15/11/2010
por Eric Margolis, Huffington Post
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Em bofetada que se ouviu em todo o planeta, a agência estatal chinesa de avaliação de créditos acaba de reduzir a avaliação do crédito dos EUA e questionou os EUA como economia líder do mundo.
Em movimento sem precedentes, a China denunciou “a deterioração da capacidade de pagamento” de Washington e previu que a emissão de bilhões em papel-moeda (operação chamada de “flexibilização quantitativa” [ing. quantitative easing] no jargão financeiro) resultará “fundamentalmente em redução da solvência nacional”.
Ah, como os tempos mudaram! Quando eu era menino, meu pai, financista em New York, chamava os títulos duvidosos de “papel chinês”. Seis décadas depois, é a vez da China zombar dos instrumentos financeiros norte-americanos. A China detém hoje a maior fatia da dívida externa dos EUA.
As monarquias sempre sofreram muito para pagar por suas guerras e conquistas. Os impérios espanhol, francês, holandês e britânico ruíram sob o peso financeiro das guerra e das colônias gigantes. Os EUA hoje padecem da mesma doença imperial.
Desde o Egito antigo, o recurso ao qual tradicionalmente recorrem os impérios com problemas de caixa tem sido reduzir a proporção de ouro na cunhagem das moedas, prática conhecida como “clipping”.
Fast forward até Washington, 2010. Hoje, se fala em “flexibilização quantitativa” [ing. “quantitative easing” (QE2)], mas é ainda o mesmo truque tão prestigiado pelos governantes de antigamente.
Washington inundará os mercados financeiros com $600 bilhões de dólares fake, na esperança de que essa maré montante de dinheiro de “Monopólio”, o jogo, consiga arrancar os EUA da recessão. É a segunda rodada de “flexibilização quantitativa”, chamada hoje de “QE2“. E nada tem a ver com transatlântico “Queen Elizabeth 2a“.
Os EUA exportam inflação para o mundo inteiro, para reduzir sua gigantesca dívida, pagando os credores com dólares desvalorizados.
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Todo o mundo está furioso com Washington, como se viu claramente na reunião do G-20, semana passada na Coreia do Sul e em Yokohama, Japão.
A União Europeia, o Japão, China, Brasil e Rússia uniram-se na oposição à segunda “flexibilização quantitativa” de Washington, vendo nela uma ameaça à estabilidade financeira e ao comércio global. Também muito significativamente, reagiram contra a tentativa, pelos EUA, de culpar a moeda chinesa desvalorizada, pela instabilidade atual. Não se chegou a nenhum acordo na candente questão do câmbio.
Washington acusou a China de manipular sua moeda para mantê-la subvalorizada. Alemanha e Brasil, para grande embaraço dos EUA, acusaram os EUA de também manipular a própria moeda – o que é plenamente verdade.
O dólar depreciado faz crescer as exportações norte-americanas e prejudica as nações que exportam para os EUA. Os economistas chamam isso de “matar de fome o vizinho” – prática comercial destrutiva e predatória que teve papel importante na depressão mundial dos anos 1930.
A onda de dinheiro fake de Washington está provocando erosão no valor do dólar, principal moeda de troca mundial. Nos dois últimos meses, o dólar norte-americano caiu mais de 6% em relação às principais moedas. Investidores assustados estão correndo para o ouro, que já valorizou 17% em 60 dias.
O governo Obama, que acaba de levar “uma surra braba” [ing. “shellacked“, palavra que Obama usou em sua primeira fala depois das eleições (NT)] dos eleitores nas eleições de meio de mandato, e precisa desesperadamente reduzir o desemprego, aposta que mais terapia de choque trará a economia de volta à vida. Mas a dívida interna, gigantesca, já levou ao colapso financeiro de 2008, nos EUA.
A dívida interna dos EUA atinge a cifra estratosférica de 14 trilhões de dólares. Ninguém trata vítima de envenenamento com mais veneno. É quimera imaginar que conquistaremos a prosperidade gastando dinheiro emprestado.
