quinta-feira, 20 de maio de 2010
Paulo Nogueira e o macartismo da Folha
por Altamiro Borges, em seu blog
Preparando-se para a guerra eleitoral, a mídia demotucano já iniciou a “limpeza ideológica” nas suas redações. Na semana passada, o Grupo Abriu demitiu o editor da National Geographic do Brasil, Felipe Milanez, que criticou no seu twitter as distorções grosseiras da revista Veja. Agora, é a Folha de S.Paulo que dispensa o economista Paulo Nogueira Batista Junior, atual diretor do Brasil no FMI e um dos poucos colunistas que ainda justifica a leitura deste pasquim golpista.
O argumento usado é risível. A famíglia Frias alegou que “sua coluna é das mais longevas”, só não explicou porque outros antigos colunistas nunca foram molestados. Paulo Nogueira sempre foi um ácido crítico das políticas neoliberais de desmonte do Estado e da nação. Ele nunca deu tréguas aos tucanos colonizados, com seu “complexo de vira-lata”. Na luta de idéias em curso na batalha eleitoral, o economista seria um estorvo para José Serra, o candidato do Grupo Folha.
Relembrando as perseguições de 2006
Para disfarçar a sua política macartista de “caça às bruxas”, a Folha anunciou um novo plantel de colunistas, que inclui o Antonio Palocci. Com isso, ela tenta preservar a falsa imagem de “jornal pluralista”. Mas, como ironiza o jornalista Paulo Henrique Amorim, a jogada é rasteira. “Antônio Malloci, ex-ministro da Fazenda, como se sabe é um notável tucano que eventualmente milita no PT. Paulo Nogueira Batista Junior era um dos últimos vestígios de talento que a Folha exibia… A Folha, com um novo conjunto de ‘colonistas’, aproxima-se cada vez mais da treva sem fim”.
O clima de perseguição ideológica nas redações da mídia “privada” não é novidade. Na sucessão presidencial de 2006, ele também produziu suas vítimas, entre elas o jornalista Rodrigo Vianna, que não aceitou as baixarias da TV Globo na cobertura da campanha. Franklin Martins e Tereza Cruvinel também sentiram o ódio do “senhor das trevas” das Organizações Globo, Ali Kamel. Nos jornais e revistas, a perseguição fascistóide silenciou vários outros jornalistas.
A quem serve a liberdade de expressão?
Como afirma o professor Venício A. de Lima, estes episódios revelam “a hipocrisia geral que envolve as posições públicas dos donos da mídia sobre liberdade de expressão e liberdade de imprensa… As relações de trabalho nas redações brasileiras, é sabido, são hierárquicas e autoritárias. Jornalistas e editores são considerados, pelos patrões, como ocupando ‘cargos de confiança’ e devedores de lealdade incondicional”. Caso tentem manter a ética no seu trabalho jornalístico, eles são demitidos sumariamente.
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Com a aproximação da eleição presidencial de outubro, o clima tende a se deteriorar ainda mais nas redações, comprovando a falsidade do discurso dos donos da mídia e das suas entidades – como Abert, Aner e ANJ – sobre a “ameaça autoritária” do governo Lula contra a liberdade de imprensa. “Episódios como este nos obrigam a perguntar, uma vez mais, para quem é a liberdade de expressão que a grande mídia defende?”, conclui o professor Venício A. de Lima.
Comentários
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Urbano
Imagino como devem se sentir alguns profissionais desses que se encontram entre a dignidade e o 'pãozinho' acre…
Marat
Limpeza ideológica… combina com os neoliberais, os ditadores do pensamento único… percebo em minhas conversas com as pessoas que a credibilidade da imprensa (nacional e estrangeira) caiu bastante. As pessoas têm a percepção de que jornalistas ganham grana para falar bem ou mal de a ou b, de acordo com a grana que recebem dos poderosos. É triste, mas é a realidade. Além do mais a RSF e outras instituições similares estão infestadas de capitalistas, amantes do dinheiro e inimigos da verdade!
Glecio_Tavares
Por comentarios como os que vi aqui é que o Al ckmin esta em primeiro lugar. os paulistas precisam acordar, mas os da esquerda precisam respeitar os politicos que representam o PT hoje em SP. O Lula é um deles. Mercadante tem discurso e postura, mistura-lo a outros politicos so interessa a trolls.
