Durval Muniz: Um convite à reflexão

Tempo de leitura: 18 min

Dois Projetos Radicalmente Diferentes

Durval Muniz de Albuquerque Júnio
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Estamos num momento decisivo da vida brasileira, onde qualquer omissão pode ser imperdoável. Eu, que faço parte da parcela ainda privilegiada de brasileiros que conseguiu concluir um curso superior e fazer uma formação pós-graduada, não ficaria com a consciência tranqüila se não viesse a público, neste momento, com o uso daquilo que sei fazer: refletir, pensar, para tentar contribuir no sentido de dar um mínimo de racionalidade a um processo eleitoral que, muito pela influência de determinados setores da mídia, mas infelizmente também com a participação decisiva de candidaturas como a de José Serra e Marina Silva, descamba para se tornar uma discussão obscurantista, rasteira, mistificadora e preconceituosa, sobre temas e aspectos nomeados genericamente de “valores”, que interessam de perto aos setores mais conservadores e retrógrados da sociedade brasileira, fazendo ressuscitar dos porões das almas, das mentes e do interior da sociedade forças e subjetividades microfacistas.

Dirijo este texto àqueles que fazem parte como eu desta parcela letrada da sociedade, notadamente, daqueles alojados no interior da Universidade, e que, para minha surpresa e decepção, vêm manifestando a intenção de votar em José Serra no segundo turno das eleições. Como estou escrevendo para pessoas que julgo estar sob o império da racionalidade, nem me vou ocupar de rebater os motivos e argumentos apresentados para não se votar em Dilma Rousseff, em uma das campanhas mais sórdidas, mais caluniosas, injuriosas e preconceituosas já levadas a efeito no país, com a participação decisiva do candidato Serra e da mídia golpista que o apóia, a mídia que medrou e engordou durante a ditadura militar, campanha só comparável àquela de 1989, que levou ao poder o queridinho das elites brancas da época: o caçador de Marajás, Fernando Collor, (e todos sabem no que resultou aquela aventura amparada em retórica e práticas tão farisaicas, despolitizadoras e moralistas como as que embasam a atual candidatura tucana).

Embora pareça que para estes meus colegas, de estômagos fortes, não causa repugnância e náusea uma candidatura que explora e incentiva o tradicional desapreço e desprezo das elites brasileiras pelos nossos vizinhos da América Latina, pelos africanos e pelos asiáticos (o que fica demonstrado pelos ataques do candidato ao Mercosul, à Unasul, a chefes de Estados de países vizinhos democraticamente eleitos, alguns deles pertencentes a grupos historicamente excluídos naqueles países.

Na crítica à política externa do governo Lula mal se disfarçam a xenofobia e o racismo de nossas elites que sempre se julgaram brancas e sempre tiveram os olhos voltados para os Estados Unidos e para a Europa, onde na verdade sempre sonharam em viver; a política externa de FHC, onde o presidente falava inglês e o chanceler como um lacaio tirava os sapatos para passar nas alfândegas dos países desenvolvidos mostra bem isso); uma candidatura que explora o preconceito contra as mulheres, candidatura sexista, machista e misógina, que claramente tenta desqualificar o lugar da mulher na política e que utiliza a velha tática de pôr em suspeita a sexualidade de toda mulher que ousa desafiar os lugares reservados aos homens (com a conivência de inúmeras mulheres ditas independentes e feministas entronizadas como comentaristas na mídia, como Maitê Proença que chegou a convocar os “machos selvagens” para nos livrarem de Dilma; ressalte-se ainda o silêncio cúmplice de grandes lideranças intelectuais e políticas feministas ligadas ao PSDB, que deixo de nomear por respeito às suas trajetórias, que não deveriam necessariamente votar em Dilma, mas se posicionarem veementemente contra o tipo de campanha que faz o seu partido.

Este silêncio poderá custar caro à muitas conquistas feitas pelas mulheres. Me pergunto como pode ser que intelectuais deste quilate possam estar silenciosas diante do uso aético e mistificador da questão do aborto pelo candidato tucano, será que uma vitória eleitoral compensa a perda de uma reputação construída durante anos na luta das mulheres?

Ainda está em tempo de romperem o silêncio!); uma candidatura que explora e acirra o preconceito contra os homossexuais ao espalhar em emails apócrifos e criminosos na internet a suspeita de que Dilma seria lésbica (e qual o problema se fosse, sabemos com que órgãos de seu corpo ela exercerá a presidência); uma candidatura que açula o preconceito contra o pobre e o nordestino, que como sempre são tomados pelas nossas elites de classe média como aqueles ignorantes, que não sabem votar, que votam com a barriga e não com o cérebro, mesmo que estejam votando por defenderem a continuidade do governo que de longe foi o que mais beneficiou estas duas populações (porque votar em defesa do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, é menos racional que votar em defesa dos lucros exorbitantes conseguidos pelos beneficiários do processo de privatização, inclusive os grandes grupos de mídia e do banqueiro que aposta sempre no Meu Banco, Minha Vida?); uma candidatura que faz das mentiras mais descaradas e das promessas mais fajutas a sua apresentação (toma para si feitos dos outros, copia programas das outras candidaturas, promete fazer o que sempre fez diferente quando esteve no poder).

Claro que não vou perder meu tempo discutindo com vocês, que até agora não vomitaram e ainda continuam convictos do voto em Serra, argumentos de enorme racionalidade para não se votar em Dilma como: ela é um poste, ela matará criancinhas (repaginação sofisticada por Mônica Serra, como costuma ser toda repaginação de quem veste Daslu, a honesta Daslu, de conhecido enunciado anticomunista), ela roubou um banco, ela é assassina, ela vai fechar as igrejas, ela acabará com a liberdade de imprensa e outros argumentos ainda mais sofisticados como: “eu não fui com a cara dela”.

Por respeito a vocês todos que acho não seriam capazes de acreditar nestas baboseiras, passo a tratar de uma única justificativa que me pareceu racional, apresentada para o voto em Serra: o sucesso do governo Lula, que todos admitem, até mesmo o candidato Serra que subiu na sua garupa em plena propaganda eleitoral gratuita, teria se dado por este continuar o modelo de gestão perfeito e vitorioso do príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso (há longo email na internet defendendo este ponto de vista racional e respeitável), embora este tenha sido escondido sistematicamente das campanhas do PSDB desde que deixou a presidência seguido de um sentimento de alívio nacional e já vai tarde na maioria de corações e mentes, até nos de muitos dos que hoje esquecidos ou arrependidos tentam salvar o seu legado e resolvem votar em seu candidato.

Como sou historiador, e este profissional tem como ofício ir ao passado para justamente olhar o presente de outra perspectiva, vou lançar mão de alguns traços da história do pensamento econômico no Brasil para tentar convencê-los de que no dia 31 de outubro estarão em confronto dois projetos radicalmente diferentes de país, duas maneiras distintas de interpretar e entender a sociedade brasileira, sua história, sua dinâmica econômica e social, formas radicalmente distintas de pensar a inserção do Brasil no capitalismo globalizado, nas relações internacionais, formas distintas de pensar a dinâmica do desenvolvimento e o papel que o Estado e as distintas classes e grupos sociais desempenharão neste processo.

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E quando digo ser radical é justamente porque, como sabemos, radical é algo que se dá desde as raízes, desde suas matrizes teóricas e políticas. Pretendo mostrar que Serra e Dilma representam projetos bastante distintos para o país, porque PSDB e PT representam formulações teóricas distintas da realidade brasileira. Como estamos diante de dois candidatos que não despertam muitas paixões, talvez possamos ter discussões mais racionais, desde que se esteja disposto a se explicitar o projeto que cada um representa (além de representar sua enorme ambição pessoal, seu projeto de ser Presidente da República, de fazer parte da galeria de nossos Presidentes, sonho que ele já realizou, pelo menos na propaganda eleitoral e espero que só lá; Serra representa um projeto de governo que não pode explicitar, que não pode revelar sob pena de não ser eleito, por isso ele protocolou como programa de governo no TSE um discurso, mesmo assim tendo a candidatura deferida: por lá também os amores serristas parecem ter se intensificado, até com trocas de telefonemas amáveis).