Mas políticos em pânico estão dispostos a tentar qualquer remédio econômico à base de mais veneno de cobra, para salvar a própria pele. Antes de 2007, os EUA viveram à larga, crendo em créditos inexistentes. Esse tempo acabou, mas ninguém se atreveu, até agora, a contar aos eleitores.
Além de desestabilizar o câmbio e o comércio, o maremoto de moeda norte-americana jorra sobre os mercados emergentes, onde os investidores norte-americanos vão em busca de melhores taxas de juro que os miseráveis 0,03% que encontram em casa.
Nos anos 1980, frágeis economias asiáticas foram devastadas, quando ondas de investimento norte-americano avançaram sobre elas e rapidamente saíram de lá. Esse processo volta a acontecer agora, devastando a moeda de outros países, cujas exportações perdem competitividade. Barreiras já se erguem contra esse tipo de investimento predatório em todo o mundo, da China ao Brasil.
O presidente Barack Obama recebeu herança muito maldita do governo Bush. Apesar disso, a resposta que dá hoje nada fica a dever aos desmando bushianos: o projeto econômico de Obama ameaça hoje toda a ordem econômica mundial. A moeda é símbolo nacional mais potente que a bandeira.
De fato, é bem possível que os fóruns econômicos da semana passa na Coreia do Sul e no Japão tenham sido o começo do fim da era do dólar norte-americano, que comandou as finanças e o comércio planetário desde 1945. A fonte primária do poder dos EUA é a economia e a força financeira. O dinheiro tem mais poder que aviões bombardeiros e divisões aerotransportadas.
O dólar continua rei, mas a era de sua supremacia internacional parece estar terminando. À medida que o dólar enfraquece, enfraquece o poder dos EUA no mundo. A culpa por tudo isso é, integralmente, dos políticos norte-americanos e dos oligarcas de Wall Street.
Semana passada, Washington foi varrida por rara onda de bom-senso. Painel presidencial bipartidário sobre redução da dívida pública propôs corte de $4 trilhões nos gastos federais.
No alvo dos cortes propostos, todas as vacas sagradas políticas. O corte proposto na carne da mais sagrada delas – o orçamento militar – é da ordem de $700 bilhões. Um terço das bases militares dos EUA pelo mundo terão de ser fechadas. E terá de haver cortes na seguridade social e nos subsídios para hipotecas; aumento na idade mínima para aposentadorias; e congelamento total de vários dos projetos locais dos quais muitos políticos fazem meio de vida. Além de previsível aumento de impostos.
O ranger de dentes já começou. Infelizmente, cortes de gastos drásticos e impopulares são altamente improváveis, sobretudo num Congresso no qual Republicanos e Democratas estarão em eterno empate. Os EUA precisariam de um ditador econômico, para conseguir implementar todo o Plano de salvação proposto pelo Painel.
A China já tem o seu ditador econômico – por ironia, é o Partido Comunista. Os EUA, mortalmente viciados em guerras e dívidas, só têm paralisia política e fiscal.
Comentários
Pedro
Talvez esteja na hora de pensar que a crise do dólar já é também a crise do dinheiro. Grande parte da humanidade já não tem mais nada a ver com isto que chamam de mercado. A maior parte da humanidade se relaciona muito mais com a lata de lixo, onde o dinheiro tem pouca circulação. A outra parte viveria muito melhor se o dinheiro não fosse um impedimento ao aumento da produção de riquezas e à redução da jornada de trabalho. Quando a maior parte da humanidade já nem sabe mais o que são essas coisas chamadas emprego, dinheiro, salário, um outro mundo está pedindo passagem. Vamos apressar o parto?
