Carla Rodrigues: A má fé da resposta de Eduardo Campos sobre aborto

Tempo de leitura: 4 min

Campos foi a Aparecida fazer campanha

O ABORTO, AS ELEIÇÕES E O TRUQUE RETÓRICO DE EDUARDO CAMPOS

por Carla Rodrigues, em seu blog, sugestão de Fátima de Oliveira

O senhor é contra ou a favor do aborto? Era Domingo de Páscoa. Dia de celebrar ressurreição, renascimento, recomeço. O ex-governador Eduardo Campos foi à missa no santuário de Aparecida, onde cerca de 25 mil católicos rezavam numa das datas máximas de seu ritual religioso. Campos foi a Aparecida fazer campanha. Mas um candidato à presidência numa igreja é alvo perfeito para esta pergunta que tem atravessado as últimas eleições presidenciais brasileiras. Ser contra ou a favor do aborto passou a ser a forma simplista de marcar um candidato como conservador ou progressista. Estamos em abril, as eleições só acontecem em outubro, mas Eduardo Campos já foi interpelado pela imprensa.

Em outros tempos, aborto era aquela última pergunta que os candidatos temiam ter de responder na reta final da campanha. Dos anos 2000 em diante, com o crescimento da massa de eleitores evangélicos e com o acirramento da disputa religiosa na política, aborto virou tema obrigatório, e hoje, a pergunta já é feita desde a largada.

“Não conheço ninguém que seja a favor do aborto”, respondeu Campos. O truque retórico é cinismo ou má-fé. Ninguém é “a favor do aborto”, no sentido que os discursos pró-vida tentam caracterizar. Ninguém é, portanto, “a favor” da morte deliberada de embriões como política de contracepção. A bandeira de luta das mulheres é a descriminalização do aborto e Campos sabe disso. Mas a resposta permite que tudo se passe como se fosse um problema plebiscitário: contra ou a favor?

A má fé da resposta de Campos está no fato de não há quem faça um discurso “a favor do aborto”, mas sim a favor das mulheres que abortam.

Trata-se, portanto e em primeiro lugar, de reconhecer que todos os dias centenas de mulheres fazem aborto no Brasil. Pelo número, é ocioso repetir que muitas destas mulheres são batizadas na Igreja Católica, e outras tantas, nas evangélicas. Reconhecer a realidade é o passo inicial para defender uma política de saúde que ampare estas mulheres que interrompem uma gravidez. Amparar aqui é um verbo a ser usado no seu sentido mais amplo: apoiar, confortar, acolher, ajudar. Para que isso aconteça, é preciso mudar não apenas a forma como o aborto é feito – às escondidas, com médicos clandestinos, remédios comprados no mercado paralelo –, mas sobretudo mudar a maneira como se julga uma mulher que pretende fazer um aborto.

O primeiro julgamento é moral e faz parte de uma série histórica de repreensões às mulheres, essas pessoas que só deveriam fazer sexo para procriar. Se considerarmos que mulheres engravidam fazendo sexo com homens, temos aí uma estranha equação: essas mulheres que só deveriam fazer sexo para procriar, fazem sexo com homens aos quais está garantido, moral e socialmente, o direito de fazer sexo por puro prazer. É o mesmo ato sexual, mas com a garantia de finalidades diferentes.

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O julgamento moral da mulher que engravida é o motivo, por exemplo, de muitas serem mal tratadas no SUS quando, depois de um aborto clandestino, são obrigadas à recorrer aos serviços de saúde. Pacientes não são medicadas para dor por que deixá-las sofrer é parte do “castigo” por terem engravidado “irresponsavelmente” e, em seguida, terem tomado a decisão de fazer um aborto.

O segundo julgamento também é moral, mas diz respeito ao dogma da maternidade. Quem é a favor das mulheres que abortam parte da premissa de que a maternidade não pode continuar a ser sacralizada em nome da natureza feminina – seja lá o que isso queira dizer –, e precisa se tornar um direito como outro qualquer. Para que a maternidade seja um direito não é preciso ser “a favor do aborto”, como na má retórica de Campos. Basta entender que a maternidade como um direito supõe a não-maternidade também como um direito. Essas duas possibilidades garantiriam à maternidade como um direito positivo, fora do âmbito do direito natural, sobre o qual hoje nenhuma lei dos homens pode legislar (a expressão “lei dos homens” aqui não foi usada por aquele engano histórico de confundir os homens com a humanidade em geral, mas para indicar que, de fato, as leis que proíbem o aborto vêm sendo escritas por homens).