Para entendermos o jeito PSDB de governar temos que entender as matrizes teóricas que sustentam suas ações. É inegável que o intelectual orgânico, para usar um conceito caro a Gramsci, deste partido é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual respeitado mundialmente.

Emir Sader já perguntou perplexo uma vez: o que pensa o Serra? Ninguém sabe, ninguém viu. O hoje elevado a condição de elite das elites, o guia das “massas cheirosas”, segundo a Catanhede, que se saiba nunca teria concluído os cursos de graduação que diz ter e sua Tese de Doutorado, da qual voltarei a falar, anda desaparecida da única biblioteca em que está depositada (por que será que o vaidoso Serra nunca traduziu e trouxe a lume sua obra máxima?).

Ele passou oito anos no governo FHC, exercendo diferentes cargos, sempre aparecendo na mídia como estando à esquerda no partido, como crítico de Malan, como alguém que criticara o Plano Real, mas jamais escreveu algo sobre isto e no governo permaneceu.

Como gestor de mandatos nunca concluídos, não foi capaz de imaginar uma política pública, um programa de governo que possa se dizer original e criativo, se notabilizando mais por desmontar e destruir o que vinha sendo feito antes, até mesmo pelo seu companheiro de partido Geraldo Alckmin (pensem nisso amigos queridos, se duvidarem de mim, pesquisem sobre o desmonte dos programas sociais e educacionais deixados pela Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo). Não é preciso dizer dos inúmeros prêmios internacionais recebidos por diferentes gestões do Partido dos Trabalhadores em municípios, Estados e agora nos dois governos Lula por imaginar e criar inovadoras políticas públicas (se duvidarem, pesquisem: só o Presidente Lula já ganhou até agora mais de duzentos prêmios internacionais, há um site não nacional que se dá o trabalho de arrolá-los todos).

Mas como dizia é no pensamento de FHC que devemos buscar as raízes das propostas pessedebistas para o país. É na Teoria da Dependência, da qual Fernando Henrique foi um de seus formuladores, notadamente na corrente chamada de weberiana, que rivalizava com a chamada corrente marxista encabeçada por Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, que devemos buscar o entendimento de como o PSDB vê o país e seu povo, inclusive sua classe empresarial, já que, como sabemos, Cardoso se dedicou a fazer uma sociologia do empresariado brasileiro, de seu comportamento e pensamento.

A Teoria da Dependência surge no início dos anos sessenta, diante da crise crescente apresentado pelo modelo nacional-desenvolvimentista de matriz cepalina que esteve na base da política econômica de governos tão díspares e que a realizaram com ênfases distintas como os governos Vargas, Juscelino Kubsticheck e João Goulart.

Quando uma vez na Presidência da República, Fernando Henrique se propôs a enterrar a era Vargas, ele estava realizando o projeto da Teoria da Dependência que criticava algumas formulações básicas do pensamento cepalino e neoclássico, que na versão henriquiana se afastava também das leituras marxistas tanto vindas do pensamento da CEPAL, quanto no interior da própria Teoria da Dependência, propondo assim o desmonte do Estado nacional-desenvolvimentista e populista, fantasmas que são brandidos hoje pelos economistas e “experts” de plantão convocados pela mídia, que estariam sendo reabilitados pelo governo Lula. Em entrevista com Dilma, Miriam Leitão chegou a comparar o que seria o nacional-desenvolvimentismo de Lula com a política econômica da ditadura militar. Como disse sutilmente Dilma: a Leitão sempre ouve o galo cantar mas não sabe aonde.

É inegável que as formulações econômicas, mas também sociais e políticas do governo Lula têm a sua matriz no pensamento nacional-desenvolvimentista cepalino, mais precisamente no pensamento do maior economista brasileiro, o paraibano Celso Furtado, por quem Lula sempre teve uma admiração quase devocional. Como sabemos Celso Furtado se manteve ativo, produzindo e participando diretamente da vida política brasileira até pouco tempo antes de sua morte.

Seu pensamento passou por reformulações e ajustes, mas manteve uma espinha dorsal que, como tentaremos deixar claro, é a própria espinha dorsal do projeto que hoje a candidatura Dilma assume e que queremos ver continuar com ela. É preciso ainda chamar atenção para dois aspectos relevantes: o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi mesmo dentro do PT identificado como um nacional-desenvolvimentista, dedicou seu trabalho de doutorado a estudar o pensamento de Celso Furtado e, é preciso lembrar ainda, que Dilma Rousseff começou a sua militância administrativa no Rio Grande do Sul, ligada a um governo do Partido Democrático Trabalhista, encabeçado por Leonel Brizola, muito próximo das formulações nacional-desenvolvimentistas.

A grita e o arreganho de dentes, sem pejos, da mídia neoliberal no Brasil se deve ao fato desta identificar em Dilma não uma mera continuidade, mas um aprofundamento da visão nacional-desenvolvimentista em seu governo em relação ao governo Lula. A acirrada querela em torno dos destinos da Petrobrás, empresa símbolo das conquistas que o nacional-desenvolvimentismo de inspiração cepalina trouxe para o Brasil, assim como em torno dos destinos dos financiamentos do BNDES, que não podemos esquecer teve como seu formulador e primeiro Presidente Celso Furtado, torna claro que o que está em jogo nestas eleições não é a religiosidade ou não da Dilma, sua sexualidade, sua experiência administrativa ou seus “valores”, são de “outros valores de que se trata” (como a Marina e seus seguidores verdes, pelo menos os sinceros, foram cair numa armadilha dessas, como podem manchar uma trajetória de vida e política de anos se colocando a serviço de forças e interesses que parecem desconhecer, tudo por causa de quinze minutos de fama na Rede Globo, que a teria triturado com os mesmos argumentos vis e baixos com que faz com Dilma se ela efetivamente tivesse viabilidade eleitoral).

Pecado mortal de Furtado e de Lula, ambos olharam para o Nordeste, ambos são filhos deste rincão enjeitado do país, onde medra uma das piores elites políticas desta terra, ambos não abriram os olhos no planalto paulista, onde luminares como Otavinho Frias e a família Mesquita distribuem a agenda para o país, em consonância com um partido que nunca lançou uma candidatura que não seja paulista, deixando claro a falta de visão de Brasil que os assaltam, como assaltava à Teoria da Dependência. Formulador da SUDENE e seu primeiro superintendente, Furtado sempre apostou no Estado como indutor de uma política de industrialização capaz produzir o desenvolvimento apesar da dependência externa.

Sabemos que desde que FHC aderiu às teses neoliberais, pois estas já estavam em germe em seu pensamento, como deixaremos claro a seguir, a crítica a esta centralidade do Estado, de seu papel como indutor de políticas cambiais, fiscais, de investimento, de distribuição de renda, de combate às desigualdades regionais e sociais, que alavancassem um desenvolvimento endógeno do capitalismo brasileiro, será a pedra de toque do discurso econômico do PSDB, por isso mesmo se aliando a um partido de extrema direita, o antigo PFL, agora DEM, com vagas formulações liberais, um baluarte na luta pelos interesses dos grandes grupos privados nacionais e internacionais em detrimento dos interesses nacionais.

Desmontar o Estado, desmontar as empresas duramente criadas e conquistadas à duras penas com a acumulação de capital realizada pelas políticas nacional-desenvolvimentistas passou a ser a obsessão dos governos do PSDB, tendo em Serra um dos maiores entusiastas, a abrir seu sorriso cheio de gengiva sempre que batia um martelo e entregava o produto de anos de suor dos trabalhadores brasileiros para os capitais nacionais e internacionais, muitos de duvidosas origens, outros sendo agraciados com ajudas vultosas do BNDES para comprarem com dinheiro público e privatizarem o que era público.

