Emir Sader: 2011, a crise capitalista e o novo cenário no Oriente Médio

Tempo de leitura: 4 min

Blog do Emir Sader

O cenário geral que englobou a todo o ano de 2011 foi o novo ciclo da crise geral do capitalismo, iniciado em 2008. Pelo tipo de medidas tomadas naquele momento, era de se esperar que houvesse um novo brote da crise, mesmo se não se pudesse imaginar uma intensidade tão forte como aquela que afeta especialmente a economia europeia.

Ao ter salvado os bancos, detonante e epicentro da crise, os governos acreditavam que salvariam as economias e os países. Os bancos se salvaram e deixaram as economias e os países abandonados. Até porque os bancos têm a seu favor os organismos financeiros internacionais e as agências de risco, que agem de forma coerente e coordenada.
Por isso a crise voltou como bumerangue, tendo agora diretamente os governos como epicentros, pressionados pelo sistema bancário e pelos organismos que expressam seus interesses – FMI, Banco Central Europeu. Depois de bancos e outras instituições financeiras, em 2008, agora países passaram a falir, tendo a Grécia como caso paradigmático, que estende sua sombra sobre quase todos os países da zona do euro.
A unificação monetária – que foi a essência da unificação europeia, a ponto que os referendos perguntavam diretamente se queriam a moeda única e não a Europa unificada – se revelou uma armadilha, tanto para os países mais fragilizados, que na ausência de políticas monetárias nacionais, não tiveram formas de se defender minimamente da crise, como os países em melhores condições, que tiveram que acudir a eles, sob o risco de desabamento de toda a arquitetura do euro, levando-os também de roldão.

As respostas se deram no marco das políticas neoliberais dominantes, combatendo centralmente os déficits públicos e não os efeitos econômicos e sociais dessas políticas: a recessão e o desemprego. Como é típico do neoliberalismo, a centralidade está na estabilidade monetária e não no desenvolvimento econômico e na geração de empregos.
Como resultado, a maior novidade do 2011 é que a Europa ingressou de cheio numa fase recessiva, que deve demorar pelo menos uma década e que, dramaticamente, termina com seu Estado de bem-estar social, característico de suas sociedades no segundo pós-guerra. Os outros países do centro do capitalismo – EUA, Inglaterra, Japão – se defendem minimamente, por ter politicas monetárias nacionais, mas estão envolvidos na mesma tendência, que abrange a totalidade dos países centrais do capitalismo.

Essa a consequência mais importante do que ocorreu em 2011: projeção de recessão prolongada no centro do capitalismo, que será o cenário econômico internacional. Não significa que não haja oscilações, mas sempre entre recessão, estagnação e crescimento baixo, com os problemas sociais correspondentes e a instabilidade política de governos de turno que pagarão sempre o preço das politicas recessivas.

No outro plano estrutural – o da hegemonia imperial no mundo – o ano trouxe a novidade da guerra da Líbia, como nova modalidade de intervenção imperial. Tomada de surpresa pelas rebeliões populares na Tunisia e no Egito, que derrubaram alguns de seus aliados fundamentais na região, a reação das potências ocidentais foi buscar revidar com o apoio maciço, especialmente militar, à oposição na Líbia, que contou com o beneplácito da ONU – com sua cínica decisão de “proteção da populações civis”- e a intervenção militar pesada da

Otan, que bombardeou o pais durante mais de 6 meses, contando com o protagonismo da Inglaterra, da França e da Itália e o apoio logístico dos EUA, até obter o que buscava: a queda do regime de Kadafi e sua morte. Foi uma nova modalidade de intervenção, numa região que passa a ter instabilidades políticas prolongadas.
Renovou-se assim o arsenal de formas de intervenção das potências imperialistas, que se voltam agora para a Síria e o Irã, enquanto a saída das tropas dos EUA do Iraque não prenunciam o fim dos conflitos, transferindo-os agora para a disputa de hegemonia entre as facções internas. A violência só aumentou, o que passa também no Afeganistão, o que faz com que, depois do sucesso da derrubada dos regimes desses dois países, a uma vitória militar os EUA não tenham conseguido impor uma vitória politica.

