Alan Tygel: Globo ajudou agronegócio com novela e Basf comprou o samba da Vila Isabel, mas este ano tem resposta na Sapucaí

Tempo de leitura: 3 min

Captura de Tela 2017-01-13 às 16.37.16

Imperatriz acerta em cheio umbigo do agronegócio

Enredo é tudo que o agronegócio não quer ouvir

Por Alan Tygel*, no Brasil de Fato

Há alguns meses, publicamos neste espaço um artigo sobre a tentativa desesperada do agronegócio em salvar sua imagem perante a sociedade com a novela O Velho Chico.

Na ocasião, afirmamos que o investimento na novela tentava construir a imagem de um agro-pop-tudo em oposição ao velho coronelismo.

A motivação para esse esforço veio de uma percepção do próprio agronegócio de que a sociedade o associa ao desmatamento, aos agrotóxicos e ao trabalho escravo.

Em 2012, o mesmo agronegócio, representado pela Basf, comprou o samba da Vila Isabel.

O (lindo, por sinal!) enredo, que tinha Martinho da Vila como um dos autores, não era sobre os agrotóxicos e transgênicos produzidos pela empresa, mas sim sobre a vida camponesa cumprindo sua missão de alimentar o povo.

Por trás, havia a tentativa subliminar de associar esta linda imagem ao agronegócio.

Apoie o VIOMUNDO

Neste ano, é da mesma Sapucaí que vem um belo golpe na imagem do agronegócio.

Depois de um ano marcado, entre outros, por ruralistas formando milícias para atacar indígenas, a Imperatriz Leopoldinense acerta com beleza e elegância o ego daqueles que se acham donos do país.

O enredo, chamado “Xingu, o clamor que vem da Floresta”, fala basicamente sobre luta pela terra. E tudo que o agronegócio não quer ouvir.

Um dos trecho diz que “O belo monstro rouba as terras dos seus filhos / Devora as matas e seca os rios / Tanta riqueza que a cobiça destruiu”, e emoldura alas como os “Olhos da cobiça”, “Chegada dos invasores” e “Fazendeiros e seus agrotóxicos”.

Acostumados a olhar apenas para o próprio umbigo, sem enxergar um palmo além da sua soja transgênica, ruralistas irados lançam notas e escrevem matérias a torto e a direito.

Por mais que se procure, sempre batem nos mesmo dois argumentos falaciosos: (1) o agronegócio alimenta o Brasil; (2) o agronegócio sustenta o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

O primeiro argumento é o mais débil de todos; sabemos que a grande massa de produção agrícola se concentra nas commodities de exportação (soja, milho para ração, cana-de-açúcar), e o Censo Agropecuário de 2006 mostrou que 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa vêm da agricultura familiar, mesmo tendo ela direito à apenas 24% das terras. Portanto, esse argumento é claramente falacioso.

Em relação ao PIB, a análise é um pouco mais profunda, mas o argumento não é menos falacioso. Em primeiro lugar, precisamos entender que o PIB representa o conjunto de riquezas produzidas pelo país.

Não fala sobre distribuição de renda, nem geração de empregos.

Não se importa no bolso de quem essa riqueza vai parar. Pois bem: em 2015, a produção de soja rendeu ao Brasil R$90 bilhões. Ótimo? Nem tanto.

Como vimos recentemente, a enorme dependência de insumos externos do agronegócio faz com que grande parte deste valor fique nas mãos das empresas transnacionais.

Custos com sementes, agrotóxicos, fertilizantes e máquinas podem chegar a 90% do preço final, num mercado completamente oligopolizado por gigantes transnacionais como Bayer, Monsanto, Cargill, Basf, Syngenta, Bunge, Dreyfus, ADM…

Nem no Brasil o dinheiro fica.

Não custa lembrar que o subsídio do governo no Plano Safra chegou à casa dos R$ 200 bilhões no ano passado, só para o agronegócio.

