Manifesto do PT e grito de um “bagrinho”: Fosso entre a direção e militância
Tempo de leitura: 10 minpor Conceição Lemes
“Ao nosso 5º Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 80, quando nos constituímos um partido com vocação democrática e transformação da sociedade”, diz o documento.“O momento não é de pessimismo, é de reavivar as esperanças. A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação.”
A íntegra do Manifesto dos Representantes Regionais (DRs) está abaixo.
Vários pontos abordados no manifesto dos DRs — inclusive a volta às origens do PT — estão num outro documento publicado após o segundo turno da eleição de 2014 por Paulo Dantas, militante e fundador do partido. Circulou restritamente e logo passou a ser identificado como “O grito do bagrinho”. Na íntegra, ao final deste post.
Na verdade, ao longo dos últimos 12 anos, o PT não só se distanciou gradativamente dos movimentos sociais. Aos poucos, bandeiras históricas foram ficando pelo caminho e a sua direção foi se descolando também da militância, que foi se sentindo e sendo alijada, descartada.
Na condição de repórter, sou forçada, por dever de ofício, a ouvir muita gente. Noto que muitos simpatizantes — filiados ou não ao PT — só estão esperando o sinal da direção de que a distância vai ser rompida, para arregaçarem as mangas e irem às ruas. É um sentimento difuso, crescente.
Ou seja, mais do que nunca, está na hora de o PT ouvir os seus militantes. Junto com as centrais sindicais e os movimentos populares, eles são a alma do partido. Na alegria e na tristeza.
Não adianta o PT acenar à direita, ao andar de cima, à imprensa golpista. Nos momentos difíceis, quem segura a bucha é o povo, os militantes, os simpatizantes, os movimentos sociais.
O exemplo emblemático disso é o ex-ministro Antonio Palocci. No início do primeiro governo Lula, ele foi um dos artífices da negociação da dívida da Globo, que estava quebrada. Depois, ele foi devorado pela própria Globo, que agora quer varrer o PT do mapa.
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Manifesto dos DRs
O Partido dos Trabalhadores está sob forte ataque. Não é a primeira vez. Em nossa história de 35 anos, muitas vezes investiram contra nós. O fato mais marcante, numa longa trajetória de manipulações, foi imputarem ao PT o sequestro do empresário Abilio Diniz, em 1989.
Nunca como antes, porém, a ofensiva de agora é uma campanha de cerco e aniquilamento. Como já propuseram no passado, é preciso acabar com a nossa raça. Para isso, vale tudo. Inclusive, criminalizar o PT — quem sabe até toda a esquerda e os movimentos sociais.
Condenam-nos não por nossos erros, que certamente ocorrem numa organização que reúne milhares de filiados. Perseguem-nos pelas nossas virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos governos tenham possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres nas universidades.
Não toleram que, pela quarta vez consecutiva, nosso projeto de País tenha sido vitorioso nas urnas. Primeiro com um operário, rompendo um preconceito ideológico secular; em seguida, com uma mulher, que jogou sua vida contra a ditadura para devolver a democracia ao Brasil.
Maus perdedores no jogo democrático, tentam agora reverter, sem eleições, o resultado eleitoral. Em função dos escândalos da Petrobrás, denunciado e investigado sob nosso governo -– algo que não ocorria em governos anteriores –, querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia, em um contexto adverso de crise mundial prolongada.
Como já reiteramos em outras ocasiões, somos a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir corruptos e corruptores, nos marcos do Estado Democrático de Direito. E, caso qualquer filiado do PT seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas fileiras.
O PT precisa identificar melhor e enfrentar a maré conservadora em marcha. Combater, com argumentos e mobilização, a direita e a extrema-direita minoritárias que buscam converter-se em maioria todas as vezes que as mudanças aparecem no horizonte. Para isso, para sair da defensiva e retomar a iniciativa política, devemos assumir responsabilidades e corrigir rumos. Com transparência e coragem. Com a retomada de valores de nossas origens, entre as quais a ideia fundadora da construção de uma nova sociedade.