José Ruiz
Espero que os EUA reorganizem sua economia da forma menos traumática possível… Apesar da excelente política externa brasileira, sobretudo a diversificação de parcerias comerciais, uma crise americana vai nos custar caro (todo o planeta sofrerá), isso sem contar que alguém menos criativo, política, financeira e economicamente falando, pode lançar mão de uma guerra para equilibrar o caixa. Os tempos, porém, mudaram: uma guerra hoje pode ser um holocausto para toda a humanidade, e não faltam malucos nos EUA para isso… Essa é a visão sombria… A visão otimista é o gigante se submeter às diretrizes do FMI, ou seja cortar gastos, conquistar um status de "europa", o mundo criar outra referência monetária (adeus dólar) e os emergentes assumirem uma posição de liderança na economia global… (não custa nada sonhar: eu e minhas ações na Petrobrás agradecemos..)..
mariazinha
Pior, caríssimos: de nós, brasileiros, tiraram o pão nosso de cada dia para sustentar essa porcaria toda desses buches. Os brasileiros sofreram o pão que o diabo amassou, durante longos anos de agonia até que o povo acordasse e elegesse um metalúrgico para dizer um basta ao descalabro. Os traidores da PÁTRIA brasileira, por longos anos, se juntaram a essa corja de esbanjadores, mentirosos, cúpidos e descarados, alimentando seu pendor para a agiotagem e extorsão; nos maltrataram, debocharam, escarraram em nossas caras com suas impertinências e libertinagens. Quero que eles todos se explodam; não estou nem aí para o ranger de dentes dessa gente sem sem alma.
Parabéns, AZENHA, de novo um belo texto. Parabéns ao povo brasileiro que saberá sair ileso, de novo. JUNTOS, somos muitos!
NAMASTÊ!
Carlos
Até parece que nós Brasileiros nunca sofremos com os erros de gestão economica. Esses erros cometidos na gestão americana (do norte) terão de serem absorvidas de alguma forma. É simples. Não é porque são eles que os resultados serão diferentes. A maioria dos países que já estão no prejuízo ou aqueles que podem vir a ficar, já deram sinais de que vão buscar soluções doa-a-quem-doer. Achar que os EUA, dos SUPERMANS E HOMENS ARANHAS não terão de fazer e refazer suas contas e imprimir sacrifícios a todo o seu povo, é acreditar em estórias de carochinhas.
Jairo_Beraldo
Mas o que está "segurando" a economia americana que está em frangalhos, são os dolares fakes…agora quero saber onde estão o lastro para os EUA poderem continuar a imprimir as verdinhas!
José A. de Souza Jr.
Não existe. Existia "de boca", até 1971.
alexandre de melo
eles os eua obrigam os arabes a so' receber pelas vendas de petroleo em dolares,
os ditos petrodolares. entao lastreiam seu dinheiro falso nas costas dos arabes.
por isto que a crise do petroleo da decada da 70 foi tao penosa para o Brasil, nao tinhamos o que
exportar, nao faziamos caixa em dolar para comprar petroleo. mas agora temos o pre-sal
nao precisamos de dolares para nada, e melhor o governo se desfazer deste lixo acumulado
enquanto vale algo.
Fabio
Belo texto, como faz falta uma imprensa lúcida no mundo.
Tiago
ehehe, que interessante, quando é para criticar o "inimigo", esse blog publica até mesmo textos com um considerável tom liberal!
Autênticos liberais criticam essas políticas há décadas, um século pra falar a verdade, desde a criação do Federal Reserve em 1913.
O que seria interessante notar, porém, é que o governo brasileiro sempre praticou o mesmo tipo de política. Ultimamente, na era Lula, a expansão monetária foi considerável. Ainda não comparável com o período militar, mas foi o suficiente pra criar todo esse falso boom econômico brasileiro dos últimos anos (já se esqueceram do "milagre econômico"? pois bem, não existem milagres…), assim como nossa própria bolha imobiliária: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=611
É fato que os piores massacres da história da humanidade foram financiados com inflação. Mas não só eles… a social-democracia européia, tão defendida pelos esquerdistas brasileiros, é fortemente financiada por dívida e inflação.
A expansão monetária como praticada pelos bancos centrais, todos fiéis às horríveis teorias keynesianas, tem como efeito ciclos de expansão e retração econômica, que terminam por destruir o capital duramente acumulado pela sociedade.