A chamada “primavera árabe” trouxe um elemento novo na região, que estava congelada de participação popular e, de repente, viu multidões ocuparem praças para derrubar ditaduras.

O movimento, que começou neste ano, ainda deve ter longos desdobramentos, porque as ditaduras bloquearam o surgimento de forças alternativas durante décadas e nas eleições tendem a triunfar aquelas que tinham espaço, mesmo se restringido, nos velhos regimes: partidos e movimentos islâmicos. Mas os processos em países como a Tunísia e o Egito estão longe de terminar, como demonstra o novo ímpeto das mobilizações no Egito, agora diretamente contra o papel que os militares tentam manter na transição politica.

O ano de 2011 acentuou a natureza prolongada e profunda da atual crise capitalista, porém os modelos alternativos ao neoliberalismo ainda têm existências regionais – como o caso da América Latina e, de forma distinta, a China. Da mesma forma, as debilidades da hegemonia imperial norteamericana – não consegue manter e ganhar duas guerras ao mesmo tempo, por exemplo – não encontra ainda formas multipolares com capacidade suficiente para superar o mundo unipolar existente. Assim, se prolongará o período de instabilidades e turbulências que a crise do neoliberalismo e do imperialismo introduziram, até que forças com capacidade de superação possas se afirmar. Passos têm sido dados e a própria capacidade de resistência do Sul do mundo – em especial da América Latina e da China – à recessão no centro do capitalismo demonstram isso. Mas a disputa hegemônica ainda tende a prolongar por um tempo longo. O certo é que o mundo sairá distinto desta segunda década do século XXI – melhor ou pior -, mas distinto, porque os sintomas de esgotamento dos seus esquemas econômicos e políticos dominantes são evidentes.

Apoie o VIOMUNDO

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

FrancoAtirador

.
Nigel Farage, líder do Partido Independente do Reino Unido e membro do Parlamento Europeu, não teve papas na língua ao apontar o dedo aos verdadeiros responsáveis por trás da actual crise económica, considerando que os mesmos, sendo os arquitectos da crise, agem agora sem qualquer legitimidade democrática.
[youtube 9lExajmzKQc http://www.youtube.com/watch?v=9lExajmzKQc youtube]
Este vídeo foi editado pelo Paradigma da Matrix (http://ParadigmaMatrix.BlogSpot.com)

luiz pinheiro

(continuação)
Este mes, a guarda fronteiriça síria abortou quatro tentativas de infiltração de grupos armados, e na madrugada desta quarta matou varios desses mercenários, e deixou muitos feridos. A agencia de noticias siria SANA, comentou que o grupo foi armado com grande quantidade de armamento, uniformes militares e modernos dispositivos de comunicação..A informação do portal israelense acrescenta Qatar decidiu impulsar esse plano depois do assassinato do líder libio Muammar Al Gaddafi. Acrescenta também que as monarquías de Doha e Arabia Saudita, aliadas de Estados Unidos, aprovaram em conjunto essa conspiração, e inclusive concordaram em entregar o comando ao chefe do Estado Maior de Qatar, General Hamas. DEBKAFile sustenta que Qatar ja transportou pelo ar 2,5 mil efetivos, desde Libia e Iraq, à sulista cidade turca de Antakya.

luiz pinheiro

O Qatar pretende armar uma força extremista de intervenção, com base na Turquía, a fim de introduzi-la na Siria para derrubar o governo do presidente Bashar Al Assad, informou hoje o portal digital israelense DEBKAFile. O contingente, batizado Exército Sirio de Libertação, é formado por mercenarios de varios países da região oriental, em conjunto con sirios radicais da Irmandade Muçulmana. Já foram recrutados 2,5 mil homens, dos 20 mil que esperam alistar. O informe precisa que a força bancada por Doha vem sendo mobilizada na forma de batalhões e brigadas militares, em acampamentos no territorio turco.
(continua)

Lucas Villa

29/12/2011 – 22h03

"Em meio a tensão com Irã, navios dos EUA cruzam estreito de Ormuz"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dois navios de guerra americanos cruzaram o estreito de Ormuz sem incidentes, informou nesta quinta-feira a Marinha dos Estados Unidos, apesar da advertência do Irã de fechar a estratégica rota do petróleo.

