Foto: Lula Marques/Agência PT
Salário mínimo valorizado é instrumento de combate à crise e a miséria
por Vagner Freitas, presidente da CUT
O aumento do Salário Mínimo (SM) para R$ 880,00 anunciado pelo governo nesta terça-feira 29, é uma boa notícia para os brasileiros e para o País. Para as pessoas porque beneficia diretamente 48 milhões de aposentados, pensionistas e trabalhadores que têm o rendimento atrelado ao piso nacional, referência para os salários do mercado informal de trabalho e para os pisos de muitas categorias profissionais. Para o Brasil porque serão R$ 57 bilhões a mais circulando na economia a partir de primeiro de janeiro, quando o reajuste entra em vigor. Esse montante incrementará o consumo, gerando mais renda para outros setores da economia, como comércio, agricultura e indústria.
Outro impacto positivo é a melhora da distribuição renda, fator que considero fundamental para a retomada do desenvolvimento econômico e social do Brasil iniciada em 2003 e condição necessária para sairmos da agenda da crise e entrarmos de uma vez por todas na agenda do crescimento, da geração de emprego e melhoria da renda.
A política de valorização do salário mínimo, negociada pela CUT, com o apoio das demais centrais sindicais, e implementada nos governos Lula e Dilma, aumentou o poder de compra em 77% de 2002 até este ano, segundo o DIEESE. Quando comparamos com o valor da cesta básica, o novo SM comprará 2,14 cestas. Este é o melhor poder de compra desde 1979.
Sabemos que este valor não é suficiente para atender todas as necessidades de uma família. Por isso mesmo, continuamos lutando pelo mínimo necessário para manter uma família de, por exemplo, dois adultos e duas crianças que, segundo o DIEESE, estava em de R$ 3.399,92 em novembro de 2015. Mas, não podemos deixar de reconhecer que em apenas 15 anos conseguimos aumentar o poder de compra em quase 80% e, com isso, segundo o IPEA, ajudar a reduzir a desigualdade da renda e do trabalho. Fato inédito há décadas, segundo o Instituto.
Apesar de todos esses fatos, ainda há quem critique o aumento do salário mínimo alegando preocupações com os impactos nas contas públicas. Em outras palavras, com a elevação do que eles chamam de “custo” dos pagamentos de benefícios previdenciários e nós chamamos de investimento na melhoria de vida das pessoas. Além disso, os críticos esquecem que o aumento da renda também vai contribuir para elevar a arrecadação de impostos sobre o consumo, que segundo o DIEESE será de mais de R$ 30 bilhões. Ou seja, grande parte do aumento de gastos se paga.
Outra crítica que vem sendo feita é sobre a decisão do governo de dar aumento real ao SM ampliando seu valor para R$ 880 – segundo a regra deveria subir para R$ 871. Essa diferença, alegam, gera uma despesa de mais R$ 2,9 bilhões, pelos cálculos do Ministério do Planejamento, aumentando o chamado “rombo” nas contas públicas. O montante, na verdade, é muito pequeno se comparado a outras despesas, como o pagamento de juros da dívida pública, que em 2015 terá seu custo aumentado em mais de R$ 200 bilhões, ou seja, 100 vezes mais que aumento do SM.
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O interessante neste debate é notar que, quando o aumento de gastos é para engordar os lucros dos banqueiros e dos especuladores financeiros, os críticos se calam. Porém, quando o benefício é para a classe trabalhadora rapidamente se posicionam contra, com o velho e batido argumento do “rombo das contas”.
Para nós da CUT, o salário mínimo é um instrumento de combate a crise e a miséria, portanto, deve continuar crescendo, não só pelo impacto econômico positivo, como também por ser um alicerce da sociedade que estamos construindo com mais justiça social, geração de empregos e distribuição de renda.
Comentários
Érico
Não consigo enxergar um único motivo para comemorar esse aumento que parece uma esmola, a pessoa que escreveu o texto deveria ter dito : Pelo menos não houve um arrocho salarial.
“Novo salário mínimo é o melhor poder de compra desde 1979”
Onde isso? Eu moro sozinho e para virar o mês com as compras gasto 500 pilas no mercado, depois vou complementando conforme a necessidade.
Agora, ganhar 880 contos e viver com isso?
Depois querem resolver o problema da criminalidade com UPP…
A verdade é que esse povo brasileiro é guerreiro e honesto na maioria, porque se não já tinha estourado uma guerra civil.
Só uma revolução vai salvar esse país.
E quando acontecer vai correr sangue e deixar muitas cicatrizes
Otto
Enquanto isso a inflação devora o poder aquisitivo do trabalhador. E ainda aparece gente achando que certa taxa de inflação é boa para a economia…
Messias Franca de Macedo
“O Globo, o JN et caterva podem falar o quê quiserem, pois ontem, 31, último dia do ano, o PCO, no horário nobilíssimo da televisão, e de graça, nos presenteou com o melhor programa político do ano, contando e mostrando, em cinco minutos, toda a história do golpe, dos golpistas, a mídia golpista (com direito à imagem da bancada do JN), além do grande mico do ano protagonizado pelos facistinhas que agrediram Chico Buarque, mostrando o vídeo. dando nomes, descendências e crimes cometidos pelos seus descendentes.” Por Benjamin Eurico Malucelli – 01/01/2016 às 14:26 – FONTE: http://tijolaco.com.br/blog/o-incrivel-reveillon-de-bobagens-de-o-globo/
https://www.youtube.com/watch?v=5Mqmq_5BFpc
Messias Franca de Macedo
…”‘Tá’ vendo” que é possível viabilizar a equação ajuste fiscal [“sem lascar os pobres”] e desenvolvimento econômico com geração de empregos e distribuição de renda!?…
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PT quer imposto sobre fortunas e CPMF
Para superar ajuste, partido pede mais impostos e empréstimos da China
SÃO PAULO — Para superar a pauta do ajuste fiscal, a bancada do PT na Câmara vai intensificar a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff com o objetivo de que o governo adote um pacote de medidas na economia, como a reformulação da cobrança do imposto de renda com adoção de alíquota de até 40%, a tributação de lucros distribuídos por empresas a acionistas, além da busca de empréstimos na China.
(…)
AS 14 PROPOSTAS
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.conversaafiada.com.br/economia/pt-quer-imposto-sobre-fortunas-e-cpmf
FrancoAtirador
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Agora, só falta Isentar o Salário Mínimo de Impostos Indiretos,
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tributando os Lucros e Dividendos dos 70 Mil Ricaços do braZil.
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Lukas
Fiquei curioso de como se daria esta isenção.
Sério.
Emerson A. Castilho Martins
Enquanto isso, os salários pagos pelo governo federal aos professores sofrem desvalorização ano após ano. Graças à Pátria educadora.
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