Subprocurador-geral dos EUA: “Cooperação entre o Departamento de Justiça e procuradores brasileiros é tão grande que ‘operam inclusive fora dos processos formais'”

Tempo de leitura: 4 min

Estados Unidos manejam a Lava Jato para destruir o Brasil e a América Latina

por El Clarín de Chile, via Carta Maior

Num discurso feito em julho deste ano, no qual felicitava a si mesmo, o subprocurador geral estadunidense Kenneth A. Blanco, que dirigia a Divisão Penal do Departamento de Justiça (porque logo o Secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, o escolheu para encabeçar a Direção de Investigação sobre Delitos Financeiros), se referiu ao veredito condenatório ditado contra o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, como o principal exemplo dos “resultados extraordinários” alcançados graças à colaboração do Departamento de Justiça (DOJ, por sua sigla em inglês) com os promotores brasileiros na operação “anti corrupção” chamada Lava Jato.

A unidade da Divisão Penal do DOJ, que colabora com a Lava Jato, é a Seção de Fraudes.

De novembro de 2014 até junho de 2017, quem dirigia a Seção de Fraudes do DOJ era ninguém menos que Andrew Weissman. Ao deixar essa função, ele foi transferido e passou a formar parte do grupo de choque contra Trump encabeçado pelo Procurador Especial do FBI, Robert Mueller.

Weissman tem sido, há muito tempo, o principal assessor de Mueller, e seu histórico de conduta indevida lhe valeu o apelido de “pitbull judicial de Mueller”.

Agora que se está ficando evidente o assalto judicial de Mueller contra a Presidência dos Estados Unidos, com cada vez mais membros de sua equipe ficando expostos por sua corrupção e atos ilegais, é de se esperar que sua operação latino-americana, a Lava Jato, terá a mesma sorte.

Como se sabe, Weissman foi retirado da equipe de caça às bruxas porque transcendeu à luz pública sua parcialidade a favor de Hillary Clinton.

Agora cada vez que se menciona a Weissman na imprensa estadunidense é para fazer referência à profunda corrupção que inunda o Departamento de Justiça e o FBI.

As ex-presidentas do Brasil e da Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Fernández de Kirchner, respectivamente, denunciaram na semana passada que os líderes nacionalistas e progressistas de todo o continente estão sendo submetidos sistematicamente ao que denominam lawfare, o uso da lei como arma de guerra, com o propósito de impor mudanças de governo e instalar chefes de Estado comprometidos com as políticas de austeridade neoliberal que vão destruindo a região.

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O discurso de Blanco demonstra que por trás do tal lawfare estão os mesmos interesses imperiais que buscam dar um golpe de Estado em seu próprio país, depor o presidente Donald Trump do seu cargo e instalar alguém ainda mais fiel aos interesses do mercado.

Em discurso mais recente, Blanco se jactou do papel do DOJ em toda esta farsa, durante um evento chamado Diálogo Interamericano, na palestra “Lições do Brasil: Crise, corrupção e cooperação global”.

Na ocasião, Blanco deu as boas-vindas ao seu amigo Rodrigo Janot, quem foi há até pouco tempo, e durante anos, o Procurador Geral da República do Brasil, e um dos principais sicários da Lava Jato.

“É difícil imaginar, na história recente, uma melhor relação de cooperação que esta entre o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e os procuradores brasileiros. Esta cooperação nos ajudou de forma substancial com uma série de temas públicos que agora estão resolvidos, e continuamos juntos em uma série de investigações”, afirmou Blanco.

“A cooperação entre o DOJ e o Ministério Público brasileiro levou a resultados extraordinários. Só em 2016, por exemplo, o FBI e a Lava Jato estiveram cooperando e se coordenaram nas resoluções de quatro casos relacionados com a Lei sobre Práticas Corruptas no Exterior (FCPA por sua sigla em inglês), ligado às empresas Embraer, Rolls Royce, Braskem e Odebrecht. O caso da Odebrecht em particular é notável, devido ao seu alcance e sua extensão”, continuou Blanco, que também lembrou que “os procuradores brasileiros conseguiram um veredito condenatório contra o ex-presidente Lula da Silva, acusado de receber subornos da empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras. Casos como este são os que colocaram o Brasil no topo do ranking dos países que trabalham para combater a corrupção tanto dentro quanto fora do país”.

Blanco revelou, nesse discurso, que a cooperação entre o DOJ e os procuradores brasileiros é tão grande que “operam inclusive fora dos processos formais, como nos tratados de assistência judicial mútua”, que consistem em simples ligações telefônicas de uns para outros, para trocar informações ou solicitar evidências driblando as formalidades legais quando é necessário.

Procuradores e promotores de toda a região entram e saem dos escritórios do Departamento de Justiça estadunidense (o mexicano Raúl Cervantes, quem Blanco considera um “bom amigo”, a panamenha Kenia Porcell”, e muitos outros na Colômbia, no Equador e em vários países do continente) para falar sobre as ações “contra a corrupção”, segundo o discurso do subprocurador.

Embora o mesmo não tenha citado os juízes Claudio Bonadio e Sérgio Moro – responsáveis pelas condenações a Lula da Silva e Cristina Fernández de Kirchner, respectivamente – sabe-se que ambos também são parte desse esquadrão de elite judiciário, e figuras centrais da nova política de choque para o continente.

