciais 2014 contam com três mulheres disputando a Presidência da República (Dilma Rousseff/PT, Luciana Genro/PSOL e Marina Silva/PSB), todavia deixam muito a desejar sobre as questões vivenciadas por mais da metade do eleitorado brasileiro (52%), as mulheres. Embora não haja uma mulher universal, as eleitoras não são de “biscuit”!
Incomoda porque revela um incômodo/dificuldade em destacar a esquina primordial na vida de cada presidenciável: o ser mulher numa sociedade na qual a opressão de gênero é a regra. Avalio que estão equivocadas em não dar ênfase de onde observam e participam do mundo, pois o ser mulher e o ser homem não são apenas uma questão de genótipo nem de fenótipo, mas também um construto social!
Afirmei que “o feminismo não é um balcão de negociação de votos, a exemplo de algumas denominações e seitas religiosas cristãs!” (“As ideias feministas fazem toda a diferença nas eleições”, O TEMPO, 12.8.14) e hoje, após ter visto debates na TV e as propagandas eleitorais, declaro que o combate ao patriarcado via luta pelos direitos da mulher não sendo um balcão de negócios do voto feminino não interessa a presidenciáveis, sejam mulheres ou homens, pois remetem a uma herança patriarcal que urge ser extirpada: o direito das mulheres de decidir sobre seus corpos.
Compartilho trechos de quatro artigos sobre o tema. Gostaria de comentar cada um deles, mas pela exiguidade de espaço, transcreverei apenas algumas frases:
“Para quem não assistiu ao debate na Rede Bandeirantes, na terça-feira (26), saiba que Eduardo Jorge, que não atinge 1% das intenções de voto, de acordo com a última pesquisa do Ibope, levantou bandeiras consideradas polêmicas, como a ampliação do direito ao aborto, a legalização da venda de psicoativos considerados ilícitos e a ampliação de instrumentos de participação social” (“Porque Eduardo Jorge venceu o debate presidencial”, de Leonardo Sakamoto, Blog do Sakamoto, 27.8.14).
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“Minha mãe, que tem 86 anos, anda orgulhosa de ver três mulheres debatendo na televisão pelo posto de presidente da República. O valor simbólico desse novo protagonismo feminino é, ao mesmo tempo, imensurável e indiscutível”. (“Três mulheres não bastam?”, de Ivan Martins, “Época”, 3.9.14).
“Não houve bafafá porque Marina Silva, ao registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral, tenha se dito da ‘cor/raça preta’… Cabe então a pergunta: para melhorar a vida dos negros e das mulheres, as origens têm importância decisiva? (“A preta e a presidenta”, de Mario Sergio Conti, “Folha de S.Paulo”, 5.9.14).
“Agenda feminina está fora do debate em pleito inédito no país, com três candidatas à Presidência e número recorde de eleitoras… No debate da TV Bandeirantes, foi o médico sanitarista Eduardo Jorge (PV) quem defendeu descriminalização do aborto, proposta encampada também pelo PSOL de Luciana Genro… Há tempo de desenterrá-los, pelo bem das mulheres do Brasil, que poderão não apenas ganhar, mas também decidir a eleição” (“Incoerência de gênero”, de Flávia Oliveira, “O Globo”, 7.9.14).
Concluo que as três candidatas estão em dívida com as mulheres em luta, porque insistem em não dar visibilidade à sofrença delas sob o jugo do patriarcado. E o difícil e doloroso de escrever sobre o tema é que as três são originárias da esquerda (sim, ainda há direita e esquerda!), historicamente o campo político que se comprometeu e tem compromissos, grosso modo, com o que chamamos “direitos da mulher”.
Leia também:
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Comentários
Vinicius
Cara Rosa Gomes, talvez voce precuse ler meu comentario com mais atençao. Estou dizendo justamente que esse “incomodo” apontado pela autora é um incomodo dela, e não da maioria das mulheres. Portanto o que está em jogo é uma opinião pessoal, e não uma opressão que afete todo o gênero feminino.
Concordo que questões de direitos humanos não são meramente plebicitárias. Eu estava falando que a autora nao representa a maioria das mulheres, apesar de se considerar porta voz delas. Mas voltando aos direitos humanos, o direito à vida também o é, e é ainda mais fundamental. Nao esta em jogo um problema simples, onde as mulheres são meramente alijadas de um direito, sem haver nuance nenhuma nisso. Na verdade, existe um conflito de direitos. Como resolvê-lo? É um problema pra ser levado a sério e isso significa permitir um amplo debate, em vez de decisões serem tomadas por minorias que não representam ninguém, nem as mulheres.