E esse recurso é usado não só por demagogos de direita, mas por demagogos de esquerda também. Vejam o quanto a base monetária brasileira expandiu nos últimos anos… vejam a situação dramática em que se encontra a Venezuela depois de tanto tempo sob o chavismo…
Enquanto as pessoas continuarem esperando que o governo resolva seus problemas, é esse tipo de "solução" que terão…
Sergio Dias
Quem aqui no Brasil tá esperando que o governo resolva seus problemas? Eu, Policial Militar de SP estou? O pequeno agricultor nos mais diversos cantos do país está? O banqueiros estão? Os grandes produtores agricula estão? Os grandes empresários (Vale do Rio Doce, montadoras de veículos, empresa da área de transporte terrestre, marítimo e aéreo) estão? Quem está? Diga quem, por favor! Você está falando do bolsa família, é isto? Diga, ao menos para mim que teve a paciência de ler seu comentário.
augustinho
tiago, o que é pra voce, ' expansao monetaria'?
Voce esta dizendo que o crescimento brasileiro nestes ultimos tempos, de 3,5, 4%, 5%, -0,2% e agora ao redor de 7.5% não se baseia na economia real?
Voce esta me dizendo que o consumo crescendo tem sido o que? vc esta dizendo que o volume de credito no pais, qfue sempre foi nanico porque so funcionava para as classes superiores, agora que beira 50% do PIB e ajuda as
classes do andar de baixo´não é coisa da economia real, da produçao?
Explique melhor. Mas se for o que descrevi voce seria um parente da especie Miriam Leitão. , oque nao creio.
O mundo diz NÃO aos dólares “fake” dos EUA | Blog do Carlão
[…] O mundo diz NÃO aos dólares “fake” dos EUA […]
Leontino Avarela
Quando foi criado o Dólar como Moeda Padrão ela foi lastreada em Ouro. Mas, depois de um certo tempo acabou com esta norma. Os EUA não tinham tanto ouro pra lastréa-lo e para eles era muito mais futuroso emitir Dólares a vontade (papel sem lastro) e dominar o mundo. Isto foi feito, só que se tornou uma bola de neve. Emitiram papel moeda em excesso pra manter uma economia artificial e também cobrir o excesso de despesas sem produção equivalente. Isto se chama "Rentismo" pura especulação financeira (Bolsa etc. e etc.) Porisso a quebra recente da Economia. Uma Economia sem produção só na base da especulação financeira deu nisto ai!
Pedro A. Martins
Parece ser o fim Ditatorial do Dólar. A Hegemonia Americana está indo pro saco. Não existe pessoa, família, Instituição ou Nação que consiga se manter se ela gasta mais do que produz. O que houve é que de de 1945 criaram por pressão dos Americanos uma moeda padrão que foi o Dólar e de lá para cá os Americanos viveram explorando as nações póbres emitindo moeda podre e com isto ditava as normas finaceiras e o Comércio a seu bel prazer. É como se fosse assim: Minha moeda não tem lastro, mas é forte. Eu compro seus produtos pago com ela se você quiser é tanto. Como a moeda era padrão e o domiínio comercial era deles então…..!
João
Parece que o mundo acordou! O dólar, há muito tempo, não passa de papel moeda pintado de verde.
Ou acha-se uma solução logo, ou pagaremos todos pela irresponsabilidade dos governos dos EUA desde Nixon.
Gersier
Azenha,a "zelite" de olhos azuis brasileiras,estou falando da improdutiva,das dondocas e mauricinhos, veem a cada dia que passa,seu chão afundar.Criticaram o Lula pelas suas decisões na última crise e o folhetim veja que é escrita para eles, colocou na capa o famoso "tio sam" (deles) com a frase "EU SALVEI VOCÊ". O PIG chamou os tradicionais especialistas "sabichões" que não acertam uma,para corroborar o que demos e tucanóides vociferavam nas tribunas do Congresso Nacional. O Lula mais uma vez ri por último e o povão que realmente sabe das coisas,aplaude.Sem visão e com espirito de colonizados,criticam até hoje a diplomacia brasileira que acertadamente procurou outros parceiros comerciais.Tívessemos sendo desgovernados pelos bicudos tucanóides,estaríamos hoje na pior. Ve-los afundando com seus idolos yankes,como diz um certo comercial,não tem preço.
