O fosso que se abre entre opinião pública e opinião publicada

Tempo de leitura: 5 min

A velha mídia, fora da realidade

por MARCELO ZERO e DOUTOR ROSINHA, especial para o Viomundo

Chávez não era Chávez. A foto exibida no último dia 24 de janeiro pelo “El País”, jornal conservador espanhol, havia sido retirada de um vídeo médico de 2008, que mostrava um homem anônimo em coma.

Uma rápida e simples checagem teria revelado o erro grotesco e primário. No entanto, o “El País”, espécie de sucursal ibérica do antichavismo, resolveu arriscar para ver se “colava”. Não colou. Um internauta percebeu logo o erro e o jornal teve de retirar a foto e pedir desculpas. Tirou a foto e imediatamente colocou em si mesmo uma grande e vergonhosa “barriga”, nome que se dá, no jargão jornalístico, a erros desse tipo.

O episódio não é um fato isolado, um simples erro ocasional. Ao contrário. É emblemático de um tipo de jornalismo que se tornou bastante comum, especialmente na América do Sul.

Na Venezuela, na Argentina, no Equador, no Brasil e em outros países do subcontinente pratica-se, com inquietante desenvoltura, um tipo de jornalismo que tem por hábito diário distorcer ou mesmo falsear a realidade.

Os retratos pintados diuturnamente pela mídia tradicional sobre a situação atual desses países apontam para um quadro de caos, desagregação social e política e falta de rumo que encontram pouca ou nenhuma correspondência com a realidade objetiva. Parecem “fotos” grosseiramente retocadas por um photoshop concebido para enfear, ou mesmo simples falsificações, tal como a imagem do suposto Chávez hospitalizado.

No Brasil, por exemplo, há uma década que boa parte da mídia tradicional e oligopolizada divulga “fotos” e “retratos” das supostas mazelas dos governos do PT, apresentados, quase que invariavelmente, como absolutamente incompetentes, irremediavelmente corruptos, solertemente antidemocráticos e francamente desastrosos.

Por aqui, a velha mídia também não se cansa de lançar mão de barrigas homéricas. Basta lembrar a ficha falsa da presidenta Dilma Rousseff, publicada pela “Folha de S.Paulo” em sua capa. Ou então as inúmeras falsas denúncias veiculadas pela revista “Veja” ao longo dos últimos anos, jamais comprovadas, entre elas a suposta conta de Lula no exterior ou o dinheiro que teria sido remetido pelas Farc ao Partido dos Trabalhadores.

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Pelo que se divulga em boa parte dessa mesma mídia, o país vive um processo acelerado de decadência desde 2003, quando o governo liderado pelo PT substituiu o “competente”, “limpo” e “democrático” governo de tintas paleoliberais, que havia colocado a nação no rumo “correto” da “modernidade”.

Bem, seria fastidioso enumerar aqui os claros êxitos dos recentes governos brasileiros. Basta fazer análise objetiva dos principais indicadores socioeconômicos para se chegar à inevitável conclusão de que o Brasil, nos últimos dez anos, mudou substancialmente para melhor.

Estudo mundial do Boston Consulting Group, divulgado há poucos meses e solenemente ignorado, coloca o Brasil como o país que mais se destacou na qualidade recente de seu desenvolvimento.

Assim, se alguém quiser entender o que aconteceu no Brasil na última década, não encontrará respostas fidedignas na cobertura da imprensa conservadora. Terá de recorrer a blogs e sites alternativos e a fontes estrangeiras, ou então fazer suas próprias pesquisas.

A imagem do Brasil recente construída por parte expressiva da grande mídia tradicional está tão longe da realidade quanto a foto do homem hospitalizado dista do autêntico Chávez. Na tentativa incansável de “furar” os governos progressistas recentes, produz-se uma pletora de “barrigas”, numa espécie de vale-tudo midiático.

Trata-se, portanto, de uma mídia-barriga, que fábrica notícias distorcidas, enviesadas, exageradas e até mesmo falsas, de forma sistemática. Uma mídia que convive melhor com figuras do submundo do que com a verdade.

Esse distanciamento da realidade, que beira a esquizofrenia, é preocupante. Porém, não é o único. Há também o claro descolamento entre a opinião publicada e a opinião pública. A primeira dedica ódio profundo ao PT e seus governos. Já a segunda consagra Lula e Dilma com recordes de popularidade.