O porta-aviões "USS John C. Stennis" e o cruzeiro de mísseis guiados "USS Mobile Bay" "realizaram sem problemas o trânsito previsto, de rotina, através do estreito de Ormuz", disse a porta-voz da Quinta Frota, tenente Rebecca Rebarich.

Mais cedo, o Irã denunciou o ingresso de um porta-aviões dos Estados Unidos numa zona de manobras navais iranianas, perto do estreito, por onde passam 40% do tráfego de petróleo mundial, em meio à tensão entre os dois países.

No entanto, "nossa interação com a Marinha regular iraniana está dentro dos padrões conhecidos, da forma habitual e profissional da prática marítima", disse Rebarich por email a partir da sede da Quinta Frota americana, no Bahrein."

Paulo Roberto

Resumindo: quem manda, de fato, é o sistema financeiro e não os Estados.

Lucas Villa

"Estados Unidos avisam o Irã"

Quinta, 29 de dezembro de 2011 • 14:42Compartilhe com seus amigos

Uma porta-voz da Quinta Esquadra da marinha dos Estados Unidos baseada no Bahrein avisou o Irã de que “não será tolerada” qualquer interrupção do tráfego marítimo no estreito de Ormuz.

Rebecca Rebarich assegurou que a Marinha dos Estados Unidos, está “sempre preparada para agir contra ações malévolas e assegurar a liberdade de navegação”.

O estreito de Ormuz integra uma rota vital para o transporte petrolífero mundial. Em 2009 passou por lá 17 por cento do petróleo bruto negociado em todo o mundo.

O aviso dos Estados Unidos surge após o almirante da marinha iraniana Habibullah Sayari ter afirmado esta quarta feira que para o Irã fechar o estreito, é tão fácil “como beber um copo de água”.

O Irã ameaçou terça-feira que “nem uma gota de petróleo passará pelo estreito de Ormuz” se as sanções impostas por causa do seu programa nuclear
http://noticias.pt.msn.com/internacional/v-frota-

ZePovinho

Morra,lutando,pelo IV REICH e,depois,seja jogado no lixo:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=9

29 de Dezembro de 2011 – 11h45
EUA usaram aterro secreto para enterrar soldados

No início do mês de dezembro revelou-se na mídia americana que a força aérea dos Estados Unidos utilizou secretamente um aterro para dispor dos restos incinerados de centenas de soldados mortos em ação durante a "guerra contra o terrorismo".

Por Guy Adams, no The Independent

Números publicados no início do mês mostram que os restos parciais de 274 homens e mulheres foram enviados para um local no condado King George, Virgínia, entre 2004 e 2008. As famílias, que tinham dado permissão para que os restos fossem dispostos de uma forma “digna”, nunca foram informadas dessa prática.

A escala do escândalo é muito maior do que se pensava previamente. Além de 976 fragmentos de corpos identificados, os registros do Pentágono mostram que 1762 restos adicionais não identificados do campo de batalha, demasiado danificados para serem submetidos a análise de ADN, também terminaram no aterro.

Os responsáveis dizem que não têm planos de contatar as famílias dos soldados para as informar do destino dos seus entes queridos. Dizem que estabelecer as identidades dos homens e mulheres afetados seria "demasiado dispendioso" e "demoraria muito tempo".