É transferência direta do governo para as transnacionais, e ainda dizem que isso sustenta o PIB.

Como nota de rodapé, poderíamos incluir ainda que o agronegócio não gera empregos: são apenas 1,7 pessoas por 100 hectare (ha), enquanto a agricultura familiar emprega 9 vezes mais: 15,3 pessoas por 100 ha.

Entre 2004 e 2013, o agronegócio reduziu 4 milhões de empregos, ou 22% do total. No mesmo período, o desemprego no Brasil caiu de 11,7% para 4,3%.

Que chorem os plantadores de soja, criadores de zebu e especuladores da fome: o Carnaval de 2017 já tem vencedor, e somos nós: povos indígenas, quilombolas, camponeses, sem terra, do campo, das florestas e das águas, todas e todos que lutam por seus territórios sadios contra o agronegócio.

Todo nosso respeito à Imperatriz Leopoldinense.

*Alan Tygel, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Leia também:

O vexame da revista que quer que você trabalhe até os 73 anos e a verdade sobre a Previdência

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Joaquim

Não fosse pelos agricultores (incluindo o agronegócio) o Brasil estaria num buraco tão fundo que dificilmente se levantaria em uma ou duas décadas. E quem sofreria mais seriam os pobres. Os mesmos pobres que são apenas números e massa de manobra dessa esquerda tão pura…

kkkkkk

Essa imagem montada da matéria é no minimo uma hortinha orgânica, pois esta cheia de doença e mal cuidada.. Não é esse alimento que sustenta o pais muito menos mata a fome

Marivalxo

Ha an8s nao assisto ao desfile mas neste faco questao.quero ver como 8s comentaristas golpistas vao descrever o enredo da impera quero ver como vao fazer para proteger os seus amigos e a si proprios.

Tauro

Prezado Jornalista Luis Carlos Azenha

Sugiro ao senhor e a todos os seus leitores que leiam esta matéria que foi postada no blog Conversa Afiada pelo ex-ministro da justiça EUGÊNIO ARAGÃO.

É uma das matérias mais importantes que eu já li depois do golpe e tem por título “O mimimi do “ministro da justiça”: por que xingar não é melhor que argumentar ou calar”.

Como o título sugere, trata-se um libelo contra o atual “ministro da justiça”, Alexandre Moraes, mas não só isso.

Na minha modesta opinião é uma matéria para ser divulgada aos quatro cantos do mundo, e não posto aqui na íntegra por ter a certeza de que o Senhor o fará depois de uma primeira leitura. IMPERDÍVEL!

https://www.conversaafiada.com.br/brasil/aragao-e-o-mimimi-do-moraes

FrancoAtirador

.
.
Governo PMDB/PSDB: A Bomba de Nêutrons
.
Por Eleonora de Lucena
.
http://nao.usem.xyz/9v2h
nao.usem.xyz/prints/9uvp_1.png
https://twitter.com/Be_neviani/status/819971165645139974
.
.

Cláudio

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando: A grande mídia (mérdia) é composta por sabuj@s suj@s a serviço dos ianque$ e do $ionismo de capital especulativo internacional e outras máfias (como a ma$$onaria) d@s canalhas direitistas…
.
PARA A ENÉSIMA PUTifARIA ( patifaria + putaria ) DA DIREITA:
Foi com muito cálculo que se preparou mais essa para o PT (e/ou as esquerdas, o progressismo/trabalhismo). E, ao que parece, o partido não contava nem se preveniu para essa eventualidade. Aliás, é estranho o número de vezes que o PT é pego de calças curtas, desprevenido e perplexo. E, o que mais espanta, é que seus inimigos nem parecem ser tão espertos assim.
.
. . .
AS MORDOMIAS DOS MARAJÁS EM PÉ DE GUERRA:
.
Os 17 mil juízes receberam em média 46,1 mil por mês em 2015;
.
Os 1,2 mil promotores e procuradores de Justiça recebem salário máximo teórico de 33,7 mil mensais;
.
Magistrados e promotores têm auxílio-moradia de 4,3 mil mensais. Se morarem juntamente com um cônjuge que também tem direito a auxílio, ambos recebem da mesma forma;
.
Todos têm 60 dias de férias por ano e, em caso de trabalho fora do local, uma diária equivalente a 1/30 da remuneração mensal;
.
Pena máxima em caso de punição disciplinar: aposentadoria compulsória com salario integral (i$$o é punição mesmo ou é premiação ?…)
.
. . .
Poesia contra a distopia (Distopia = Ideia ou descrição de um país ou de uma sociedade imaginários em que tudo está organizado de uma forma opressiva, assustadora ou totalitária, por oposição à utopia. “Distopia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/distopia [consultado em 01-10-2016].)