Não por acaso a mídia tradicional passou, nos últimos anos, a questionar a legitimidade do voto popular. Com a candura que lhe é peculiar, ressuscitou a “tese Pelé”, construída na ditadura, segundo a qual o “povo não sabe votar”. Aqueles que votam com a situação o fazem por que são manipulados e desinformados, escravos do Bolsa Família que não têm o hábito de ler Veja e outros modernos bastões do Iluminismo. É um voto que, no fundo, segundo essa concepção, não conta, ou não deveria contar.

Isso nos leva ao terceiro e mais preocupante distanciamento ou descolamento. O distanciamento entre parte da mídia conservadora e a democracia. Em tempos recentes, segmentos da nossa mídia tradicional, honrando uma notável tradição, não se acanharam em aplaudir e defender golpes militares ou “brancos” contra governos progressistas da América Latina, como aconteceu na Venezuela, em Honduras e no Paraguai.

Autoridades eleitas e reeleitas, em pleitos livres e lisos, são tratadas caricatamente como “ditadores”, “caudilhos” e “populistas”, gentalha que ameaça a “democracia”. Provavelmente uma “democracia” sem povo e sem voto, que assegura a independência das instituições, desde que elas sejam conservadoras, e a alternância de poder, desde que entre forças políticas da direita, como no pacto político de Punto Fijo, que dominava, com o aplauso da mídia, a Venezuela pré-Chávez.

Obviamente, nada disso é novidade. A velha mídia do Brasil e de outros países do subcontinente sempre foi muito conservadora. No passado, apoiou ditaduras e esmerou-se na crítica a partidos de esquerda e a movimentos sindicais e sociais a eles associados.

A novidade está em que parte dos países da América do Sul é governada hoje por forças políticas que romperam, até certo ponto, em maior ou menor grau, com a agenda neoliberal que levou os partidos de direita e centro-direita da região à ruína política.

Surgiram ou chegaram ao poder novas forças políticas. De repente, essa mídia, acostumada com o oligopólio político de uma pequena elite, secundada pelos setores conservadores da classe média, viu seu poder de influência decrescer consideravelmente.

Nessa nova conjuntura, a velha mídia revela a sua verdadeira e feroz face: a de um partido de oposição que não mede esforços para recuperar a sua antiga hegemonia e que não tem pudor em atropelar a verdade e as normas básicas do bom jornalismo, colocando em risco a democracia que diz tanto defender.

Entretanto, essa mídia ainda detém firme monopólio da produção e difusão da informação. A internet, por certo, cria circuitos alternativos de debate democrático. Porém, é ilusão pensar que ela, por si só, é capaz de quebrar o monopólio da informação. Na realidade, esse monopólio é também reproduzido no mundo online. A informação destoante ainda é francamente minoritária e escassa.

O Brasil precisa de uma mídia mais aberta, profissional, democrática e, sobretudo, plural, como recomenda, aliás, o relatório intitulado “Uma mídia livre e pluralista para sustentar a democracia europeia”, elaborado recentemente, no âmbito da União Europeia. E seu governo precisa, sim, de críticas consistentes e fundamentadas, e não da atual cachoeira de panfletos histéricos, denúncias vazias, textos mal apurados e mal escritos.

Isso demandaria, obviamente, que se iniciasse um debate amplo, franco e livre sobre a extrema concentração da propriedade dos meios de informação no país. Mas esse é, ao menos por enquanto, um tema tabu, interditado pela mídia conservadora, que alega que tal debate representaria uma ameaça à liberdade de expressão e à democracia.

Uma alegação tão falsa quanto a foto do Chávez no “El País”.

Dr. Rosinha, médico com especialização em Pediatria, Saúde Pública e Medicina do Trabalho, é deputado federal (PT-PR). No Twitter: @DrRosinha; Marcelo Zero, assessor técnico da Liderança do PT no Senado Federal.

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Comentários

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ana santos

Se a presidenta Dilma tentar fazer valer a lei de médios no Brasil,ela vai ser acusada de ser contra a liberdade de imprensa,logo vão inventar calúnias,coisas assustadoras que só as mentes perversas sabem articular e com ajuda dos de sempre,ela tem medo de mexer com essa corja,qualquer um teria,pois eu acho que eles podem sim ,causar muito mais mal do que se imagina,é muito arriscado,só um milagre resolveria.