Ao nosso 5º. Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 80, quando nos constituímos num partido com vocação de poder e transformação da sociedade – e não num partido do “melhorismo”. Quando lutávamos por formas de democracia participativa no Brasil, cuja ausência, entre nós também, é causa direta de alguns desvios que abalaram a confiança no PT.
Nosso 5º. Congresso, cuja primeira etapa será aberta, a fim de recolher contribuições, críticas e novas energias de fora, deverá sacudir o PT. A fim de que retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não-dogmático. Para que desmanche a teia burocrática que imobiliza direções em todos os níveis e nos acomoda ao status quo.
O PT não pode encerrar-se em si mesmo, numa rigidez conservadora que dificulta o acolhimento de novos filiados, ou de novos apoiadores que não necessariamente aderem às formas de organização partidária.
Queremos um partido que pratique a política no quotidiano, presente na vida do povo, de suas agruras e vicissitudes, e não somente que sai a campo a cada dois anos, quando se realizam as eleições.
Um PT sintonizado com nosso histórico Manifesto de Fundação, para quem a política deve ser “atividade própria das massas, que desejam participar, legal e legitimamente, de todas as decisões da sociedade”.
Por isso, “o PT deve atuar não apenas no momento das eleições, mas, principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores, pois só assim será possível construir uma nova forma de democracia, cujas raízes estejam nas organizações de base da sociedade e cujas decisões sejam tomadas pelas maiorias”.
Tal retomada partidária há de ser conduzida pela política e não pela via administrativa. Ela impõe mudanças organizativas, formativas, de atitudes e culturais, necessárias para reatar com movimentos sociais, juventude, intelectuais, organizações da sociedade – todos inicialmente representados em nossas instâncias e hoje alheios, indiferentes ou, até, hostis em virtude de alguns erros políticos cometidos nesta trajetória de quase 35 anos.
Dar mais organicidade ao PT, maior consistência política e ideológica às direções e militantes de base, afastar um pragmatismo pernicioso, reforçar os valores da ética na política, não dar trégua ao “cretinismo” parlamentar – tudo isso é condição para atingir nossos objetivos intermediários e estratégicos.
Em concordância com este manifesto, nós, presidentes de Diretórios Regionais de 27 Estados, propomos:
1. Desencadear um amplo processo de debates, agitação e mobilização em defesa do PT e de nossas bandeiras históricas;
2. Defesa do nosso legado político-administrativo e do governo Dilma;
3. Participar e ajudar articular uma ampla frente de partidos e setores partidários progressistas, centrais sindicais, movimentos sociais da cidade e do campo, unificados em torno de uma plataforma de mudanças, que tenha no cerne a ampliação dos direitos dos trabalhadores, da reforma política, da democratização da mídia e da reforma tributária;
4. Apoiar o aprofundamento da reforma agrária e do apoio à agricultura familiar;
5. Orientar nossa Bancada a votar o imposto sobre grandes fortunas e o projeto de direito de resposta do senador Roberto Requião, ambos em tramitação na Câmara dos Deputados;
6. Apoiar iniciativas para intensificar investimentos nas grandes e médias cidades, a fim de melhorar as condições de saneamento, habitação e mobilidade urbana;
7. Buscar novas fontes de financiamento para dar continuidade e fortalecimento ao Sistema Único de Saúde;
8. Apoiar uma reforma educacional que corresponda aos objetivos de transformar o Brasil numa verdadeira Pátria Educadora;
9. Levar o combate à corrupção a todos os partidos, a todos os Estados e Municípios da Federação, bem como aos setores privados da economia;
10. Lutar pela integração política, econômica e cultural dos povos da América, por um mundo multipolar e pela paz mundial.
O momento não é de pessimismo; é de reavivar as esperanças. A hora não é de recuo; é de avançar com coragem e determinação. O ódio de classe não nos impedirá de continuar amando o Brasil e de continuar mudando junto com nosso povo.
Esta é a nossa tarefa, a nossa missão. É só querer e, amanhã, assim será!
São Paulo, 30 de março de 2015.”