Rosa Gomes
Sr. Sérgio Silveira, dá até dó o senhor mandar Fátima Oliveira se informar melhor. O senhor se informe melhor, veja apenas : Fátima Oliveira: Por que o Bolsa Família desperta tanto ódio de classe? http://www.viomundo.com.br/politica/fatima-oliveira-por-que-o-programa-bolsa-familia-desperta-tanto-odio-de-classe.html
Vinícius
A julgar pelas pesquisas de opinião onde 80% dos brasileiros é contra a legalização do aborto, mesmo que todos os homens fossem contra a legalização (o que não é verdade), a maioria das mulheres brasileira é contra a legalização.
Ou seja, não faltou que Dilma, Marina e Luciana Genro representassem melhor as mulheres. Faltou que representassem melhor à autora.
Se não há mulher universal, porque insistir nessa falácia de que quem não defende a legalização do aborto está traindo as mulheres, que são, em maioria, contra o aborto?
Rosa Gomes
Vinicius, tem certeza que leu o texto, já que não é analfabeto funcional? A principal crítica da autora é que “Incomoda porque revela um incômodo/dificuldade em destacar a esquina primordial na vida de cada presidenciável: o ser mulher numa sociedade na qual a opressão de gênero é a regra. Avalio que estão equivocadas em não dar ênfase de onde observam e participam do mundo, pois o ser mulher e o ser homem não são apenas uma questão de genótipo nem de fenótipo, mas também um construto social!”
Depois prezado e douto mestre a legalização não é uma questão plebiscitária na República, é uma questão de direitos humanos.
O aborto tem de estar disponível para quem dele precisar. legalizar o aborto não obriga ninguém a abortar, só quem precisa. Ao contrário da criminalização que coloca todas as mulheres que querem abortar na ilegalidade,
Léo
O problema que existe no Brasil é essa taxação que acaba afastando homens de mulheres, negros de brancos, “normais” de portadores de deficiência…
A sociedade de um modo geral é contra o aborto em casos extremos, porque igrejas e mídia pronuncia somente a palavra ABORTO (uma palavra tão repulsiva, que não tenho argumento para tal) não explica o que seria essa medida.
As questões ligadas a mulher avançou bastante. Os salários em empresas privadas diminuíram bastante, a diferença entre o que o homem e a mulher recebe. Mulheres agora tem mais tempo para cuidar do filho com a licença maternidade (talvez não seja suficiente mas…)
Quanto às polêmicas, se calcular a ala conservadora da igreja católica e protestante, o resultado deve somar aí, quase metade dos eleitores. Não se pode negar que, nos governos do PT podemos constatar avanços em beneficio da mulher.
Mardones
O tal brasileiro cordial do Sérgio Buarque se destaca nessa hora: hora de decisão eleitoral. Ele emerge das histórias de cada candidata e da situação em que se encontram. Por que enfrentar um debate progressista se eu posso acomodar a situação na ilusória pátria amada, democrática. Aqui onde ‘não há racismo’. Haverá machismo?
Melhor não entrar nessa questão. Para que tentar educar a sociedade com debates modernos e progressistas se a gente pode ser campeão de votos sem tocar nas estruturais feudais que ainda persistem no Brasil.
Ah. Se eu tentar levantar um debate desses a mídia pode me destruir com inserções em seus jornais e nas suas páginas pagas por patriarcas históricos.
Nesse momento, eu escondo o que eu penso para pensar em votos, governabilidade, meus irmãos de fé, falar que sou novidade – mesmo que não seja. E coisas do gênero. Não do gênero feminino, mas do gênero da política nacional.
FrancoAtirador
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Há MULHERES, como Fátimas, Conceições, Gabis e Sônias;
E há ‘muléris’, como Mayaras, Rachéis, Danuzas e Maitês…
(http://imgur.com/xfO52gB)
i.imgur.com/xfO52gB.jpg
(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed756_ateofobia_no_jornal_do_sbt)
(http://preconceito5.rssing.com/chan-20892333/all_p2.html)
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Construção da AutoEstima.