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[…] Originalmente publicado no Viomundo […]

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lia vinhas

Enquanto isso, nossa Educação vai mal. Aqui no Rio criam-se projetos fajutos, muda-se o jeito de dar aula, tolhe-se a iniciativa de professores e diretores que querem ensinar melhor, lança-se uma cortina de fumaça para esconder a situação calamitosa do ensino público, . Conversao aletoriamente com crianças e joens de escolas públcas e fico arrepiada com a falta de cohecimentos, sobretudo em História, lingua portuguesa, Matemática. Imagine em outras diciplinas. Nem sabem o que foi a Ditadura, que os portugueses descobriram o Brasil, falam erradíssimo,enfim nada mudou. E se faz cada vez mais necessário que essas gerações aprendam a leitura subliminar, a ler nas entrelinhas dessa imprensa mentirosas e golpista, mas como, se a educação claudica desse jeito e não só aqui mas em muitas cidades e estados deste imenso país. É preciso o GF intervir nessa área ou retomá-la inteiramente para si,ou o tão almejado desenvolvimento virá em um futuro bem mais distante do que desejamos.

    Mário SF Alves

    Aliás, Lia, pode ser exatamente isto: quanto mais alijados for o povo em relação à hecatombe de 64; quanto ignorante forem os estudantes em relação à ditadura civil-militar de 64; quanto mais esquecidos estivermos em relação à História, mais fácil e viável será um novo golpe visando a instauração de um novo regime de exceção.
    _____________________________________________
    Hoje, só a grande teia, a interconexão de cérebros, nos salva! Hoje, com ligeiras e honrosas exceções, só os blogs sujos nos salvam da lavagem cerebral patrocinada pela Casa Grande, intermediada pelo PiG e demais golpistas de plantão.

Messias Franca de Macedo

– José Silveira, se o senhor tivesse entrevistado o Hitler, o que falaria para ele?
– Eu diria, você deveria ter insistido mais nas suas pinturas! [Risos]
– Perguntado sobre quais seriam as últimas palavras que gostaria de proferir momento antes de morrer, o Nelson Rodrigues afirmou: “Eu gostaria de dizer que [Karl] Marx foi uma ‘besta’!” E o senhor? Quais seriam as últimas palavras que desejaria pronunciar?
– Bom… Eu diria que o Nelson Rodrigues é uma ‘besta’! Ô, o que dizer de uma pessoa que diz que Marx foi uma ‘besta’? Eu só posso dizer que esta pessoa é uma ‘besta’! [Mais risos]
– Qual o político que lhe provoca mais repulsa?
– Ah, sem dúvida, é o presidente Fernando Henrique Cardoso! Como fala! Eu penso que ao acordar, ele procura o assessor de imprensa, e pergunta: “Qual o tema que eu devo explorar durante o dia de hoje?” E, aí, ele passa o dia todo falando sobre aquele assunto! Falando, falando, falando e não dizendo!
– Se o senhor fosse para uma ilha deserta, que o senhor não levaria?
– Ah! Eu não levaria o João Gilberto! Já pensou, ele com aquele violão, ‘fi-fi-fi-fi-fi-fi-fi…’? [Haja risos!
– Na hierarquia de um jornal, quais os nomes que deveriam aparecer nos exemplares?
– No topo da página, certamente, os nomes dos repórteres, dos jornalistas… Depois, os nomes dos diagramadores, do diretor financeiro, do diretor de publicidade… E, lá embaixo, o nome do dono do jornal!

Trechos do documentário ‘Garrafas ao mar – a víbora manda lembranças’, produzido e dirigido pelo jornalista Geneton Moraes Neto! Uma obra-prima! Excelente!… Sorri à beça! E aprendi bastante! Lições de vida, ensinamentos sobre o verdadeiro significado do jornalismo e da importância da honestidade intelectual…

BRASIL NAÇÃO – em homenagem àquele que foi considerado o melhor repórter do Brasil!
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

    Willian

    Primeiro documentário produzido pela Globo News. Assistam.

FrancoAtirador

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EDITORA EXPRESSÃO POPULAR

“Numa região marcada por desequilíbrios e profundas desigualdades, o Estado precisa intervir para garantir a soberania nacional e maior justiça social, o que, na atualidade, tem muito que ver com o acesso às tecnologias”.

Há 13 anos a Editora Expressão Popular vem contribuindo para a batalha das ideias e para o fortalecimento da cultura socialista em nossa sociedade.