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O grito de um “bagrinho”
PT tem que voltar às suas origens, implementar os chamados núcleos de base e se restituir num partido de massas, ligados aos movimentos sociais, sindicais e populares
por Paulo Dantas, publicado originalmente no RodapéNews de 27/10/2014
Ao lado de não fiscalizar o software das urnas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral, criado por empresas privadas, (entre elas, a Engetec, que tem como principal acionista um colaborador da campanha de Aécio Neves) e de não lutar pelo voto impresso (aqui), há uma sucessão de erros do partido que se acumulam há alguns anos – desde situações específicas em determinados municípios a encaminhamentos de políticas gerais, pela direção nacional – que precisam de um processo de autocrítica do partido e de correções urgentes. Entre elas, citamos:
* Ausência de uma oposição autêntica, por parte da bancada do PT na Assembleia Legislativa de SP, em relação aos governos do PSDB em SP, embora pontualmente exista atuação mais combativa por parte de alguns poucos deputados nas últimas legislaturas. Em geral, nos últimos anos, a bancada do PT tem atuado mais como oposição conciliadora;
* Constatação da inconsistência da campanha do Padilha, sob coordenação do Diretório Estadual do PT de SP, no 1º turno das eleições em São Paulo, que não desconstruiu o governo Alckmin, apesar de motivos não faltarem (falta d’água em SP, apagão na segurança pública, crise na USP-Unesp-Unicamp, construção da USP-Leste em terreno contaminado; fraudes milionárias na secretaria da fazenda; descalabro na educação básica da rede pública, etc.)
* Decisões de cima para baixo nas instâncias do PT e de vários prefeitos de cidades paulistas, com a emissão do “Cumpra-se”, ação semelhante à do patrão, que detém os meios de produção nas mãos. Isto é válido para imposição de candidaturas a prefeitos, por parte das direções partidárias, passando por decisões administrativas e políticas, que, em algumas ocasiões, são implementadas sem discussão com munícipes, onde o PT comanda a prefeitura;
*De um lado, o abandono da militância e dos movimentos sociais (retomadas agora, felizmente, nestas eleições, graças a mobilizações supra partidárias, decisivas para a vitória de Dilma); de outro, o uso de entidades sindicais como correias de transmissão do partido;
* Composições partidárias dos governos onde o PT comanda o executivo (governos federal, estaduais e municipais) que privilegiam apenas a governabilidade, como vem ocorrendo em algumas ocasiões, em detrimento da questão programática;
* Ausência de políticas de comunicação inovadoras que sejam um contraponto ao que é divulgado pela mídia tradicional.
Entre várias propostas de combate à corrupção e de avanços democráticos, propomos:
* No combate permanente à corrupção, adoção da Transparência Ativa – para contratos e convênios celebrados por entidades governamentais em todos os níveis (municipais, estaduais e federais) -, com a obrigatoriedade de publicação na internet, na íntegra, de todos os contratos e convênios bem como de seus anexos e aditamentos e subcontratações (terceirizações e quarteirizações) para conhecimento público . Seria um acréscimo à Lei de Transparência sancionada pela presidente Dilma (que é a Transparência Passiva). Caso seja adotada esta medida, os casos de corrupção seriam minimizados, pois o poder de fiscalização é transferido para o cidadão. Exemplo claro: os indícios de corrupção no Metrô e CPTM e na Petrobrás são semelhantes, pois o “modus operandi” é igual. O esquema de fraudes passa pela subcontratação de empresas terceirizadas para a prestação de serviços fictícios. Entre várias empresas terceirizadas, usadas para pagamento de propina, temos, no caso dos trens de SP, a Tejofran, MGE e Acqua Lux Engenharia; no caso da Petrobrás, a M.O. Consultoria, GFD Investimentos, Empreiteira Rigidez e Muranno Brasil. Com a obrigatoriedade da publicação das subcontratações, essas empresas “fantasmas” seriam do conhecimento prévio dos cidadãos.