Um exemplo da maternidade como direito e a não-maternidade como crime pode ser encontrado todos os dias nas clínicas de fertilização. Quando é feita a implantação dos óvulos fecundados in vitro, todos os envolvidos – médico, mãe, pai, avós – já sabem que haverá um descarte natural, eufemismo da medicina para explicar o aborto espontâneo de alguns dos embriões inviáveis. Mas porque se entende a maternidade como um direito, esta mulher cujos filhos custarão algo como 30 a 40 mil reais pode “descartar embriões inviáveis”, enquanto aquela cuja gravidez natural pode ter sido apenas consequência da falha de um método contraceptivo (a camisinha fura, a pílula é de farinha…) está impedida de exercer o direito de não querer ser mãe.

Campos argumentou ainda considerar a legislação brasileira “adequada”. A lei a que ele se refere permite o aborto em caso de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia, este último um permissivo votado pelo STF em 2012 depois de uma longa década de batalha do movimento de mulheres. Qualquer pessoa pública que pretenda ocupar um cargo político sabe a diferença existente no Brasil entre haver lei e cumprir lei. Mesmo as leis “adequadas” são insuficientes, porque inúmeros serviços de saúde se recusam a implantar as normas legais para a realização dos abortos permitidos. Leis são “adequadas” quando são cumpridas. Leis são construções sociais, resultado de lutas, disputas políticas, enfrentamento de forças.

Para que estas leis sejam hoje mais “adequadas”, o movimento de mulheres está nas ruas desde o início do processo de redemocratização do país, lutando na Constituinte, na formação dos conselhos, na elaboração de planos nacionais de política para as mulheres. Nesses quase 30 anos, homens como Campos repetiram a ladainha cínica de que “ninguém é a favor do aborto”. Cínica por que, para os homens, a gravidez indesejada de uma mulher gera, no máximo, um filho renegado, fenômeno recorrente na recente história eleitoral brasileira.

Leia também:

Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo

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Comentários

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FERNANDO COLLOR DO TERCEIRO MILÊNIO!

CUIDADO COM ESSE CARA!

ELE É MUITO PERIGOSO!

GOSTA MUITO DE FAZER JOGO DE PALAVRAS!

SEU DISCURSO É AMBÍGUO, DE FORMA QUE ELE CUMPRE O QUE DIZ, PORÉM DA MANEIRA MAIS PREJUDICIAL AO POVO, PRINCIPALMENTE AOS MAIS DESFAVORECIDOS!

    Conceição Lemes

    Letras minúsculas nos comentários, por favor. abs

Gerson Carneiro

E a evangélica Marina Silva, quando irá à Aparecida beijar Nossa Senhora?

    lukas

    Um dia depois da ateia Dilma

Flávio Mendonça

Extremamente oportunista o artigo (mais do que a própria pergunta). Se a pergunta fosse feita para a Dilma ou Aécio, possivelmente a resposta seria a mesma. Ademais, classificar quem é contra ou a favor do aborto como sendo de direita ou de esquerda é muito simplista e mais oportunista ainda.

henrique de oliveira

Independente do que Dudu acha do aborto , ele é um pulha a serviço das elites vagabundas do país , assim como sua vice de chapa uma cretina que agora adora nazistas como os Bornhausem , gente sem noção e principalmente competência.

maria antonieta lima

a pergunta feita não tem resposta …pois se ele disser a favor, choca os católicos, e os que não contra, se disser não choca as defensoras do aborta, portanto ele não teria como responder em ano politico nada que agradasse a todos, precisamos jugar as proposta de governo do mesmo, dele ou de qualquer outro, e não tentar chocar o eleitorado com perguntas que tentar derrubar o candidato…obs,não estou o defendendo .