Nossa contribuição só foi possível por contarmos com a solidariedade e o compromisso de mais de 300 companheiros e companheiras que se juntaram a nós e fizeram/fazem parte deste processo através da cessão de direitos autorais, de trabalhos de revisão, editoração, diagramação, divulgação etc.

Seguimos firmes nesta batalha e estamos buscando travá-la cada vez co mais afinco e em mais frentes.

Neste sentido, estamos inaugurando em nosso site a seção “Batalha das ideias”, na qual publicaremos textos de intervenção e de combate, com vistas a fortalecer a cultura socialista em seu mais amplo espectro.

Primaremos por conteúdos que estejam para além tanto das discussões do que Antonio Gramsci bem definiu como “pequena política” quanto dos debates estritamente acadêmicos.

O intuito desta iniciativa é apresentar de modo mais dinâmico temas que contribuam para uma melhor compreensão da nossa sociedade hoje com vistas a transformá-la, através de textos que recuperem os aspectos atuais do pensamento clássico da classe trabalhadora.

Na edição desta semana, Dênis de Moraes aproveita entrevistas concedidas a jornalistas estrangeiros e volta a falar sobre a sua especialidade, o debate sobre a democratização das comunicações, com enfoque especial sobre os últimos acontecimentos em relação ao tema na América Latina.
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A cruzada pelo direito à comunicação na América Latina

Autor: Dênis de Moraes

A comunicação está no centro da acirrada batalha ideológica que se trava atualmente na América Latina para assegurar a continuidade de transformações sociopolíticas, econômicas e culturais.

O eixo do enfrentamento entre o poder público e os interesses privados localiza-se nos quatro países (Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador) onde os governos não abrem mão de regular democraticamente a mídia.

O que está em jogo é a necessidade inadiável de se promover a diversidade informativa e cultural nos meios de difusão, especialmente na radiodifusão sob concessão pública (rádio e televisão).

Trata-se de modificar o cenário caracterizado historicamente pela concentração monopólica da mídia e por desigualdades nos acessos, usos e usufrutos das tecnologias.

Foi destes temas que tratei nas entrevistas concedidas aos jornalistas Jorge Vilas, da Revista Acción, de Buenos Aires, e Fernando Arellano Ortiz, do Observatório Sociopolítico Latinoamericano, de Bogotá.

Decidi traduzi-las ao português e mesclá-las no texto a seguir.

Meu propósito é tentar evidenciar não apenas as linhas gerais do quadro de disputas e desafios por uma outra comunicação possível, como também o que está por trás das agressivas campanhas dos grupos midiáticos contra medidas governamentais e reivindicações sociais que coincidem na exigência de respeito ao direito humano à comunicação como bem comum dos povos.

Íntegra em:

http://editora.expressaopopular.com.br/batalha-das-ideias/cruzada-pelo-direito-%C3%A0-comunica%C3%A7%C3%A3o-na-am%C3%A9rica-latina

carlos saraiva e saraiva

Para reflexão de alguns comentários. Acho que não podemos confundir Governo e PT. Alguns reclamam e acusam o PT de passividade e omissão. Ora o PT, por suas instâncias, vem tomando posições claras, contra a grande imprensa. O que motivou, artigos irados, contra a direção petista. O PT, está promovendo, eventos pelo país, denunciando e discutindo o papel dessa mesma imprensa. Um comentário, diz , que a atitude do PT, não condiz com a tradição de luta da esquerda brasileira. E eu pergunto, o que a denominada, “esquerda radical”, está fazendo? Onde estão os “intelectuais de esquerda”, que “cobram” tanto do PT. Afora as raras exceções, ou estão omissos ou reproduzindo os ataques da mídia, exercendo uma oposição ferrenha ao PT. A esquerda, sim deve rever suas posições, pois está em jôgo, o projeto de esquerda no Brasil. O alvo é a esquerda, via PT, Lula e o governo Dilma.

Berenice

Parabéns ao Dr. Rosinha e Marcelo Zero pelo excelente texto. Os quadros do PT são de uma qualidade de dar orgulho.