Lênin
Ahhh, o que é desespero!!!
Os EUA tentaram reviver a teoria fiscalista Keynesiana no começo da crise, que entretanto, fracassou, devido ao enorme déficit fiscal (a divída deles é absurda até para os padrões deles)!!
Agora que o governo Obama percebe o fracasso do plano fiscalista, procura usar aquilo que dificilmente funciona em uma crise, politíca monetária!!
Isso se chama PURO DESESPERO!!
Luiz G. Simões
Inundando o mundo com papel pintado de verde, foi a forma que o EEUU encontraram, para pagar sua extratosférica dívida externa,
Quém deve estar preocupado com isso é a China que tem 1 trilhão de dolares aplicado em título da dívida americana e,
vê esses valores derreterem, e os tucanos brasileiros que têm muita grana escondido lá fora!
Bernardino
A CHINATEM 5000 ANOS, sem disparar uma bala vai derrotar o imperio AMERICANO. Wasshington ssbe que os orientais (China,Vietnam) sao bons de briga e nao se metem com eles.Quem tem CONFUCIO nao precisa de MARX
Que pena que o BRAsil POTENCIA emergente nao tenha bala para brigar(ARMA NUCLEAR) culpa dos militares frouxos que nao fizeram a bomba atomica para proteger o pais.A vida inteira abriram as pernas aos americanos tipico da cultura Portuguesa vassala e sabuja.Exceçao ao pres GEISEL que era alemao e fex uma politica soberana,reconhecendo a CHINA em plena guerra fria(1974) e falando grosso com os EUA à epoca
Lucas Cardoso
Isso é ridículo. O pau-mandado do Geisel e seus amiguinhos generais neonazistas só reconheceram a China porque os EUA estavam tentando reatar as relações com os chineses a partir de Nixon. E eles só queriam se reaproximar da China porque as transnacionais estadunidenses estavam de olho na mão de obra barata e na matéria-prima chinesas. Que eles acabaram conseguindo.
Claro que os EUA não perceberam que ao abrirem a economia da China, só acelerariam o lançamento daquele grande país rumo à hegemonia global. Agora é só esperar pra ver se o império chinês que vem aí vai ser melhor ou pior para nós do que o decadente império estadunidense.
José Ruiz
Que mistureba…(!)
Scan
A Hilary já elogiou há cerca de um mês atrás os juros altos brasileiros. Os EUA irão pelo mesmo caminho.
Um dia ainda decorarei uma parede toda com notas de dólares. Será de extremo mau gosto, mas me alegrará muito…
O_Brasileiro
Como criar créditos para o consumo num país onde a lei que predomina é a do lucro e não do bem-estar social?
O dólar está evaporando! | ESTADO ANARQUISTA
[…] por Eric Margolis, Huffington Post Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu no Viomundo […]
Edson Gomes
Lembro-me, lá pelos anos de 1966/68 – anos de chumbo – em uma roda de amigos, a conversa chegou na Expo '70 (Exposição Mundial), que seria realizada no Japão dali a 2 anos. Um dos participantes comentou: "O tempo dos orientais está chegando. Quando eles se firmarem no mercado mundial, o Ocidente tremerá." E a China ainda era "comunista" naquela época, porém já dispunha de um contingente inimaginável de mão de obra disponível e 700 milhões de pessoas para alimentar, DIARIAMENTE. …O tempo deles chegou! Que tal o Brasil pegar "carona" nesta onda?
dbacellar
O Brasil, desde as negociações que Lula conduziu (sob críticas da imprensa, claro…) já está pegando carona.
Eduardo Lima
O perigo é que o fracasso de Obama seja o triunfo da extrema-direita de Sara Palin.
Pedro A. Martins
Não existe extrema direita ou esquerda que tenha sucesso em uma economia em frangalhos, que é o caso dos EUA. Um povo que viveu de rentismo em mais de 50 anos. Vejam se não é isto que levou os EUA pro buraco.
