Brasil vai defender que o banco dos Brics ouça o movimentos sociais

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Carlos Cozendy (ao centro) respondeu questões dos movimentos sociais sobre funcionamento do banco dos BRICS

Negociador brasileiro explica como vai funcionar o Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICS

Embaixador Carlos Cozendy foi “sabatinado” durante debate promovido pela Rebrip

por  Isaías Dalle, de Fortaleza, no site da CUT

O nome escolhido para a instituição financeira criada pelos BRICS é  Novo Banco de Desenvolvimento. Já tem slogan: “Um Novo Banco para um Novo Desenvolvimento”.

A informação foi dada na manhã desta quarta, dia 16, pelo embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendy, o principal negociador brasileiro durante o processo de criação do banco.

Curiosamente, essa foi a única informação que ninguém havia pedido.

O embaixador esteve em debate promovido pela Rebrip (Rede Brasileira pela Integração dos Povos), em Fortaleza (CE), quando foi questionado sobre como o novo banco vai funcionar e se será, de fato, uma alternativa ao modelo financeiro internacional existente.

Ele diz que o banco pode, no longo prazo, produzir mudanças no sistema financeiro tradicional. “Mas que não se espere que isso vá ocorrer logo no primeiro dia”.

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O banco terá um capital inicial de US$ 50 bilhões.

A seguir, os principais pontos explicados por Cozendy:

A China vai mandar no novo banco?

A sede será em Xangai. Cozendy explica que os cinco países terão cotas iguais (20%), ou seja, nenhum sócio será formalmente maior que o outro.

Para equilibrar o processo decisório, a China será o último a presidir o banco.

Primeira presidência caberá a Índia, depois, na sequência, Brasil, África do Sul e Rússia. O embaixador informa também que haverá um centro, uma espécie de subsede, na África do Sul. “A melhor solução para todos os pontos que precisaremos definir daqui para frente é que as vozes dos acionistas sejam devidamente ouvidas”.

O banco vai se financiar com recursos do sistema financeiro tradicional?

“Não há dois mercados financeiros oficiais no mundo. Então, vamos ter de recorrer ao único que existe. Então, vamos fazer captação de recursos globalmente. Vamos ter de decidir, caso a caso, se queremos, por exemplo, nos capitalizar com bônus dos EUA, por exemplo”, diz.

O sistema financeiro vai ditar as regras do banco?

“Ninguém quer ser sancionado pelo mercado dos EUA, por exemplo. Por isso, nossas operações terão, inicialmente, de considerar a lógica atual. Mas, sem dúvida, pelo nosso peso, teremos um poder de negociação junto ao mercado muito maior (…) Temos um potencial futuro de mudar o sistema financeiro, fazendo com novas práticas que até organismos como Banco Mundial e FMI mudem. Mas sem ilusão de que no primeiro dia tudo vai ser diferente”.

O banco vai poder realizar empréstimos e investimentos em outras moedas que não o dólar?

“Prevemos que vamos trabalhar com outras moedas. Depende de onde será o investimento. Se for no Brasil, por exemplo, podemos usar o real. O problema é que essas moedas, por causa das regras atuais, não são conversíveis no mercado internacional, o que é prevalência do dólar. Mas quando pudermos, vamos usar outras moedas em transações multilaterais”.

Só os cinco países poderão aderir ao banco?

“Só os cinco serão acionistas com direito a voto. Caso outros países queiram aderir, vamos sempre manter 55% do capital”.

Os empréstimos serão dirigidos apenas aos cinco países?

“Pretendemos cooperar com outros países em desenvolvimento”.

O banco vai impor condicionantes ambientais, sociais e trabalhistas aos empréstimos?

“Há uma fronteira tênue entre dar à instituição o poder de condicionar os empréstimos a certas exigências e não permitir que essa mesma instituição possa interferir na política interna dos países. Estes dois lados não são facilmente separáveis. A melhor solução aí é que as vozes dos acionistas sejam devidamente ouvidas (…) O Brasil vai defender sempre que as entidades da sociedade civil sejam ouvidas e consultadas, e que tenham poder propositivo. Daí a importância de os movimentos sociais pressionarem e proporem. Eu digo que o Brasil, independentemente dos demais, vai dialogar com os movimentos no âmbito do banco”.

Quais critérios serão usados para financiar empreendimentos e ao mesmo tempo considerar o meio ambiente?

“Nossa referência, e aí digo pelo banco como um todo, será a Rio + 20”.

A criação do banco vai livrar os países de órgãos como FMI e Banco Mundial?

“Continuaremos associados ao Banco Mundial e ao FMI. Mas cremos que com o tempo, nossa menor dependência e a construção de novas políticas levem os outros a caminhar em uma nova direção”.

Os BRICS também anunciaram a criação de um fundo de socorro aos países-membros. Isso dispensará a existência do FMI?

“Não está no horizonte de nenhum dos cinco países a necessidade de recorrer ao FMI. Mas na hipótese de isso ocorrer, esse fundo emprestará 30% do total que o país precisa, com condições diferenciadas. O restante terá de ser buscado no FMI. Mas esses 30% servirão como um colchão que dará ao país um outro poder de negociação com o FMI”.