Tanto a Teoria da Dependência, quanto a Teoria do Desenvolvimento, elaborada pelos cepalinos, revista e aperfeiçoada por Furtado, concordavam em superar a visão apenas sistêmica e baseada no equilíbrio de fatores da economia neoclássica.  Ambos por vias distintas, vão aliar as reflexões econômicas com reflexões sobre as estruturas e relações sociais no país e o papel da política e do Estado na gestão da economia. Podemos dizer que ambas refletem o impacto que representou o pensamento keinesiano para o campo econômico, e sua capacidade de formular as políticas públicas que retiraram os EUA e o restante do mundo da crise sistêmica de 1929.

Só que ambas divergem num ponto fulcral, notadamente na versão weberiana encarnada pela obra de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto: ambas concordam que o subdesenvolvimento é produto do próprio desenvolvimento do capitalismo, que se dá desigualmente gerando um centro e uma periferia do sistema, que tende a reproduzir subordinadamente a dinâmica que é dada pelas economias centrais e seus modelos. Ambas concordam na possibilidade de haver desenvolvimento mesmo na periferia, de haver desenvolvimento apesar da dependência e da subordinação, mas divergem frontalmente de como isto seria possível.

Nesta divergência estão as raízes das divergências entre as políticas não só econômicas, mas sociais, de relações internacionais, de alianças políticas, de formulação de políticas públicas que estão representadas nas candidaturas Serra e Dilma. Na Tese de Doutorado que defendeu nos EUA, Serra teria criticado a política econômica do governo Allende do qual participara, com Allende já morto e deposto pelo golpe de Estado apoiado pelo governo americano (Serra parece adorar criticar os governos de que participa, pois quem conhece a peça sabe de sua megalomania e de sua vaidade infinita, além de que, aqui, amigos, merece uma parada para reflexão: como é que alguém que serviu ao governo Allende vai parar nos EUA e é recebido pelo governo que patrocinou o golpe no Chile, terá sido para Serra escrever o que escreveu?).

A crítica se centra não apenas no combate ao pensamento cepalino, esposado ainda por setores presentes no governo chileno, como no combate a Teoria da Dependência em sua versão marxista, que não acreditava ser possível haver desenvolvimento nos países periféricos sem a derrubada revolucionária do capitalismo. Talvez a mistura explosiva do reformismo cepalino com o revolucionarismo daqueles que pensavam diferente de FHC, que sempre descartou a necessidade de uma revolução socialista para que o desenvolvimento se fizesse na periferia do sistema, tenha levado ao desastre da política econômica de Allende atacada na Tese do aspirante a Presidente da República pelo PSDB. Talvez assim possamos entender porque Lula e sua política econômica já foi chamada por grandes luminares da imprensa e da vida parlamentar de bolchevista e até de albanesa (seriam ilários, se não fossem tão primários).

A diferença matricial entre as duas posturas gira em torno da possibilidade de um desenvolvimento capitalista, porque é disso que se trata, não de revolução ou bolchevismo, feito na periferia, colocando como centro do processo a aliança estratégica entre empresariado nacional, Estado e classes trabalhadoras por um lado e os setores externos por outro, aquilo que FHC andou chamando de mexicanização, venezualização, retorno do peronismo (como usa bem e precisamente as categorias nosso sociólogo).

Para as formulações cepalinas lá dos anos cinqüenta, com seu nacionalismo típico da época, as forças externas eram encaradas como obstáculo ao desenvolvimento do país, assim como as forças internas a eles aliadas como os setores agrário-exportadores. Mesmo reformulando mais tarde estas ideias, Furtado mantém a opinião que o processo de desenvolvimento, em países como o Brasil, deve ter como motor as forças econômicas, sociais e políticas nacionais, que saibam inserir o país na economia global, mas tendo seus interesses estratégicos sempre à frente e bem definidos.

Para ele, o Brasil tinha um enorme potencial de crescimento endogenamente gerado por seus amplos recursos naturais, por já ter internalizado e desenvolvido o processo de industrialização, devendo ampliar bases técnicas, tecnológicas e educacionais próprias, o país já possuía a enorme potencialidade de um grande mercado consumidor de massas, bastando para isto que fossem prioritárias em qualquer política econômica a ênfase em mecanismos distributivos de renda e de redução das desigualdades regionais.

O governo Lula e o sucesso reconhecido mundialmente, até pelos órgãos de imprensa econômica mais conservadores, de sua política econômica, aliada a políticas sociais de distribuição de renda, como o Bolsa Família e a política de valorização do salário mínimo, provou que as teses de Furtado estavam certas. Foi por ter criado um mercado de consumo de massas no Brasil, com a ascensão de parcela significativa da população para as classes médias e a retirada de outras tantas da linha da pobreza absoluta que o Brasil pode enfrentar e vencer rapidamente, com suas próprias forças, a grave crise que vivem os países centrais do capitalismo.

A Teoria da Dependência de FHC nunca acreditou na possibilidade de se fazer o desenvolvimento sem que a direção do processo se desse nos próprios países centrais do sistema. Avaliando como sociólogo a mentalidade empresarial brasileira, FHC sempre foi pessimista em relação a esperar das forças nacionais o nosso necessário desenvolvimento.

Daí por ser um crítico de primeira hora das ideias cepalinas que vêem o elemento externo como obstáculo ao desenvolvimento nacional, que dá imediatamente enorme audiência ao seu discurso no mundo e, por incrível que pareça, entre nossa elite empresarial que parece ter aceitado com gosto e alegria o lugar menor e subalterno que o pensamento da dependência lhes reservava, talvez porque sempre no fundo se sintam não pertencentes ao país, mas estrangeiros em sua própria terra.

Estas formulações da Teoria da Dependência mal disfarçam que requentam teses já bastante gastas entre nossas elites letradas da incapacidade de nosso povo para a civilização, para o progresso, para o trabalho livre, para o desenvolvimento. Nas formulações pessedebistas há clara desconfiança em relação ao nosso povo.

Esta é uma diferença crucial entre Dilma e Serra; Dilma acredita que nosso povo, se estimulado, se receber crédito, se receber salário, se lhe forem dadas condições educacionais e de renda, tem condições de construir um país soberano, capaz de traçar suas próprias estratégias, sem que para isso tenha que se fechar ao mundo, mas tendo uma visão alargada do próprio mundo, não vendo nele apenas o Norte, mas enfatizando a diversificação dos mercados e das relações políticas, diplomáticas e culturais, enfatizando as relações Sul-Sul, tornando o Brasil um país capaz de ajudar a impulsionar o desenvolvimento dos seus vizinhos e países assemelhados ou em níveis piores de pobreza e desenvolvimento humano. Mas se muitos luminares do PSDB não querem que se seja solidário nem no interior da nação, como mostram as políticas predatórias, a guerra fiscal movida covardemente pelo Estado mais rico da nação contra os menores Estados, e a implicância histórica serrista com a Zona Franca de Manaus.

Foi a Teoria da Dependência que inspirou já o primeiro programa econômico apresentado por um candidato tucano a concorrer à Presidência da República. O “choque de capitalismo”, prometido por Mário Covas em 1989, foi finalmente realizado por Fernando Collor e continuado nas duas gestões de FHC e se mostrou efetivamente chocante para a sociedade brasileira. A ideia de que seria expondo os setores da economia brasileira à concorrência externa, abrindo a economia para os fluxos de capital internacionais, privatizando os setores estratégicos dominados pelo Estado e os entregando a moderna gestão empresarial internacional, que se faria o país desenvolver-se, se modernizar, palavra mágica para a Teoria da Dependência henriquiana, se torna o centro das políticas econômicas do PSDB. A concorrência externa também afetaria as relações de trabalho e emprego, as modernizaria, levando a ruína à estrutura burocrático-estatal montada pelo nacional-desenvolvimentismo.