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Comentários

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manoel mariano

Como será o Brasil daqui há 2 anos? Resposta: Lula cumprindo pena de 125 anos de prisão, o PT banido, o país governado por um “escolhido” da Globo e da grande mídia, forte presença de um judiciário déspota e perseguidor daqueles que lutam pela dignidade dos oprimidos, “tucanalhas” livres e atuantes na entrega do que resta do Brasil aos rentistas, volta a escravidão, aprofundamento da miséria e desigualdades sociais, etc. E o povo cada vez mais acreditando que tudo foi culpa do Lula e do PT. E estarei perguntando mais uma vez: “Como a mídia tem tanto poder de manipular as massas?”

    leonardo-pe

    isso ai dito está CERTÍSSIMO! podem esquecer que o Lula será absolvido. o PiG já deu um intimato ao pessoal do TRF4: ou vocês condenam o Lula ou serão TODOS MASSACRADOS! leia-se: os”supersalarios”serão revelados em rede nacional. fora as demais mordomias dos juízes!

Cláudio

Cláudio
27/12/2017 – 04h13

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando:

Se há uma coisa que não me preocupa é i$$o (capital) de imaterialidades, morais ou (d)o que quer que seja(m) essas invencionices (des)humanas inúteis (porque ninguém come ética e/ou moral e seus quejandos) mas isso (o assunto/tema da manchete) é, ou deveria ser, uma verdadeira imoralidade para quem essa palavra significa algo e deveria ser objeto de interesse (e providências) por parte dos/das que se preocupam com tais coisas.

.:.

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Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) ! ! ! ! Lul(inh)a Paz e Amor (mas sem contemporizações indevidas) 2018 neles/as (que já perderam DE QUATRO nas últimas 4 mais recentes eleições presidenciais no BraSil) ! ! ! !

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Sebastião Farias

Matéria e notícia impactante, no entanto, historicamente, não é surpresa. O Brasil em sua história, sempre teve pessoas autóctones e imprensa, disponíveis para facilitar as coisas ao império ianque, por esse, representar o sonho de muitos.
Abaixo, 03 matérias sequenciais afins a essa, sobre a tumultuada vontade política do Brasil, historicamente, de querer ser o que deveria ser, por sua importância, para o bem-comum e justiça de seu povo mas, tem sempre gente aqui, de dentro, que não permitem. Vejam e, passem para professores, alunos, formadores de opinião que nunca as viram, para refletirem sobre a situação do seu país, e tirarem daí, suas próprias conclusões, após as terem lido. O Brasil merece essa consideração:
http://www.academia.edu/8856167/LEGADO_ECON%C3%94MICO_DOS_GOVERNOS_NEOLIBERAIS_DE_FHC_LULA_E_DILMA_ROUSSEF ;
https://outraspalavras.net/brasil/o-brasil-no-epicentro-da-guerra-hibrida/ ;
https://www.ocafezinho.com/2017/12/26/sergio-moro-lava-jato-e-globo-o-mal-que-bate-nossa-porta/ ;

Julio Silveira

O desinteresse historico pela formação de uma cidadania plena brasileira é o que tem proporcionado esse tipo de ação, produto de uma avassaladora falta empatia com a ideia de um país soberano, independente, contribuidor humanistico.
É recorrente aqui esse tipo de ação, golpista, justificada sob os mais diversos argumentos, todos usados para manipular e causar diversionismos, enquanto aprofundam a subordinação do país aos interesses de quem nunca foram verdadeiros patriotas. Foi assim na ditadura militar, que agiu entrelaçada com os interesses estadunidenses, num papel de seguidores, subordinados, orientados lá, sob a fraude do combate a um comunismo que, no Brasil, nunca teve ou teria chances, devido a propria resistencia popular a esse tipo de regime. Da mesma forma se verifica hoje, na nova fraude, com esse novo golpe, coordenado pelo estado yanke, novamente subordinando o povo brasileiro aos seus interesses, de forma humilhantemente, acintosa, para quem tem respeito a uma cidadania brasileira, cada vez mais sureal, e acertadamente, já nos definindo como seu quintal, e corroborado por colaboracionistas nacionais para isso, certamente desnacionalizados em sua essência .
O problema para aqueles que se pensam brasileiros e que vivem num estado soberano é grave, por que aqui não se constroi um estado soberano onde se constroi brasileiros, aqui se pensa é na contrução de um estado de covardia constante, de vassalagem. Se constroi sim, um estado de cidadania fragil, desassistida, facil de ser novamente engambelada, como foram nos primordios de nossa história os silvicolas. Que esperavam deuses e receberam invasores como Deuses, e felizes. Acabaram por entregaram territorio e tesouros, enquanto perdiam identidade cultural. Dos falsos Deuses receberam opressão junto com espelhos e apitos, que correspondiam aos intrumentos da hipnose da época. Hoje estamos como aqueles silvicolas, embasbacados com os brinquedos, entregues pelo invasor, os novos Deuses de muitos. E o Brasil, se é que permaneceremos tendo essa denominação sem algum anglicismo induzido, segue sendo trabalhado culturalmente para não ser um país, um estado, uma nação, mas sim para um territorio, tutelado. Aqui as instituições, tem sido as verdadeiras inimigas da ideia de nação, nitidamente vem realizando o papel de resguardo para a minoria desnacionalizada, a desempatica. Tem sido os guardas que provisóriamente, como aqueles procuradores, são autorizados pelos reais proprietarios, a cuidarem de seus interesses, mas só enquanto assim julgarem conveniente.

Regina Maria

A gente já havia entendido a subserviência da LJ ao USA. O artigo deu nomes aos bois. Obrigada.

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