Excesso de despesas como Guerras, bases militares ao redor do mundo (em excesso) . É só observarmos os Impériso que faliram e tirar um retrospecto com os EUA. Chegou a vez deles!
dbacellar
Está na hora dos EUA reviverem sua esquerda. Os dois partidos de direita não estão dando conta dos problemas!
José Andrade
Lembrei daquela música:
"E se a casa cair, deixe que caia"…
Luísa
O que não está agradando tudo isso é que, os americanos sempre condenaram o comunismo e os chineses trazem à mão de ferro o controle político e social da China e pratica um capitalismo selvagem e predatório para cima dos americanos e do resto do mundo. Bem feito para os americanos, quem manda se acharem os donos do mundo. O que não pode é a China mandar sozinha, é preciso haver mais multilateralismo nas finanças internacionais. Agora, que é bom ver a China fazer o que está fazendo com os americanos Ah! isso é bom! Mas ela precisa ser contida também. Este é xadrez das RIs.
dbacellar
A China tem muito a perder com a quebra dos EUA. Eles são credores do governo americano, não querem vê-los sem condição de pagar. Haverá um acerto entre eles em algum momento futuro.
Bonifa
Vejo agora que nesta guerra está todo mundo se posicionando contra Washington. E o destaque que vejo mais importante é a posição da Europa, liderada pela Alemanha. "Alemanha e Brasil, para grande embaraço dos EUA, acusaram os EUA de também manipular a própria moeda." É o que diz o artigo acima. E porquê os EUA estão embaraçados com isso? Porque, tradicionalmente, esperariam a adesão da Europa a seus pontos de vista diante do mundo. Mas neste caso, onde o ponto de vista americano é francamente egoísta, uma posição contrária a ele se impõe como questão de sobrevivência. Parece que quando a Alemanha decidiu fechar a Europa e promover um ajuste rigoroso interno, desafiando o FMI e europeizando as crises mais agudas, como as da Grécia, Espanha e Irlanda, não estava brincando. A Europa convidou o Reino Unido a colocar-se dentro do círculo europeu para o esforço comum de ajuste. Mas o Reino Unido, talvez por compromissos umbilicais com os EUA, resolveu colocar-se fora daquele círculo. Hoje a Inglaterra parece que começa a perceber a tolice que cometeu. E procura aproximação maior com a Europa. E a Alemanha, destemidamente, parece estar a dizer aos EUA que seus compromissos de pós-guerra estão terminando.
João Curu
Minha gente. O 11 de setembro tem um significado sutil que poucos percebem.Após o ataque, Busch se atirou numa cruzada contra o terrorismo que resultaram na derrubada do Talibãm no Afganistão e depois em outra querra a do Iraque, baseada na mentira que Sadãm tinha armas químicas. Foram 7 anos de talvez trilhões de doláres jogado nestas querras. De onde vieram esta montanha de dinheiro??? Daí por vias indireta a grise financeira do Tio Sam. Ou seja Bin Laden atingiu outros alvos não analisados.
Na história da humanidade vimos vários impérios dominantes que ruiram.
Como exemplo de impérios podemos citar o Mongol, Romano, Os Portugueses, Espanhois, Ingleses, etc.
No século passado foi o Império Soviético que ruiu.
Agora neste século estamos assistindo mais um império ruir, o império Americano. Este império arrogante despejou Trilhões de dólares em guerras como a do Vietnãn, 2 no Iraque e Afganistão.
Agora esta afundando na economia com este rombo mostruoso.
Tchau império do Tio Satã, digo Tio San
Ed Döer
Taliban só se mudou para o Paquistão praticamente…e de uns tempos para cá, tem voltado para a casa. Tanto que é difícil sair uma solução para a guerra no Afeganistão que não passe por uma negociação com o Taliban.