* Regulamentação dos meios de comunicação, para impedir o monopólio e oligopólio que existem atualmente;
* Reforma política, com o fim do financiamento privado de campanha, que mantém todos os políticos, de quase todos os partidos, inclusive parte do PT, reféns de grupos econômicos (no discurso, Dilma assumiu o compromisso de levá-la adiante);
* Reforma tributária, que desonere os assalariados – trabalhadores e pessoas de classe média (esta última votou contra o PT, principalmente no Sul e Sudeste)-, taxando os ricaços e as grandes fortunas;
* Reforma Penal, com adoção do modelo americano e europeu criminal, onde existe o chamado juiz de instrução criminal, que pode ser eleito pela comunidade, atuando em conjunto com representantes do Ministério Público e delegados também eleitos. Caso seja adotado no Brasil, esse modelo daria celeridade aos processos criminais (a prova obtida de forma tripartite – juiz, delegado e promotor criminal, com acompanhamento do acusado, serve para julgamento imediato) e economia para o contribuinte.
No atual modelo penal ultrapassado, a denúncia do promotor com base no inquérito policial, caso seja aceita pelo juiz criminal, terá ser produzida novamente em juízo. Entre a instauração do inquérito até a denúncia aceita pelo juiz há uma demora em média 5 anos. Nesse período, é comum não se localizar testemunhas bem como pode ter morrido, acarretando desperdício de dinheiro para o Estado, perda de tempo e duplicidade de trabalho. Caso seja adotado, cai por terra a falsa discussão da PEC 37, que tramitou o ano passado no Congresso.
Hoje, a Constituição Federal dá poderes para os promotores apenas para instaurar inquéritos civis na apuração de danos ao patrimônio público por agentes públicos. Como alguns atos de improbidade são tipificados como crimes, os promotores criminais passaram a investigar este ato de improbidade sem respaldo da Constituição. Com a adoção deste modelo – como, por exemplo, no caso das acusações ao doleiro Alberto Youssef – as provas colhidas, de maneira transparente, teriam a participação do chamado juiz de instrução criminal, do promotor do caso e do delegado federal, contando com a participação do advogado do acusado, serviriam para julgamento imediato.
Além de fazer uma autocrítica de sua conduta no presente momento, há necessidade do partido avançar democraticamente nas reformas constitucionais. Parte das reformas de base, propostas por João Goulart, há mais de 50 anos – entre as quais as reformas agrária, eleitoral, urbana e educacional (aqui) -, continuam atuais e precisam ser resgatadas.
Inclusive em março deste ano, houve uma deliberação da direção nacional do PT nesse sentido, com base em resolução política (aqui).
Uma das resoluções do Congresso do PT em 1984, destacava importância da implantação dos núcleos de base do partido, para sua transformação em partido de massas, conforme publicação da Fundação Perseu Abramo:
“O núcleo de base do PT deve ser entendido como a base fundamental do Partido. Sem ele, o PT poderá sobreviver como partido legal, mas não se consolidará como o partido de massas que queremos. Sem ele, o PT pouco difere dos partidos tradicionais. Por isso, devemos fortalecer sempre os núcleos – por local de moradia, por categoria profissional, por local de trabalho e de estudo, por movimentos sociais –, atribuindo a eles poder deliberativo na estrutura partidária, considerando que é no núcleo que se exerce, em primeira instância, a democracia interna do PT” (aqui).
Acrescento, neste ponto, a importância do chamamento do jovem para uma nova militância, atraindo-o para uma participação política onde também tenha voz e voto, visando a continuidade dos avanços econômicos, políticos e sociais dos governos Dilma e Lula.
Infelizmente, com a burocratização partidária, muitos núcleos de base que surgiram na década de 80 não vingaram, por inúmeros problemas – falta de formação política dos militantes, falta de quadros organizados e a própria mentalidade eleitoral que passou a priorizar os diretórios em vez dos núcleos de base.
Com o objetivo de respaldar a luta por avanços democráticos, não resta alternativa senão a de colocar na ordem do dia a constituição desses núcleos de base, para que o partido enfrente os próximos desafios, que serão muitos com a reeleição de Dilma.
Na correlação de forças para avançar nestas reformas, diante de um Congresso Nacional conservador, o PT tem que se reconstituir num partido de massas, ligado aos movimentos sociais, populares e sindicais e contar com a mobilização de seus integrantes. É o único meio de pressão para respaldar e concretizar tais reformas.