Depoimento Importante
E Deveras Emocionante:
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Eu, ex-cotista, ‘vagabunda’
Por Gabriela Araújo, no blog Gabinoica, via DCM
Eu não vou conseguir ser linear, mas espero que entendam os pormenores desta história íntima. Eu morei 10 anos em Londrina, no norte do Paraná, em um bairro de periferia chamado Jardim Leonor e estudava em uma escola estadual. Na época não era assim muito comum ter sonhos além de chegar ao final do ensino médio, então a falta de credibilidade das pessoas em mim já começava ai. As pessoas, menos a minha mãe. Quando eu tinha 16 anos eu decidi mudar de período na escola, indo do matutino ao noturno, para que assim tivesse um tempo para trabalhar e pagar o cursinho pré-vestibular. E isso já era uma audácia muito grande: desejar ingressar na Universidade Estadual de Londrina. A minha mãe não deixou que eu seguisse com estes planos, dizia que seria pesado demais conciliar trabalho e escola, e me sobraria pouco ou quase nenhum tempo livre pra diversão e coisas de adolescente. Por isso eu comecei a tentar estudar em casa mesmo, só com os materiais da escola – internet era um luxo inimaginável. Na verdade, nem computador eu tinha, e não tinha vaga ideia de quando eu teria um. A minha mãe trabalhava como costureira autônoma.
Tudo isso para explicar que: era impossível pagar cursinho, era impossível pagar escola particular e o que eu tinha era um punhado de livros e o sonho de ingressar no curso de Relações Públicas da UEL. Essa era uma situação risível no meio onde eu vivia. O ensino superior não era um direito de todos. Nós, que estávamos às margens da cidade, geralmente acabávamos por servir os que estavam no topo. Era muita audácia da minha parte.
Para encurtar esta parte da história: Em fevereiro de 2005 eu fui a uma festa promovida pela rádio pop local, que divulgaria o resultado do vestibular ao vivo, e quando eles distribuíram o jornalzinho do resultado (patrocinado pelo maior colégio particular da cidade, risos), meu nome estava lá, e naturalmente minha mãe chorou quando recebeu a notícia por telefone, um celular que eu peguei emprestado de um amigo.
Estaria tudo ok se não fosse um porém: eu era cotista. Isso aí é como se eu carregasse alguma placa em neon piscante dizendo que eu não pertencia àquele lugar. Desde o começo eu ouvi manifestações hostis de pessoas que diziam abertamente que eu não deveria estar ali, pelos seguintes motivos:
– Elas estudaram muito, pagaram 2, 3, 4 anos do cursinho mais caro da cidade justamente para terem mais chance.
– Um possível mau desempenho meu atrasaria a turma toda.
– É racismo inverso contra brancos (sic).
– Cria vagabundos.
Eu queria explicar estes pontos de maneira ponderada e organizada, mas não dá. A explicação vai vir bagunçada, tal como a bola de ódio nutrida contra cotistas nas turmas de 2005 da Universidade Estadual de Londrina.
Pra começar, vocês precisam entender que eu não acredito no sistema de vestibulares como seleção de pessoas inteligentes e aptas a esse grande portal de suposição de superioridade intelectual chamado Universidade. Pra mim, o ensino deveria ser universal. E para o vestibular nós nos matamos para compreender ou decorar coisas que às vezes fazemos questão de esquecer o mais rápido possível, porque temos (ou deveríamos ter) direito de escolher as áreas que gostamos mais. Meus conhecimentos em química evaporaram tão rápido quanto perfume ao sol. Mas em mim ficou a Geografia Política, que eu fazia questão de ser a melhor aluna da sala, História, Literatura e os idiomas. E era isso que eu queria continuar estudando. O vestibular é um funil desgraçado e cruel.
As escolas moldam crianças e adolescentes para passarem em provas “difíceis”, abordando questões pouco compreensíveis e ignorando toda a realidade social, só para estampar a cara do aluno vencedor e fazer dele uma mídia espontânea, que trará mais alunos para a escola e, assim, mais dinheiro. Conhecimento pode ser adquirido, mas não deveria ser tão difícil. Desde mensalidades, até preços de livros, é tudo um grande obstáculo. Quem trabalha com educação sabe disso ainda melhor do que eu, por ter uma visão global e maior conhecimento sobre a influência econômica no sistema educacional. Mas a prática não deixa muita dúvida: educação é para quem pode comprar.
Sobre o racismo inverso a gente finge que não ouviu, pro bem da nossa saúde mental. E se insistirem, uma aula explicando o massacre das populações negras deveria ser suficiente. Se não for, é porque o ouvinte é mau-caráter, mesmo. E também me surgia a dúvida: a pessoa estuda 4 anos em escola particular e culpa uma cotista de ter roubado a vaga? Não soa razoável. Mas dinheiro ainda importava.
Ai vem a nova parte da minha novela.