Rita Martins

Eduardo Campos é nojento. Não receberá os votos das brasileiras.

André Menegatti

Acredito que mais do na resposta, a má fé já reside na pergunta em si.

Perguntar a alguém: “Você é contra ou a favor do aborto?” consiste num reducionismo máximo, que nunca leva em consideração as consequências do ato em si ou do contexto que leva as mulheres a optarem pelo aborto. Se você perguntar a uma mulher que não sabe que será mãe daqui um ano se ela é contra ou a favor do aborto, a maioria esmagadora certamente dirá que é contra. Mas quando elas ficam sabendo que serão mães, uma série de situações as faz pensarem melhor sobre o assunto. O momento, as renúncias, os riscos… tudo isso acaba servindo como pretexto ao dizerem: “Não era isso o que eu queria fazer, mas…”

Portanto, perguntar se alguém é contra ou a favor do aborto é o mesmo que perguntar se alguém é contra ou a favor de acidentes de trânsito.
É claro que nós somos contra os acidentes de trânsito. A pergunta portanto deveria ser: “O que você acha que deveria ser feito para evitar que os acidentes de trânsito aconteçam?”

Da mesma forma, poderiam perguntar: “O que você acha que deveria ser feito para que as mulheres deixassem de optar pelo aborto?” Essa seria uma pergunta honesta e essa seria a pergunta que realmente importa!

Temos um problema X… qual a solução que você pensa para ele?

Isso sim abre espaço para um debate produtivo, ao invés de continuar alimentando retóricas vazias, que jamais levarão a uma solução.

Ser contra ou a favor de um dilema social, jamais será o caminho para saná-lo ou para reduzí-lo. Ao contrário, alimentar um estigma apenas contribui para torná-lo maior.

Combatamos as causas e assim, talvez, eliminaremos os efeitos.

Servulo

Muita gente condena as mulheres que fazem o aborto, poucos procuram saber a verdadeira razão, é aquela velha estoria, quando somos roubados por algum trombadinha que nos levou R$ 1,00 (hum real), queremos matar e esfolar aquele pequeno marginal, alguem procurou saber a razão porque aquela criança é um trombadinha?
Vou enumerar algumas das possibilidades, uma mulher teve um gravidez indesajada, o futuro pai não aceitou a paternidade, a mulher decidiu prosseguir com aquela gestação, fora abandonada tambem pela familia, ficou mal vista pela sociedade, teve pessimo acomanhamento medico durante a gestação, depois de ter o filho, teve que continuar com a sua luta pela sobrevivencia, agora é dois, com quem deixar a criança, se encontrar uma creche, terá sorte, depois que essa criança crescer e começar frequentar a escola, os problemas serão ainda maiores, existem poucas escolas em tempo integral, ainda não toquei no ponto crucial, com o salario minimo que a maioria das mães ganham, onde elas morarão, certamente em favelas, e os filhos ficarão sozinhos enquanto elas irão trabalhar, e muitos vão para as ruas, e para ingressar no mundo do crime, é um pulo, voces já pensaram que essas não podem ser uma das razões que leva uma mulher a abortar uma gravidez, quem tem dinheiro vai a uma clinica particular e faz o aborto, porem as mais pobres não tem esse tratamento, quando uma mulher pobre resolve abortar, o faz na base do desespero, por questão da propria sobrevivencia, e essas mulheres precisam ser amparadas, faço-lhes uma pergunta, se uma pessoa chega ferido a um hospital, e um policial diz que é um criminoso (assassino), o medico deixa esse cidadão morrer sem assistencia medica?

Fabio Passos

Vale a pena ler a prima dele.

O começo é idêntico… mas nada desta covardia de que “a legislação atual é adequada”.

Marília Arraes – “O abortamento legal e as mortes evitáveis”
http://www.psbpe.org.br/site/por_dentro/artigo_princ.php?id=126

O artigo é excelente. Uma aula de inteligência e sensibilidade.