*Paulo Dantas, ex-militante sindical bancário, advogado e um dos fundadores do PT, ao qual é filiado até hoje.
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Comentários
Julio Silveira
Uma coisa é certa, eu que nunca fui filiado a partido algum. Nem ao PT. Que não tive qualquer simpatia a esse partido enquanto morei no meu estado natal o RJ, por que lá esse partido pouco se diferiu dos demais lá. Aprendi a respeitá-lo, como uma força diferenciada, no estado que passei a residir, isso, a mais de 30 anos atrás, o RS. Aqui tive conhecimento de um grupo politico, composto de cidadãos realmente interessados em incluir aquela parcela da população sempre desprezada pelas forças conservadoras, que se revesavam nos governos anteriores, priorizando (como muitos partidos da cultura discriminadora ainda fazem) os bairros burgueses a eles ligados, e sempre de costas, em todos os sentidos, para os bairros das pessoas socialmente menos favorecidas, os chamados “pobres”. O PT mudou essa logica, e eu fui testemunha disso, e com isso ganhou meu reconhecimento que resiste ao tempo, mas não o imuniza de minhas criticas.
O PT é um partido com diversos sub partidos no seu interior, começou a ficar decadente, enquanto partido, quando escanteou sua democracia interna para delegar poder a um grupo de dirigentes que se achavam e ainda acham, os reis da cocada preta, os que mereciam ser as vitrines do partido em detrimento da integridade ideologica. Descaracterizaram o partido expurgando membros que discordavam desse vedetismo. Esses foram tornaram o partido hipocrita, repetindo erros, que criticavam nos partidos que combatiam, e de uma certa forma persistem nessa hipocrisia. Eu sei que o PT não é hoje o partido dos militantes, não me iludo, é partido de seus medalhões. E se hoje recorrem aos militantes é apenas por oportunismo, que não se traduzirá, superada essas dificuldades, em atender a militancia. A militancia e simpatizantes ( simpatizantes reconhecedores como eu) só lhes dão apoio, pela esperança de não ir ao lixo um trabalho que marcou a muitos, que doaram sinceridade na busca por mudanças. Para não desperdiçar uma conquista, que foi reunir, uma vez nesse país, sentimentos sinceros de esquerdistas e aglutiná-los contra um inimigo que sempre soube, pelo poder de dissimulação que tem, se passar como populares. Talvez uma outra esquerda, sincera, sem oportunistas, não tenha uma outra chance. O atual PT dificulta isso, por isso restam poucas alternativas que não seu resgate.
Mário SF Alves
Tem de fazer a prova dos nove com o PT. Ou seja: tem de pressionar CONSTITUCIONALMENTE o Poder. Não o poder governamental, executivo, mas o Poder de Fato, o que sempre mandou no Brasil. É isso que conta. Sem isso é chover no molhado.
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Muito blá, blá, blá, muito proselitismo, muita demogogia e muito vazelinismo = a zero de condicionantes/ação pública e zero de resultado.
mineiro
o pt bundao tucano vai morrer apanhando , sendo chutado pela direita golpista , pelo pig e nao vai fazer nada. o pt hoje é a mesma coisa dos demonios tucanos , pmdb, psd, e toda m……………….da direita. a militancia que a unica coisa que presta nesse partido , vai tem que abandonar , para nao acabar com o mesmo destino do partido . e pior , a militancia que nunca se vendeu ta envergonhada do proprio partido. acredito eu que esta.
mineiro
e pode acrescentar tambem o lamentavel e vergonhoso , lastimavel discurso do lula tentando parar os movimentos progressistas. e tambem a traiçao do poste de pres. que esta la hoje, que usou as forças progressistas para ganhar as eleiçoes e depois para agradecer essa m…………….colocou o leviando dos banqueiros como min. que me desculpe os diretorios do partido que esta com toda razao, mas nao vai dar em nada. porque a cupula sem vergonha, elitizada , direitista, tucana, nao vai deixar isso acontecer. depois do discurso do lula que deixou isso bem claro.