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Comentários

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Julio Silveira

Chega a ser divertido ver a cada boa nova trazida por este governo seus adversários tentarem desconstruir isso, em seu afã por alguma notoriedade, ante a grande mediocridade administrativa que apresentaram, ainda apresentam, nos seus períodos de governo. Mesmo que essa venha em oposição aos interesses da cidadania e por que não do país.
São tantas mostras de pequenez critica, quanto vexatória todas essas tentativas que afirmam o quão despreparados sempre estiveram para ocupar um posto que mais do que para satisfazer ambições pessoais, exige preparo para situar nosso país e cidadãos em seu lugar de destaque no mundo, como sempre almejamos.

Elias

Excelente matéria publicada hoje no Conversa Afiada, de PHA. “…quem é Brics e quem é Wall Street na disputa de outubro.” O site faz uma importante pergunta ao segundo colocado na disputa presidencial. “Aécio: você é Brics ou Wall ST?” De minha parte creio que a pergunta deveria ser feita para os 11 candidatos.

Fernando

Os movimentos sociais não tem acesso ao BNDES, ao Banco do Brasil nem Caixa, e vão ter ao BRICS?

Tá serto!

Assalariado

Quando uma minoria organizada fala mais alto e dita regras a maioria como é o nome?

Mauro Assis

Isso mesmo, vá ser bolivariano lá na Rússia… aqui a nossa Câmara dos Deputados vai derrubar essa sandice em voo.

Lukas

Deu uma bela manchete. Mas é só.

Luís Carlos

Aumentou o ranger de dentes nas redações corporativas, em algumas redes sociais e em Washington. Os BRICS avançam no terreno geopolítico e econômico mundial. Despertam a ira e ressentimento dos “pró-ocidente”, e dos que acham equilibrados os jornalões.

pimenta

fugindo do tema:
Mensalão tucano
Réu em mensalão do PSDB alega razões de saúde e renuncia ao Senado
Clésio Andrade (PMDB-MG), candidato a vice em 1998 na chapa de Eduardo Azeredo – que também já renunciou – terá processo que corre contra ele no STF transferido para justiça mineira

Senador “perde” o foro privilegiado de ser julgado pelo STF e processo seguirá para Justiça mineira

Brasília – Deputados e senadores foram pegos de surpresa, nesta terça-feira (15), com a notícia da renúncia do senador Clésio Andrade (PMDB-MG). Andrade está em seu último ano de mandato e é réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no desvio de recursos para a campanha do ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais. Em 1998 ele era candidato a vice do tucano. O episódio ficou mais conhecido como mensalão tucano.

O senador argumentou problemas sérios de saúde. Apresentou à mesa diretora do Senado um laudo médico com diagnóstico de necrose no fêmur das duas pernas. O parlamentar poderia tirar uma licença médica para cuidar da saúde e permanecer no cargo até o final do ano. Mas informou, por meio de carta de renúncia divulgada hoje, que preferiu agir dessa forma e que a decisão não tem vinculação com o processo do STF. A carta foi lida pelo senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado.

Ao deixar de ocupar uma cadeira no Senado, Andrade passa a contar vantagens em relação ao processo que corre contra ele na Justiça. Isso porque o processo sai do STF e passa a tramitar no Tribunal de Justiça de Minas Gerais – e provavelmente vai demorar um período ainda mais longo para ser julgado, correndo o risco de vir a ser prescrito.

Em fevereiro passado, Eduardo Azeredo também renunciou ao mandato de deputado federal e a ação contra ele foi encaminhada do STF para a 1ª instância da Justiça mineira.

No lugar de Clésio Andrade, assumirá o cargo o ex-deputado federal Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, seu suplente, filho do ex-vice-presidente Aureliano Chaves. O senador que está renunciando também assumiu a vaga depois de um período de suplência: ele substituiu o senador Eliseu Resende, falecido em 2011.
Risco de prescrição

O processo do mensalão mineiro demorou 16 anos para começar a ser julgado pelo STF, corte que, ao contrário do mensalão do PT (a ação penal 470), resolveu desmembrar o processo. Dessa forma, a ação corre o risco de prescrever dentro de pouco tempo – e dois réus já se livraram de condenações por terem completado a idade limite para condenação, que é de 70 anos.

Os casos de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro são prescritos em 16 anos, a contar da data de prática de tais delitos. Tiveram processos prescritos no caso o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, porque completou 70 anos em janeiro, e o ex-tesoureiro da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão de Oliveira, com a mesma idade completada em abril.

Vlad

Sim.
Vai criar até uma ouvidoria do banco para os movimentos sociais.

Ligando para a ouvidoria ouvir-se-á a mensagem:

— Para saber mais sobre o programa Assentamento Zero do Governo Federal, disque 1.

— Se o seu movimento social quer se associar ao governo em troca de favores, disque 2, ou ligue para a UNE para adquirir “expertise”.

— Se você é empreiteiro, infelizmente ainda não sabemos como atendê-lo; favor contatar o BNDES ou “aquele” Instituto.