::
SARTREANA
.
Maldita seja toda esperança
que faz continuar o mal
do bem que só se alcança
no viver sempre (des)igual
.
……………….……………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
DE VERSOS
.
A dor de passar pelas pessoas
e depois deixá-las me consome:
Como viver tantas coisas boas
só para alimentar de saudades essa fome?…
.
É infinita essa fome de amar
e ser feliz fazendo outros felizes
Mas, um, como pluralizar
em frutos diversos as nossas raízes?…
.
……………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
NÓS
.
A tv me promete
o leite da moça,
o prazer em pó,
líquido,
instantâneo,
integral…
.
Que faremos de nossos olhos,
de nossas mãos?
.
…………………………………….…………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
CEM RIMAS
( para o PT e o PSTU )
.
A vida passa de graça
e fica ainda mais rica
nos olhos de esperança
que às mãos multiplicam
.
……………………………………………..……….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
KWY
.
.
P
…e
…….n
…………s
…………….o
…………………logo(S)
…………………………………..p
…………………………………..e
…………………………………..s
…………………………………..o
.
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
B……………………………A
…I………………………I
…….S………………C
………..T………N
…………….Â
tele……………………..visão
.
tele……………………..vazão
.
tele……………………..vazio
.
………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
ReXistência
.
Não deixe que aluguem o seu pensamento:
Simplesmente mude de canal ou desligue a TV
.
Diga “NãO” à Rede Goebbels
………………………………….……………………………………..……………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
Globo
.
PATRÃO
PADRÃO
LADRÃO
………………………………………………..……………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
POEMA CONCRETO
.
O aço e o cimento conjugados
((pedra jo…g………a………………d………………………a)
nos olhos (de vidro))
no dia a dia da vida.
.
……………………………………………………………………………….……………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
CLIC
.
.
a……l…u…z

a…s…s…o…m…b…r…a

a….s………s….o….m….b….r….a….s

…………………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
Poema de A a Z (POEMAZ)
.
Cantar contra
todo encanto
enquanto tudo
contar contra
…………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
C Í R C U L O
.
Palavra: fetiche
Palavra: fantoche
Palavra: feitiço
Palavra: fantasma
……………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
CILADA ou COISAS
.
Palavra
falada,
calada
palavra
.
Palavra
calada,
falada
palavra
.
calada
palavra
falada
.
falada
palavra
calada
………………………………………………………………..………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
M A T E R E A L I S M O
para o povo brasileiro (1989)
.
Até quando
morrer pela vida?…
Até quando
viver morrendo,
em vão,
por tudo
o que é não?…
…………………………………………………………………………….…………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
outra “fábula moderna” ou “a modernidade revisitada”
para o(s) poeta(s) inédito(s) e a humanidade
.
musamada passeava pelos campos em alegria
quando confusa abelha pica-lhe o peito
pensando ser, talvez, uma outra flor que havia
desabrochado no ar, por algum mágico efeito
.
“Eu”, atento fauno, de plantão, todo insuspeito,
apressa-se em aliviar a dor que a crucia,
com muito remédio, da mesma abelha, de mel feito,
para uma das flores irmanadas em harmonia…
.
e menos de se esperar não seria
vir, de uma flor para outra flor,
ver o bálsamo para crua agonia:
.
por enquanto, de bom, o mel lambe-lhe a dor
e, lambendo sua nua forma, o mau desejo (se) alivia
(d)a profunda picada no peito que lhe deu Amor…
.
………………………………………………………………………………………………….………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
rotina
( para o poeta Paulo Machado )
.
homem de rituais
modernos
modernamente
morro todos os dias
do mesmo jeito:
desfeito em contas e em cantos
mais nada
tudo menos
…………………………………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
negócio
( para o poeta Rubervam Du Nascimento )
.
a morte industrializada
sob o rótulo “VIDA”
abastece em cada rês
a existência perdida
………………………………………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
massa
.
a cidade cr…e………s……………………..c…………………………………………..e
e a gente
…………………desa
…………………par
…………………ec
…………………e