Messias Franca de Macedo

“ESPECIALISTAS DO PIG”! ENTENDA

Há cerca de dois meses, o PIGuento Demétrio Magnoli prognosticou “para o orgasmo do ‘seleto’ público assinante (sic) da ‘grobonews’!”: “… O [Hugo] Chávez tem o mais o que pela frente?! No máximo, mais uns dez dias de vida!…”

NOTA FÚNEBRE: muitos (de)formadores de opinião ainda desconhecem que a morte previsível traz no “peito” o crachá da imprevisibilidade cronológica…

República da DIREITONA OPOSIÇÃO AO BRASIL, despudorada, fascista eterna, MENTEcapta, histriônica, aloprada, alienada, impunemente terrorista, entreguista, antinacionalista, corrupta, golpista de meia-tigela, “estúpida, despreza as próprias ignorâncias”, lembrando o enunciado lapidar do eminente e humanista pensador uruguaio Eduardo Galeano …

Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Fabio Passos

É um dever das forças progressistas lutar para democratizar a mídia no Brasil.

O PiG é a máquina de propaganda da casa-grande.
Estes oligarcas decrépitos do PiG representam o que há de pior e mais atrasado no Brasil.

Eduardo

Excelente. Um detalhe porém. América do Norte é subcontinente? Porque América do Sul seria?

Do impacto didático das bolinhas de papel « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] O fosso que se abre entre opinião pública e opinião publicada […]

José Barbosa

Me preocupa, sobretudo, a influência da mídia conservadora sobre os jovens que não viveram etapas difíceis da historia recente do Brasil. Basta ler certos posts nas redes sociais para notar que, a grande maioria destas pessoas, não têm a mínima consciência nem conhecimento do que foi a ditadura militar; não lembra das mazelas dos dois governos do PSDB; nunca ouviu falar da privataria que dilapidou nossas empresas públicas. Para estes, sem dúvida, falar em aumento da gasolina, por exemplo, parece um escândalo, pois não sabem que já vivemos períodos em que a gasolina aumentava todos os meses, que tínhamos a taxa de juros mais alta do mundo, que vivíamos num país de desempregados. Ainda mais, é bom lembrar que o único brasileiro conhecido lá fora, até pouco tempo atras, era Pelé. Hoje o Brasil é um país respeitado. O nome mais conhecido e que nos representa é o do grande presidente Lula; ele que devolveu esperança ao nosso povo e projetou o Brasil no cenário internacional. Deste modo, manipulados pela mídia partidária, conservadora e tendenciosa, estas pessoas olham para o Brasil com desconfiança. E o pior, assumem como suas a ideia de que tudo deu errado nos três períodos de governo do PT. Este tipo de mídia precisa de limites. Se não, seremos vítimas de seus vatícinios apocalípticos, e impedidos de ver com clareza os horizontes luminosos da realidade.

    Geraldo

    Meu caro Barbosa,

    Esta sua percepção me veio na última eleição quando sobrinhos meus me disseram que eu e pessoas da minha família votamos no PT por tradição. Disse isso porque não percebia as mudanças à sua volta. Tive que enumerar diversas mudanças sociais, políticas e econômicas ocorridas nos últimos dez anos para que ele se desfizesse daquela idéia maluca. Mas assim como ele já fiz este debate com outros vários jovens, pessoas de 20/25 anos que não percebem as mudanças ocorridas e bebem, sem filtrar, a água suja que escorre todos os dias dos veículos do PIG. parabéns pela sua opinião.

FrancoAtirador

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Em se tratando da Mídia Bandida,

nada é ocasional ou por acaso.

Tudo tem propósito ideológico.
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Valmont

Texto arrasador e objetivo: no centro da ferida.
Diante do caos que se instala no País a cada onda de denúncias infundadas e até prejuízos bilionários, como no caso da gripe suína anunciada como a extinção de espécie humana, não se pode ficar indiferente a tal situação. O governo Dilma pode fazer “cara de paisagem” diante desse descalabro?
Absolutamente não. O Partido dos Trabalhadores tem que agir. É obrigação histórica que se impõe àqueles que detêm o mandato popular, sob pena de condenação por covardia e omissão.