Uma carta do Pentágono a Rush Holt, uma congressista democrata que investiga o caso para uma eleitora cujo marido foi morto no Iraque, argumenta que determinar a quem pertencem os restos que foram para o aterro, "requereria um esforço massivo" e implicaria examinar os registros de cerca de 6.300 soldados.

"Que diabos!", respondeu Holt no Post. "Gastamos milhões, dezenas de milhões, para encontrar algum rastro de soldados mortos, e eles estão preocupados com o esforço 'massivo' de voltar atrás, puxar os arquivos e averiguar quantos soldados foram desrespeitados desta maneira? Eles simplesmente não querem fazer perguntas ou averiguar". Há um mês atrás, investigadores federais publicaram um relatório muito crítico revelando "má administração grosseira" por parte da morgue na base aérea de Dover, o principal porto de entrada para os corpos de soldados estadunidenses mortos em ação que regressam aos EUA.

Descobriu-se que partes de corpos foram deixados em congeladores durante meses e mesmo anos. Num incidente, o braço desfigurado de um marine morto foi removido com uma serra, sem permissão dos seus pais, para que pudesse caber no caixão.

Denunciantes que tentaram atrair a atenção para as más práticas na morgue foram ignorados ou ameaçados com demissão. O "padrão de falha" identificado no relatório estendeu-se a partes de corpos de soldados caindo de sacos de plástico e misturados com os restos de outros. Numa carta a uma viúva de guerra divulgada pelo Post, o diretor da morgue, Trevor Dean, afirmou que a prática tinha sido comum desde pelo menos 1996, quando ele começou a trabalhar ali.

Que o escândalo não tenha chegado ao conhecimento público mais cedo talvez seja um subproduto natural dos esforços de sucessivos presidentes para manter a base aérea de Dover afastada do escrutínio público. Durante a primeira guerra do Golfo, George H. W. Bush baniu a cobertura noticiosa do regresso dos caixões com os soldados mortos ali. A proibição foi continuada pelo seu filho durante a segunda guerra do Golfo, e levantada pelo governo Obama em 2009.

Fonte: Informação Alternativa

FrancoAtirador

.
.
2011/2012: AQUILO QUE NOS DEVORA

Em 12 meses até novembro, R$ 137,6 bilhões em receitas fiscais foram desviados de projetos prementes na área social e de infraestrutura e canalizados ao pagamento de juros da dívida pública brasileira.
O valor equivale a 3,34% do PIB previsto para 2011.
Não é tudo; a despesa efetiva com os rentistas é bem maior.
A economia feita pelas três esferas de governo até agora, mais as estatais, cobre apenas uma parte do serviço devido, da ordem de R$ 240 bilhões este ano, sendo o restante incorporado ao saldo principal, elevando-o.
Em 2011, essa 'capitalização' (deles) acrescentará R$ 110 bilhões à dívida, totalizando o equivalente a 5,6% do PIB em juros.
Consolida-se um caso clássico de captura do Estado pela lógica da servidão rentista na qual quanto mais se paga, mais se deve.

Em dezembro de 2009 a dívida interna pública era de R$ 1,39 trilhão; em dezembro de 2010 havia saltado para R$ 1,6 trilhão; em 2011 deve passar de R$ 1,7 trilhão.
De janeiro a novembro ela cresceu R$ 148,67 bilhões.
O valor é R$ 53,5 bilhões superior ao total dos investimentos realizados no período pela União e o conjunto das 73 estatais brasileiras, que cairam 3,2% em relação a 2010.
É tristemente forçoso lembrar que enquanto a despesa com os rentistas esfarela 5,6% do PIB em juros, o orçamento federal para a saúde é da ordem de 3,5% do PIB, com as consequências vistas e sabidas.
E o valor aplicado numa área crucial como a educação gira em torno de 5% do PIB.
Discute-se calorosamente se há 'margem' fiscal para elevar isso a 7% ou 8%… em uma década.