Gigante do Nordeste

Achei muito fraco esse artigo, dizer que a resposta foi má fé. Foi muito coerente com sua posição e com seus conceitos. O resto é preconceito. Dilma é contra ou a favor? Por que o governo não manda um projeto liberando o aborto, por que a presidenta, não defende esse direito para as mulheres. Vi hoje muitos artigos criticando Eduardo por estar na igreja, nenhum falou que o Alexandre Padilha tava a 5 poltronas dele.

    henrique de oliveira

    Padilha não é candidato a presidente é candidato a governador de SP , ou seja a politica de aborto é de cunho dos federais , Padilha vai cumprir o que os de Brasilia decidirem né.

Fabio Passos

Creio que uma pauta de importantes avanços civilizatórios como a descriminalização do aborto, condenação da homofobia/ampliação dos direitos dos homossexuais e legalização das drogas serão defendidos abertamente apenas por PSOL e PCB nas eleições de 2014.

tricolor

Que tal acabar com a obrigatoriedade de pagar pensão? Se a mulher engravidar e quiser abortar , ok, mas caso não queira, assuma sozinha. terá o direito de escolher, sem julgamento, mas o homem idem, também sem julgamento.

Direitos iguais. Esta bandeira ninguém levanta, até porque hoje tem registro com 2 mães, sem pai, e a justiça afirma que não precisa de pai.

    Fabio Passos

    Acho que entendi. É a famosa proposta “os cafajestes” lançada pelo deputado Jesse Valadão, não? rsrs

    Tricolor

    Cafageste não! Direitos iguais. A mulher escohe mas fica com o ônus da escolha. Chamar de cafeste é hipócrita e irracional. Não tem coitadinho nesta história somente em caso de estupro. Repito a justiça já está dando direito a duas mães sem pai e eu que sou cafajeste?

    Fabio Passos

    Não sustentar o filho?
    Se a questão não é incapacidade econômica… é coisa de cafajeste sim, ô tricolor.
    Não tenha dúvida. rsrs

ZePovinho

É o Padim Pade Dudu!!!!Serra,o melhor humorista do Brasil,fez escola!KKKK!!!!

Regis

ESSA PERGUNTA SEMPRE DIVIDE OPINIÕES, É DE SE ESTRANHAR SUA RESPOSTA? SERÁ QUE A MÁ FÉ NÃO É DE QUEM PERGUNTOU? QUERIAM QUE RESPONDESSEM QUE É A FAVOR DO ABORTO E PRONTO? AGRADANDO ASSIM AOS “TROIANOS”…

    Luiz Carlos Azenha

    Em minúsculas, Regis. abs

Oliveira

O título deste artigo de Carla Rodrigues deveria ser o seguinte: “ESQUECERAM DE MIM”. Claro que devemos nos preocupar com os direitos e a saúde das mulheres, mas esquecer os direitos do feto indefeso é uma injustiça muito maior.

Vlad

Esperavam o que da cria do relações públicas da Odebrecht?

geraldo

O cara acaba de ser pai pela 5ª vez, namora desde a infância com a Renata, mãe dos filhos dele, Joaquim o ultimo dos filhos é portado da síndrome de down. E vocês querem que o cara responda o que? Seria no minimo muito questionado, ser ele falasse que era a favor do aborto.
A questão não é essa, a questão é; ELE É PREPARADO OU NÃO?
Minha opinião é que dos três é a melhor opção.

    Fabio Passos

    Quem tem apoio do PiG… não presta.

Mário SF Alves

Mais uma vez o paradoxo da política de direita. Dessa vez como abre-alas.

De um lado o discurso, radicalmente contra a interrupção da gestação, generica e convenientemente denominado de aborto. De outro a prática, a irresponsabilidade social do “viva segundo meu juízo e/ou morra segundo suas próprias circunstâncias”.

Até quando?

Até quando insistirão em cobrir o Sol com peneiras?