Acompanhada de políticas austeras de gastos públicos, com a redução do Estado, com a modernização e desburocratização da máquina pública, aliada ao combate à inflação, teríamos garantido o desenvolvimento sustentável, aquele que, como vimos, só dava para sustentar os privilegiados de sempre e aos novos que chegaram como um enxame de vespas no lastro do processo de privatização. Ao final, o brilhante resultado desta política, que dizem que Lula apenas continuou, pinçando aspectos menores da política econômica anterior (política de metas de inflação, de superávit primário, de contingenciamento de recursos do orçamento, política de câmbio flutuante, que se esquecem os serristas que só foi adotada depois do desastre provocado pela política de câmbio fixo e Real supervalorizado do pucboy Gustavo Franco, política que empobreceu grande parte do país, mas gerou superlucros nos setores exportadores, principalmente agroexportadores que são eternas viúvas de FHC, como mostra mais uma vez as vitórias serristas em Estados como MT, MS, PR, SC e SP, que se dane a maioria, se a minoria de sempre lucra e muito, está ótimo) que foram mantidos mas subordinados a uma lógica macroeconômica diversa: o país quebrou três vezes, a cada crise econômica em um país lá fora, pois sua economia foi atrelada e completamente exposta às vagas do capital financeiro internacional, fazendo o país acumular uma criminosa dívida em moeda estrangeira, dívida que o governo Lula tratou de reconvertê-la em moeda nacional, garantindo maior soberania sobre as contas internacionais; a quebradeira de setores inteiros da indústria nacional, com o desemprego e a falta de esperança sendo tônica de todo o período, (se reconhecemos que outros setores se dinamizaram como o de telefonia com a privatização, o de energia resultou no apagão histórico de FHC, pois o Estado deixou de investir), o arrocho salarial entre o funcionalismo público, a terceirização e precarização dos serviços se ampliaram, piorando a vida dos mais necessitados do Estado; para os das classes médias que não precisam dos serviços públicos ficou o deslumbramento das novas marcas estrangeiras nas vitrines e dos novos modelos de carros importados e celulares, agora todos se sentiam globais, viviam em Miami, a festa para poucos era geral.

As estradas viraram só buracos, com a exceção daquelas privatizadas, como as do Estado de São Paulo, entregues a grupos privados em troca do melhor preço no ato da concessão e não do menor pedágio, tal como feito no governo Lula, estratégia pensada por Dilma – basta comparar os preços dos pedágios do PSDB e do PT e se notará o jeito diferente de governar, pois se governa para outros grupos sociais, não é para as classes médias apenas, mas principalmente para incluir os mais pobres.

As estradas de ferro sucateadas, a indústria naval e a indústria bélica desmontada, a aeroespacial privatizada. Os brasileiros mais pobres começam a se submeter a migrarem até para o Japão em busca dos empregos que a Petrobrás gerava lá ou na Austrália. Amparada em ampla campanha midiática, que buscava desmoralizar a grande empresa estatal brasileira, o esvaziamento econômico e técnico da Petrobrás preparando para privatizá-la, levou ao trágico acidente do afundamento da Plataforma P-36 (o mesmo governo que não fora capaz de fazer a avançada tecnologia de uma caravela navegar, coisa que os portugueses, tidos em tão baixa conta, já o havia feito desde o século XIV, afundavam uma plataforma e com ela pretendiam afundar a Petrobrás) tal como ocorre agora com os Correios, que sofre inegável campanha de desmoralização, na esperança de que seja a primeira jóia da coroa que Serra, uma vez eleito, leiloará para que assim como na privatização da telefonia se candidatem a OESP, a Globopar, a Folha da Manhã, o Grupo Abril, que tantos esforços fazem em eleger seu candidato do coração e do bolso.

Para concluir, pois já me estendi além da conta, para que vocês meditem bem sobre o passo que darão ao entregar o país a um homem como José Serra, que a mídia que ele financia com dinheiro da educação, enquanto trata os professores de São Paulo a cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, diz ser o mais competente e preparado, convido vocês a ir ao Youtube e assistir um vídeo de uma entrevista dada por Serra ano passado, quando do auge da crise econômica, ao jornalista serrista e de conhecida história de adesão à extrema direita Boris Casoy, onde Serra aparece indisfarçadamente eufórico, com a possibilidade que a crise viesse acabar com a popularidade do governo Lula e facilitar as coisas para ele este ano. Para que sua vontade pessoal de ser Presidente se efetive, como bem diz Ciro Gomes, Serra pisa até no pescoço da mãe, e é capaz de torcer contra o país, que a população venha sofrer este não é um problema para ele, postura que parece ser de muitos de vocês companheiros que resolveram votar em Serra, desde que suas razões particulares justifiquem um voto que pode significar o retorno à miséria de amplos setores da sociedade brasileira, mas vocês têm este direito, votem e depois durmam o sono dos justos.

Mas esta entrevista explicita o desastre que teria sido se ao invés de Lula, de Mantega, das formulações furtadianas que eles representam, fosse o ninho tucano e sua teoria da dependência (dependência ao Norte, diria o pândego e arguto Paulo Henrique Amorim) que estivessem no poder. Serra, do alto de sua sabida arrogância e prepotência, tratou logo de desqualificar todas as medidas tomadas pelo governo Lula, com o riso cúmplice e hiênico do Casoy que arrematou que Lula estava fazendo diferente do que todo mundo estava fazendo nos países centrais do capitalismo (que petulância, como pode discordar do centro), ridicularizaram a fala do Presidente de que aqui a crise seria uma marolinha, e seria sim pois os fundamentos da economia brasileira eram outros bem diferentes da era FHC: tínhamos acumulado grande quantidade de reservas internacionais, ao contrário de perdê-las como com FHC, havíamos nos livrado do monitoramento e das restrições impostas pelos acordos com os organismos internacionais, havíamos pago a dívida com o FMI e Clube de Paris e Lula e Mantega não precisavam mais chamar a Brasília a senhora da mala do FMI a cada vez  que se precisava tomar uma decisão em matéria de política econômica, industrial, cambial, financeira, salarial, etc, ou seja, Teoria da Dependência gera o que a nomeia, não duvidem.

Serra pomposo dizia: como reduzir impostos agora que todos os Estados querem preservar seu poder de investimento, como aumentar salários agora que eles tenderão a cair, como ampliar investimento no momento em que a arrecadação vai declinar. O sábio, o preparado Serra fez em São Paulo, o que faria no Brasil, aumentou impostos em plena crise, arrochou como sempre os salários (pergunte a um delegado de polícia de São Paulo o que ele acha do salário dele e porque o PCC só cresce), suspendeu investimentos, privatizou a Nossa Caixa, única empresa estatal que restava, rapidamente adquirida pelo governo federal através do Banco do Brasil, que saiu assim fortalecido da crise.

Quando viu o sucesso da política de Lula que, acima de tudo, conta com aquilo que Serra não tem e nunca vai ter: carisma e popularidade, indo a televisão convocar todos a continuar consumindo, explicando como só ele sabe fazer para a população porque era preciso manter o ciclo virtuoso da economia e não se deixar contaminar pelas nuvens negras profetizadas pelos urubólogos e urubólogas serristas de plantão na mídia e pelos próprios partidos da oposição, correu para copiar algumas medidas tomadas pela equipe econômica que ele havia chamada de inepta, que não tinha a brilhante trajetória de gestor econômico que ele tem.

Façam isso, por favor, assistam a este vídeo, e se ainda assim quiserem entregar o Brasil a Serra, que o façam, mas minha consciência estará tranqüila, tentei fazer um esforço em alertá-los. Eu e o Brasil esperam que mudem de opinião e ele não vença, se  mesmo assim ele vencer vou torcer para que eu não venha a me divertir tanto quando encontrá-los, quanto me diverti meses após a posse de Collor, vendo os meus colegas coloridos que haviam votado no caçador de marajás e não no sapo barbudo com medo de perderem suas poupanças, reduzidos a CR$ 50,00 em suas contas. Assim como Collor, Serra sempre faz o que diz que não vai fazer, tenham cuidado. Abraço carinhoso a todos e um feliz e refletido voto para vocês e para o Brasil.

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Comentários

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Emili Holanda

Professor Durval,
sempre verdadeiro e competente no que faz, sua análise é fantástica, parabéns!
Você é um vitorioso.
Viva ao desenvolvimento democrático brasileiro!!!
Viva ao Brasil!!