Visto à distância, o naufrágio europeu permite enxergar melhor o absurdo que consiste em colocar o Estado e a sociedade a serviço das finanças e não o contrário.
Sem uma política corajosa de corte na ração rentista o Brasil cruzará décadas apagando incêndios no combate à pobreza e a miséria que enredam a vida de 27% da população e às deficiências de infraestrutura social e logística. É melhor que a regressividade demotucana.
Mas insuficiente para embalar a travessia histórica da injustiça e do subdesenvolvido para uma Nação rica compartilhada por todos.

(Carta Maior; 5ª-feira; 29/12/2011)

O Chacal

Feliz 2012!

Operante Livre

Não acredito que "Ao ter salvado os bancos, detonante e epicentro da crise, os governos acreditavam que salvariam as economias e os países". Os homens de governo não são burros e não dão ponto sem nó. Estou convencido de que sabiam que ao salvar os bancos estavam hipotecando os países.

Neste sentido espero que o Brasil se comporte como um banco concorrendo outros bancos e não como um cliente de cheque especial ou cartão de crédito. Um Estado forte precisa ter bancos estatais fortes e não vendê-los como fizeram com Banespa e outros.

Um Estado não é capaz de regular a economia apenas com normas como quiseram os neoliberais. É preciso ter bancos que interfiram efetivamente com GRANA para que as normas sejam respeitadas.

O Mercado (financista) atua muito parecido com o crime organizado, um Estado paralelo dentro do Estado oficial.
Ambos, financistas e criminoso não atendem ao apelo da lei se esta não tem força física (grana mesmo) para se fazer respeitar.

Um Estado forte compra bancos e empresas estratégicas ao invés de vendê-las ou doá-las.

Zeferino

Bye bye Dólar… A notícia é da Hispan TV, noticiário oficial do Irã para a América Latina: http://hispantv.com
Japão e China, mais próximos, não usarão mais o dólar nas suas transações bilaterais. Na ANSA, a moeda oficial de trocas será o yuan, o que já deve acontecer entre China e Tailândia. A China escolhe seu próprio caminho, enquanto os eua permanecem escravos de suas guerras desastrosas e de sua elite financeira parasitária, espalhando bases militares em ditaduras corruptas e câncer em estadistas de oposição. Sinais de decadência acentuada. Detalhe: Saddam Hussein tentou sair do dólar para o euro e logo depois o Iraque foi invadido. Essa notícia a gente não encontra na bolha, no estadinho, na inveja ou na grobo. Por que será? http://hispantv.com/detail.aspx?id=171267
China y Japón marginan el uso del dólar estadounidense
28/12/2011 02:19
Los líderes de China y Japón, la segunda y la tercera economías del mundo, acordaron reducir el uso del dólar estadounidense en sus intercambios…

betinho2

Grande Emir Sader. Sempre acertivo. Porém ele e tantos outros grandes analistas sempre chegando atrasados à cena do "crime".
Temos sido sempre "segundo" colocados nessa corrida. Eles, os imperialistas, estão sempre na nossa frente. Enquanto ficarmos comentando e analisando os crimes cometidos e não nos anteciparmos em visualisar os crimes programados para o futuro, seremos apenas comentaristas e críticos, e não protagonistas nas mudanças que se fazem necessárias.

Escreve Emir " Assim, se prolongará o período de instabilidades e turbulências que a crise do neoliberalismo e do imperialismo introduziram, até que forças com capacidade de superação possan se afirmar".

E quando se afirmarão? Respondo, quando se anteciparem. Está lá, nos Protocolos, que tantos negam e tantos outros não querem acreditar: "E então o dinheiro estará todo em nossas mãos e governaremos o mundo". Os Protocolos estão sendo a mais perfeita "profecia" de poder econômico e imperialista.

Eles, os "Sábios", dependem de subjugar todo o Oriente Médio e o restante da África para finalizarem seus planos. Acontece que nesse meio de tempo a América do Sul fugiu de controle, está sendo hoje a "terceira via" que eles tanto combateram mundo afora, através da dicotomia capitalismoxcomunismo, por eles maquiavelicamente engendrada.