Sobre a vagabundagem cotista: possivelmente a acusação mais esdrúxula neste mar de chorume racista. O curso de Relações Públicas não é dos mais caros. Os livros saem por cerca de 40 reais. A exceção são os livros de Economia e Marketing que, às vezes, passam dos 100. Mas todo aquele volume de xérox começou a falir a conta bancária que eu já não tinha. E, em certos dias, eu precisava escolher entre pagar 3 reais de passagem de ônibus ou usar estes mesmos 3 reais para comprar comida. Dentro do ambiente acadêmico, porém, o desempenho era equivalente. Eu não sentia que era menos capaz do que meus colegas oriundos de escolas particulares.
Então eu ingressei em um projeto chamado Afroatitude, que unia alunos cotistas de 10 universidades públicas:
“O Programa Nacional Afroatitude propicia aos alunos negros bolsas para desenvolverem projetos com os temas: Cultura e População Negra/Discriminação Racial, Vulnerabilidade Social, Prevenção das DST/AIDS e Direitos Humanos. Na UEL, o relatório final dos bolsistas Afroatitude que participaram de projeto de iniciação científica (2005-2007) deu-se com a entrega de um artigo sob supervisão do orientador. Os trabalhos foram surpreendentes, considerando que se tratavam de alunos da primeira série, que descortinavam um mundo extremamente novo em relação ao seu cotidiano, quer como vivência em sala de aula, quer como participação em projetos.”
(http://www.uel.br/revistas/afroatitudeanas/?content=apresentacao.htm)
Com este projeto eu entrei em contato com a cultura negra, o que me era inédito, usei o dinheiro da bolsa pra comprar o primeiro computador da minha vida, estudei a vulnerabilidade da população negra e isso serviu de estopim pra tudo o que eu sou hoje. Apoiados pela Secretaria dos Direitos Humanos do Governo Federal, nós tivemos a chance de estudar a influência e as carências das populações negras das regiões em que vivíamos, e pudemos finalmente ter a noção do tanto de trabalho que ainda havia a ser feito. Eu não sei se consigo ser objetiva neste ponto e explicar direito a importância deste projeto em minha vida. Digamos que minha intelectualidade ganhou na loteria acumulada. Muita riqueza de informação. Em paralelo a isso, eu queria entender por que alguns colegas insistiam que eu e meus demais amigos cotistas éramos inúteis e tão dispensáveis, e por que não deveríamos estar ali. Na época era algo que eu não conseguia nem começar a explicar, e me restava ficar calada em situações constrangedoras, como quando pessoas riram ao assistir “Quanto Vale? Ou é por quilo?”, chamando objetos de tortura de escravos de “enfeite pra cara”.
Me deem um desconto, eu era uma piveta de 17 anos sem muito acesso à informação. Felizmente, 4 anos foram suficientes pra provocar uma tormenta em mim, que me deixou cada dia menos tolerante a provocações racistas.
Eu me formei em 2008, sem ter a minha foto de criança exposta no painel da festa, como meus outros colegas, por eu não ter conseguido pagar a festa. Eu fui como convidada de uma amiga.
Eu me formei odiando festas de formatura e me sentindo deslocada.
Mas o que é importante dizer que cotas funcionam, sim. E incomodam, também. Incomodam porque provam que vestibular não serve mais pra nada, e porque “mescla” um ambiente que, até 10 anos atrás, era homogêneo. Branco. As cotas provam que elite intelectual é um termo inventado para deprimir e assustar aqueles que não possuem grandes quantias de dinheiro para serem gastas em escolas que vendem mais imagem do que conhecimento. Ou para manter estas pessoas longe da preocupação da escola pública, porque afinal, pra que se preocupar com a escola da filha da empregada se a tua cria pode estudar no palácio do centro?
Como costureira, empregada e babá, a minha mãe passou a vida construindo sonhos comigo. O sistema de cotas me ajudou a realizar um deles, Mas esta é a visão individualista, e vocês precisam entender o impacto global disto. Sendo cotista, eu ingressei em um excelente curso de uma excelente instituição, recebi um tsunami de cultura negra que me empoderou de uma forma que eu nem imaginei que fosse possível. Já formada, eu passei a me preocupar em ser uma multiplicadora, levando pra frente o que eu aprendi com o Afroatitude, e faço questão de empoderar cada jovem negro que passa pela minha vida. Com o sistema de cotas eu enfrentei a sociedade mimada, acostumada a ser bem dividida entre os que nasceram pra servir e os que nasceram pra serem servidos, e eu trabalho até hoje contra segregação racial. E vou continuar trabalhando enquanto meu corpo e minha mente permitirem.