LUIZ

Brilhante e consciente a exposição de Durval Muniz (especialmente, pela lembrança de Celso Furtado. Q saudade das análises/opiniões dele – e na época da ditadura, heim!). Faz-me lembrar o engajamento de toda a comunidade acadêmica das décadas de 70/80, em prol de ideais comuns; ao contrário da maioria dos acadêmicos de hoje, q preocupam-se somente com as suas(eus) pós/mestrados/doutorados, visando obter gratificações e aumento de suas remunerações, achando q alcançarão a tranquilidade/felicidade individual, por terem conseguido vencer em um país como o nosso Brasil. Entendo q somente poderemos dizer q vivemos em um país democrático, qdo não tivermos mais nenhum ser humano vivendo em nossas ruas – ao relento, principalmente as crianças.
Luiz
Brasília/DF (mas, felizmente, sem nenhum vínculo com qq parlamentar d nosso Congresso Nacional).

João Batista

Razões históricas para apoiar ou não os dois candidatos temos de sobra.
O texto de Durval nada mais faz que expor as razões que o mesmo acredita e defende.
O que, a mim, parece mais evidente neste pleito eleitoral é que não estamos ainda maduros para simplesmente entender e aceitar que existem opiniões, convições e expectativas divergentes.
Por não estarmos maduros, entramos num confronto pessoal tratando-nos como inimigos quando, na realidade só pensamos diferente.

    Leo La Selva

    a maturidade vem do conhecimento, da busca por tal. E não temos razões históricas para votar no Serra, a não ser que você tenha convicção no seu legado político,social e econômico.
    Reconhecer o adversário é importante, saber q ele é inimigo tb! Serra gerou ódios, preconceitos em um Brasil elitista que se vale por estes argumentos. Ou vc por acaso já viu Serra explicar metodologicamente suas convicções? a não ser repetir: família, medos, horrores, etc? desculpe, meu caro. espero que releia este texto.
    E como diz Maquiavel, reconheça seu inimigo para saber derrotá-lo.

Gênison

Ao ler esse texto me senti responsável pelo futuro do Brasil. Pensei naquelas pessoas que precisam das mudanças que estão acontecendo em nosso país. Vejo que meu dever não será somente o de votar, mas tembém de ser militante nesse momento.
Valeu Durval

cristina maia

ameiiiiii!!!!!!!!
sou médica , mas sem ser historiadora senti no dia a dia com meus pacientes tudo que está no texto.
quero isto,um país para todos , independente, livre.
cris

Fernando Henrique

GRAÇAS A DEUS, PESSOAS COM A MENTE ESCLARECIDA E COM PODER DE COMUNICÇÃO COMO VOCÊ DURVAL, EXISTEM E EXERCEM A CORAGEM QUE MUITOS PREFEREM ENFIAR NA GAVETA, POR MEDO OU NEGLIGÊNCIA. PARABÉNS E CONTAMOS COM SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A NOSSA NAÇÃO!!

Beto Silva – Recife

Conheci os textos do professor Durval nas aulas de Formação Econômica do Nordeste na UFRPE. Aprendi a admirar sua obra, que traz grandes reflexões sobre a nossa formação social e cultural. Neste momento importante de nossa vida política, este historiador se posiciona no debate com as sua melhores armas, o rigor da análise e a paixão pelas causas populares.

Cecilia

Professor Durval,
Seu texto, maravilhoso, aumentou ainda mais a minha admiração por você e a minha crença que o que está posto na eleição é uma visão de mundo clara e outra mal disfarçada, mas desvelada aqui.
Parabéns!
Cecilia

Gladys S Ribeiro

Parabéns, Durval, pelo excelente texto. Este é o meu amigo de sempre! beijo

[email protected]

Excelente, Durval, Parabéns!
Marly

carlos veriano

Ola Durval, seu texto esta límpido e critico do momento politico atual. Voce deperta uma inquietude proveniente da direitização que assola a Universidade brasileira em troca de favores e beneficios privados. Gostei mesmo de le-lo.
Seu ex colega do mesrtrado da Unicamp Carlos E. veriano de BH/MG.
um abraço

Kazumi Munakata

Prezado Durval

O seu texto, brilhante, tem, porém, uma premissa falsa: a de que os intelectuais, por força do ofício, são críticos, racionais, democráticos, anti-autoritários, tolerantes, contra preconceitos etc. Conheço muito bem o que são os intelectuais por ser desse meio e por ser historiador interessado na intervenção dessa gente na sociedade: na maior parte do tempo – e ressalvando-se as exceções, sobretudo no período da ditadura – os intelectuais sempre se manisfestaram à direita.

Liana Chaves

Parabéns, Durval, pelo excelente texto!
Limpo, belo, sério, como sério é o momento que estamos.
Sua ótima contribuição foi um 'senhor' presente para todos os professores no nosso dia.

VERIDIANO SANTOS

O texto de Durval é um primor de reflexao e análise política. É uma atitude de historiador atento aos fatos e aconteciemntos de seu tempo. É uma posição a favor do brasil e contra aqueles que apelam a ignorância, ao conservadorismo e a ódio para atingr objetivos particulares. Por fim, o texto de durval é um grito no silencio da hipocrisia. Sua voz ecoa e faz tremer os pilares da indiferença, da acomodação e da letargia que paira sob estudantes, professores, intelectuais e todo público acadêmico.
Quem, como eu, ja teve o prazer de conhecer Durval Muniz, sabe que suas idéias, seus livros, sua vida e sua prática academica tem um compromisso inequívoco com o povo brasileiro.
Parabens pela aula, professor Durval.

Camilo Prado

Bom saber de mais um intelectual capaz de tão clara visão política do país.
abraços.

Paulo Miranda

Parabéns pelo texto!
Oxalá este convite mexa com o embotamento da academia diante do retorno do tucanato.

Edson Gomes

Muito legal o texto, se estava preparado para votar, agora não restara duvida alguma. Valeu, um abraço.

Ana Enne

sempre um espetáculo vc! Falou tudo, vou reproduzir em td qto lugar. bjos grandes, minha enorme admiração pela sua lucidez!

José Antônio Abib

Belo texto! O professor põe às claras a ideologia neoliberal cujo princípio básico consiste no predomínio dos interesses de indivíduos ou de grupos particulares sobre o bem comum. Como salientou o saudoso ensaista Anatol Rosenfeld, "privatus, em latim, idiotes, em grego, são termos que indicam o valor inferior que se atribuia ao indivíduo particular, alheio ao coletivo e essencial". Privatus, idiotes, neoliberais, Vade retro, Satana!

sylvana

Mas tantos vão sofrer, tantos vao se arrepender…A alegria de ver um país melhor acho q contagia a todos, até mesmo o DURVAL se for se preocupar só com ele, fica ate indiferente pq ele tbm esta bem , diga-se de passagem muitoooOOOOooo bem é um homem q vem de uma familia com poder aquisitivo satisfatório e hoje vive muito bem, acredito q o olhar dele tbm seja para o próximo, a pessoa meiga e humana q ele é deixa claro q dentro dele existe a preocupação com o outro, com o outro q esta na margem… Mais um motivo p votar em Dilma é vc ver BOAS pessoas acreditando nela!

