Cejana Di Guimarães: Por trás do coxinha vs. petralha, o dividir para conquistar
Tempo de leitura: 3 minGUERRA CIVIL OU DITADURA?
por Cejana Di Guimarães, no Facebook
O pior do golpe não é o golpe. O pior do golpe é o que virá. Que seja um golpe parlamentar ou militar, ilegal ou legal, na realidade ele é apenas um instrumento.
Dentro de um conjunto mais amplo de estratégias que visam uma tomada completa de poder político e econômico do Brasil, o que alguns chamam de impeachment e outros de golpe vem apenas consolidar o saqueamento material e institucional do país por forças estrangeiras.
Desde 2013 constrói-se um cenário de enfrentamento entre dois polos da sociedade, a esquerda e a direita, também conhecidos como petralhas e coxinhas.
Com o mesmo discurso, mudando apenas nomes e referências culturais, os dois lados se batem pela justiça, pelo fim da corrupção, pela democracia e pelo futuro do país. Cada um construindo uma narrativa que idenifica os vilões e os escândalos no campo adversário.
Todos apresentam provas contundentes e heróis imaculados.
O que não dizem ou não enxergam é que o vilão está além das fronteiras ideológica e também das fronteiras geográficas do país. E a esse vilão não interessa quem ganhe a luta, apenas que haja luta, que haja destruição do tecido social e das instituições políticas. Pois com guerras e catástrofes ganha-se muito dinheiro.
A indústria de armamentos ganha, a máfia das construtoras ganha, a dos combustíveis aumenta os lucros, os bancos sobem seus juros, os investidores estrangeiros fazem a feira, aproveitando os preços baixos e o câmbio favorável, sem falar nos minérios, no petróleo e nas privatizações.
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Todos lucram, menos o país e seus cidadãos e pagadores de impostos, que sejam de esquerda ou de direita.
O capital financeiro internacional não tem ideologia. Enquanto isso amigos se xingam na internet, casais brigam, pais e filhos cortam relações, o fosso político se torna cada vez mais profundo e é alimentado nas redes sociais por profissionais treinados em espalhar mentiras, boatos, construir escândalos que aumentem cada vez mais o ódio entre as duas trincheiras.
Polêmicas e conflitos são alimentados entre classes sociais, entre negros e brancos, entre homosexuais e heterosexuais, entre feministas e machistas, entre nordeste e sudeste.
Alguns desses conflitos são sugeridos nos relatórios da Embaixada Americana em Brasília, como foi divulgado pelo Wikileaks de Julian Assange.
A mesma embaixada a quem o vice-presidente, hoje presidente, passava informações confidenciais. Pois o que importa não é a categoria, o que importa é que haja conflito, desunião, desequilíbrio e principalmente ódio.
Porque ainda hoje é mais fácil dividir para conquistar.
E quando as pessoas resolvem sair às ruas para protestar, como hoje, a violência é orquestrada por policiais e agentes infiltrados, que se encarregam de provocar confrontos onde haja feridos, prisões aleatórias, bombas, sangue e supostos Black Blocs mascarados.
A burguesia horrorizada sentada em frente à televisão ou em suas varandas de panela em punho, resolve então pedir ajuda a Deus e aos militares, sem perceber a inconsistência de sua contradição.
Todos dispostos a perder a liberdade em favor de um emprego (o desemprego aumentou…), uma viagem a Miami, a baixa do dólar ou a paz e a harmonia de uma novela das oito.
O que temos então é um país dividido que não se governa mais, a ruptura de contratos sociais, o descrédito das instituições, a institucionalização de métodos fascistas de governo, o medo e a repressão se tornam instrumentos de poder.
Como a Ucrânia e a Síria já nos mostrara,, em uma sociedade enfraquecida a esse ponto, não é difícil construir um cenário de guerra civil, de enfrentamento nas ruas, ou se alguns preferirem de ditadura militar. E muitos irão se perguntar, quando foi que perdi o fio da meada?