— Se deseja reclamar sobre as prisões arbitrárias dos líderes dos protestos, preencha o formulário nº 26, anexo XIV, do Decreto PR 6.543/14, em cinco vias datilografadas, sem rasuras ou emendas, devidamente chanceladas pelo Itamaraty, Conselho da República, DNIT, Anvisa e Ministério da Pesca e envie-os lacrados através de SEDEX para a nossa sede em Xangai. O endereço deve ser manuscrito em mandarim.

— Para falar com um de nossos atendentes, declame uma poesia completa de Фёдор Иванович Тютчев e aguarde.

    Leo V

    rsrsrs.. muito bom.

Vanilton Alves

O POVO TEM QUE AMPLIAR SUA PARTICIPAÇÃO NO PODER

O povo precisa ficar atento ÀS MANOBRAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS para derrubar o Decreto 8.243/14, da Presidência da República, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS), que abre para que a sociedade participe mais das decisões do país. A grande maioria dos deputados, QUE VIVE FAZENDO LOBBY EM FAVOR DO CAPITAL, EM TROCA DE REPUCRUSOS PARA SUAS CAMPANHAS, não deseja ver o povo participando das decisões do nosso Brasil e ficam criando fantasias, inventando balelas de que a presidenta quer isso e aquilo. Repito, balelas. Vou dar um exemplo, na minha cidade existem os CONSELHOS MUNICIPAIS de SAÚDE E o da EDUCAÇÃO, que funcionam muito bem e são umas belezuras. Sem eles, possivelmente, prefeitos poderiam usar e abusar dos veículos da educação e da saúde para outros fins, quem sabe até realizando passeios com o fim de angariar votos. E se agissem assim os conselhos estão hábitos prontos a denunciar e cobrar explicações, tudo na defesa dos interesses da população. ENTÃO, amigos, é isto que os deputados não querem. Não vamos os deixar derrubarem o Decreto da presidenta Dilma, que amplia a participação popular. Vamos ficar de olho neles para, no dia 5 de outubro, darmos o troco nas urnas. Leiam o que diz o Decreto aqui http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm

    Romanelli

    a participação do POVO tem que ser feita de forma clara, transparente, CIDADÃ, e não através de PAU MANDADO e a portas trancadas

    SEM duvida que o que se pretende, ou o risco que se corre, é de APARELHAMENTO puro e simples, fora a sobrevida do corporativismo e, indiretamente, do nepotismo FRATERNO.

    Quer democracia participativa ?

    de voto facultativo ..ofereça plebiscito, AUDITORIA, impressão de cédula ..faça mais referendo ..promova canais viáveis de esclarecimento e debate (aqui o papel do código de ética pra MÍDIA seria imprescindível) ..CUIDE muito da participação igualitária dos INDIVÍDUOS, e não das partições geopolíticas que se fitam em montanhas e rios, torando a nossa democracia um exercício de cinismo e vilania.(vide a participação dos paulistas no Congresso e, de forma JUSTA e digna, depois reflita).

    Guardadas as proporções e o nosso primitivismo ..recentemente os SUÍÇOS decidiram se o país deveria comprar caças, e se o salário mínimo deveria subir ..tudo feito DIRETAMENTE ..aliás, lá dizem que nas vilas eles decidem até mudança de sentido de via ..vc experimentou falar com a CET aqui em SP ?

Leo V

hahahahahahah

Diria o Simão: brasil país da piada pronta

A política como espetáculo.

Tem que rir pra não chorar: dizer isso enquanto implanta no país o maior esquema envolvendo todas as esferas de poder desde que os militares saíram do poder para prender a criminalizar a dissidência, formadora de movimentos sociais e ações coletivas.
É como Vargas, depois de reprimir, prender, matar, comunistas e anarquistas, e acabar com os sindicatos autônomos, dizer que os trabalhadores são representados no seu governo.
Existe um proto-fascismo no ar, sem metáfora.

    Romanelli

    SIM e não

    Problema é que há movimentos e há “tropeços” ..se vc se refere a baderneiros, gente violenta que depreda, quebra, taca fogo, INVADE, destrói, ofende, agride, pilha e rouba, que impede o direito ao próximo, que desconstrói o que ainda nem esta pronto, gente IMEDIATISTA e egoísta, destas que só culpam 3os por todos os seus infortúnios (e normalmente esquecem da responsabilidade dos seus PAIS ..pois a maioira sabe muito bem a mãe que tem), é uma coisa

    ..agora, se vc fala de movimentos HONESTOS, éticos, de gente que sabe o que faz e pede, que planeja, que defende seus direitos como cuida dos seus DEVERES, que caminham de forma JUSTA, que debatem e se submetem às regras, é outra

    claro, claro, aqui tb ei de concordar que a qualidade do interlocutor é fator importante ..por exemplo, se doutro lado vc tiver alguém que OPTE por construir casas populares ao invés de Estádios de futebol, ajuda

    ..assim como ajuda tb se numa eventual política de construção de Moradia Popular a OFERTA for na frente da demanda, ou que ela venha DESACOMPANHADA de instrumentos oficiais que facilitem a ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA e a explosão de preços no setor (como foi o caso do Minha Casa Minha Sina)

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