sylvana marques

E ele durante toda a lei dos genericos forneceu os hospitais do brasil a partir de um laboratorio q tem vinculos financeiros com ELE… Os médicos tinham pavor desse laboratorio, cardiologistas nao permitem q seus pacientes usem betabloqueadores, antihipertensivos desse laboratorio, pq ficam apavarodos de nao conseguirem um controle da patologia…Essas coisas foram mudando meu olhar, entre outras, meu namorado morava em petropolis e subir e descer a serra ficou carissimo o pedagio da qse 8 reais p subir e descer, ir do Rio p Sao Paulo de carro é caríssimo…Haja pedágios na Via Dutra…Na Pedro II…ETC… Hoje meu Pai e meus tios descobriram que o baderneiro, grevista e antimilitar fez mais por eles e pelo pais deles do q qualquer outro… Vejo meus tios e meu pai de direita extrema levantarem o dedo e discursarem em favor da presidencia q temos, acho assim maravilhoso, acho bonito de ver… Eles observaram e nao se envergonharam de mudar de opinião! Tenho muito medo de uma pessoa como Serra assumindo uma presidencia, nao por mim, eu to bem… Mas tantos vão sofrer, tantos vao se arrepender…

sylvana marques

…Acho q ela é uma mulher realmente admirável em muitos aspectos e que abraçou essa causa e que só tem a acrescentar… Acredito muito na vitória da Dilma, sei que uma vitória suada, assim como será o governo dela, q nao tera nada de fácil… Mas José Serra tem sido um homem inescrupoloso em muitos sentidos, tomei um "nojinho" muito grande dele e essa campanha de segundo turno está feia, indigna, maquiavélica… Realmente ele é q não tem condições de assumir uma presidência. Se ele foi tão bom ministro da Saúde pq ele perde de longe entre os médicos? Trabalhei no Rio de Janeiro na epoca em q ele era ministro da saude, epoca em que eu era por Fernando Henrique desde nascimento, q meus pais nao permitiam nem o nome de Lula dentro da minha casa, dito por meu pai q era militar como um "grevista", bandalheiro, desordeiro… Ali naquele momento eu visitando mais de 400 medicos por mes e de hospitais publicos via a revolta dos medicos com a gestao dele, diga-se de passagem q o laboratorio TEUTO q invadiu toda a area da saude tem ele como um dos proprietarios, todos sabiam disso, mas nao esta no nome dele, leva nome de parentes dele…

Sylvana Marques

Bem, realmente sem entrar nas "nóias" do Serra, acho q os estrategistas de marketing dele, pegaram no pé do nordeste, qdo ele associa Dilma com o Demonio, com homosexualismo, com o aborto acaba mechendo no q " dizem" q o nordeste mais tem que é a fé.Realmente vejo uma fé fervorosa aqui, procissoes, promessas essas coisas… Uma certa intolerancia da igreja com algumas questões…Parece ter sido uma "esperteza" usar esse imaginário e jogar a religião aqui…Já q ele perde no nordeste e já q aqui mora um povo de "fé"… Esses dias ele apareceu recebendo uma santa da esposa e beijando…Ah sei lá, acho isso tão baixo, tao imoral, tão nojento… Não tenho palavras p descrever um marketing q trabalha assim, digo isso pq sou da area de mkt e isso me choca, me enoja…Não sei se Dilma realmente pode ser tudo que estamos acreditando, não é simples organizar um país desses, mas acho sim q ela é uma mulher capaz em todos os sentidos, nao espero dela milagres mas acredito que ela possa continuar uma gestão forma adequada. Acho q ela é uma mulher

Edmar

Azenha, QUE FIM DERAM NAS CRIANÇAS NORDESTINAS?
Até final de 2002, início de 2003 e do governo do PT, ao menos uma vez semana uma matéria em uma das redes de TV mostrava crianças nas estradas esburacadas do Nordeste. Os menino tapando buracos com terra e barro e mendigando moedas dos motoristas agradecidos. As meninas se vendendo à prostituição com motoristas bandidos. Hoje, nem a propaganda do PSDB acha essas crianças pra mostrar. Teriam sido abduzidas? Seriam as criancinhas que a dona Serra disse que a DILMA matava? Teriam sido mesmo mortas? Não e não! Sumiram da beira das estradas, já que os criticados `tapa-buracos`do PT acabaram com a missão de enche-los com barro, e estão … NAS ESCOLAS! E não podem voltar pro calor dos asfaltos escaldantes. Suas mães não precisam mas explorar a caridade interesseira dos usuários das estradas. O GOVERNO DO PT, DE DILMA, os mantém ocupados e alimentados. Isso é o `bolsa-vagabundagem`que a dona Mônica Serra quer cancelar, pra reduzir os gastos com `diaristas`! Faça uma matéria com esse aspecto da vida nacional pora nós!

Miryam Mager

Texto a ser divulgado em outros blogs. Muito bom que os "intelectuais" forneçam material para reflexão. Esse é um dos papéis do professor.

Edmar

Herdel Carvalho, faltou também citaçoes ao Paulo Preto, Preciada, Eduardo Jorge, Aston, Rouboanel, etc. Respeite os mestres, sujeito! Se nao concorda, (re)debata, mas sem essas ironias típicas dos irresponsáveis que nao conhece o Brasil.

joão lyra

Não existe programa radicalmente diferente no Brasil. Pelo menos nesta campanha. Vamos deixar de mistificação ou mitificação de argumentos. Papo furado. Não há bicho papão. Dilma acabou de receber o apoio de Maluf. E dái? Voto é voto. Mas se um lado é essa catástrofe toda, vocês estão confessando que não conseguiram forjar uma democracia sólida em oito anos de poder. Há fascismo de sobra nos argumentos dos dois lados. Esse texto é um claro exemplo disso. Ninguém é criancinha indefesa correndo com medo do Satanás. isso é discurso de evangélico querendo dízimo. Poupem a inteligência do eleitor. Se é que há.

Vera Lucia Bazzo

Muito bom este texto. Um pouco longo para ser "consumido" por mais gente, mas cada frase dele pode virar um libelo a favor de Dilma. Vamos lá pessoal! Não podemos desanimar! Muita coisa está em jogo. É pelas próximas gerações (já sou quase avó) que devemos ir buscar cada voto onde quer que ele esteja um pouco confuso. Afinal, a mídia está fazendo de tudo para perdermos a direção. Por um Brasil cada vez mais brasileiro, justo e fraterno, Votemos Dilma!
Vera Lúcia BAzzo – Professora da UFSC

Cleber

sou historiador, professor da Unifesp/Guarulhos e assíduo frequentador desse blog.
Parabéns ao presidente de minha associação / Anpuh.

Juracy Junior

Prezado Colega Durval,

A nossa memória (do povo brasileiro) é muito volátil. Já esquecemos da hiper inflação. Já esquecemos do sucesso do Plano Real. Já esquecemos que o PT dizia na época do plano Real que era um plano eleitoreiro. Já esquecemos dos valiosos telefones fixos (das filas para se conseguir uma linha por um preço que apenas a elite privilegiada tinha acesso). Já esquecemos da época que apenas os ricos (empresários, comerciantes, médicos, dentistas, funcionários públicos federais) tinham acesso a automóveis, viagem a Disney, aparelhos ortodônticos, entre outras coisas. Já esquecemos quanto ganhava um professor do ensino básico nos municípios do interior do Brasil (antes do Fundef – Fundeb). Já esquecemos quando começamos a financiar automóveis com juros médio de 1% ao mês (os maiores juros do mundo já foram muito criticados, mas continuam sendo praticados no nosso País). Já esquecemos que a Caixa Econômica Federal financia imóveis a 8% ao ano há mais de 12 anos (comprei um apartamento em João Pessoa nessas condições). Já esquecemos que os financiamentos antigos com sistema de amortização ultrapassados foram liquidados há dez anos atrás para não continuar penalizando os mutuários da época (meus pais foram beneficiados neste plano). já esquecemos que a compra de eletrodoméstico pela população mais pobre já acontece há mais de 12 anos e muitos já estão na compra da terceira geração desses equipamentos. Já esquecemos de um dos maiores escândalos da História de um Governo (o chamado mensalão). Já esquecemos da quadrilha que se instalou nos bastidores do Governo Lula (Silvinho, José Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares, Genuíno, mais recente Erenice Guerra e CIA). Já esquecemos das CPI's .Já esquecemos do primeiro mandato sem aumento do funcionário público federal (usou a falta de aumento salarial na campanha para Presidente em 2002). Já esquecemos de tantas coisas só para satisfazer a nossa ideologia ultrapassada de radicalismo que a história mostrou que estávamos errados quando acreditávamos um dia em regimes de governo que hoje somos testemunhas vivas de que tudo era apenas um sonho e felizmente não se tornou um pesadelo aqui no nosso País. Até o dia 31 de outubro vou tentar esquecer que Dilma tão preocupada com o povo brasileiro nunca se candidatou a nenhum cargo eletivo. Vou tentar esquecer que aprendi um dia que não devemos votar por indicação de alguém e sim analisar a história da trajetória política do candidato. Vou tentar esquecer que as obras estruturantes do nosso País estão ainda sendo realizadas, mesmo depois de oito anos de mandato. Vou fingir que acredito que o Minha Casa Minha Vida é um projeto que foi lançado a mais de quatro anos e que não houve especulação imobiliária, não ocorrendo nenhum aumento nos valores dos imóveis depois do lançamento do projeto. Quem sabe se eu consegui esquecer de tudo isso, talvez voto em Dilma.