O terrorismo, por eles incentivado, hoje podemos dizer que foi o grande fantoche, para justificarem o intervencionismo militar que temos visto. Se B.i.n L.a.d.e.n realmente fosse opositor do império, jamais teria atacado as Torres Gêmeas, teria mirado em Walt Stret., em dia de reunião da alta cúpula, ou ainda num congresso do Clube de Bildenberg.

    simas

    Betinho,
    Convido, à vc, trabalhar em conjunto com o Sader… risos Acho q vc lhe daria a "coragem", suficiente, pra escrever… enredos, sobre o mundo financeiro, econômico e político-militar.
    Engraçado, heim?… Fica evidente, q a área polítoco-militar é unha e carne do poder… financeiro; não econômico. Como vc bem pincela, a cabeça pensante engendra e impulsiona, tudo. E, qdo convém, aciona ou deixa fluir a área econômica. Só pra seu deleite… Dela. a cabeça, pensante, dessa perversidade q sempre soube se impor.
    Ah!… Qto a América Latina, está no segundo escalão… sem oferecer grdes riscos. Afinal, o poder financeiro, aqui, já levou o seu e está com suas bases, firmes. Bem ou mal, até aqui, o pensamento político não oferece grdes perigos de contaminar… Pq, onde urgia medidas intervencionistas, imediatas, estava em outras esferas; não? Como suportar uma Europa, um Japão e uma China florescentes?… Não podia!… E tanto não podia q contaminou o mundo árabe, propiciando a tal da primavera. Ora, esse desequilíbrio, todo, está como a cabeça pensante quer e deseja, e opera. Aquele abraço, fraterno

    betinho2

    Caro Simas
    "Convido, à vc, trabalhar em conjunto com o Sader"…boa piada…rsrs. Quem sou eu?…apenas e tão somente o betinho2 dando pitacos a esmo. Emir dispensa apresentação.
    Apesar disso penso sim que estamos acuados na trincheira, sempre analisando a posteriori os ataques sofridos. Lembra dos vietnamitas, com a faca na boca?…pois é.
    Quanto à América Latina, quando eu escrevi que "fugiu do controle", de maneira nenhuma tento dizer que estamos livres do domínio. Apenas digo que estão surgindo governos que tentam romper com o establishment, numa política que pode ser o embrião de um socialismo democrático, com capitalismo sim, porque não? Porém com capitalismo de risco, não esse que ai está, que domina, sufoca e concentra poder, acumpliciado com a indústria de guerra, em detrimento da sociedade como um todo.
    Mas cabe a nos, como povo, entender que a correlação de forças somente será desequilibrada, a nosso favor, com mobilização e participação efetiva, firme e perseverante. Tem muita "criança" afoita, que acha que já deveria ter recebido o "pirulito", por termos aqui, Brasil, o 3º mandato de um governo progressista. Por enquanto somos torcida. E pequena. Time sem torcida não sai da várzea. São os blogs progressistas que estão organizando e turbinando a torcida, cabe a nos engrossar fileiras. Mas cabe também e principalmente ir pra rua. Vamos começar com marcação cerrada na CPI da Privataria, vamos passar os tucanos a limpo…rsrs.
    E vamo que vamo.

CMundim

Corrigindo o meu comentário anterior. O Cristiano Piquet não é filho do Nelson Piquet, ele é familia e patrocinador do Nelson Piquet Jr na Nascar Truck nos EUA, mas é definitivamente um modelo perfeito para a tese do complexo de vira-lata do brasileiro.

CMundim

Hoje, andando na praia perto da minha casa, que também fica perto de alguns dos melhores resorts de luxo e campos de golfe de Phuket e da Tailandia, ouvi dois casais falando português e decidir me aproximar para me apresentar ao casais que estavam conversando, para bater um papo e falar um pouco a nossa lingua, matar a saudade do nosso povo.