PFiga
No tempo em que fui dirigente sindical, fno Sindicato dos Engenheiros, fiz uma proposta que era das Centrais Sindicais elaborarem em conjunto com os Sindicatos um Jornal Pluralista e com noticias Nacionais, Estaduais e Municipais, que seriam distribuidos aos trabalhadores. A minha justificativa para o Projeto era que os custos para a elaboração dos Jornais de cada Sindicato eram muito elevados (consumiam grande parte dos recursos arrecadados) e as matérias não tinham cunho jornalistico amplo (faltavam esportes, cultura e cotidiano das cidades). Ou seja, os jornais não consquitava ou cativava os trabalhadores. O conteúdo da maioria dos jornais sindicais eram "recheados" de textos longos e distanciados da realidade dos trabalhadores. Seria o momento dos Sindicatos e Centrais pensarem no assunto e atuar como mais um contra ponto dos atuais jornalões e controladores da mídia.
Donizeti
Prezados Azenha e Altamiro. No sábado na reunião do Centro de Estudos da Midia Alternativa ouvi uma colocação que me gravou fundo na mente.
Foi do Professor Marcos Figueiredo, ele disse o seguinte:
– Não adianta termos a ilusão de que a sociedade conseguirá democraticar veículos de comunicação como uma revista Veja, um Estadão, uma rede Globo, Folha. Isso provavelmente nunca acontecerá.
O que a mídia alternativa tem que fazer, é se viabilizar como um contraponto a essa mídia hegemonica conservadora. Mas para que ocorra esse enfrentamento, a mídia alternativa tem que ir buscar a noticia, disputar com os meios monopolísticos a notícia, gerar fatos e não simplesmente ficar divulgando sua opinião. Isso acaba sendo falar para nossos convertidos.
Faz sentido, apesar de também entender que o enfrentamento da opinião publicada como notícia pela mídia hegemônica é necessário ser feito pela mídia alternativa. Isso tem sido um contraponto importante na fase em que estamos nessa luta.
Carlos
Algumas perguntas para uma eventual entrevista com PNBJr.:
Quais outros países representou (ainda representa?) no FMI?
Como era e como está a dívida de cada um deles?
Foram difíceis as negociações em relação à dívida brasileira?
mariazinha
Mas o que acontece com o ESTADO DE SÃO PAULO, minha gente!
As almas paulistas/paulistanas foram abduzidas pelos alienígenas!
Cruzes!
Hilário
No estrado de hj, um mellado destila um fel insustentável, mostra as garras da besta, e termina em "gran finale" demitindo toda a equipe de governo… heehehe, sofre reaça sofre!!
O Brasileiro
As organizações Folha e Globo são as únicas que pagam bem?
Se não, melhor os jornalistas procurarem emprego em empresas éticas! (como muitos fizeram!)
desinformacaonao
Só acho que podemos ficar revoltados e tristes com este tipo de atitude tomada pelo PIG.
Mas não surpresos.
Só gostaria de saber o que vai acontecer em seguida. Com o Serra perdendo a eleição, quem irá abrigá-lo? O caderno de Economia da Força Serra Presidente? Será que ele vai ligar pra Globo e pedir a cabeça da Mirian Leitão e vai ocupar o cargo dela?
francisco.latorre
máscaras caem.
bom assim.
..
Fabio_Passos
A fsp troca Paulo Nogueira Batista Jr por malloci… este jornal é uma porcaria inacreditável.
Depois o frias não sabe porque a fsp é cada vez menos relevante.
Tweets that mention Altamiro Borges: Limpeza ideológica? | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com
[…] This post was mentioned on Twitter by Lucas Santos, Evandro Souza. Evandro Souza said: Altamiro Borges: Limpeza ideológica? – http://tinyurl.com/244a3op (via @viomundo) […]
Jairo_Beraldo
"Malloci, ex-ministro da Fazenda, como se sabe é um notável tucano que eventualmente milita no PT"…
E que tem também Mercadante, Zé Eduardo Cardoso, Greenhalg, Gushikan, como notáveis tucanos que eventualmente militam no PT…e todos paulistas!
Leider_Lincoln
Ah, São Paulo. Merece mesmo Folha, Veja e Estadão, o estado da "Revolução de 1932", a fascisteia desvairada…
Me surpeende é que ainda existam esquerdistas de verdade naquele estado. Afinal, Plínio de Arruda Sampaio vive!
Marat
Leider, aqui há muitos que ainda pensam e desejam o melhor para o Brasil. Talvez sejamos 30%, mas fazemos um trabalho diário de conscientização!!!
Gerson Carneiro
Mas também há as "interestaduais" Marina Silva e Heloísa Helena. Seriam nomes fortíssimos para integrar o rol de colunistas pluralistas da Folha?
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