    Mário SF Alves

    Ante a radicalidade de tal discurso, igualmente paradoxal é o grau de liberdade de exploração do sexo em programas de TV.
    Daí, só nos resta mesmo confrontar as reações e opções comportamentais de adolescentes frente a tais estímulos. E é importante que se ressalte, estímulos públicos, exploração pública, provenientes de concesões públicas.
    Então, em razão disso, e indo além, na tentativa de buscar um sentido realmente humano na referida e radical pregação anti-aborto. Tarefa hercúlea, até porque, a maioria de seus líderes são os mesmos que arrogantemente negam o evolucionismo, defendem o criacionismo e praticam guerras, inclusive, o genocídio pela liberdade incondicional/supremacia absoluta do mercado. Mas, digamos, que em tal remotíssima hipótese, a educação ou uma forma qualquer de condicionamento mental induzisse todos os humanos à prática do sexo responsável. Hipótese essa na qual o aborto, contra o qual generalizadamente e radicalmente se batem, não mais seja necessário.

    Pois bem. Agora, uma ligeira incursão pelas estatísticas:
    “Em razão da ilegalidade do aborto, é crescente o número de mortes provocadas no Brasil por causa de abortos clandestinos em condições insalubres. Em 2001, no Brasil, foram registradas 9,4 mortes de mulheres por abortamento para cada 100 mil nascidos vivos. O sistema Único de Saúde (SUS) internou no ano passado 243 mil mulheres para fazerem curetagem pós-abortamento.” Fonte: SUS
    Ora, grosso modo, a prevalescer tal remotíssima hipótese, com base em tais dados, e na inexistência de aborto, a população seria acrescida de 243 mil novas almas. Até aí, nada de mais. Afinal, cálculos elementares demonstram que a população do planeta, ainda que elevada à ordem de 10 bilhões de habitantes, caberia toda ela numa área de 50 mil km², do tamanho do Estado do ES, e ainda sobraria 5m² para cada indivíduo. Ou seja, nada nos impede de concluir quanto à pré-histórica e irracional distribuição de recursos.
    Voltemos aos 243 mil novos habitantes.
    Como será que defensores do radicalismo neoliberal, da absoluta liberdade de mercado, montados na teoria do estado mínimo, os mesmo que usam do artifício da radicalização anti-aborto iriam recepcionar esses novos brasileiros? Que ou quais políticas socioeconômicas têm historicamente preconizado, preconizariam e publicamente assumiriam para que a vida desses 243 mil novos humanos fosse potencialmente condizente com padrões civilizados de educação, saúde e moradia?
    Ah, sim, não me surpreenderia se a resposta fosse: política nenhuma; posto que o deus mercado, que em plena liberdade de movimentação provocou a maior crise econômica desde 1929, tudo resolveria. O mesmo deus mercado exímio eliminador de postos de trabalho e que para não “quebrar”, incontinenti e faceiro, recorre ao dinheiro público arrecadado pelo Estado. Estado esse reduzido à função de mero arrecadador e garantidor da liberdade de mercado.
    Conclusão:
    É direito de qualquer querer tampar o Sol, mas…. se há de convir, passou o tempo de tampá-lo com peneiras.

ricardo

A Dilma disse a mesma coisa quando foi obrigada a beijar a cruz nas eleições de 2010. E vai dizer novamente neste ano. Vamos ver o que as feministas dirão sobre suas declarações.

    Ricardo Jimenez

    Pra você ver a que ponto chegou o debate no Brasil. Uma herança deixada por Serra. O triste é notar que Eduardo Campos tem nos últimos tempos desfilado por aí com um enorme bico tucano.

Mário SF Alves

A resposta é típica, e, dadas as circunstâncias, nada de novo.
Atípica é a pergunta: capciosa até onde o judas perdeu as botas!
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Quem ou o quê a determinou?
Que interesses a motivaram?
Quem são e o que defendem seus formuladores? Que política social preconizaram ao longo de séculos? Como se comportam em relação à política externa? São descendentes ideológicos de
Castro Alves ou do seu oposto, escravagista?
Qual o histórico político e financeiro da agência de notícias, cujo empregado foi incumbido ou incumbiu-se de tal capciosa pergunta?
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Creio que a inferir pela pergunta inicial, seja prudente considerar em que direção pode se dar o incremento ideológico da sabatina. Ou seja, a partir de que momento os neocons vão incluir perguntas de tipo:
1- Biologia:
O candidato é evolucionista ou criacionista?
2- História:
31 de março de 1964, golpe de Estado ou revolução militar?