    Joao

    Nao meu caro, pessoas como vc votam em Serra mesmo, ele sim, te representa.

Luciano Ramos

Mto bom o Texto d Professor Durval!!!

Substantivo Plural » Blog Archive » Dois Projetos Radicalmente Diferentes

[…] Aqui […]

Durval Muniz: Dois projetos radicalmente diferentes | UFRN com Dilma

[…] o petardo do professor Muniz (aliás, já divulgado em blogs com inserção nacional, como o Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos […]

Hugo Merlo

Muito bom texto do professor Durval, parabéns!

Helder Carvalho

Meu caro Durval. Seu texto está muito bem escrito. Penso apenas que – e isso é seu direito – faltou mencionar mensalão, Zé Dirceu, Erenice Guerra, Palocci, José Genuíno, o Governo de Marta Suplicy em São Paulo. Eu, como professor, questiono muito a conduta do Paulo Renato frente à secretaria da educação, e também a relação do PSDB com a educação. Mas muitos dos projetos bons foram boicotados pela APEOESP de maneira política, e isso deve ser considerado também. Deve-se considerar que a educação não é feita apenas de secretaria de educação, mas de professores, diretores e alunos. Não podemos querer fazer análise de um lado só. Não podemos escquecer da legislação que não valoriza o professor, ao contrário, valoriza o aluno. Essa legislação não é responsabilidade do governo Estadual.
Enfim, solidarizo-me com o Senhor no sentido dos ataques no twitter. Seu texto é legítimo pois expressa a sua opinião pessoal, e não a opinião da ANPUH. Estou seguro que tens consciência das omissões propositais, para sua defesa. Uma coisa a acrescentar. Com relação à Dilma, é difícil analisar sua capacidade de governo, como principal governante, alvo de todos os ataques. Ela nunca foi eleita, nunca deu sua cara para bater, tendo que defender um governo com a sua cara.

    wi1ton

    Parabéns! alguém lúcido e imparcial.

    Miryam Mager

    Nunca governou mas foi, em todos os cargos que ocupou, uma excelente "funcionária pública". Nada melhor para uma boa gestão de governo. E com certeza muito melhor do que um neoconservador que deixará a gestão da coisa pública para o capital.

    Ozeias Souza

    Acrescento na lista o Arruda e seu secretariado tucano, Ary Rigo e tucanos no MS, Cassio Cunha Lima, O proprio Jose Serra e outros 155 politicos tucanos e aliados que desviaram 40 milhoes de Furnas, Ricardo Sergio, Gregorio Preciado, Veronica Serra e a Decidir.com, Chico Lopes e Cacciola, Indio da Costa, Jose Fagali Neto e o dinheiro tucano bloqueado na Suissa no casodo metro com a Alstom e os 17 processos de Serra na justica, inclusive…

    Como vemos, estatisticas apontam 7 vezes mais politicos tucanos condenados por corrupcao do que petistas… E tem Paulo Preto chegando ai…

Leonardo Ventura

(cont.)

No avesso dessa idéia, a campanha de Serra e cia se pauta, desesperada e cinicamente, pelo ódio às diferenças. Busca encontrar no conflito entre os sexos, desejos e, principalmente, classes sociais os argumentos para sua eleição. É uma campanha suja, marcada desde já pelo uso (e elogio) do machismo, obscurantismo, cinismo. (Talvez tentando evitar que cheguemos, pela rima, à discussão do privatismo, entreguismo.)

Hoje votamos em Dilma por uma questão de pele: porque não podemos aceitar que o chicote, os choques elétricos, os fuzis e os punhais, que antes delimitaram o corpo, delimitem agora a pátria, um povo. Parabéns pelo artigo, Professor. Já imprimi em diversas vias para distribuir entre amigos, com orgulho!

Dilma 13!

Leonardo Ventura

Já que hoje, dia do professor, está mais para “dia dos ex-alunos” – haja vista a declaração de uma ex-aluna de Mônica Serra sobre um suposto aborto feito pela mesma que anda correndo a net – aproveito o ensejo para assinar embaixo desse profundo e emocionante texto de meu professor Durval Muniz.

Certamente o professor Durval nunca fez pessoalmente um aborto, mas nem por isso deixou de expor em suas aulas a importância do corpo para a formação de nossa intelectualidade, e de falar sobre a relevância de nossos sentidos (de nossos desejos!) na construção da história. É no encontro dos corpos, na aceitação do contato, no respeito às diferenças que se pode sonhar com um país socialmente justo.

(cont.)

Dois Projetos Radicalmente Diferentes « Dukrai's Blog

[…] http://www.viomundo.com.br/politica/durval-muniz-um-convite-a-reflexao.html […]

juliano

Azenha, não está sendo possível replicar nenhum artigo no orkut, apenas no facebook.. já está assim a umas duas semanas.. Será que é boicote do orkut ou é problema técnico mesmo?

rosania

Texto de um verdadeiro Historiador, Marco Antonio Villa tem muito que aprender com ele.
Dilma presidente.

monge scéptico

serra, guerra, efeagácê, estão vendo miragens.
Embora não seja um texto dirigido a mim, é importante que um intelectual desça do pódium e, nos
ilustre de vez em quando. Afinal estamos todos no mesmo barco, que espero não se transforme
num "titicanic". Isso depende de nós em 31de outubro, que marcará a redenção do povo brasiei-
-ro ou, a volta as incertezas diárias, ainda tão presentes. Deveriamos todos em união votar no me-
-lhor. Entendo porém, que a falta de educação, pode levar o país a desgraça de eleger um menti-
-roso notório. É a vida. Porém voto em DILMA. À alemanha não teve a opção do voto; nós estamos
tendo. Logo a oportunidade é agora. É hora do combate ao obscurantismo…………………………..
OBRIGADO LULA. ONDE ESTAS? DILMA EM MARCHA COM ÂNIMO!!

Cristiano

Ótimo texto, mas muito complexo e longo para o consumo por nossa "classe média eslcarecida".

psusan

Azenha,

Quero agradece-lo por trazer o meu querido professor Muniz; presidente da ANPHU – Associação Nacional professores e pesquisadores de História – Escritor tenaz e agudo;

Essa foi a melhor homenagem ao dia do Professor!!!!

Vamos a luta. Dilma presidente

LUIZ AUGUSTO MIRANDA

Parabéns professor Durval! Brilhante, lúcido e muito real o seu texto!

wmporto

No twitter, as tags favoráveis a Dilma e contra o Serra estão no TT há vários dias. Isso pode ser sinal de uma onda favorável à cadidata petista. Com Marina foi do mesmo jeito, sendo que eu não imaginava que a onda verde teria força de levar a eleição para o segundo turno.

Klaus

Dilma ainda é favorita, mas que o momento mudou, mudou. Quem, no dia dois de outubro imaginaria a situação que vivemos hoje? Caso Dilma seja eleita (e ela, reitero, é favorita), o segundo turno vai servir pelo menos para que o PT desça do salto alto. Vai ser bom para o PT e para o país. Lula pode muito, mas não pode tudo. Somos um país que não aceita mais o grande guia a nos dizer qual o caminho que devemos trilhar.