…………………………………………………………………………………………………..………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
capitolismo
.
predadores à espreita
muito mais que esperto
tem-se que ser sempre vivo
.
preço da evolução
lei da sobrevivência
juras de a-mor
juros e mais ou menos valia
.
antenas atentas
vigiam os espaços
(e o tempo)
da vida
mínima
nas promoções do dia-a(-)dia
.
é isto o que vinga:
a morte é hereditária…
.
……………………………………………………………………………………..……….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
foi ou é ou será
.
não o feito
nem a coisa por fazer
ou o imperfeito perfeito
:
o que me anima
é a magia lógica das possibilidades
…………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
RÉ – EVOLUÇÃO
.
O homem, animal racional,
trilhando seus caminhos,
trocou o bem pelo mal,
a florosa pelos espinhos.
.
O homem, em sua evolução,
tem corrido sem parar,
tem parado o coração,
tem deixado de amar.
.
O homem, senhor dos animais,
em seu constante progresso,
não sabe mais o que faz:
se continua ou inverte o processo…
.
……………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
.:.
::
.:.
ReXistência
.
Não deixe que aluguem o seu pensamento:
Simplesmente mude de canal ou desligue a TV
Diga “NãO” à Rede Goebbels
……………………………………………………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
(En la lucha de clases)
.
En la lucha de clases
Todas las armas son buenas
Piedras
Noches
Poemas
…………………..……………………………….(Paulo Leminski)
::
(Não é a beleza)
.
Não é a beleza
Mas sim a humanidade
O objetivo da literatura
………………………….……………………….(Salamah Mussa)
::
A existência precede a essência.
……………………………………..…………….(Jean-Paul Sartre)
::
.:.

* 1 * 2 * 13 * 4
.:.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
* * * * * * * * * * * * *
* * * *

Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) !!!! Lula (sem vaselina) 2018 neles (que já tomaram DE QUATRO) !!!!

* * * *
* * * * * * * * * * * * *
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Viviane

O penúltimo parágrafo definiu perfeitamente os barões do agronegócio: “especuladores da fome”. A produção de alimentos é, para eles, um valor secundário ante as possibilidades de lucro em bolsa ou produção de combustíveis. A parte da humanidade passando fome? Esse pessoal quer que se dane!

Rogério Bezerra

Invasões, desmatamento e envenenamento é o capitalismo em sua “melhor” forma…
Invasores que desmataram terras no Sul do Pará e até veios de ouro se apoderaram, hoje andam em seus aviões e mandam e desmandam. Gente boa. Dorothy Stang soube bem…

tião

Reis do Agronegócio
Chico César

Ó donos do agrobiz, ó reis do agronegócio
Ó produtores de alimento com veneno
Vocês que aumentam todo ano sua posse
E que poluem cada palmo de terreno
E que possuem cada qual um latifúndio
E que destratam e destroem o ambiente
De cada mente de vocês olhei no fundo
E vi o quanto cada um, no fundo, mente

Deixe seu comentário

Leia também