Felipe Vaz

Também acho uma enorme má fé. Mas faltou a reportagem dizer que as falas de Dilma em 2010 foram absolutamente idênticas à dele. Na realidade, me parece que ele decidiu reproduzir fielmente o discurso dela, já que funcionou muito bem com o eleitorado dela em 2010.
Pra não haver dúvida, o registro em vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=–h2JfuxU6Q

    Ricardo Jimenez

    Importante é ressaltar que antes da Dilma fazer o sinal da cruz em Aparecida, ela foi empurrada a esta hipocrisia pela sujeira do candidato Serra, que jogou o debate sobre o tema na lata do lixo, como se encontra até hoje. À Cesar o que é de César.

Maria das Graças

Muito bem Carla Rodrigues. O sujeito é de amargar. O feminismo vai calar?

Maximiliano Gregório

O Dudu só poderia ser contra o aborto. Caso contrário ele não estaria por aqui. Ainda bem que o Chico Buarque só soube da gravidez quando não dava mais tempo de fazer.

pedro neves

Se a tal “incompetente” da Dilma consegue o terceiro melhor crescimento da economia e de lambuja a menor índice de desemprego da história. Imagina se ela fosse “inteligente”. Os acólitos da mídia cheirosa, sem argumento alardeiam, como típicos Velho do Restelo, a corrupção, incompetência, abismo… Esse tal Duarte é muito tacanho e ignorante. Ai invés de ler veja, estadões, folhas, sugiro que analise os números oficiais e a políticas públicas. Tá com saudades do Senhor genufrexão, do príncipe da privataria e seus asseclas? Creio que esse tal Duarte seja irmão da Sra. tenho medo, a tal Regina. quanta ignorância…

José L. Silva

E o direito da criança que esta sendo gestada? Nao conta! Porque o direito das mulheres interromperem a gravidez deve prevalecer sobre o da criança de permanecer viva? Em toda relaçao sexual, existe o risco da gravidez, que é responsabilidade do casal! Quer-se o prazer, sem assumir as consequencias. Isto se chama irresponsabilidade! As liberdades trazem responsabilidades! É Infantil se querer a liberdade, sem assumir as responsabilidades. Se hoje é um problema de saúde, é porque o ser humano é imaturo e inconseqüente!

Laís Almada Cordeiro

É um sem noção de pai e mãe e renega o avô em tudo.

Francisco

Lá vamos nós para mais uma eleição para sacerdote cristão…

“Você é a favor de inflação para ter pleno emprego?”, é uma pergunta irrelevante para um padre ou pastor, portanto, ninguém faz.

A incapacidade do PT em pautar a eleição é ridícula.

Que tal se Dilma marcasse para o próximo pleito o plebiscito sobre ter constituinte ou não para a reforma eleitoral?

“O senhor é a favor de empresários abortarem a democracia com dinheiro de campanha?”. Bem melhor…

    Carlos N Mendes

    Argumentação soberba, ideologicamente sólida. Parabéns e desculpe, fique sabendo que vou chupinhar suas ideias…

    Mário SF Alves

    Depois do que disse o Carlos N Mendes, dizer mais o quê, senão, um rápido e merecido cumprimento?

    José X.

    O PT é péssimo em marketing. Devia estar explorando ad nauseam inflação e desemprego baixos e estáveis, devia usar como um dos motes principais da campanha eleitoral, mas duvido que façam isso.

FrancoAtirador

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Brasil tem um milhão de abortos induzidos por ano

O abortamento clandestino constitui a quinta causa da morte materna no país e uma em cada cinco mulheres já adotou essa prática.

Por Dermi Avezedo, na Carta Maior

O Brasil registra anualmente um milhão de abortos induzidos e uma em cada cinco mulheres já adotou essa prática. O abortamento clandestino constitui a quinta causa da morte materna no país.

Esses dados, resultantes de pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde e por organizações de mulheres serão analisados em Recife/PE, 2 a 4 de maio próximo, no primeiro Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benário, que é uma frente de entidades feministas, constituída há três anos para lutar pelos direitos da mulher e por uma sociedade sem injustiças e sem explorações.