Tendo eu uma cara de estrangeiro com os meu cabelo loiro-albino e a minha branca tez, e talvez achando que eu era eleitor do PSDB e leitor da cartilha do Consenso de Washington tive a alegria transformada em tristeza pois presenciei o complexo de vira-latas e todas a estupidez e miopia desta elite neo-liberal tucana e para ser sincero nunca ouvi tanta merda neste ano que está acabando.

Na visão destes dois casais, Paulistas e moradores dos jardins, o Brasil é um horror, uma terra de vagabundos, ladrões, bandidos e corruptos, de um povo feio e mestico, "um povo casca-dura que se vende por ninharia de bolsa familia", como me disse a Dra Maria Eugênia, um povo que não tem consciência e prefere votar em uma guerrilheira do que em um dos melhores politicos que o Brasil já teve, sim ele o "Dr Serra". Estou falando sério e para entender a mente deste povo chic mas tão chic que são os que os ingleses e americanos chamam de 'Kitsch',ou em bom português "Cafona" e com todo o nojo destes preconceituosos continuei a conversa por alguns minutos a mais para ver onde ia dar e para dar boas risadas depois, ou chorar pelo Brasil, mas quando eu indaguei se eles tinham ouvido ou lido o livro do Amaury, ouvi como resposta que não e quando eu dei um breve resumo do livro eles me interromperam com o mesmo blablablá usado pelo FHC, Serra e filhinha privata patricinha que é tudo mentira dos vagabundos dos petistas e nada foi provado, que o Serra e o FHC são honestos e cultos e quando ofereci o livro (em PDF) para eles lerem, ouvi a desculpa que estavam atrasados e que tinham que ir. Quer dizer, eles não tem argumentos e fogem…

…enquanto isto a classe média, os nouveau-riche kitsch e grande parte dos eleitores do Serra parecem preferir Miami do que o Brasil, segundo o The New York Times.

Tirei uma parte com a fala de um dos filhos do Nelson Piquet que mostra bem o complexo vira-lata desta nossa elite endinheirada e Tucanizada, assim como o Dr Cardoso e a Dra Maria Eugênia et entourage. Além de fazerem milhões, nem sempre honestamente e quase sempre na dependência de um BNDES ou outro banco de formento, a nossa elite paga de volta ao país falando mal desta terra maravilhosa e de seu povo alegre e hospitaleiro.

É melhor eles realmente irem para Miami, certamente o Brazil deles não é o Brasil dos brasileiros e a nossa terra certamente seria muito melhor sem estes cidadões e os seus complexos de vira-latas nouveau-riche. Só espero que Phuket sendo do outro lado do mundo esteja salva destas pestes.

o link en inglês é este: http://www.nytimes.com/2011/12/28/us/miami-courts

(a traducão é minha e livre)

"Em Miami, eles podem vir e usar relógios caros e dirigir seus carros conversíveis, que ninguém vai cortar o seu braço para uma peça de joalheria, como acontece no Brasil", disse Alexandre Piquet, um advogado brasileiro da Piquet Realty, que foi fundada por seu irmão, Cristiano, um conhecido piloto de corridas. "Aqui não temos que se preocupar com crianças atravessando a rua e serem sequestrados, alguns dos problemas que ainda enfrentamos lá em baixo. É a realidade ".

A Piquet Realty, fundada em 2005 dobrou seus negócios no ano passado, Cristiano Piquet disse. Alguns apartamentos que vendemos estão totalmente mobilados pela Artefacto, um proeminente designer de móveis brasileiros. Se os brasileiros precisam de ajuda com negócios jurídicos, questões de natureza fiscal ou conselhos de imigração, a empresa oferece isso também. Se um cliente quer um Ferrari, Piquet Realty arranja."

    ZePovinho

    Esse povo formará a futura "Máfia Brasileira de Miami",Mundim.Tal qual a máfia cubana que participou do assassinato de John Kennedy.