Como profissional de Relações Públicas, aos 24 anos eu alcancei a posição de gerência da empresa onde trabalhei. Não me soa nada ruim.
Eu voltei a estudar em 2010, desta vez escolhi aprender a ler, escrever e falar árabe coloquial e árabe clássico. Estudei cinema árabe, literatura árabe, filosofia árabe, história árabe.
O sistema de cotas para negros é bem simples de entender, ele é feito para a inserção de pessoas negras na universidade. Ele não substitui a necessidade de repensarmos a educação de base, mas impede que a disparidade racial do país aumente. O sistema de cotas não é outra coisa, senão um sistema inclusivo. Também é leviano chama-lo de “esmola governamental”, porque uma das obrigações do governo é justamente zelar pelo bem estar de seus cidadãos, e os cotistas estão apenas utilizando um direito, que é o de estudar. Errado é achar que, porque estas pessoas não tiveram 1.500 reais por mês durante 15 anos, não merecem entrar pelos portões da frente do ensino superior. O sistema de cotas incomoda porque mostra que dinheiro pode comprar coisas, pode até comprar gente, mas não pode comprar humanidade.
E, por falar em conhecimento, um sem-número de artigos já explicaram a real eficiência desta solução, então não é difícil a compreensão.
Há também quem busque invalidar toda a experiência dos cotistas, afirmando que a única solução correta e eficiente seria a reforma total do ensino de base, apenas. Eu talvez preste atenção nisto no dia que todos os pais puderem educar seus filhos com as mesmas condições econômicas, e isso inclui os empregados de quem desqualifica os cotistas.
(http://gabinoica.wordpress.com/2014/09/02/eu-ex-cotista-vagabunda)
(http://www.diariodocentrodomundo.com.br/eu-ex-cotista-vagabunda)
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Roberto
Fátima, elas são políticas e como tais tem que “agradar a gregos e troianos” para conquistar votos. Se vivemos em uma sociedade patriarcal, você acha que elas vão ter mais chances de votos se declararem-se feministas? Creio que não. É melhor que usem de ações em defesa e promoção dos valores femininos depois, quando uma for eleita.
Se os políticos dissessem a verdade, a quem eles devem favores e patrocínios, quais suas intenções e compromissos, jamais seriam eleitos.
Mari
O artigo em si é uma crítica bem construída sobre a omissão das três candidatas, primeiramente, em se colocar como mulheres; e em segundo lugar porque não estão sensíveis aos problemas vivenciados pelas mulheres pela sua condição de mulher. É uma necessidade que elas visibilizem mais as mulheres, que hoje respondem por cerca de 52% do eleitorado. Também gostei da indicação de outros artigos sobre as mulheres que disputam a presidência da República.
Mário SF Alves
“…o ser mulher numa sociedade na qual a opressão de gênero é a regra. Avalio que estão equivocadas em não dar ênfase de onde observam e participam do mundo, pois o ser mulher e o ser homem não são apenas uma questão de genótipo nem de fenótipo, mas também um construto social!”
A agenda feminina, inerente a essa concepção de mundo/construto social, sim, é imprescindível. Nesse sentido, parabéns!
Já, no que tange ao candidato, médico sanitarista Eduardo Jorge, a posição assumida por ele não deriva de simples realismo quanto às perspectivas, ideologias afetas e possibilidades do processo eleitoral em curso?
Dúvida:
Se em lugar de 1% da intenção de votos [como apontado nas tais supostamente técnicas pesquisas ] tivesse ele [seja por que modo fosse, inclusive, e, especialmente, se apoiado pelo poder hegemônico, cuja voz se faz ouvir pela mídia antidemocráticachances] chances reais de ser eleito, será que essa questão seria abordada de forma tão objetiva, franca, direta e cortante?
E, por quê?
Mauro Assis
Deixa eu ver se entendi: defender os diretos das mulheres = descriminalização do aborto (é o único direito citado acima). Acontece que a última pesquisa Vox Populi nos conta que nada menos que 82% da população brasileira é contra o aborto, na forma em que é defendido pela escriba. Supondo que 100% dos homens sejam contra, ainda assim 64% das mulheres o são, ou seja: defender o direito das mulheres no caso é dar a elas o um direito que elas não almejam, e mais, nem consideram um direito porque são contra.
É isso?
Lukas
Para a esquerda, as mulheres que não defendem o aborto não foram suficientemente “esclarecidas”, são dominadas pelo patriarcado.
Uma mulher de verdade e moderna tem que ser a favor do aborto.
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