Nelson
Uma das primeiras grandes medidas tomadas pelo governo do PT, em 2003, foi impulsionar um reforma da previdência castradora e restritora de direitos, atendendo às exigências do sistema financeiro.
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Essa medida contrariava, frontalmente, a proposta dos movimentos populares de estabelecer uma Previdência pública universal – a única realmente viável – que garantisse a cada trabalhador brasileiro a aposentadoria digna a que tem direito, a verdadeira jubilação.
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Uma postura altamente arrogante da parte do governo, em defesa do sucateamento da Previdência pública, em especial do Zé Dirceu, empurrou para fora do partido muita gente de fé e brio que era, corretamente, contrária a uma medida que ia no sentido oposto ao pregado pelo partido por muito tempo.
Nelson
Tem razão o José Andrade Andrade.
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Cúmulo dos cúmulos, lembro que, lá por 2003, se minha memória não me trai, o Sr Aloisio Mercadante afirmava que “o PT e o PSDB têm muito a contribuir para a democracia brasileira”.
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Mercadante afirmou tamanha besteira mesmo depois de os tucanos privatizarem (doarem seria o termo correto) dois terços do patrimônio pertencente ao povo brasileiro a grandes conglomerados, sem fazerem a mais mínima consulta se este povo queria ou não as privatizações.
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Detalhe: de posse do que era do povo, esses conglomerados aumentaram exponencialmente os preços e tarifas, não dando a mínima para esse povo. O que eles queriam, realmente, era lucros fartos e não atender bem às necessidades da população.
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Pois, esses são os democratas elogiados pelo Sr Mercadante.
Sérgio Rodrigues
Quando a água bate na bunda……
Os núcleos sempre foram a alma, o cerne, a pulsação, enfim, a vida do PT.
Promover a política de enfraquecer os núcleos foi a maior desgraça contra o PT; ( Leia-se PED)
Se o PT quiser voltar as origens deve acabar com esse tal de PED|, onde se pratica toda sorte de falcatruas para eleger seus dirigentes.
Deve exigir que nenhum dirigente terá direito de ser eleito se não for nucleado e eleito pelo núcleo.
Os delegados leitos pelos núcleos é quem devem eleger os dirigentes do Partido!…
Edilson Coelho de Almeida
Parabenizo o manifesto concordando em gênero e número e digo para aqueles que dizem que os bagrinhos estão no partido errado, lugar de bagrinho é mesmo no PT, uma coisa vocês podem está certos coxinha tem que ficar distante do nosso partido
Abolicionista
Sim, no PT, para dar legitimidade, mas longe do centro de decisões. Otário pode, coxinha não. Coxinha só nos ministérios, né?
abolicionista
O “bagrinho” é muito bem intencionado, mas infelizmente está no partido errado.
Mário SF Alves
Abolicionista,
Meu distinto e prezado, Abolicionista,
O que está havendo? Perdestes o rumo?
Calma, companheiro. O que está em jogo é muito maior do que um partido ou partidos políticos. O que está em jogo é a soberania do Brasil. O que está em jogo é o enfrentamento do fascismo, travestido, fantasiado, ou não de neoliberalismo.
Olha, o destino do Brasil não se resolve de dentro pra fora, mas sim, de fora pra dentro. Sempre foi assim, desde o Brasil-Colônia-Colônia-Colônia…
O que de modo algum justificaria inaptidão administrativa de parte de qualquer governo que fosse.
Voltando ao assunto:
O BRICS não lhe diz nada?
O AIIB – Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura não lhe diz nada?
O golpe de Estado na Ucrânia não lhe diz nada?
A questão na Síria não lhe diz nada?
A luta travada pelos governos eleitos pelo PT é luta antifascista, meu caro.
Menosprezá-lo ou fragilizá-lo pra quê? Pra isso já não basta a extrema direita midiática neoliberal?
No mais, não nos esqueçamos do Rui Barbosa:
Você sabe quando e em quais circunstâncias ele, o Rui Barbosa, usou a expressão “De
tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra; de
tanto ver crescer a injustiça, e de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto”, não sabe?