Pedro A. Martins
O que dá para perceber no Afeganistão que eles (Talibans ) não tem o menor interesse em terminar a guerra. O que eles querem e dá para perceber é desgastar os Americanos até eles se renderam como foi no Vietnan. Vocês verão daqui mais um pouco que o EUA estão cada vez mais fracos e já estão perdendo aliado na Europa e daqui uns meses estarão sozinho combatendo no Afeganistão e ai meus amigos será o fim. Nesta altura a economia dos EUA já terá ido pro saco! Esperem mais um pouquinho pra ver!
Ney Henrique
Eu venho falando isso há um tempão também …
Os historiadores do futuro vão dizer que Bin Laden derrotou os EUA … envenenou a pais com a insegurança e os idiotas cairam como um patinho, se enforcando em sua própria paranóia.
Thelma Oliveira
Vc me fez lembrar de uma coisa: algumas análises apontaram o projeto Guerra nas Estrelas como uma criação americana para fazer com que a URSS investisse mto dinheiro em uma política de contrataque para ruir com o império soviético, o que efetivamente aconteceu. Seguindo uma linha de teoria conspiratória (que eu adoro, rs), não seria de se pensar que os "inimigos" atuais dos eua (Bin Laden, Talibã, etc) tenham usado a mesma tática com os norte americanos? Me sinto como o gato, lambendo os bigodes depois de tomar mto leite.
J. FERNANDES
Vou dizer o que acho que aconteceu. Os gastos com as guerras (Iraque e Afeganistão) foram do governo americano (dinh. dos contribuintes, né). Já os lucros da guerra, foram diretos para os empresários da indústria de armamento, petróleo etc. Ou seja, o governo gastou dinh. do contrib. e quem lucrou, SÓ PARA VARIAR, foram os empresários.
Tb tenho a impressão que a economia americana é uma gde farsa, uma bola de neve, que eles vêm rolando. As guerras insanas, não são tão insanas assim. É desespero. Ou fazem a guerra e dão uma SOBREVIDA a economia ou VÃO PRO SACO MAIS CEDO.
Alencar justiniano
Guerra para o EUA sempre foram por interesse de Economia. Porque os EUA saem de uma guerra e logo estão em outra ou muitas das vezes nem saem já estão paticipando do começo de outra. Veja o Iraque e o Afeganistão.
Mas, de uma coisa vocês podem ter certeza é como metal : até o metal cansa.
dbacellar
Sim, eu penso assim já há uns sete anos. Os EUA, um gigante de pés de barro (por causa da falta de política social consistente, o que inclui proteção às famílias e aos empregos, universalização da educação e da saúde etc), sustentou-se na política de medo da União Soviética. Sem o inimigo claro e com a "adesão" da China ao capitalismo, o que sobrou para eles? A "guerra às drogas", seguida da "guerra ao terror" e, até certo ponto, o "combate ao efeito estufa". Nenhuma destas guerras substituiu a guerra fria. Eles precisam repensar sua política externa e também sua "democracia", controlada pelos meios de comunicação.
Figueiredo
Excelente artigo!
Rafael
Tomara que os eua caiam sem levar vários junto com eles. Espero que o mundo não permita que a china assuma o papel dos eua. Um mundo multilateral vai ser muito bom.
Lucas Cardoso
Essa é a esperança. A derrocada do Império, gerando um mundo multilateral com os centros na China, Rússia, Índia, União Europeia e (por que não?) Brasil é o melhor desenlace imaginável para a crise atual. É possível? Quem viver verá!
Sagarana
"Redução da solvência"??? Não entendi, vai acabar o papel ou a tinta?
Jefferson
Belo artigo, Eric Margolis está de parabens.
sergio
Tinha que ser num blog independente essa análise, pois, os jornalões escondem a verdadeira face do capitalismo clivado por crises.
Yacov
"Ascensão e queda do império Americano" – Sem dúvida que estamos assistindo à queda. E pelo jeito eles vãose esborrachar. Quem irá dominar e explorar os povos do mundo agora, a CHINA???? Estaremos autorizados a sonhar com um mundo multilateral, com respeito à autodeterminação dos povos, paz, liberdade, democracia e sustentabilidade??? Ou isso será sempre, apenas um sonho????