geniberto campos

Esse posicionamento doentio da midia frente à realidade do Brasil dos últimos dez anos de governos progressistas, tem nome, e está catalogado no Código Internacional de Doenças. É esquizofrenia da maior qualidade. Parece que incurável. Essa midia só fala para os seus convertidos. São, portanto, autistas.A “sua” realidade é criada no PROJAC e aparece nas novelas globais de dramaturgia rastequera e nessa coisa monótona e doentia,sexo meia confecção, servida aos incautos, apelidada de “Big Brother”.
Essa midia doente já capturou a Oposição; mais recentemente, cooptou parte do Supremo Tribunal Federal. E é dona absoluta do pensamento político ideológico de segmentos da alta classe média, principalmente a de origem paulista.
Não sabemos qual o próximo alvo. Mas sabemos que o desfecho desses movimentos é – e será – sempre golpista. Eles não sobrevivem na Democracia plena. Perderam a eleição em São Paulo, levaram uma surra, há poucas horas, na eleição do sen Renan para a presidência do Senado. Será que eles vão , enfim, aprender? Duvido.
E a pergunta que fica: como enfrentar essas serpentes? Com a lei dos medios? Sinceramente , tenho dúvidas…Por que não deixar que elas morram em paz???Por falta do oxigênio de novos seguidores.Uma espécie de “lei seca” da midia?

ricardo silveira

Pois, é, um país democrático não pode viver sem mídia democrática. Todo mundo sabe disso e, fica cada vez mais claro o desespero da mídia em defender os seus interesses contra o interesse público. O que se espera para a lei de meios, tal qual a da Argentina?

Roberto Locatelli

Segundo as leis da natureza, em determinado a quantidade se transforma em qualidade. É o que, popularmente, se chama de “massa crítica”.

Portanto, há um limite para a falsificação da opinião publicada. Chegará um momento em que a carcomídia falará apenas para um reduzido grupo de direitosos, enquanto o Brasil se informará pela Nova Mídia, a mídia de todas as mídias, a internet.

Pedro

Essa mídia só tem solução num golpe de Estado. Mas as forças em luta agora são outras.

Noé

A manipulação midiática é tão antiga qto a própria midia. Basta assistir um filme hollyhoodiano para perceber o recado que é dado ao telespectador. Principalmente os mais antigos. Quanto ao PT de Lula ou de Dilma não esperemos nenhuma reação contra a imprensa dos poderosos. Ambos tem medo da direita. Isso já está suficientemente provado.

    Alberto

    Infelizmente, Noé, sou obrigado a concordar com você. Tanto esperei destes dois governos neste sentido, mas vejo que foi em vão.

Eudes Hermano Travassos

Aprendeu com a Folha, foi?

Albertinho Limonta

os espanhois recolonizaram a america ibero americana e não vão largar o osso..e não melhoraram nada em relação aos que dizimaram incas, astecas e maias…

Márcio Carneiro

Sim, precisamos de transparência, amplo debate. E por falar nisto, cade as noticias sobre o apoio do PT e do Dirceu ao Renan Calheiros? É não tem nada sobre isto neste blog.

Como sempre “amplo debate” é eufemismo para “controle da mídia”.

    José Roberto-Sp

    Não quer dizer que eu concordo, mas gostei porque foi uma derrota do PIG e do STF..

O fosso que se abre entre opinião pública e opinião publicada | Blog dos Desenvolvimentistas

[…] por MARCELO ZERO e DOUTOR ROSINHA, especial para o Viomundo […]

carlos saraiva e saraiva

Parabéns Companheiro, Rosinha, pelo lúcido, esclarecedor e “respeitoso” artigo. Prova, contrariamente a colocação e reclamação de alguns, que o PT, vem travando esta luta, com firmesa, clareza e determinação. Veja, as últimas declarações e posições do partido. Veja o próprio estudo feito por Franklin Martins, no governo petista. Estas posições e colocações do partido, obrigam a grande mídia à reforçar o famoso discurso, de que o governo e o PT, querem “acabar com a liberdade de imprensa”. Falam pouco, ou quase nada sobre a “liberdade de expressão”. Portanto, deixando de lado, as colocações raivosas, “desrespeitosas” e falso radicais de alguns, acho que podemos, mudar, simbólicamente, a campanha. Devemos centrar a campanha, pela “liberdade de imprensa” e sobretudo pela “liberdade de expressão”. Focar na “desconcentração dos meios de comunicação”, dos “monopólios” e “oligopólios midiáticos”, da “propriedade cruzada”. Lutar pelo fortalecimento das mídias, regionais, universitárias e pertencentes aos movimentos sociais, em especial sindicais. Ampliação e desconcentração das verbas publicitárias. Mudar o discurso, para desqualificar o “discurso” falso da grande mídia e da oposição. Desviar o foco da “regulamentação” da Comunicação.