Lau Cariri

Durval é meu ex-professor da UFCG. Durante a campanha de 2006 ele também fez um manifesto em apoio a Lula. Coerência é assim.

João

Continuação…
não falar em pré-sal (quem do povo sabe o que é isso?), mas em PETRÓLEO, e dizer que ele vai entregar para os estrangeiros o PETRÓLEO que o LULA descobriu; mostrar quem são os amigos dele, como por exemplo, o Artur Virgílio, que disse que ia dar uma surra no Lula. Mostrar também algo que se sabe à boca miúda, mas que o grosso da população ignora: que ele só levanta da cama depois do meio-dia. O povo dá muito valor a quem levanta cedo e trabalha duro. Pode-se fazer uma musiquinha sobre isso também, como: “ACORDA, SERRA, O BRASIL ESTÁ TRABALHANDO”. E não perder tempo com essa história de Paulo Preto (deixar isso com a blogosfera), pois não vai render nada. Enfim, ou se faz isso, ou todo o trabalho do Lula, que fez pelo povo, em 8 anos, o que não se fez em 500, irá inexoravelmente por água abaixo. Ah! E a Dilma precisa melhorar o semblante nos debates; está parecendo o Serra do começo da campanha!

João

Continuação…
mostrar o “defensor da liberdade de expressão” dando patada nos jornalistas e exigindo sua demissão quando as perguntas fogem do script; mostrar o valor que ele dá aos professores, mandando a polícia descer o cassetete; mostrar que não honra a palavra, pois assinou declaração em cartório e não cumpriu e que se ele não continuar, quem vai mandar no país é o ÍNDIO DA COSTA; fazer musiquinhas (isso pega!) dizendo que se ele ganhar quem vai mandar é o Fernando Henrique e o FMI (não usar FHC, porque muita gente nem lembra dessas iniciais);

João

Ou a campanha da Dilma revela, definitivamente, quem é José Serra, ou vamos chorar lágrimas de sangue por longuíssimos e vários anos. Não é preciso inventar nada, basta mostrar a verdade. O homem é um telhado de vidro ambulante! Dá para montar um “pout-pourri” de desmonte dessa figura. Mas tem de ser didaticamente, ao estilo “você sabia?”. Mostrar que ele sempre foi contra os trabalhadores, inclusive na constituinte; que não é “pai dos genéricos” coisa nenhuma; mostrar o “melhor ministro da saúde da história” que não sabe o que é gripe suína; o “grande economista” que não sabe fazer contas e que disse que o que Lula estava fazendo para enfrentar a maior crise da história estava “tudo errado”;

Marcelo Abreu

Durval fez da memória uma arma contra a mentira! Essa candidatura do PSDB é, como dizia Pierre Vidal Naquet a propósito dos revisionistas e negacionistas franceses, "assassina da memória", creem poder distorcer o passado, como se fosse algo que possa ser reescrito à medida da pulsão de poder que os toma.

Vinicius Cabral

O professor deu uma aula!!!

As diferenças entre os dois projetos para o Brasil são gritantes, mas o que me deixou mais abismado foi visualizar em suas críticas aos "votantes" em Serra exatamente algumas pessoas conhecidas, colegas que inegavelmente melhoraram de vida durante o governo Lula e agora infelizmente querem votar no Serra. Isso sem contar os emails que não cansam de chegar.

Mas pelo menos estes que mandam emails podem ser até amigos de longa data, mas eu reconheço suas inclinações para o preconceito de raça, sexo e classe (afinal, conheço-os de longa data e sei de seus defeitos que até são "tolerados" no dia-a-dia, mas nesta campanha estão tomando contornos de algo denunciável às autoridades competentes!).

Agora um pequeno comentário em off de quem não tem tanta paciência com cabeça-dura: alunos de universidade que só estão lá por causa do PROUNI ou porque as condições econômicas de suas famílias melhoraram durante o governo Lula e mesmo assim votam no Serra merecem apanhar de cinta!

marlon

Valeu, Azenha!
Um abraço, Marlon

eduardo di lascio

Mas poxa, o PT tem que ser mais rígido com as irregularidades no poder. É um absurdo peder uma eleição praticamente ganha no primeiro turno por causa de denuncias de corrupção. Voto na Dilma, mas acho que o PT não está fazendo um bom trabalho para erradicar a corrupção. E quem não quiser ver isso, está se enganando.

maria do carmo souza

Bom texto para ser divulgado por todos e todas.

Zeca Moraes

Caro Azenha, eu creio que a queda de Dilma e a ascenção de Serra, e justamente através desses recursos ignóbeis que usa é, mais uma vez, o Zeitgeist, o mesmo da primeira metade do século passado, que está se manifestando em todo o mundo. Veja a ascenção da direita na Europa toda – Berlusconi(!!!), Sarkozy, et alii -, o Tea Party nos EUA, etc. O Brasil ia muito bem, e eu acreditei que isso fosse suficiente para contornarmos essa tendência, mas pelo visto não é. Infelizmente eu creio que veremos a ascenção da direita mais ignóbil e reacionária neste país. Não vejo as lideranças de esquerda eleitas se mobilizando, vejo as outras lideranças civis democráticas tendo reações tímidas e ineficientes. Posso estar sendo alarmista e/ou derrotista, mas penso como tantos esclarecidos (não) terão visto essa ascenção cem anos atrás, e isso me assusta muito, vejo o sonho de ver minha filha viver em melhores tempos se diluir em um lamentável e infantilóide obscurantismo religioso.

Estrela

Se depois de ler esse texto, alguém ainda quiser votar no Corvo demoníaco,
deveria se matar e nos poupar de tanto desgosto.

Raquel

Parabéns pelo excelente texto!
Confesso que estou horrorizada com essa onda de boatos e injúrias contra a minha candidata .
Parece que estamos de volta a idade média!
Quanto preconceito!
Dilma seja forte, o Brasil precisa de você!

Cristian

Albuquerque é um dos maiores intelectuais do Brasil contemporâneo… perfeita a análise da história econômica e sociológica do pensamento da dependência.

Como Historiadora em formação, me orgulho por votar em Dilma!!

Marilda Oliveira

Serra e a ausência da UNE em dar à sociedade uma posição a respeito dessas coligações por parte do seu governo também deixa claro que a mesma, ou nunca se importou de verdade com o fisiologismo característico da política brasileira e tudo aquilo que ela manifestou no passado recente, inclusive, não passava de cenas teatrais ou a mesma não é mais a mesma.
O lado positivo de tudo isso é que as coligações do governo de esquerda são tão de direita que pelo menos serviu para algo muito bom: escancarar de uma vez a verdade de que no Brasil, essa história de esquerda e direita não passa de “história da carochinha”.
http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/10/s

adsimone

Tenho apenas um comentário: resumir para que mais pessoas leiam. "Esta é uma diferença crucial entre Dilma e Serra; Dilma acredita que nosso povo, se estimulado, se receber crédito, se receber salário, se lhe forem dadas condições educacionais e de renda, tem condições de construir um país soberano, capaz de traçar suas próprias estratégias, sem que para isso tenha que se fechar ao mundo, mas tendo uma visão alargada do próprio mundo, não vendo nele apenas o Norte, mas enfatizando a diversificação dos mercados e das relações políticas, diplomáticas e culturais, enfatizando as relações Sul-Sul, tornando o Brasil um país capaz de ajudar a impulsionar o desenvolvimento dos seus vizinhos e países assemelhados ou em níveis piores de pobreza e desenvolvimento humano. Mas se muitos luminares do PSDB não querem que se seja solidário nem no interior da nação, como mostram as políticas predatórias, a guerra fiscal movida covardemente pelo Estado mais rico da nação contra os menores Estados, e a implicância histórica serrista com a Zona Franca de Manaus."

    neide

    Faltou falar do PMDB, do vice-presidente escolhido pelo PT e tudo que "eles" representam na política brasileira. Assim seria um material riquíssimo de análise e história política. Como está vira manifesto de "convencimentos" que não abre para a possibilidades de refletir, de tomada de decisão autônoma, livre.

    Conceil

    Muito bom

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