Pois é, isso é parte de um Discurso no Senado, pronunciado por ele em 17/12/1914.
Mil, novecentos e quatorze, meus caro!
E mais:
Quem PUBLICAMENTE afirmou isso não foi um Mário SF Alves
qualquer, não, mas, sim, ele, o Águia de Haia, um brasileiro do qual a
maioria dos brasileiros tinha (e tem) imenso orgulho.
E mais: afirmou isso em 1914. Portanto, muito antes de o PT sonhar em existir.
Ou melhor, muito antes de a URSS existir.
Ou, melhor ainda, muito antes de o nazismo alemão existir.
Ou seja, ele não se referia a nenhum destes, pois não? Sendo assim,
fica a dúvida: a quem ou a quais circunstâncias ele se referia? Tais
circunstâncias foram modificadas? Mudaram? Pra melhor ou pra pior?
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Então? Dizer mais o quê, não é mesmo?
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Ah, mas isso o astrólogo não ensina, né não? E, por quê?
abolicionista
Caro Mário, agradeço pelo alerta respeitoso e muito inteligente. Contudo, dois motivos me levaram a deixar de apoiar o PT:
1) O esgotamento da estratégia da política de alianças. Além de não avançarmos mais em nenhuma pauta à esquerda, tal estratégia nos deixa imobilizados, de modo que somos obrigados a assistir passivamente o avanço lento e gradual da extrema direita, que engrossa suas fileiras não para um golpe, mas para um governo fascista (democraticamente eleito, portanto).
2) A falta de confiança no Partido dos Trabalhadores. Conhecer as estruturas do partido me fez perder a crença na motivação política de suas lideranças. Você pode dizer que sou moralista, mas não vejo mais pessoas virtuosas nos quadros do PT – quer dizer, nas lideranças, claro (há um ou outro, vá lá, mas em outros partidos também se dá o mesmo). Acho que essa gente não hesitaria um segundo em usar a força política legítima da esquerda, tão duramente conquistada, criada à base de tanto suor, em benefício pessoal. Contudo, esse não é só um problema moral, porque ele tem consequências políticas muito sérias a longo prazo, como a perda do poder de mobilização por parte da esquerda.
Sei que Dilma é uma pessoa honrada, republicana e que tem uma visão de país (que considero equivocada, mas legítima). Sei que do outro lado estão os abutres, a corja golpista. Contudo, acho que defender o governo Dilma e o PT agora é problemático também do ponto de vista estratégico. Porque, do jeito que está, estamos perdendo terreno. Às vezes é preciso queimar os navios para inserir novos vetores nesse jogo de forças. É preciso reconquistar as ruas, por exemplo, e isso não se faz com discurso sobre a necessidade de cortar direitos trabalhistas. Não posso defender quem propõe a inevitabilidade do arrocho. Isso é o que fazia Margaret Tatcher ao declarar: There is no alternative. Há alternativa sim, as decisões econômicas são decisões políticas. Enfim, estou onde sempre estive, caro Mário, quem mudou de lado foi o PT…
Leo V
Sinceramente, vocês estão perdendo muito tempo com o PT.
Estão dando cora para ele continuar levando a esquerda toda junta pro buraco com ele.
Deixem os movimentos sociais oxigenarem. O PT se tornou uma máquina burocrática de apassivamento e desmobilização da classe trabalhadora.
Qualquer avanço progressista hoje em dia passará por fora do PT.
Abolicionista
Assino embaixo, estão levando o país para o caminho do fascismo
mineiro
infelizmente vou ter que concordar, depois do discurso vergonhoso do lula tentando apaziguar os luta dos progressistas. da para ver que o proprio partido ta indo na contramao da sua origem e vai acabar igual aos outros.
Mário SF Alves
E quem nos garante que você não seja um agente laranja?
Liga não, considero seus comentários significativos.
De mais a mais, dúvidas sempre existirão.
Ninguém está imune a elas, especialmente no Brasil de hoje, onde o mercúrio do termômetro da ebulição política nunca esteve tão expandido. Nem em 1964.
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