    denis dias ferreira

    O artigo do Dr. Rosinha não prova, de maneira alguma, que o PT vem lutando contra a deslavada e corrosiva concentração do poder midiático que há muito se constata no Brasil. Esse artigo é apenas uma manifestação isolada de um parlamentar desse partido. Há dez anos o PT ocupa o Palácio do Planalto, tempo mais do que suficiente para se criar uma nova lei que regulamente a posse e a propriedade dos meios de comunicação, que democratize a produção e a veiculação de notícias neste país. No entanto, até agora, nem o PT nem o seu governo demonstraram firme e claramente que estão realmente empenhados na defesa e na implementação de uma imprensa realmente desoligopolizada, isto é, de uma imprensa independente, livre e plural, que liberte o povo brasileiro da sandice, da insolência e das garras desses abutres que hoje controlam quase todo o fluxo de notícias que circulam diariamente pelo Brasil. Apesar do empenho do jornalista Franklin Martins e das manifestações de alguns de seus membros e de parte de sua militância, o PT vem assumindo, em relação a esse tema, uma postura e uma prática realmente lamentável e indigna das tradições de luta da esquerda brasileira.

silvia macedo

Debate amplo? Até quando vai rolar esse discurso? Já passou da hora. Até quando teremos de suportar o ataque midiático, sem que haja um canal de resposta, este sim, amplo?

Luiz

No Brasil as redes de TVs são concessões públicas, mas precisamos de uma venha a rede de TV estatal.

Nelson

Quem são os donos dos órgãos da mídia hegemônica senão os pertencentes às elites de nossos países, os donos também das grandes corporações?

Então, não admira que, acostumados a mandar e a desmandar em nossos países, eles reajam da forma mais rasteira possível contra qualquer governo que ouse não atender a seus ditames.

Assim, às favas os princípios do jornalismo.

Gerson Carneiro

Eu vejo telejornais e leio jornais para ficar desinformado.

Senti um toque de desejo de separação quando a velha mídia ontem, 31.01.2013, anunciou “No governo Dilma renda cresce duas vezes mais rápido do que na era Lula”.

A velha mídia finge não saber que Dilma é Lula e Lula é Dilma.

Ronaldo Curitiba

A culpa é do PT e seus dirigentes que não reagem.

Agora querem que a Dilma assuma a iniciativa. Depois reclamam que o Congresso não tem protagonismo.

Que tal trazer o debate para a sociedade? Que tal propor uma lei? Que tal lançar o assunto nas propagandas partidárias?

Etc?

Mardones

Mais uma vez, um petista – integrante do partido que deveria dirigir as políticas públicas ao sabor dos interesses da população – vem reclamar ”UM DEBATE AMPLO”.

Essa é a forma que petistas encontraram para abrir mão de suas responsabilidade perante o povo que elegeu 03 vezes seguidas um presidente petista para governar o país e ”gerenciar” as reformas necessárias.

Chega de lenga-lenga, Dr Rosinha. Assuma que o PT no governo falhou em não encaminhar as reformas e ponto. É fácil usar relatórios internacionais para provar que o Brasil melhorou nos últimos dez anos. Difícil é assumir que o mesmo governo responsável por essas melhoras (o petista!) foi incapaz de enfrentar poderosos interesses dos barões da mídia – Famiglia Marinho à frente – e levar a cabo o projeto do Franklin Martins.

Aqui não é a Folha! Mais respeito!

    Julio Silveira

    Concordo.

    Maria Izabel L Silva

    Se enfrentasse, teria caido. Por nada, nada mesmo, Lula è acusado de pregar a “luta de classes” e “dividir o pais”. Por nada, nada mesmo, Dilma é acusada de “agredir” a oposição no seu discurso em cadeia nacional de radio e TV. Se o PT reage como vocês querem, se o governo reage como vocês querem, não haverá governo. Os canalhas da midia tradicional são capazes de qualquer coisa … É prá ter medo mesmo. Eu vejo como eles se manifestam na internet e nas redes sociais. É uma carnificina.

    maria olimpia

    Concordo com você, Maria Izabel!
    Não entendo como alguns pensam que essa questão seja tão complexa! E, é!
    Aos poucos está sendo provado o mau-caratismo dessa mídia torpe, e, vai-se avançando até que se consiga com que a maioria do Congresso aprove o que queremos e necessitamos! Regulação da Mídia!

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