Tema Tabu

O tema do aborto como tabu ou como direito da mulher, é um dos temas mais polêmicos sempre presentes não só em eventos feministas, mas também em debates religiosos. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), órgão máximo da igreja Católica Apostólica Romana do país, é totalmente contra qualquer mudança legal que abra a possibilidade da descriminalização do aborto.

Em 1982, em Petrópolis RJ, as entidades da sociedade civil reunidas para a fundação do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) foram advertidas pela CNBB que não deveriam colocar em pauta o tema do aborto. A ponderação foi aceita pela direção do Movimento.

Abortos Clandestinos

Em razão da ilegalidade do aborto, é crescente o número de mortes provocadas no Brasil por causa de abortos clandestinos em condições insalubres. Em 2001, no Brasil, foram registradas 9,4 mortes de mulheres por abortamento para cada 100 mil nascidos vivos. O sistema Único de Saúde (SUS) internou no ano passado 243 mil mulheres para fazerem curetagem pós-abortamento.

Descriminalização

As entidades ligadas ao Movimento Olga Benário são favoráveis à descriminalização do aborto e alegam que essa medida constitui e representa não um atentado à vida (como argumenta a Igreja Católica), mas a redução de mortes clandestinas de mulheres no país.

(http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Brasil-tem-um-milhao-de-abortos-induzidos-por-ano/5/30755)


Eric Drooker (http://migre.me/iSzvG)

(http://www.drooker.com/drawings.html)
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    Renato

    Creio que a pergunta feita é que é simplista demais. Devemos, sim, questionar os candidatos. Mas de forma direta para não dar margens a subterfúgios. Que tal perguntas como: qual sua opinião sobre a descriminalização do aborto? qual a solução para os casos de mulheres que sofrem com os atendimentos mal sucedidos de abortos clandestinos? Deixá-las morrer?

José Neto

Precisamos é qestionar o porquê abortam??? O Brasil tem 1 milhão de abortos ano, e o que ainda fazemos é continuar perguntando se é a favor ou contra o aborto, isso denota baixa intelectualidade e baixa efetividade na tentativa de se apropriar do problema e elaborar estratégias de acolhimento no início da gestação ou para as que ja efetivaram o aborto. Lembrando que o abandono da mulher grávida pelo homem é como se ele estivesse abortando.

Marcelo

Tão fácil apontar o dedo não é esquerda?

Vejo má fé na distorção e sensacionalismo.

Jose Renato

Será que a Dilma vai se embananar de novo??? Depois de 4 anos parece que ela piorou no traquejo político…rsrs

    Sérgio Pestana

    Renato, procure se informar antes de prejulgar a presidenta. Quem lhe deu o direito de achar isso ou aquilo? O problema é mais profundo e requer melhor posicionamento. Aqui não se culpa nem se desculpa. Pergunta: por que morrem mais ou menos um milhão de mulheres por aborto por ano no Brasil? Muitas são católicas ou evangélicas, como queira, não vem ao caso sua preferência religiosa, mas o fato é que muitos abortos são feitos queira a Igreja, pastores ou não, e as mortes são devidas à precariedade do atendimento médico, quando as têm. A hipocrisia é o forte desses sacrossantos sempre a criminalizar a questão aos seus ditames precários sem entenderam o problema como um problema de saúde pública. Sem os sacrifícios das mulheres e seus infortúnios diante de uma situação tão dificil de ser tomada. E mais: o que os religiosos entendem de sentir as dores do mundo? Não sentem e se aliam, como sempre se aliaram, ao que temos de mais atrasado nas relações interpessoais e “humanas”. É só ler um pouquinho a História, sem preconceitos e os achismos dogmáticos desses movimentos. A ideologia religiosa, esta sim, é limitadora da liberdade do ser humano e suas necessidades. Dogmas mascaram o avançar do homem, suas perspectivas, seua anseios, seu porvir, vale dizer, sua liberdade.

Iara beleli

Temos algum candidato/a que enfrente a questão do aborto como uma questão de saúde pública?