Bonifa

Muito do destino do planeta depende das forças que estão em conflito dentro dos Estados Unidos. É dentro dos Estados Unidos que se estará desenrolando a guerra mais definidora dos destinos de toda a Humanidade, em 2012. Líderes com tendência ao posicionamento mais sóbrio e diplomático, com visão política realista e dispostos a ceder em negociações, lutam ferozmente nos bastidores com lunáticos neoconservadores que engendram todo tipo de armação interna e externa visando arrastar o país a uma guerra de caráter global, que desejam que seja a mais catastrófica possível (segundo eles, os EUA renascerão das cinzas em toda a sua glória). As duas correntes se unem apenas contra o movimento Ocuppy / 99%, que questiona o sistema e busca transformá-lo, tirando o poder supremo das mãos do setor financeiro e das grandes corporações. É um fenômeno inédito entre os americanos e busca nada mais nada menos que fincar os pilares de uma nova democracia e dar adeus ao mundo velho do Tio Sam. Básicamente, estas são as principais lutas que se estarão travando no ano de 2012. Todas as outras interdependem com estes conflitos centrais internos dos EUA.

    betinho2

    Bonifa
    Quando você, acertadamente escreve "…As duas correntes se unem apenas contra o movimento Ocuppy / 99%…", mostra também que o faz de conta continua enganando o tapado povo americano. Lá no alto, sempre acabam dividindo o saque. Os 99%, primeiramente tem de deixar de ter também uma mente colonizadora. Só foram pra rua dizer que são 99% quando apertou o próprio bolso, mas não se mobilizam para condenar a carnificina que o Império faz mundo afora. Sempre pagaram a conta do crime quietos, coniventes. Berraram porque a conta ficou alta. O povo americano está dominado, seus amestradores estão léguas à frente.

FrancoAtirador

.
.
O FIM DAS ERAS e OS NOVOS TEMPOS

A Primavera Árabe representa, para o Oriente, o prenúncio do fim do obscurantismo das monarquias absolutistas, um marco histórico equivalente ao que a Revolução Francesa significou para o Ocidente.

Estamos testemunhando o início da Era do Iluminismo Oriental com todos os valores humanistas intrínsecos, que outrora foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França e na Carta de Direitos de 1791 dos Estados Unidos da América do Norte, e finalmente consubstanciados pela ONU, em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, após a experiência nefasta do nazifascismo que culminou na 2ª Guerra Mundial, uma das maiores tragédias da Humanidade.

Em sentido contrário, no Ocidente, o Poder Econômico concentrado em alguns poucos Conglomerados Financeiros e Corporações Transnacionais promove a Ditadura Monopolista do Capital sobre as Democracias Representativas, supostamente populares e baluartes da Liberdade e dos Direitos Humanos, prenunciando, hoje, o fim de uma Idade que teve seu início marcado na História precisamente com a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, na França.

Nesse contexto, em ambos os pólos, estamos presenciando o deslocamento do Poder Político:

de um lado, no Oriente, para a participação popular, com a democratização, a socialização de direitos e a disseminação do conhecimento promovida pelo avanço tecnológico;
de outro, no Ocidente, para o arbítrio de uma minoria detentora de todo o capital circulante, enfraquecendo governos com a concentração do dinheiro em entidades financeiras e mercantis privadas e, por conseguinte, sobrepondo-se aos interesses nacionais dos diversos países e, portanto, de seus respectivos povos.

A Esperança mora no fato de que do fim das eras sempre nasce um novo tempo.

Que este renascimento resida na simbiose entre as nações orientais e ocidentais:

Que a Praça Tahir continue a alimentar utopias na Praça do Sol

e que a Praça do Sol continue a inspirar rebeliões em Occupy Wall Street

e que Occupy Wall Street dê força espiritual à Praça Tahir para continuar resistindo.

E QUE 2012 SEJA A TODOS EFETIVAMENTE UM ANO NOVO !

Um abraço camarada e libertário !

2011/12
.
.

Deixe seu comentário

Leia também