"O BRASIL PARA TODOS não passa na gLOBo – O que passa na gloBO é um braZil para TOLOS"
Haroldo Cantanhede
A parte bacana disto tudo é que, com menos para gastar, os estadunidenses terão menos recursos para oprimir nossos irmãos, no mundo inteiro. Belo momento este da derrocada destes exploradores.
Davi Lemos
Curioso será ver o que pode acontecer com Israel, no futuro. Será que os EUA vão continuar acobertando todas as atrocidades daquele estado racista? Vão continuar despejando rios de dólares para manter uma política que só trouxe desgraça para o oriente médio? Só o tempo dirá.
Yacov
Outra solução para eles seria iniciar uma gerrinha contra o "terrível" IRÃ. Fala baixo…
"O BRASIL PARA TODOS não passa na gLoBo – O que passa na gLoBO é um braZil par TOLOS"
carmen silvia
A melhor notícia desse artigo foi a dos cortes no orçamento militar, com fechamento de parte das bases americanas em territórios alheios.Será que estamos assistindo ao vivo e a cores o declinio do império americano?
Gisela
Pois é, tb comemorei aqui quando li o corte de 700 bilhões das guerras! Aliás, tenho certeza que estamos assistindo o declínio do império americano, acredito que a primeira vítima será a hegemonia econômica, mas ainda deve demorar algumas décadas…eles não vão ceder sem lutar com unhas e dentes até o final. Mas a hegemonia cultural, o grande trunfo deles se comparados aos impérios anteriores, continua firme e forte e acredito que ainda está muito distante de acabar.
vera oliveira
tomara .
monge scéptico
Desde nixon o mentiroso. Eles (os dolares) só não cairam lá atráz, por causa da "livre" e
expontânea pressão das BA/BH X balísticos+ boinas verdes, "os cachorros loucos e ma-
-rines. Quem foi vítima de ameaças e corrupção via CIA, baixou as calças do povo igno-
rante e ……… Eles os que ofereceram a bund…do povo em holocausto dos salários arrocha-
dos, se deram bem, catapultados via golpes de estado , ao "status" de lacaios
da USA/uk.fizeram fortunas, "via trabalho honesto e sacrificante"O, povo, entrementes se fu….
digo perdeu. E agora?.O BRASIL tem que se livrar o tesouro dessa moeda pôdre antes que
vá para o lixo, e nós de novo nosfu….Será que aprendemos?
Marat
Desde os anos 1980 que eu ouço que os EEUU vão quebrar… será que dessa vez a coisa anda? Afinal de contas, o mundo precisa de um pouco de paz!
valdeci.souza
É mais facil acontecer revanche ou vingança. Concerteza não vai haver paz .
Baixada Carioca
Quebrar não quebra, mas diminui aquela postura arrogante que os estadunidenses tem com relação ao resto do mundo. Cê credita que até minha cunhada, brasileira de Queimados/RJ, assumiu o discurso de que eles podem mais que qualquer outro cidadão no mundo?
Êta culturazinha porca sô!…
Baixada Carioca
Só pra consertar o comentário, claro que me refiro a uma parcela que assim considera a cidadania estadunidense em relação ao resto do mundo.
RBM
Oberve-se, pelo número de referências, como o Brasil é levado em conta no cenário atual. Quem te viu, quem te vê.
Douglas O. Tôrres
O muro do lado de lá caiu.agora o do lado de cá que ja a todos viam as rachaduras,começa aos pouicos a enfim a ruir,cai um pedaço aqui,e acolá.Ja não adianta as escoras.Mas que,ao que parece não teremos mais só um imperio a ditar a ordem mundial,o mundo esta se multipolarizando,aonde isto nos levar´só o tempo dirá.
prvitu
Ledo engano meu caro, ledo engano.
O que estamos assistindo e só a transição da primeira para a segunda etapa do controle econimico financeiro mundial.
Era obvio que não haveria o controle mundial por um país mas também é obvio que haverá este mesmo controle por uma frente internacional.
Klaus
É o fim do capitalismo, o fim do capitalismo!!!!!
ZePovinho
Não,Klaus.É o fim do cupitalismo….
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