Esdras Medina Duarte

O Brasil repleto de corrupção no governo federal, e novamente tentam levar o debate pra esse tema, não que seja irrelevante, mas me poupem e tenha paciência, estamos cansados disso! Dilma é o fim da picada. Incompetente, autoritária, tem o pior ministério da história do Brasil, e mente. Prometeu um crescimento econômico que o Brasil não teve. Seríamos, segundo a promessa dela, um dos países de maior crescimento do mundo. Estamos crescendo abaixo da média mundial, e muito abaixo dos outros países ditos emergentes. Nada fez de importante em termos de gestão. Entregou o maior campo de petróleo brasileiro a custo zero. Está enterrando a Petrobras. Antes tínhamos o setor elétrico dominado pela política (grupo ACM), mas atuando com eficiência. Hoje, é pura politicagem (grupo do Sarney + PT + Eduardo Cunha
e outros) e incompetência. Dilma é o atraso do atraso. Qualquer um é melhor que Dilma. Até o Eymael. E uma propaganda bilionária e onipresente cria uma Dilma que não existe, que é mentira, devia dar processo criminal contra os criadores da farsa (publicitários, marqueteiros, agências etc.). Dilma nunca mais!

    José Lira

    Apesar de modesto em relação a anos recentes, o ritmo de crescimento do PIB (produção de bens e serviços da economia) do Brasil somente ficou abaixo dos apresentados por China e Coreia do Sul em 2013 – entre 13 economias que já apresentaram seus resultados, selecionadas pelo IBGE.

    O avanço da China, aliás, não é parâmetro para ninguém. Está 5,7 pontos porcentuais acima da média mundial, de 3,0%. É desempenho que eleva muito o índice médio. Todos os demais países ficam abaixo dessa linha.

    A Coreia do Sul conseguiu resultado bem próximo disso, com 2,8% de expansão. O crescimento da economia brasileira no último ano, de 2,3%, está imediatamente acima dos 1,9% de variação dos PIBs de África do Sul, Estados Unidos e Reino Unido.
    O resultado do último trimestre também mantém a economia brasileira na terceira posição entre 13 economias que já divulgaram seu resultados, elencadas pelo IBGE. Dessa vez, o desempenho do PIB do Brasil fica empatado com o de Reino Unido e Holanda, atrás de Estados Unidos e Coreia do Sul.

Rodrigo Carvalho

Eduardo Campos: Neto de Miguel Arraes mas herdeiro político do Roberto Freire!!!!

Lukas

Qual a resposta de Dilma sobre o aborto? Pode perguntar ou é jogar sujo?

Dilma, você é contra ou a favor da liberalização do aborto? Sim ou não?

    ricardo

    Ela já disse e voltará a dizer: “Ninguém é a favor do aborto.”

    lukas

    Isto não é resposta, é fuga covarde. A pergunta é se é a favor da LIBERALIZAÇÃO do aborto e não do aborto em si.

    O Brasil ainda aguarda uma resposta.

    Ela tem a campanha inteira para responder.t

Mari

É mais um que quer leiloar os ovários das mulheres, desavergonhadamente

Urbano

Diferentemente de judas iscariotes, o eduardo moita foi à missa… E isso mais pela campanha, pois a vontade era de ir ao cinema…

    José L. Silva

    E a Dilma foi Beijar a mão do Papa Porque? Porque ela é Cristã? Todos os politicos são iguais! A hipocrisia impera neste meio!

    marisa santna

    Dilma sempre foi católica e não esconde isso de ninguém. A questão do aborto não pode ser religiosa, isso é demagogia da oposição.É uma questão de saúde pública. Milhares de mulheres morrem ao fazer abortos clandestinos. E quem é a favor da descriminalização do aborto, é a favor da vida.

    Urbano

    Comparar A Presidenta Dilma com o eduardo moita é querer comparar Jesus Cristo com zé buchudo.

    Eline

    Origem de classe meu filho. Dilma sempre foi riquinha e catoliquinha. Rezava o terço na prisão, assim dizem. Mas sempre foi de esquerda. sse Dudu, asssim como Aecim, sempre dentro das cuecas dos vovôs.

    nigro

    Ser católico, significa nada. Eu mesmo fui criado como um mas sou ateu. E favorável ao aborto.

    Não vou fingir que sou carola para agradar ninguém.

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