PS do Viomundo: Sempre dissemos que a nova doutrina do Pentágono, ainda não devidamente mapeada, é espalhar o caos. O enfraquecimento de qualquer Estado, em qualquer ponto do planeta, é benéfico aos Estados Unidos, que podem ou não oferecer “assistência” e ampliar sua tutela/penetração diplomática, policial, militar, política e econômica.
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Comentários
FrancoAtirador
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O IDEAL DO CAPITALISTA
É O LUCRO A CUSTO ZERO
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FrancoAtirador
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O que se Extrai de Todas Essas Farsas Jurídico-Midiáticas – do Mentirão I ao Mentirão III –
não é a Pretensão da Burguesia da Penalização da Política ou de Políticos ou de Partidos,
mas é sim a Criminalização d@s Trabalhadore(a)s e de seus Líderes e Representantes,
permanecendo Intactos os Corruptos, Fantoches do Capital, nos Phodêres de Estado.
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Nelson
É o “Império do Caos” – expressão cunhada por Pepe Escobar – em ação. O projeto do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos e boa parte do planeta, e tem anseios de dominá-lo por inteiro, para a América Latina, está em andamento.
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Há pouco mais de um mês, o Macri afirmava que pretende conduzir a Argentina pelo mesmo caminho que o México trilhou. O México, como sabemos, aderiu ao Nafta já faz 22 anos e abdicou, completamente, do que restava de sua soberania.
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Com alguma ou outra nuance discrepante, o projeto é o mesmo para o Brasil. É só olharmos o conteúdo do “Ponte para o Futuro” que propõe privatizações e assinatura dos chamados acordos de livre comércio.
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Relembro aqui o artigo “A reescravização dos povos ocidentais” escrito pelo economista estadunidense Paul Craig Roberts. Até onde eu sabia, Roberts não é de esquerda, nem socialista, muito menos comunista.
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Finalizando o artigo, Roberts afirma que aos povos que vierem a aderir a tais acordos só restarão duas opções, “a revolução ou a morte”. O artigo do economista estadunidense pode ser lido em http://resistir.info/crise/roberts_09nov15.html.
Bovino
Essa divisão está só nas redes sociais e em alguns bairros das grandes cidades. O povão consumidor de Globo já está com a “confiança retomada” e nem sabe o que é esquerda/direita, ele vota em pessoas e não em partidos.
Guerra civil ainda longe…
Eu
Pois é, Bacellar, esta de ser chamado de “adepto de teorias da conspiração” eu também já ouvi. Mas apenas os mal informados são otimistas a ponto de achar que os verdadeiros senhores do universo estariam apenas em compasso de espera, para confraternizar com quem vencesse. Claro que a grande finança global interferiu, como sempre fez ao longo dos tempos, nas situações capazes de modificar, para garantir a continuidade de seus retornos estratosféricos habituais. O resto é conversinha para adormecer bovinos. E este jogo é bruto, como sempre. Inclua-se talvez uma repressão armada mais violenta, sem necessariamente compartilhar poder com gendarmes (a experiência anterior não foi bem sucedida, eles gostaram da coisa e tiveram que ser arrancados de lá), e temos a cena montada. Afinal, eles adoram causar, de tempos em tempos, uma “purificação” nas populações dos precariados por meio de conflitos violentos. Reduz o seu número a uma cifra manejável, adequada para manter o nível de consumo mas pequena demais para ter chance de uma revolta bem sucedida. Saudações!
FrancoAtirador
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Sim, porque se fosse Trabalhador(a) x Patrão(oa)
@s Plutocratas da Alta Burguesia estariam Fudid@s.
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Bacellar
O que já me chamaram de paranoico por aí por expor questões desse tipo… Divide et impera.
A plutocracia de topo é transnacional e utiliza os estados potência como máquina de dominação.
No entanto existe a concretude da luta presente em cada um dos países desestabilizados e os lados não são iguais, uma amostra clara é que ao menos parte da esquerda enxerga a perniciosa influência externa enquanto a direita mais esclarecida é subserviente e partícipe de tal estratégia de dominação por instabilidade.
E vamos pra rua! Atenção aos P2, sem cair em provocação; solidariedade e luta.
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